(Comentário do 3º tópico da Lição 10: Desenvolvendo uma consciência de santidade)
Ev. WELIANO PIRES
No terceiro tópico, falaremos do julgamento do Deus Santo. Veremos que Deus é absolutamente santo em seu caráter e ações. Na sequência, veremos que Deus exige também santidade dos seus servos, embora jamais seremos santos na mesma proporção que Deus é, pois somos limitados e falhos. Por último, veremos que a santidade e a justiça de Deus são atributos divinos que se relacionam, pois Deus é absolutamente santo e justo e jamais deixará impune aqueles que se rebelarem e ofenderem a sua Santidade.
1. O Deus Santo. O Deus da Bíblia é absolutamente Santo em sua essência e caráter. Quando falamos da Santidade de Deus, nos referimos à sua pureza e isenção de quaisquer resquícios de poluição moral. A Santidade de Deus não está sujeita a qualquer padrão de moralidade fora de Si mesmo. A Santidade é algo intrínseco ao Seu Ser. Deus é Único Ser que faz jus ao pronome de tratamento Vossa Santidade.
A Santidade de Deus é abundantemente demonstrada em toda a Bíblia. Em vários textos bíblicos, principalmente no Livro de Isaías, o próprio Deus se identifica como o Santo de Israel: “Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador…” (Is 43.3); “Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel…” (Is 48.17). Na visão que Isaías teve, os Serafins voavam e clamavam uns aos outros: “ Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” (Is 6.3). No cântico de Ana, a mãe do profeta Samuel, ela afirmou: “Não há santo como o Senhor; porque não há outro fora de ti; e rocha nenhuma há como o nosso Deus.” (1 Sm 2.2).
No Novo Testamento também, encontramos muitas referências à Santidade de Deus. O próprio Jesus, em sua oração sacerdotal, dirigiu-se ao Pai, chamando-o de Santo: “...Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.” (Jo 17.11). O apóstolo Pedro também conclamou os cristãos a serem santos, porque Deus é Santo: “Como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe 1.15).
O Deus da Bíblia é Triúno e, portanto, as outras duas pessoas da Santíssima Trindade também são chamadas de “Santo”. No anúncio do nascimento de Jesus, o Anjo se referindo a Ele, disse a Maria: “...O Santo que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus”. (Lc 1.35). O apóstolo Pedro, em seu discurso feito após a cura do coxo na porta do Templo disse: Mas vós negastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um homem homicida.” (At 3.14). O Espírito Santo também é chamado de Santo em toda a Bíblia. A Bíblia se refere a Ele com outros títulos: Espírito de Deus (Gn 1.2), Espírito de Vida (Rm 8.2), Espírito da Verdade (Jo 14.17), Consolador (Jo 24.15), etc. Mas o seu principal título é Espírito Santo.
2. Santidade exigida a todos os crentes. Aqui, o comentarista volta ao assunto do terceiro ponto do primeiro tópico, onde ele falou da santidade exigida pela Palavra de Deus. A Igreja do Senhor foi comprada e purificada pelo Sangue de Jesus, para ser apresentada a Deus, santa, gloriosa e imaculada (Ef 5.26,27).
Em vários textos do Novo Testamento é exigido do crente que seja santo. Um dos mais conhecidos que foi citado aqui pelo comentarista, é Hebreus 12.14, que diz: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor”. O sentido do verbo grego, traduzido por “segui” neste texto, é “perseguir” como um predador persegue a sua presa, com esforço máximo, ávido por alcançá-la. Isto significa que o crente não deve apenas acompanhar a santidade de longe, mas deve persegui-la com todas as suas forças.
3. Santidade e justiça de Deus. Neste ponto, o comentarista relaciona a Santidade de Deus com a Sua Justiça. Na verdade, todos os atributos de Deus estão relacionados e um não anula, nem diminui o outro. Muitas pessoas têm a tendência de supervalorizar um atributo de Deus (normalmente o que mais lhe interessa) e ignorar os outros. Por exemplo, há pessoas que destacam o amor, a bondade e a misericórdia de Deus, mas ignoram a Sua Santidade e Justiça. De fato, Deus é amoroso, bom e misericordioso. Mas isso não anula os outros atributos divinos.
Deus é absolutamente santo, justo e verdadeiro em tudo o que é e faz. Quando falamos da Justiça de Deus, não nos referimos apenas ao aspecto jurídico. Deus não é apenas o Juiz de toda a terra, Ele é o Justo Juiz. A justiça humana não é justa, é apenas legalista. Mesmo assim, é falha e injusta em muitos casos, por vários fatores, principalmente o financeiro. Muitas vezes, na justiça humana, o culpado é absolvido, se tiver bons advogados e influência. Por outro lado, o inocente é condenado, por não conseguir provar a sua inocência e devido à morosidade da justiça.
A Justiça de Deus, no entanto, está relacionada ao Seu caráter, que é absolutamente reto. Justiça na Bíblia é sinônimo de retidão e não de legalidade como atualmente. Hoje a justiça aplica (ou deveria aplicar) o que está previsto na legislação vigente. Mas isso não significa que aquilo é moralmente correto. Por exemplo, consumir bebida alcoólica, fumar e se prostituir, são práticas que não são condenadas pelas lei brasileiras. Logo, ninguém será punido por praticá-las. Por outro lado, pregar o Evangelho é crime em alguns países e quem o fizer em público será multado, preso e até condenado à morte.
REFERÊNCIAS:
GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 41.
Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.452
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. Romanos — Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.897,898
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