10 outubro 2022

SOBRE A PROFECIA


(Comentário do 1º tópico da Lição 2: Vem o fim)

Este primeiro tópico traz uma descrição desta profecia do capítulo 7 de Ezequiel. Começa com uma introdução à profecia, destacando a fórmula usual do profeta Ezequiel ao introduzir as suas profecias. Fala também da extensão da profecia sobre o fim, analisando a expressão “terra de Israel”, que aparece 17 vezes no livro. Entretanto, o comentarista demonstra que esta profecia é escatológica e não se restringe ao povo de Israel. Por último, faz uma análise etimológica sobre o tempo do cumprimento desta profecia, com base nas expressões: agora, depressa, eis que vem, eis aqui o dia e vem a tua sentença. 


1- Introdução (vv.1,2a). Na introdução a esta profecia do capítulo 7 de Ezequiel temos a expressão “veio a mim a Palavra do Senhor” (v. 1). É uma expressão característica dos profetas do Antigo Testamento, que demonstra que a fonte daquelas palavras do profeta é o próprio Deus e que o profeta não está falando de si mesmo, ou expressando a própria opinião. Há outras expressões que revelam que o profeta falava em nome de Deus como: Assim diz o Senhor, visão do profeta tal, peso que viu o profeta tal, etc. Todas estas expressões indicavam que era Deus que estava falando. Mesmo assim, o povo não deu crédito.


2- Extensão (v.2b). Este anúncio do juízo divino inicia-se no capítulo 5 do livro de Ezequiel, falando da cidade de Jerusalém e do centro de Judá. No capítulo 6, fala das montanhas de Israel. Por fim, no capítulo 7, temos o anúncio dos juízos de Deus sobre todo o Israel e sobre os quatro cantos da terra. Fica claro nesta profecia que os juízos de Deus viriam não apenas para a terra de Israel, nos dias de Ezequiel, mas para todas as nações, o que ocorrerá após a vinda de Jesus. 


O fator importante a destacarmos é que em todos os seus julgamentos, Deus sempre avisa com bastante antecedência e insistentemente, para que as pessoas se arrependam e não seja necessária a destruição. A destruição de Jerusalém foi anunciada muito antes de vir o cativeiro. O profeta Jeremias profetizou cerca de trinta anos antes de Ezequiel, alertando o rei e o povo para que se arrependesse, mas não foi ouvido. Ao contrário, foi duramente perseguido. O rei preferiu dar ouvidos a falsos profetas que entregavam falsas mensagens de paz e prosperidade. Hoje não é diferente. As pessoas preferem dar ouvidos a mensagens de prosperidade e de autoajuda, em vez de ouvirem mensagens que conclamam ao arrependimento e santidade. Mas os juízos de Deus se aproximam. 


3- Quando? (vv.3a, 8a). As expressões: “Agora vem o fim […]” (Ez 7.3-a); “[…] vem o tempo; chegado é o dia […]” (Ez 7.7); “Eis aqui o dia, eis que vem […]” (Ez 7.10); “Vem o tempo, é chegado o dia […]” (Ez 7.12), ao longo do capítulo 7 de Ezequiel, demonstram que o momento dos juízos divinos haviam chegado. Deus havia dado tempo para que se arrependesse, usando os seus profetas para os alertar, mas o povo não deu ouvidos. Judá já estava no cativeiro e agora vem a sentença irrevogável da destruição de Jerusalém. A palavra “agora”, no versículo 3 é a tradução do termo hebraico ‘attah’, que indica uma ação contínua e ininterrupta. Ou seja, o juízo de Deus já estava em andamento e não seria interrompido. 


O povo de Israel foi instruído na Lei mosaica de que a idolatria e a apostasia levariam a ao cativeiro, desde o tempo de Moisés, antes de se tornarem uma nação estabelecida (Lv 26.33-37; Dt 28.25, 36, 37). No período dos Juízes também, várias vezes o povo caiu na idolatria e Deus levantou inimigos para os dominar. No período da monarquia também, os reis que se entregaram à idolatria sofreram as consequências. No caso das dez tribos do Norte, persistiram no pecado da idolatria e, mesmo sendo alertados pelos profetas, não se arrependeram, até que finalmente veio o cativeiro da Assíria em 722 a. C. Isso deveria ter servido de exemplo para o Reino do Sul, mas, eles também não aprenderam a lição e se entregaram à idolatria. A Bíblia nos deixa claro que Deus é misericordioso, bom e longânimo (Rm 2.4; 2 Pd 3.9). Mas Deus também é implacável contra os pecadores que endurecem o coração e recusam a se arrependerem: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus Vivo” (Hb 10.31). 


REFERÊNCIAS:

SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pag. 28-29.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3215, 3216.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento: Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 643.

Block, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Editora Cultura Cristã. pág. 247,248.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1179.


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Ev. Weliano Pires


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