(Comentário do 2º tópico da Lição 6: A Sutileza das ideologias contrarias à família).
Deus criou a família e estabeleceu princípios fundamentais para ela que são: a monogamia, a heterossexualidade e a indissolubilidade e a confessionalidade do casamento. Quando Deus criou o homem Ele disse: "Não é bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei uma adjutora para que esteja diante dele." (Gn 2. 18). Depois disso, Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, retirou uma das suas costelas e dela fez a mulher. Com este episódio aprendemos que, Deus criou a mulher da mesma composição do homem, criou apenas uma mulher para cada homem e uniu pessoas de sexos opostos para se completarem. Deus também determinou que o casamento deve ser vitalício, ou seja, deve durar até a morte de um dos cônjuges. Jesus foi enfático ao dizer: "O que Deus ajuntou não o separe o homem." (Mt 19.6). O apóstolo Paulo ainda falou que não deve haver nenhuma comunhão do cristão com os infiéis (2 Co 6.14).
1- O casamento monogâmico e heterossexual. Conforme vimos no tópico anterior, a família foi instituída por Deus e Ele a instituiu através do casamento. Deus realizou o primeiro casamento, depois de criar o primeiro casal. Os dois primeiros fundamentos do casamento criado por Deus são: a monogamia e a heterossexualidade. Deus criou um homem e uma mulher e disse que os dois seriam uma só carne. A palavra monogamia vem de dois vocábulos gregos: "monos" que significa único e "gamos" que significa casamento. Portanto, monogamia é o casamento de um único homem com uma única mulher. Este foi o projeto de Deus, quando uniu Adão e Eva. Deus não criou dois homens para uma mulher, nem duas mulheres para um homem.
Por que, então, a poligamia era praticada nos tempos bíblicos? Conforme vimos na lição 3, quando falamos sobre a imoralidade sexual, aconteceram várias distorções na sexualidade humana, após a entrada do pecado no mundo. Nos tempos do Antigo Testamento, a poligamia era uma prática comum em vários lugares e foi tolerada entre o povo de Deus. Mas, além de nunca ter sido a vontade de Deus, ela trouxe vários problemas para quem a praticou: Jacó, Elcana, Davi, Salomão, etc. No Novo Testamento, no entanto, a monogamia além de ter sido ensinada por Jesus (Mt 5.32; 19.5,9) e por Paulo (1Co 7.1,2), a monogamia foi exigida dos aspirantes ao episcopado (1 Tm 3.2). A monogamia, portanto, é a regra para o casamento do cristão.
O segundo fundamento do casamento criado por Deus é a heterossexualidade. O texto bíblico de Gênesis 1.27 diz: "E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou." . Depois que Deus criou a mulher e realizou o primeiro casamento, Adão usado por Deus disse: "Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne." No Novo Testamento, Jesus atribui esta fala ao próprio Deus, indicando que foi Deus quem usou Adão para falar estas palavras: "Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?" (Mt 19.4,5).
Estes textos bíblicos nos mostram claramente que Deus criou apenas dois sexos: Masculino e feminino. Deus estabeleceu que o casamento deve ser entre um homem e uma mulher. A biologia também só reconhece dois sexos. Não existe ordem cromossômica homossexual. Só existe ordem cromossômica de macho (XY) e fêmea (XX). A principal finalidade do casamento é a reprodução da espécie e isso só é possível entre pessoas do sexo oposto. Portanto, nós respeitamos quem quiser se relacionar com pessoas do mesmo sexo e não temos nada a ver com a vida partícula de ninguém. Mas, como cristãos, temos a obrigação de deixar claro que isso contraria a vontade de Deus para o casamento e é um pecado duramente condenado nas Escrituras (Lv 18.22; Rm 1.26,27; 1 Co 6.10; 1 Tm 1.9,10).
2- O casamento indissolúvel e confessional. Outro fundamento bíblico para o casamento é a indissolubilidade ou vitaliciedade. Na lição 4, nós estudamos sobre “a sutileza da normalização do divórcio” e falamos exaustivamente sobre este assunto. Jesus falou claramente sobre isso no Sermão do Monte: “Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.” Mt 5.32). Depois, respondendo à pergunta dos fariseus sobre o divórcio, resgatou para eles o plano original de Deus para o casamento e disse: “Eu vos digo,porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.” (Mt 19.9). Segundo o ensino de Jesus, o padrão para o casamento é que ele dure até que a morte os separe. Ele coloca apenas uma exceção que é a infidelidade da outra parte. Mesmo assim, ainda há a possibilidade do perdão por parte do cônjuge traído, se houver arrependimento da outra parte.
O apóstolo Paulo, respondendo às perguntas enviadas pelos coríntios sobre casamento, fez menção a dois tipos de separação: a de um casal cristão e de um casal misto de um cristão e um incrédulo. No caso de um casal cristão, Paulo disse: “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.” (1 Co 7.10,11). Ou seja, um casal cristão não deve se separar. Mas, se não conseguem viver juntos e se separarem, não podem se casar de novo. Em relação a um casal misto, onde um é cristão e o outro não, Paulo orientou: “Mas, aos outros, digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. …. Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.” (1 Co 7. 12, 13, 15). A orientação de Paulo aqui é que um cristão não deve abandonar o cônjuge só porque ele não é crente. Porém, não pode forçá-lo a viver junto, caso ele não queira. Neste caso, se a parte incrédula quiser separar, o crente está livre do vínculo matrimonial.
Outro fundamento importante para o casamento cristão é a confessionalidade, que é o casamento apenas entre pessoas que professam a mesma fé. Escrevendo aos Coríntios, o apóstolo Paulo recomendou aos irmãos a não se prenderem a um jugo desigual com os infiéis, pois “não há nenhuma sociedade entre a injustiça e a injustiça; nem comunhão entre a luz e as trevas; e não pode haver concordância entre Cristo e belial.” (2 Co 6.14,15). Evidentemente, este texto não está falando exclusivamente do casamento e alguns até negam que ele possa ser usado para o casamento, pois, o contexto se refere à idolatria. Entretanto, um casamento entre um crente e um descrente é uma tribulação. No Antigo Testamento era proibido aos israelitas casar com mulheres estrangeiras (Dt 7.3,4), pois isso iria levá-los a servir a outros deuses. Paulo falando sobre a prostituição, disse que somos membros do corpo de Cristo e não podemos fazer os membros do Corpo de Cristo, membros de uma prostituta, pois quem se ajunta com uma prostituta, faz-se um só corpo com ela. Então, se alguém veio para Cristo e já era casado com um incrédulo, o lar é santificado por causa dele e não deve separar. Mas, o cristão solteiro, jamais deve se casar com quem não serve a Deus.
REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.
LIMA, Elinaldo Renovato de. A Família Cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. 1ª edição: 2013. págs. 15;18, 26..
LOPES, Hernandes Dias. Mateus: Jesus, o Rei dos reis. Editora Hagnos. pág. 578-582.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 479.
SPROUL, R. C. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017. Editora Cultura Cristã. pág. 488-489.
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