(Comentário do 3° tópico da lição 12: O banquete de Ester – Denúncia e livramento)
Ev. WELIANO PIRES
No terceiro tópico, falaremos do grande livramento concedido ao povo judeu. Ao perceberem que a sentença de Hamã seria decretada, um dos servos rei contou-lhe que Hamã havia feito uma forca, para enforcar Mardoqueu. Ao saber disso, imediatamente, o rei ordenou que Hamã fosse enforcado nela. Esta revelação dos servos do rei sobre a forca que Hamã fizera, justamente em um momento crítico, sugere que ele não era tão querido no palácio e era reverenciado apenas por imposição.
1- A história da forca chegou ao palácio. Conforme falamos no tópico anterior, o rei ficou furioso com Hamã, após a denúncia de Ester e, mais ainda, quando o viu prostrado sobre a cama da rainha, pois interpretou que ele estaria querendo abusar dela. Naqueles tempos sombrios, um rei furioso com um dos seus subordinados era praticamente uma sentença de morte. “Como o rugido do leão é o terror do rei; o que o provoca à ira peca contra a sua própria alma.” (Pv 20.2). Os servos do rei logo concluíram que a sentença de morte de Hamã era certa e cobriram-lhe o rosto, como sinal de que o rei não queria vê-lo mais em sua frente.
A esta altura dos acontecimentos, no palácio todos já sabiam da forca que Hamã havia mandado preparar para Mardoqueu, menos o rei e a rainha. Era algo que Hamã havia tramado em sua casa com Zeres, sua mulher e os seus amigos. Ele havia ido ao palácio pedir autorização ao rei para enforcar Mardoqueu. Porém, a notícia se espalhou e chegou ao palácio. Devido à altura da forca, todos podiam vê-la de longe. Não adianta tramar nada contra os servos de Deus às escondidas, pois mais cedo ou mais tarde virá a público, como disse Jesus: “Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido.” (Lc 12.2)
Para complicar mais ainda a situação de Hamã, um dos eunucos chamado Harbona, toca no assunto da forca no calor das emoções e menciona até as medidas da forca: cinquenta côvados de altura, aproximadamente 22,5 metros, considerando a média de um côvado, que era 45 centímetros. Um côvado é a medida do cotovelo de um homem até a ponta do dedo médio. Mas nem todos os braços masculinos são do mesmo tamanho. Logo, não é uma medida exata.
2- Os ventos mudaram. Hamã era o homem mais importante do Império até aquele momento. Somente o rei estava acima dele e tinha total confiança nele, dando-lhe, inclusive, carta branca para executar impiedosamente os seus desafetos, sem ao menos questionar os motivos. Ele era reverenciado por todos por onde passava, com exceção de Mardoqueu. Esta inclinação perante ele, no entanto, não era voluntária ou por amor. Era algo forçado e todos o faziam por medo. Esta é uma das grandes diferenças entre chefe e líder. Um chefe é temido e bajulado na presença dele. O líder é influenciador e convence outros a seguirem as suas orientações.
Quando Hamã perdeu todo o seu prestígio diante do rei, não apareceu ninguém para defendê-lo e se lamentar por ele. Ao contrário, é possível que muitos tenham até comemorado. Em ambientes de poder, os ventos mudam facilmente e quem estar por cima pode cair. Quando isso acontece, muitos dos que estavam ao lado dos poderosos por conveniência, mudam de lado rapidamente e sem nenhum constrangimento. Segundo o comentarista, é possível que Harbona até tenha feito parte da equipe que denunciou Mardoqueu a Hamã. Mas, a menção dele à forca que Hamã havia feito, naquele momento crítico, foi a mesma coisa de sugerir que o rei o enforcasse. Como diz o ditado popular, “em casa de enforcados, não se deve falar em cordas”.
Com a execução de Hamã, veio o livramento de Deus para o seu povo, como veremos na próxima lição. O povo judeu agora estava livre do seu pior inimigo, que havia planejado o extermínio de todos eles em um único dia. A sentença de morte estava decretada, mas Deus mudou o quadro e o seu povo, finalmente, iria vencer os seus inimigos, como veremos na próxima lição. Quando tudo parecer perdido, a solução para o povo de Deus é confiar nele e buscá-lo em oração e jejum, como fizeram Mardoqueu e Ester.
REFERÊNCIAS:
QUEIROZ, Silas. O Deus que governa o Mundo e cuida da Família: Os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 3º Trimestre de 2024. Nº 98, pág. 42.
Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. RIO DE JANEIRO, CPAD, VOL.2. p.554.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.694-95.
Nenhum comentário:
Postar um comentário