10 agosto 2022

A BÍBLIA E O POLITICAMENTE CORRETO


(Comentário do 2º tópico da Lição 7: A relativização da Bíblia)


Uma das principais características da sociedade atual é o chamado “politicamente correto”. Em regimes totalitários há abertamente a censura, onde as pessoas não podem manifestar pensamentos e idéias que sejam contrárias ao regime. Se o fizerem serão presas ou mortas. Entretanto, o politicamente correto, de forma sutil, estabelece narrativas, onde algumas ideias são consideradas “boas” e outras “ruins”. Nessa nova forma de censura, não se deve falar sobre valores cristãos nas escolas. Mas, pode-se apoiar o aborto, o homossexualismo, a legalização das drogas, o sexo sem compromisso, a prostituição, etc. A consequência disso é, naturalmente, a criminalização da opinião.


1- A criação de uma narrativa. No discurso politicamente correto, estabeleceu-se narrativas daquilo que seria bom e mau. As coisas consideradas “boas” na opinião de algumas pessoas podem ser ditas livremente. O que não faz parte dessa nova ética social não pode ser dito, pois quem o fizer será cancelado, perseguido ou até preso. Alguns temas sensíveis a alguns grupos não podem ser falados. Não se pode falar contra homossexualismo, aborto, uso de drogas, religiões de matrizes africanas, etc. Também não se pode falar a favor da família tradicional, de penas mais duras para criminosos, de submissão da mulher à liderança do marido, da redução da maioridade penal, de pais corrigirem os seus filhos, etc. 


No campo teológico também, o politicamente correto ganhou espaço com a teologia da narrativa, teologia pós-moderna ou teologia emergente como alguns a chamam. Os teólogos emergentes defendem que a interpretação de um texto bíblico pode ter vários significados e, portanto, não se pode dar-lhe um único sentido como sendo o verdadeiro. Segundo esses teólogos, o sentido do texto não estaria no próprio texto, mas fora dele. Seria uma interpretação extratextual e não intratextual. Relativizam a interpretação da Bíblia e dizem que cada um pode dar a um texto bíblico o sentido que lhe convier, de acordo com a necessidade do momento. Há várias Igrejas que se dizem evangélicas, principalmente no meio pentecostal e neopentecostal que adotam esse tipo de interpretação bíblica. O resultado é desastroso, pois leva as pessoas a práticas antibíblicas, usando o seu próprio entendimento do texto bíblico, fora do seu respectivo contexto.  


Os teólogos emergentes defendem um cristianismo “politicamente correto”, que não confronta visões diferentes. É um cristianismo inofensivo, cuja mensagem foca apenas no ‘amor ao próximo’ e nas ‘boas virtudes’ e que não confronta o pecado. Também não falam de um único caminho, único Senhor, único salvador, uma só fé e na cruz de Cristo como única forma de perdão dos pecados. O ecumenismo é uma das principais marcas de tais teólogos. 


O ecumenismo defende a união de todas religiões que se dizem cristãs. O discurso recorrente no ecumenismo é que “o que nos une é maior do que as diferenças que nos separam”. Entretanto, a Bíblia não nos ensina isso. Ao contrário, há várias recomendações para não termos comunhão com aqueles que não seguem os ensinos de Cristo e dos apóstolos. O apóstolo João escreveu: “Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tão-pouco o saudeis. Porque, quem o saúda tem parte nas suas más obras.” (2 Jo 10,11). 


2- A Criminalização da opinião. O politicamente correto se tornou uma forma sutil de censura e perseguição aos que discordam das narrativas estabelecidas. Não apenas no Brasil, mas, em vários países, os cristãos conservadores têm sido perseguidos e tolhidos da sua liberdade de expressão e religiosa. Os cristãos politicamente corretos e ecumênicos, que não tem compromisso com as Escrituras e fazem a política da boa vizinhança, não são perseguidos. Ao contrário, são até elogiados e convidados para participar de eventos. Entretanto, cristãos conservadores e biblicamente corretos, que se posicionam a favor da verdade e não se dobram aos politicamente correto, são perseguidos, censurados e taxados de fundamentalistas. 


Recentemente, a cantora evangélica, Bruna Karla, se posicionou a favor da verdade bíblica em um podcast e afirmou o seguinte, sobre a indagação de um amigo dela, que é homossexual, se ela cantaria em um casamento dele com outro homem: 

“Fui bem sincera e disse: Ah, quando você se casar com uma mulher linda e cheia do poder de Deus, eu vou sim […] O dia que eu aceitar cantar em um casamento com outro homem, eu posso parar de cantar sobre a Bíblia e sobre Jesus”. 


Isso foi suficiente para que ela se tornasse alvo de críticas e ofensas na imprensa secular, principalmente, por parte de artistas, famosos e militantes do movimento homossexual. Recebeu diversas críticas ao seu posicionamento bíblico, com interpretações distorcidas do texto bíblico, enfocando apenas o amor de Jesus e ignorando que Ele aborrece o pecado. Bruna manteve o seu firme posicionamento e ainda comentou: 

“Aos meus queridos ouvintes homossexuais, o que Deus tem para a sua vida é libertação. O que Deus tem para a sua vida é o que Ele sonhou para você. Receba todo o meu amor, o meu respeito, porque Jesus não sonhou isso para você”.


 “Lá no julgamento, quando Jesus voltar, se ele estiver, ele vai falar: ‘Poxa, a Bruna andou comigo, ela sabia que eu estava errado, que o caminho que eu estava escolhendo era de morte eterna’. Eu chego a ficar emocionada porque se a gente abrir a nossa boca para dizer que você não vai para o céu… Gente, é morte eterna, inferno! Já imaginou viver uma condenação eterna? É para sempre que você vai viver aquilo. Acabou. É terrível!”


As plataformas de mídias sociais, como Youtube, Facebook, Twitter e Instagram criaram filtros que derrubam postagens que defendam os valores judaico-cristãos e que contenham críticas à prática homossexual. As plataformas têm os seus algoritmos, que são robôs que distribuem as postagens para os usuários, com base em seus interesses. Ocorre que, a ditadura do politicamente correto coloca nestes algoritmos palavras ou frases proibidas. Se alguém posta alguma coisa contendo termos proibidos, a postagem é bloqueada ou, no mínimo, o seu alcance é reduzido. Em alguns casos, o usuário é suspenso. 


O crente fiel não pode se acovardar ou se dobrar diante das perseguições, sejam elas quais forem. Temos a obrigação de proclamar a verdade bíblica, quer ouçam, quer deixem de ouvir. Quem ama, diz sempre a verdade, mesmo que ela seja dolorida e desagrade. Uma pessoa que realmente ama a sua família, parentes, conterrâneos, amigos, etc. e sabe que a Palavra de Deus é a verdade, jamais deixaria de falar da verdade, sabendo que eles irão perecer eternamente sem Cristo. 


REFERÊNCIAS:

DANIEL, Silas. A sedução das novas teologias. Editora: CPAD. pág. 78-79.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2ª Impressão: 2010. Vol. 2. pág. 538.

AIRHART, Arnold E. Comentário Bíblico Beacon. I e II Timóteo. Editora CPAD. Vol. 9. pág. 529.

gospelprime.com.br/bruna-karla-e-acusada-de-homofobia-por-defender-principios-biblicos/


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Pb. Weliano Pires


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