26 setembro 2024

A RAINHA ESTER ESCREVE BOAS NOTÍCIAS PARA O SEU POVO

(Comentário do 2º tópico da Lição 13: Ester, a portadora de boas novas

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos das boas notícias que a rainha Ester escreveu ao seu povo. Primeiro, Mardoqueu escreveu cartas aos judeus em todas as províncias relatando os fatos ocorridos no palácio e instituindo a festa de Purim. Depois, a própria Ester escreveu uma carta dirigida ao seu povo, confirmando a instituição dessa festa. Agora, o rei sabia que Mardoqueu era o pai adotivo de Ester e deu-lhe o anel e o posto de Hamã no reino. 


1- A comemoração dos judeus. O decreto de Hamã foi comunicado a todos os judeus de todas as províncias do Império. Depois da execução de Hamã e do novo decreto redigido por Mardoqueu, selado com o anel do rei, permitindo aos judeus que se defendessem dos ataques dos seus inimigos, Mardoqueu registrou todos estes acontecimentos. Ele instituiu também uma festa para ser celebrada anualmente pelos judeus, denominada “Festa de Purim”. O nome Purim é o plural de Pur, palavra de origem persa que significa sorte. Este nome se deu porque Hamã havia lançado a sorte (pur) para matar todos os judeus, no dia 13 do mês de Adar. 


Agora Mardoqueu enviou cartas a todos os judeus do Império, ordenando-lhes que guardassem os dias 14 e 15 do mês de Adar em todos os anos. Nestes dias, os judeus deveriam fazer uma festa em comemoração ao livramento que Deus lhes concedera e a vitória sobre aqueles que queriam exterminá-los em um só dia. Deus havia transformado a tristeza deles em alegria e o luto em dia de festa. Nesta festa, os judeus deveriam fazer banquetes para celebrar a vitória, além de dar presentes uns aos outros e dádivas aos pobres (Et 9.21,22). 


Esta festa de Purim é a primeira festa judaica que foi estabelecida fora da Lei de Moisés. Continuou sendo celebrada ao longo dos séculos nas comunidades judaicas e permanece até os dias atuais. A festa de Purim é um incentivo para nós cristãos, para também celebrarmos as vitórias que Deus nos concede, com ações de graças, principalmente tendo a participação de pessoas pobres. Que as nossas festas jamais sejam discriminatórias e voltadas apenas para as pessoas de posses. 


2- A carta e o decreto de Ester. Após Mardoqueu escrever a sua carta e enviá-la aos judeus de todas as províncias, a rainha Ester resolveu escrever também uma carta em seu nome a todos os judeus, confirmando tudo o que Mardoqueu dissera. Todos os judeus agora sabiam que a rainha Ester era uma judia, pois a sua origem judaica havia sido ocultada a pedido de Mardoqueu, no concurso para escolher a nova rainha. Pela primeira vez, Ester se dirige ao seu povo como rainha. 


Em sua carta, selada com o anel do rei, Ester demonstrou toda a sua amabilidade para com o seu povo, com palavras de paz e verdade, convocando-os a celebrarem a festa de Purim. Deve ter sido maravilhoso para aquele povo, outrora condenado à morte, vivendo em profunda tristeza e desespero, aguardando apenas o dia do extermínio, sem ter a quem recorrer, receber uma carta da rainha, com a boa notícias de que agora estavam livres e podiam celebrar. Deus mudou a sorte deles e os seus inimigos é que foram mortos. Ester, como portadora das boas novas ao povo judeu, retrata perfeitamemente a proclamação das boas novas de Salvação aos pecadores. 


A pregação do Evangelho consiste em duas notícias: uma má e outra boa. A má notícia é que o ser humano, sem exceção, é um miserável pecador, inimigo de Deus e que não pode fazer nada por si mesmo para mudar esta triste realidade (Rm 3.23). A boa notícia é que Jesus veio a este mundo trazer a Salvação. Ele é o Cordeiro de Deus, o Único que pode salvar o ser humano da condenação eterna (Jo 1.29; Jo 3.16; At 4.12). Jesus iniciou a proclamação desta boa notícia (Evangelho) e ordenou que os seus discípulos também proclamassem esta mensagem a toda criatura (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16).


3- A exaltação de Mardoqueu. Mardoqueu sempre foi um funcionário exemplar do palácio. Ele cumpria as suas atribuições e era leal ao rei, pois denunciou o plano assassino de Bigtã e Teres, dois guardas do palácio que planejavam assassinar o rei. Mesmo não recebendo nenhuma recompensa, nem mesmo um elogio, por essa lealdade, ele continuou fazendo o seu trabalho. Além de não ter sido recompensado, ainda viu o seu pior inimigo ser promovido ao posto mais importante do governo. Este último fato culminou no decreto que autoriza a matança de todo o seu povo em um único dia. Isto o levou a uma profunda tristeza e lamentação, como vimos nas lições anteriores. 


O episódio da leitura das crônicas, que caiu exatamente no registro do ato heróico de Mardoqueu, e a forma como o rei se referiu a ele – o judeu Mardoqueu – leva-nos a concluir que ele era bem conhecido no palácio, inclusive pelo rei. Naquela ocasião, Mardoqueu foi honrado pelo rei, mas, até então, o rei não sabia que ele era o pai adotivo da rainha, nem tampouco que ela pertencia a este povo. Somente após a denúncia de Ester contra Hamã e o seu enforcamento, o rei tomou conhecimento do seu parentesco com a rainha. 


Agora, o rei concedeu a Mardoqueu a casa de Hamã e o seu anel, alçando-o ao mesmo cargo que Hamã tinha. Mardoqueu, ao contrário de Hamã, era um homem humilde e de boa índole, respeitado por todos. Este respeito foi conquistado e não exigido. Ele era um servidor público exemplar, que trabalhava pensando no bem estar do seu povo e não buscava as benesses do poder, como muitos governantes fazem atualmente. Que possamos seguir o seu exemplo e nos comportar dessa forma, caso venhamos assumir algum posto elevado, seja no governo, em alguma empresa, ou mesmo na liderança da Igreja. No Reino de Deus, o maior é aquele que serve. Alguém já disse sabiamente que “aquele que não serve para servir, não serve”.


REFERÊNCIAS: 


QUEIROZ, Silas. O Deus que governa o Mundo e cuida da Família: Os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 3º Trimestre de 2024. Nº 98, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.843; 846. 

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