(Comentário do 3º tópico da Lição 7: A relativização da Bíblia).
Com o politicamente correto, surgem outros evangelhos, a fim de dar nova roupagem à Bíblia para adaptá-la ao pós-modernismo. Nessa perspectiva, surgem novas interpretações focadas no leitor e novas teologias como: a teologia liberal que nega os milagres da Bíblia e a relativiza; a teologia da libertação e a teologia da missão integral, que pregam um evangelho social, com viés marxista; a teologia inclusiva, que nega o pecado do homossexualismo; entre outras. O Pastor Silas Daniel abordou este tema com mais profundidade, no livro “A sedução das novas teologias'', publicado pela CPAD.
1- Uma nova metodologia. Conforme vimos nos dois tópicos anteriores, a cultura pós-moderna se choca frontalmente com os valores judaico-cristãos. Por isso, com o discurso do politicamente correto, criaram narrativas, selecionando as coisas que seriam boas e as que seriam más. Não há espaço para as verdades bíblicas nesse meio. Sendo assim, se faz necessário a ressignificação da Bíblia. Precisam dar nova interpretação aos textos bíblicos, para adequá-las aos novos padrões de comportamento. Nesta perspectiva criaram uma nova metodologia de interpretação, onde o protagonismo está no leitor e não no escritor bíblico. É a chamada hermenêutica centrada no leitor.
Os principais métodos de interpretação bíblica são: método alegórico, método histórico crítico, método literal ou histórico-gramatical e, no pós-modernismo, a nova hermenêutica ou hermenêutica pós-moderna.
a. Método alegórico. A palavra alegoria vem de dois termos gregos, “allos”, (outro) e “agoreyo” (falar, proclamar). Alegoria, portanto, significa “dizer uma coisa, que significa outra”. O método alegórico consiste em encontrar no texto “outro sentido”, diferente daquele que o texto está mostrando. É um método antigo, que foi usado, principalmente por Agostinho, mas, é muito polêmico e perigoso, pois ignora a intenção do escritor e compromete o verdadeiro significado das Escrituras.
b. Método literal ou histórico - gramatical. É o oposto do método alegórico. Este método dá a cada palavra o mesmo sentido que ela teria em seu uso costumeiro, normal e cotidiano, considerando-se o seu contexto histórico e gramatical.
c. Método histórico - crítico. Apresenta-se como método neutro e científico, mas foi contaminado pelo humanismo, iluminismo, deísmo e pelo ceticismo. Este método coloca o racionalismo como a base da interpretação bíblica e, portanto, exclui os milagres e o sobrenatural, considerando-os como mitos e superstições. A teologia liberal surgiu a partir desse tipo de interpretação.
d. Hermenêutica pós-moderna. Esta método de interpretação nega que existe um sentido absoluto para a verdade bíblica e busca rever e ressignificar a verdade revelada na Palavra de Deus. Nesta metodologia, a ênfase está no leitor e não no escritor. Sendo assim, busca o sentido de um texto a partir da visão do leitor moderno.
A Assembleia de Deus adota o método histórico gramatical, pois entende que Ele respeita a autoridade absoluta da Palavra de Deus, a sua inspiração bíblica, inerrância e infalibilidade. A Palavra de Deus é a verdade absoluta e não dá margem para relativizações ou busca de sentidos ‘ocultos’.
2- Novas teologias. A chamada nova hermenêutica, ou hermenêutica pós-moderna, também tem produzido, inevitavelmente, novas teologias, a partir de novas interpretações dos textos bíblicos. Existem atualmente teologias para todos os gostos e ideologias, com base em interpretações equivocadas da Bíblia, que ignoram os princípios de interpretação bíblica e a interpretam segundo as suas próprias conveniências.
Os espíritas interpretam a Bíblia a partir da visão de Allan Kardec, que lançou o seu livro “O evangelho segundo o Espiritismo'', com distorções profundas do texto bíblico e interpretações equivocadas. Defendem a comunicação entre vivos e mortos, usando o episódio em que Saul consultou a feiticeira de En-dor (1 Sm 28). Mas, esquecem que a Bíblias condena duramente esta prática (Lv 19.26; Dt 18.10; Gl 5.19-20; At 19.19) e que Deus não falava mais com Saul (1 Sm 28.6). Para defenderem a reencarnação, dizem que João Batista era a reencarnação de Elias, usando os textos de Malaquias 4.5 e Mateus 17.12. Eles ignoram, no entanto, três fatos bíblicos importantes neste caso: 1) Elias não morreu e, portanto, não poderia reencarnar; 2) A Bíblia diz que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 9.27); 3) A Bíblia não fala da doutrina da reencarnação em momento algum, mas fala largamente da ressurreição (Jo 5.28,29; 1125; 1 Co 15.52-55; 1 Ts 4.16; etc.). O próprio Jesus ressuscitou e não reencarnou.
Alguns marxistas, na tentativa de conciliar a Bíblia com o Socialismo, criaram o chamado evangelho social, que interpreta a Bíblia a partir da visão de Karl Marx, reduzindo o Evangelho de Cristo à distribuição de renda e redução das desigualdades sociais. Evidentemente, tem que adulterar ou rejeitar vários textos das Escrituras, que são absolutamente incompatíveis com a ideologia marxista. A partir desta interpretação surgiu a chamada Teologia da Libertação, uma ala da Igreja Católica que defende que a libertação que Jesus veio trazer seria econômica e social. Segundo esses teólogos Jesus não veio libertar dos pecados, mas, veio libertar os pobres da opressão dos ricos. Com base nesse pensamento apóiam e até participam de invasões de terras, luta armada e outros atos violentos em nome da revolução. No meio evangélico também há alguns teólogos que defendem essas teorias com o nome de Teologia da Missão Integral.
Dentro do Movimento Homossexual há alguns que criaram a chamada teologia inclusiva, que ensina que a Bíblia não condena a prática homossexual. Para isso dizem que há erro de tradução em alguns textos e que outros faziam parte apenas do contexto do Antigo Testamento. Chegam ao cúmulo de dizer que Davi e Jônatas tiveram um relacionamento homossexual. Ignoram o fato de o problema de Davi era exatamente oposto da homossexualidade. A poligamia de Davi com Mical, Abigail, Ainoã, Maaca, Agita, Abital, Eglá e o seu adultério com Bate-Seba mostram que a maior dificuldade de Davi era a atração pelo sexo oposto e não pelo mesmo sexo (1 Sm 18.27; 25.42-43; 2 Sm 3.2-5; 11.1-27). Outros blasfemam ao ponto de insinuarem que Jesus era homossexual.
Estas e outras aberrações teológicas são o que Paulo chamou de "outro evangelho". Escrevendo aos Gálatas, o apóstolo alerta que mesmo que algum dos apóstolos ou mesmo um anjo anuncie outro evangelho, além do que ele já havia anunciado, deve ser considerado anátema ou maldito (Gl 1.8,9).
REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.
DANIEL, Silas. A sedução das novas teologias. Editora: CPAD. pág. 16.
HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry: Novo Testamento, ATOS A APOCALIPSE. Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pag. 547.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 442.
Os pentecostais e os métodos de interpretação da Bíblia.
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