14 junho 2024

A DOUTRINA BÍBLICA DO INFERNO

(Comentário do 3° tópico da Lição 11: A realidade bíblica do inferno)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos da doutrina bíblica do inferno. Apresentaremos o conceito bíblico de inferno e mostraremos, com fundamentação bíblica, o que ensina esta doutrina. Em várias passagens bíblicas do Novo Testamento fica muito claro que haverá um castigo eterno para os ímpios. Assim como haverá uma eternidade gloriosa para os que receberam a Cristo, haverá também uma eternidade de sofrimentos para aqueles que o rejeitaram.


1. O conceito bíblico de Inferno. Neste tópico temos uma recapitulação de tudo o que já falamos nos outros dois tópicos. No primeiro tópico, falamos do pensamento humano sobre o inferno, apresentando as formas de negação e distorções da doutrina bíblica do inferno. No segundo tópico, trouxemos as definições das palavras, traduzidas por inferno em nossas Bíblias em português, fazendo a diferenciação entre elas, pois se referem a locais diferentes. 


Neste subtópico, o comentarista traz algumas informações bíblicas sobre o inferno final, chamado na Bíblia de Geenna. A primeira informação que devemos ter em mente sobre o inferno, é que ele é real e não uma simbologia ou um mito criado pela religião, como alguns sugerem. Em Mateus 25.41, no Sermão Profético, o Senhor Jesus afirmou aos seus discípulos que Ele dirá aos que não forem salvos: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. Esta declaração de Jesus deixa claro que o Inferno é um lugar real e não uma ficção. 


A segunda coisa que precisamos compreender é que o inferno não foi criado para o ser humano e sim, para o diabo e seus anjos. Deus é bom e justo e não criou o lago de fogo para o ser humano. Este lugar terrível foi criado para punir o diabo e seus anjos por sua rebelião contra Deus (Mt 25.41; Jd 1.6). Entretanto, a Bíblia deixa muito claro que todos os que rejeitarem a Deus e à sua Palavra, também irão para o inferno (Ap 20.15; 21.8). 


2. O que ensina a doutrina? A doutrina do inferno não é uma invenção da Igreja para apavorar e dominar as pessoas, como dizem os filósofos ateus. Esta doutrina  é amplamente difundida na Bíblia. Quem mais falou abertamente sobre o inferno na Bíblia foi o próprio Senhor Jesus. O Mestre ensinou que os ímpios irão perecer de corpo e alma no Geena e neste lugar o fogo nunca se apaga e o bico nunca morre (Mt 10.28; 23.33; Mc 9.43; Lc 12.5).


Há zombadores que dizem que se for para ir ao Céu e ficar lá ‘tocando harpa e cantando em coral’, preferem ir ao inferno e ficar lá tomando cachaça e se divertindo. Ora, estas pessoas não sabem o que dizem, pois, o inferno não é um lugar de diversão e farra. É um lugar de tristeza, vergonha, dor e agonia. Os que forem para o inferno irão de forma integral: espírito, alma e corpo, e sofrerão lá eternamente. 


3. O castigo será eterno. Conforme vimos no primeiro tópico, os aniquilacionistas, até admitem a existência do inferno, mas dizem que ele será temporário. Segundo dizem, os ímpios serão punidos por um período e depois deixarão de existir. Entretanto, não é isso que a Bíblia ensina. A Bíblia ensina claramente que o castigo no inferno será eterno. Jesus usou expressões como fogo inextinguível (Mt 3.12; Mc 9.43,48); fornalha acesa (Mt 13.42,50); trevas exteriores onde haverá pranto e ranger de dentes (Mt 8.12; 22.13); e fogo eterno (Mt 25.41), para se referir ao tormento eterno. Estas expressões indicam que o sofrimento no inferno não terá fim. 


É importante esclarecer que as pessoas que forem para o inferno, irão por vontade própria e não porque Deus assim o quis. Deus não tem prazer na morte do ímpio (Ez 33.11) e faz de tudo para salvá-lo. Entretanto, se a pessoa não reconhece que é pecador e recusa a abandonar o pecado, Deus não irá salvá-lo à força. A idéia de que Deus predestinou pessoas ao Inferno não tem amparo nas Escrituras e chega a ser uma ofensa ao caráter santo e justo de Deus. A oportunidade para fugir do inferno é hoje e está aberta a todos, por meio de Jesus Cristo, o Único Salvador e Mediador entre Deus e a humanidade pecadora (At 4.12; 1 Tm 2.5).


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 41.

Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.255, 256.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 642,643.

Bíblia de Estudo Palavra-Chave: Hebraico e grego. 4ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015. pp.1939, 2036, 2120, 2420.


13 junho 2024

COMO A PALAVRA INFERNO APARECE NA BÍBLIA

(Comentário do 2° tópico da Lição 11: A realidade bíblica do inferno).

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, veremos como a palavra inferno aparece na Bíblia. Veremos  as palavras hebraicas e gregas que foram traduzidas por inferno, no Antigo e no Novo Testamento, e os seus respectivos significados. O Antigo Testamento usa a palavra hebraica Sheol, cujo significado varia de acordo com o contexto. No Novo Testamento, há três palavras gregas, que foram traduzidas por inferno: Hades, Tártaro e Geena. Os falsos mestres, que negam a existência do tormento eterno, fazem confusão entre estas palavras e pensam que todas significam a mesma coisa.


1. No Antigo Testamento. O Antigo Testamento usa a palavra hebraica Sheol, que é traduzida em nossas Bíblias por inferno, 65 vezes. Esta palavra tem diferentes significados, de acordo com o contexto: sepultura, morada inferior dos mortos, ou lugar de castigo dos ímpios. Na verdade, o Antigo Testamento não revela o inferno, como nós o conhecemos na doutrina cristã. 


A doutrina do castigo eterno para os ímpios está bem explícita no Novo Testamento, como veremos no próximo subtópico. Aqueles que negam a existência do Inferno como um lugar de tormento eterno, valem-se de textos do Antigo Testamento para dizer que o inferno é a sepultura. 


De fato, em alguns textos do Antigo Testamento, a palavra Sheol é uma uma referência à sepultura, como em Jó 17.13: “Se eu olhar a sepultura [Sheol] como a minha casa; se nas trevas estender minha cama”. Mas, nem todas as ocorrências da palavra Sheol podem ser traduzidas por sepultura. 


Em alguns textos, Sheol traz a ideia de um lugar de tormento para os ímpios e não apenas a sepultura, como em Salmos 9.17: “Os ímpios serão lançados no inferno [Sheol] e todas as nações que se esquecem de Deus”. Evidentemente, aqui não se trata da sepultura, pois nela não serão lançados apenas os ímpios e os que se esquecem de Deus. Os justos também morrem e são sepultados. 


Em Deuteronômio 32.22, a referência ao Sheol também não pode ser à sepultura e sim a um lugar de castigo: “Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno [Sheol] e consumirá a terra com a sua colheita e abrasará os fundamentos dos montes”. 


A versão grega do Antigo Testamento, chamada de Septuaginta (LXX) traduziu a Palavra Sheol pelo termo grego Hades, que no Novo Testamento refere-se a um lugar de tormento provisório para os ímpios. O Sheol/Hades, no entanto, não é ainda o destino final dos ímpios, como veremos abaixo. 


2. No Novo Testamento. No Novo Testamento, a revelação sobre o inferno está mais explícita. Entretanto, há três palavras gregas que foram traduzidas por inferno em nossas Bíblias em português: Hades, Tártaro e Geena. Cada uma delas se refere a um lugar diferente e é preciso tomar cuidado para não confundir.

a) Hades. É o correspondente grego da palavra hebraica Sheol. Entretanto, no Novo Testamento, está mais claro que é uma referência ao local de tormento provisório dos ímpios antes do Juízo Final (Lc 16.23). 

b) Tártaro. É a parte mais profunda do Hades, onde estão aprisionados alguns demônios perigosíssimos, com alto poder de destruição. Estes espíritos em prisão serão soltos na Grande Tribulação e matarão um terço da humanidade (Ap 9.14.16). Esta palavra aparece uma única vez no Novo Testamento, em 2 Pedro 2.4: “Porque se Deus não perdoou aos anjos, que é pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno [Gr. Tártaro], os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo”.  

c) Geena. Esta palavra é uma adaptação grega do termo hebraico Ge-Hinnon, formada por “Ge” (Vale) e “Hinnon” (Um jebuseu, que provavelmente foi o proprietário deste vale nos tempos do Antigo Testamento). Geena, portanto, significa literalmente “Vale de Hinnon”. Neste vale, pessoas ímpias queimavam os seus filhos em sacrifício a Moloque. 

Nos dias de Jesus, neste vale havia um lixão, onde havia um fogo inextinguível que queimava todo o lixo de Jerusalém, inclusive corpos de animais mortos e de criminosos que não eram considerados dignos de sepultamento. 

No Antigo Testamento, este vale já foi usado metaforicamente como símbolo do castigo eterno dos ímpios (Is 66.24; Jr 7.32). Por isso, Jesus usou o termo Geena para se referir ao castigo eterno dos ímpios, tanto do corpo como da alma (Mt 10.28; 23.33; 25.41,46; Mc 9.46,47). Há também outras expressões gregas que foram usadas para se referir ao tormento eterno e foram traduzidas por trevas exteriores (Mt 8.12; 22.13;×25.30), fogo eterno (Mt 25.41), lago de fogo e enxofre (Ap 20.10; 21.8). 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 41.

Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.255, 256.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 642,643.

Bíblia de Estudo Palavra-Chave: Hebraico e grego. 4ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015. pp.1939, 2036, 2120, 2420.

12 junho 2024

O PENSAMENTO HUMANO A RESPEITO DO INFERNO

(Comentário do 1° tópico da Lição 11: A realidade bíblica do inferno)


Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, apresentaremos o pensamento humano a respeito do inferno. Veremos o que os filósofos e teólogos de mente cauterizada dizem sobre o inferno. O comentarista nos apresenta uma das principais heresias em relação ao inferno, que é chamada de Universalismo, que ensina que no final das contas, Deus salvará a todos. Há também outros ensinos errados sobre o inferno, que negam a sua existência, ou dizem que ele não é eterno, como o aniquilacionismo, o purgatório e a reencarnação. Por último, falaremos dos alertas dos apóstolos, de que estes falsos ensinos surgiriam, tendo aparência de piedade, mas, negando a sua eficácia.


1. Filósofos e teólogos de mente cauterizada. Certamente, a doutrina do Inferno é uma das mais combatidas e distorcidas, entre as doutrinas cristãs. Há muitas dúvidas e confusões em relação ao inferno, até por parte dos cristãos. Isto acontece, principalmente, porque a palavra inferno que aparece em nossas Bíblias em português, não se refere a um único lugar, como veremos no próximo tópico. 


Aqui neste tópico, a referência é ao inferno final, que será o destino final dos ímpios. O comentarista apresenta neste tópico o pensamento humano a respeito desta doutrina bíblica. Primeiro, ele fala daqueles que vivem na incredulidade, como se Deus não existisse. Estes pensam que a vida humana acaba com a morte. Logo, negam a existência da eternidade, tanto o Céu como o Inferno. 


Na sequência, temos a visão dos chamados filósofos humanistas que são antropocêntricos, ou seja, colocam o ser humano como o centro de tudo. Estes filósofos são totalmente contrários a todo tipo de punições: de pais a filhos, do estado a criminosos, etc. Segundo estes pensadores, o ser humano nasce essencialmente bom e o meio em que ele vive o transforma. Esta filosofia adota sempre a ideia de ressocialização ou recuperação de criminosos e nunca a punição. Portanto, a afirmação bíblica de sofrimento eterno como punição aos ímpios é incompatível com os seus valores. 


Há ainda o pensamento de teólogos de várias vertentes sobre a doutrina do inferno. Os teólogos liberais, que negam a inspiração divina das Escrituras, negam também a existência do Inferno e dizem que se trata de ideias pagãs, que devem ser rejeitadas. Outros até admitem a existência do Inferno como punição, mas dizem que ele não será eterno, como veremos a seguir. 


2. O ensino do Universalismo. Uma das principais heresias em relação à eternidade é chamada de Universalismo. Este falso ensino, que enfatiza excessivamente o amor de Deus, em detrimento da Sua Justiça e Santidade, afirma que todos os seres humanos são filhos de Deus e ninguém será condenado. 


O Universalismo interpreta, de forma equivocada, o texto de João 1.29, que diz que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Eles dizem que este texto significa que Jesus tirou o pecado de todos os seres humanos, inclusive daqueles que não se arrependeram. Chegam ao cúmulo de dizer que haverá perdão até para o diabo. 


Evidentemente, não há nenhum fundamento bíblico para isso. Em vários textos bíblicos, o Senhor Jesus afirmou claramente que os que crerem nele teriam um destino eterno diferente dos que não crerem, como por exemplo, em Marcos 16.16: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer, será condenado”. Jesus falou também do caminho estreito que conduz à vida e do caminho largo que conduz à perdição (Mt 7.13,14).


3. O ensino do aniquilacionismo. O aniquilacionismo é a crença de que os ímpios serão lançados temporariamente no inferno, até pagarem por seus pecados. Depois serão aniquilados e deixarão de existir. Os adeptos deste ensino não negam a existência do Inferno, mas negam a sua eternidade. Os principais defensores desse ensino são os Adventistas do Sétimo Dia e as Testemunhas de Jeová. 


Como argumento, dizem que a simbologia usada na Bíblia para o inferno é o fogo, e o fogo consome tudo o que é lançado nele. Da mesma forma, alegam que os ímpios serão lançados no fogo do Inferno, mas serão consumidos por ele e deixarão de existir. Entretanto, não é isso que a Bíblia ensina. Em vários textos bíblicos, vemos que a referência ao castigo dos ímpios é o tormento eterno e não a destruição (Lc 15.24,28; AP 14.10,11; 20.10). 


Os aniquilacionistas apelam também para o aspecto emocional e dizem que Deus e os justos jamais iriam ficar felizes no Céu, sabendo que há pessoas sofrendo eternamente no inferno. Ora, não compete ao ser humano dizer a Deus o que é justo ou não, pois Ele é Justo e determinou que o diabo, os anjos caídos e todos os que recusarem a Cristo seriam punidos desta forma. 

Deus providenciou o meio de Salvação, através do Sacrifício de Cristo e, mesmo assim, as pessoas o rejeitaram. Então, a pergunta que devemos fazer não é se o Inferno é justo, e sim, se ele é bíblico. Não nos deixemos enganar por falsos discursos, que consideram apenas o amor de Deus e rejeitam a sua justiça. 


4. O ensino do purgatório. A doutrina do purgatório tem suas raízes no Budismo e em outras crenças religiosas da antiguidade. Este ensino foi introduzido na Igreja Católica pelo Papa Gregório I. O ensino do purgatório consiste na ideia de um lugar intermediário entre o Céu e o Inferno, para as pessoas que não foram boas o suficiente para irem ao Céu, mas também não foram tão más, a ponto de merecerem o inferno. 


Segundo os seus adeptos, essas pessoas ficariam no purgatório sofrendo durante um certo tempo, até serem purificadas dos seus pecados quando, então, iriam para o Céu. Para a pessoa sair do purgatório, a Igreja Católica inventou algumas ações que devem ser feitas pelos seus entes queridos que ficaram vivos: orações pelos mortos, missas em favor das almas que estão no purgatório, dar esmolas nesta intenção, etc. 


Evidentemente, este ensino espúrio não encontra nenhum fundamento nas Escrituras. A doutrina do purgatório encontra dois problemas principais na Bíblia: o primeiro deles é a ideia de que haverá nova chance para o pecador, ou repescagem após a morte. A Bíblia deixa claro que após a morte segue-se o juízo e a salvação é realizada nesta vida (Hb 9.27). O segundo problema é a ideia de purificação de pecados mediante o sofrimento, obras, ou intercessão de outras pessoas. A Bíblia deixa claro que os nossos pecados são purificados, única e exclusivamente, pelo Sacrifício de Cristo, mediante a fé nele (Jo 1.29; Ef 2.8-10). 


5. O ensino da reencarnação. A doutrina da reencarnação é muito antiga e está presente em várias religiões do passado. Atualmente, ela é a base do Espiritismo e de algumas religiões orientais. Este ensino consiste na volta do espírito ao plano material em outros corpos, quantas vezes forem necessárias, a fim de pagar pelos erros cometidos em outras vidas e buscar o aperfeiçoamento. 


Os propagadores deste ensino, negam a existência do Inferno e também da justificação pela fé. Ensinam a chamada lei do Carma, onde todos os erros cometidos têm que ser pagos pelo próprio pecador, através do sofrimento em várias existências. O ensino da reencarnação está vinculado diretamente à prática da necromancia (consulta aos mortos). 


Os espíritas tentam a todo custo encontrar base bíblica para a reencarnação. Mas, este ensino não encontra nenhum amparo nas Escrituras. A Bíblia ensina que aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o Juízo. (Hb 9.27). Além disso, a Bíblia ensina que a Salvação é obtida pela Graça de Deus, mediante a fé e não pelas obras ou merecimento (Ef 2.8-10). Se fosse possível alguém pagar os seus pecados, ou se auto aperfeiçoar, não haveria a necessidade de Jesus vir a este mundo e morrer na Cruz. 


6. O alerta apostólico. Tanto o Senhor Jesus como os seus apóstolos, alertaram os cristãos do primeiro século sobre o surgimento de falsos ensinos, nos dias que antecedem a vinda do Senhor. No Sermão Profético, quando os discípulos perguntaram sobre os sinais da Sua vinda e do fim do mundo, a primeira coisa que o Senhor falou foi: “Acautelai-vos para que ninguém vos engane”. (Mt 24.4).


O apóstolo Paulo, usado pelo Espírito Santo, alertou principalmente a Timóteo que nos últimos dias muitos iriam se apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios (1Tm 4.1). Estes hereges, segundo Paulo terão aparência de piedade, mas irão negar a sua eficácia e resistir à verdade, pois as suas mentes estarão cauterizadas, ou insensíveis. 


Na mesma direção, o apóstolo Pedro escreveu que assim como houve falsos profetas entre o povo de Israel, haverá entre os cristãos falsos mestres que andarão segundo as suas próprias concupiscências, com vida libertina, negarão o Senhor que os resgatou e introduzirão heresias de perdição  (2 Pe 2.1-3). 


Judas também dedicou o único capítulo da sua Epístola, para alertar os cristãos sobre o surgimento de falsos mestres entre o povo, que convertem a Graça de Deus em dissolução e negam a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo. Na sequência, Judas faz um paralelo entre estes os falsos mestres e os anjos caídos, Caim, os habitantes de Sodoma e Gomorra, a geração de incrédulos que saiu do Egito, Coré e Balaão, que foram ímpios que resistiram à Verdade de Deus. 


Muitos crentes pensam que devemos apenas falar do amor de Deus e da Salvação, e não devemos “perder tempo” com a apologética para combater os falsos mestres e heresias. Mas não era isso que os apóstolos faziam. A evangelização inclui também a defesa da fé e o combate aos falsos ensinos, para que as pessoas não permaneçam no erro. Devemos tanto ensinar a verdade às pessoas, como alertá-las sobre os falsos ensinos. 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 41.

Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.255, 256.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 642,643.

O Aniquilacionismo é bíblico? Disponível em voltemosaoevangelho.com/blog/2014/09/o-aniquilacionismo-e-biblico/ Acesso em 12/06/2024.

O Purgatório: Fatos e mitos de uma heresia. CACP - Ministério Apologético. Extraído do livro “O Catolicismo Romano e a Bíblia” – Rafael Nogueira. Disponível em www.cacp.app.br/o-purgatorio-fatos-e-mitos-de-uma-heresia/ Acesso em 12/06/2024.


10 junho 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 11: A REALIDADE BÍBLICA DO INFERNO

Ev. WELIANO PIRES


REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA 


Na lição passada estudamos o tema “Desenvolvendo uma consciência de santidade”. Vimos que Deus é absolutamente santo e exige santidade do Seu povo. A santificação é um processo, que é realizado pelo Espírito Santo na vida do crente após a sua conversão e é condição indispensável para que vejamos a Deus.


TÓPICOS DA LIÇÃO 


No primeiro tópico, vimos o conceito de santidade no Antigo Testamento. Vimos  as definições das palavras hebraicas kodesh, kadash e kadosh, traduzidas respectivamente por santidade, santificar e santo. Falamos também da santidade no Novo Testamento, trazendo a definição do verbo grego hagiadzô, traduzido por santificar. Vimos também que a santidade é exigida na Palavra de Deus, para todas as áreas da nossa vida. 


No segundo tópico, falamos da santificação e seus estágios. Vimos que a santificação é um ato, um processo e um estado final. Falamos também dos três estágios da santificação que são: santificação posicional, progressiva e glorificação. Por último, vimos que o alvo da santificação é tornar o crente coerente com o caráter divino. 


No terceiro tópico, falamos do julgamento do Deus Santo. Vimos que Deus é absolutamente santo em seu caráter e ações. Na sequência, vimos que Deus exige santidade dos seus servos, embora jamais seremos santos na mesma proporção que Deus é. Por último, vimos que a santidade e a justiça de Deus são atributos divinos que se relacionam, pois Ele jamais deixará impune aqueles que se rebelarem e ofenderem a sua Santidade. 


LIÇÃO 11: A REALIDADE BÍBLICA DO INFERNO 


INTRODUÇÃO 


Nesta lição estudaremos a doutrina bíblica do inferno. É um tema delicado, que muitos preferem não falar sobre ele. Mas, o inferno é real e está na Bíblia. O inferno foi preparado para o diabo e seus anjos e não para o ser humano. Entretanto, todos aqueles que rejeitaram a Cristo serão condenados ao lago de fogo. Jesus falou bastante sobre o tormento eterno e nós precisamos falar também, principalmente, para alertar as pessoas a valorizarem a salvação e fugirem do inferno. 


No primeiro tópico, apresentaremos o pensamento humano a respeito do inferno. Veremos o que os filósofos e teólogos de mente cauterizada dizem sobre o inferno. Falaremos de uma das principais heresias atuais em relação ao inferno, que é chamada de Universalismo. Segundo este falso ensino, todos são filhos de Deus e, no final das contas, Deus salvará a todos. Por último, falaremos dos alertas dos apóstolos, de que estes falsos ensinos surgiriam, tendo aparência de piedade, mas, negando a sua eficácia. 


No segundo tópico, veremos como a palavra inferno aparece na Bíblia. Veremos  as palavras hebraicas e gregas que foram traduzidas por inferno, no Antigo e no Novo Testamento, e os seus respectivos significados. O Antigo Testamento usa a palavra hebraica Sheol, cujo significado varia de acordo com o contexto. No Novo Testamento, há três palavras gregas, que foram traduzidas por inferno: Hades, Tártaro e Geena. Os falsos mestres, que negam a existência do tormento eterno, fazem confusão entre estas palavras e pensam que todas significam a mesma coisa. 


No terceiro tópico, falaremos da doutrina bíblica do inferno. Apresentaremos o conceito bíblico de inferno e mostraremos, com fundamentação bíblica, o que ensina esta doutrina. Em várias passagens bíblicas do Novo Testamento fica muito claro que haverá um castigo eterno para os ímpios. Assim como haverá uma eternidade gloriosa para os que receberam a Cristo, haverá também uma eternidade de sofrimentos para aqueles que o rejeitaram.  


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 41.

Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.255, 256.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 642,643.

09 junho 2024

2° Domingo de Junho: Dia do Pastor


Hoje é o dia do pastor

Chamado pelo Senhor

Para do seu povo cuidar

E a sua palavra ensinar


Não deve ser avarento

Nem tampouco violento

Não pode ser inexperientel

Muito menos imprudente


Deve ter conduta exemplar

Da sua família deve cuidar

Pois, se não cuida dos seus,

Não cuidará da Igreja de Deus.


Muitas vezes é injustiçado

Sendo falsamente acusado

Mas, Deus a todos julgará

E a recompensa lhes dará.


Parabéns a todos os pastores

Que, de fato, são merecedores

Desta missão digna e elevada

Deus os abençoe nesta jornada.


Ev. Weliano Pires

06 junho 2024

O JULGAMENTO DO DEUS SANTO

(Comentário do 3º tópico da Lição 10: Desenvolvendo uma consciência de santidade) 


Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos do julgamento do Deus Santo. Veremos que Deus é absolutamente santo em seu caráter e ações. Na sequência, veremos que Deus exige também santidade dos seus servos, embora jamais seremos santos na mesma proporção que Deus é, pois somos limitados e falhos. Por último, veremos que a santidade e a justiça de Deus são atributos divinos que se relacionam, pois Deus é absolutamente santo e justo e jamais deixará impune aqueles que se rebelarem e ofenderem a sua Santidade. 


1. O Deus Santo. O Deus da Bíblia é absolutamente Santo em sua essência e caráter. Quando falamos da Santidade de Deus, nos referimos à sua pureza e isenção de quaisquer resquícios de poluição moral. A Santidade de Deus não está sujeita a qualquer padrão de moralidade fora de Si mesmo. A Santidade é algo intrínseco ao Seu Ser. Deus é Único Ser que faz jus ao pronome de tratamento Vossa Santidade. 


A Santidade de Deus é abundantemente demonstrada em toda a Bíblia. Em vários textos bíblicos, principalmente no Livro de Isaías, o próprio Deus se identifica como o Santo de Israel: “Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador…” (Is 43.3); “Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel…” (Is 48.17). Na visão que Isaías teve, os Serafins voavam e clamavam uns aos outros: “ Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” (Is 6.3). No cântico de Ana, a mãe do profeta Samuel, ela afirmou: “Não há santo como o Senhor; porque não há outro fora de ti; e rocha nenhuma há como o nosso Deus.” (1 Sm 2.2). 


No Novo Testamento também, encontramos muitas referências à Santidade de Deus. O próprio Jesus, em sua oração sacerdotal, dirigiu-se ao Pai, chamando-o de Santo: “...Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.” (Jo 17.11). O apóstolo Pedro também conclamou os cristãos a serem santos, porque Deus é Santo: “Como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe 1.15). 


O Deus da Bíblia é Triúno e, portanto, as outras duas pessoas da Santíssima Trindade também são chamadas de “Santo”. No anúncio do nascimento de Jesus, o Anjo se referindo a Ele, disse a Maria: “...O Santo que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus”. (Lc 1.35). O apóstolo Pedro, em seu discurso feito após a cura do coxo na porta do Templo disse: Mas vós negastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um homem homicida.” (At 3.14). O Espírito Santo também é chamado de Santo em toda a Bíblia. A Bíblia se refere a Ele com outros títulos: Espírito de Deus (Gn 1.2), Espírito de Vida (Rm 8.2), Espírito da Verdade (Jo 14.17), Consolador (Jo 24.15), etc. Mas o seu principal título é Espírito Santo.


2. Santidade exigida a todos os crentes. Aqui, o comentarista volta ao assunto do terceiro ponto do primeiro tópico, onde ele falou da santidade exigida pela Palavra de Deus. A Igreja do Senhor foi comprada e purificada pelo Sangue de Jesus, para ser apresentada a Deus, santa, gloriosa e imaculada (Ef 5.26,27). 


Em vários textos do Novo Testamento é exigido do crente que seja santo. Um dos mais conhecidos que foi citado aqui pelo comentarista, é Hebreus 12.14, que diz: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor”. O sentido do verbo grego, traduzido por “segui” neste texto, é “perseguir” como um predador persegue a sua presa, com esforço máximo, ávido por alcançá-la. Isto significa que o crente não deve apenas acompanhar a santidade de longe, mas deve persegui-la com todas as suas forças. 


3. Santidade e justiça de Deus. Neste ponto, o comentarista relaciona a Santidade de Deus com a Sua Justiça. Na verdade, todos os atributos de Deus estão relacionados e um não anula, nem diminui o outro. Muitas pessoas têm a tendência de supervalorizar um atributo de Deus (normalmente o que mais lhe interessa) e ignorar os outros. Por exemplo, há pessoas que destacam o amor, a bondade e a misericórdia de Deus, mas ignoram a Sua Santidade e Justiça. De fato, Deus é amoroso, bom e misericordioso. Mas isso não anula os outros atributos divinos. 


Deus é absolutamente santo, justo e verdadeiro em tudo o que é e faz. Quando falamos da Justiça de Deus, não nos referimos apenas ao aspecto jurídico. Deus não é apenas o Juiz de toda a terra, Ele é o Justo Juiz. A justiça humana não é justa, é apenas legalista. Mesmo assim, é falha e injusta em muitos casos, por vários fatores, principalmente o financeiro. Muitas vezes, na justiça humana, o culpado é absolvido, se tiver bons advogados e influência. Por outro lado, o inocente é condenado, por não conseguir provar a sua inocência e devido à morosidade da justiça. 


A Justiça de Deus, no entanto, está relacionada ao Seu caráter, que é absolutamente reto. Justiça na Bíblia é sinônimo de retidão e não de legalidade como atualmente. Hoje a justiça aplica (ou deveria aplicar) o que está previsto na legislação vigente. Mas isso não significa que aquilo é moralmente correto. Por exemplo, consumir bebida alcoólica, fumar e se prostituir, são práticas que não são condenadas pelas lei brasileiras. Logo, ninguém será punido por praticá-las. Por outro lado, pregar o Evangelho é crime em alguns países e quem o fizer em público será multado, preso e até condenado à morte. 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 41.

Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.452

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. Romanos — Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.897,898

A MULHER É CHAMADA POR DEUS PARA SER RELEVANTE NO MUNDO

( Comentário do 3º tópico da Lição 13 : Ester, a portadora de boas novas)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos que a mulher é ch...