02 outubro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 2: MISSÕES TRANSCULTURAIS: A SUA ORIGEM NA NATUREZA DE DEUS

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

TEMA: A GRANDE COMISSÃO: UM ENFOQUE ETNOCÊNTRICO

Na lição passada, fizemos uma introdução ao tema do trimestre, falando do aspecto etnocêntrico da obra missionária, ou seja, enfatizando a relação que há entre a grande comissão e as missões transculturais.

I. A Grande Comissão

  • Falamos da questão cultural no ide de Jesus e dos desafios de se anunciar o Evangelhos em culturas diferentes da nossa. 
  • Falamos também da ordem de Jesus para fazer discípulos de todas as nações, expondo as definições de nação e etnia. 
  • Por último, falamos sobre a eficácia e os objetivos da Grande Comissão, destacando a necessidade do missionário ser cheio do Espírito Santo, para realizar ter êxito em sua missão.

 II. Missões Transculturais.  

  • Falamos do conceito etimológico de missões transculturais. 
  • Falamos da visão transcultural da Bíblia, que apresenta Deus como missionário, e depois da Igreja como agência executiva de missões.
  • Por último, falamos das principais barreiras para as missões transculturais, as quais Igreja precisa conhecer e se preparar para rompê-las.

 III. Visão global do Evangelho no mundo.  

  • Falamos sobre Evangelismo, discipulado e ensino bíblico, que são as três faces da ordem de Jesus.
  • Falamos também do arrependimento e da capacitação do Espírito, que são fundamentais para que haja conversões na obra missionária.
  • Por último, falamos do arrependimento e da capacitação do Espírito, que são fundamentais para que haja conversões na obra missionária.

LIÇÃO 2: MISSÕES TRANSCULTURAIS: A SUA ORIGEM NA NATUREZA DE DEUS

Objetivos da Lição: 

  • Explicar a natureza missionária de Deus; 
  • Enfatizar o amor de Deus como princípio fundamental da Redenção;
  • Estabelecer a visão bíblica transcultural da Missão.

 Palavra-Chave: TRANSCULTURAL

INTRODUÇÃO 

Nesta segunda lição veremos com mais abrangência o tópico 2 da primeira lição, que tratou de forma resumida das missões transculturais. Falaremos nesta lição sobre o grande desafio que é apresentar o Evangelho de Cristo a outros povos, com culturas diferentes da nossa. Partiremos do princípio de que Deus, se revelou a partir da chamada da família de Abrão, para através desta, alcançar todas as famílias da terra. Portanto, a idéia de missões transculturais se fundamenta no próprio Deus.

 TÓPICOS DA LIÇÃO

 I. A NATUREZA MISSIONÁRIA DE DEUS

1. A natureza missionária de Deus no chamado de Abrão (Gn 12.1-3).

2. A missão como atividade de Deus no mundo.

3. O nosso modelo missionário.

II. AMOR DE DEUS: O PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA HISTÓRIA DA REDENÇÃO

1.  O amor de Deus.

2.  A Redenção no Antigo Testamento.

3.  A Redenção no Novo Testamento.

III. VISÃO BÍBLICA DO CARÁTER TRANSCULTURAL DA MISSÃO

1.  Um Deus Missionário.

2.  A escolha de Israel e sua missão.

3.  A escolha da Igreja.

REFERÊNCIAS:
GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.37. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.
PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, pp.70,71).

29 setembro 2023

VISÃO GLOBAL DO EVANGELHO NO MUNDO

(Comentário do 3º tópico da Lição 01: A Grande Comissão - Um enfoque etnocêntrico).

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos da visão global do Evangelho no mundo. Iniciaremos este tópico falando de Evangelismo e discipulado e ensino, que são as três faces da ordem de Jesus. Estas faces não são excludentes entre si, mas complementares. Depois falaremos do arrependimento e da capacitação do Espírito, que são fundamentais para que haja conversões na obra missionária. 

1. Evangelização e Discipulado. No trabalho missionário, há três ações ordenadas por Jesus, que precisam andar juntas: Evangelização (Mc 16.15), discipulado e ensino (Mt 27.19,20). As três são indispensáveis e uma não exclui a necessidade das outras. Mesmo que se faça uma bem feita, se faltarem as outras, o trabalho estará incompleto e deficiente. 

Em Marcos 16.15, Jesus mandou os seus discípulos “pregarem” o Evangelho a toda criatura. O termo pregar, no grego, é  “kerusso”, que significa “proclamar” ou “fazer um anúncio como um arauto”. Naqueles tempos não havia rádio, tv, internet ou jornais para se fazer anúncios oficiais. Então os governantes enviavam arautos que saíam pelas ruas anunciando os comunicados oficiais à população. Jesus veio a este mundo como o enviado de Deus, para anunciar a salvação (Lc 4.18,19). Após a sua ressurreição, Ele transferiu esta responsabilidade para os seus discípulos dizendo: “Ide e pregai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16.15). Portanto, a missão de pregar ou evangelizar significa anunciar o Evangelho aos que não o conhecem. 

No texto de Mateus 28.19,20, que traz a Grande Comissão de Jesus à Sua Igreja, o discipulado e o ensino estão presentes na ordem de Jesus. Na versão Almeida Revista e Corrigida não é possível distingui-las, porque foram traduzidas pela mesma palavra em português. Entretanto, na Versão Almeida Revista e Atualizada, há a distinção entre as duas palavras, traduzindo a primeira por "fazer discípulos" e a segunda por "ensinando". 

No versículo 19, é usado o verbo grego "mathēteuō", que significa "fazer discípulos", ou seja, trabalhar o caráter do novo convertido para que ele se torne um imitador do Seu Mestre, que é Cristo. Com o passar do tempo, esta palavra foi se esvaziando do seu sentido original. Hoje em dia, quando falamos de discipulado, as pessoas imaginam que seja um cursinho básico com as primeiras instruções ao novo convertido. Mas, é muito mais do que isso. Significa dar estas instruções, acompanhar e preparar a pessoa para ser um verdadeiro discípulo de Cristo, até que ele esteja pronto para se tornar também um discipulador. 

Já no versículo 20, o verbo grego didaskalia, traduzido por "ensinando" é uma referência à instrução feita por um mestre, ou seja, neste contexto é uma referência ao ensino das doutrinas bíblicas. É aquilo que fazemos na Escola Bíblica Dominical, Escola Bíblica de Obreiros, Cursos teológicos, Seminários, etc. Aqui, Jesus mandou que os seus discípulos ensinassem os convertidos a guardarem todas as coisas que Ele mandou. Se a Igreja negligenciar o ensino bíblico os crentes serão sempre meninos inconstantes, levados por ventos de doutrinas e se tornarão presas fáceis para os falsos mestres. 

2. Arrependimento e capacitação do Espírito. A mensagem a ser pregada pelo missionário deve ser a mesma que Jesus e os seus apóstolos pregaram: Arrependimento e conversão, mediante o poder do Espírito Santo (Mc 1.15; At 2.37). Muitas pessoas não sabem o que é arrependimento. Pensam que apenas o fato de confessar que errou e pedir perdão significa que se arrependeu. É comum, quando assassinos são presos, os jornalistas perguntarem se estão arrependidos. Os mais cruéis dizem que não e que fariam tudo de novo. Mas há os fingidos, que choram e se dizem arrependidos. Entretanto, se fossem soltos, continuariam fazendo a mesma coisa. 

A palavra arrependimento no grego é "metanoia". Esta palavra é formada de dois vocábulos gregos: "meta" (que vai além, depois, ou mudança) e "nous" (pensamento). Portanto, metanoia significa literalmente "mudança de pensamento". É a tristeza pelo pecado praticado e disposição interior para mudar. Esta palavra deu origem à palavra portuguesa "metamorfose", que significa mudança na forma de ser. O arrependimento acontece quando a pessoa é convencida pelo Espírito Santo e passa a pensar e agir diferente, por convicção. 

Jesus não enviou os seus discípulos a pregarem filosofia, ideologia política, psicologia, auto ajuda ou oferecer melhoria de vida às pessoas neste mundo. O Evangelho que Jesus mandou pregar é a boa notícia de Deus para a humanidade perdida: Jesus Cristo veio a este mundo para dar a Sua vida para salvar todo aquele que crer (Lc 19.10; 1Tm 1.15). Aqueles que não crerem, serão condenados (Mc 16.16). 

A Igreja tem a obrigação de pregar esta mensagem ao mundo, quer aceitem, quer rejeitem. Não é papel da Igreja convencer as pessoas a receberem a Cristo. Este papel é do Espírito Santo. A nossa obrigação é pregar o Evangelho no poder do Espírito, com confiança no Senhor e fidelidade às Escrituras. Quando pregamos a mensagem do Evangelho, precisamos que o Espírito Santo nos encha do Seu poder para falar e também trabalhe no coração dos ouvintes, para que eles entendam e sejam convencidos a se renderem a Cristo. Nenhum pregador é capaz de convencer um pecador a abandonar o pecado e vir a Cristo. Somente o Espírito de Deus pode fazer isso. 


REFERÊNCIAS: 


GABY, Wagner. Até os confins da terra: pregando o Evangelho a todos os povos até à volta de Cristo. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023,  págs. 6-10.

PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.329..

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.36.

MISSÕES TRANSCULTURAIS

(Comentário do 2º tópico da Lição 01: A Grande Comissão - Um enfoque etnocêntrico).

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos das Missões Transculturais. Primeiro traremos o conceito etimológico de missões transculturais. Em seguida, falaremos da visão transcultural da Bíblia, que apresenta Deus como missionário e depois a Igreja como agência executiva de missões. Por último, falaremos das principais barreiras para as missões transculturais, as quais a Igreja precisa conhecer e se preparar para rompê-las. 


1. Conceito. A palavra transcultural é formada pelo substantivo cultura, que significa comportamentos, tradições e conhecimentos típicos de um grupo social, mais o prefixo latino "trans", que significa além de, ou do outro lado. Por exemplo: Transnordestina (Além do Nordeste), Transjordânia, transcendente, transferência, etc. É algo que vai além da palavra que vem depois do prefixo. Portanto, transcultural é algo que vai além da cultura. 


O Evangelho de Cristo, conforme falamos no tópico anterior, é universal e não se restringe a uma etnia. Existem várias nações atualmente que tem culturas semelhantes, pois foram colonizadas pelos mesmos colonizadores. Brasil e Portugal, por exemplo, são muito parecidos, pois o Brasil foi colonizado por portugueses. Há algumas diferenças, porque temos várias etnias no Brasil. Mas, em geral somos parecidos. O mesmo ocorre com Estados Unidos e Inglaterra e com muitos países da América do Sul e Central, que foram colonizados por espanhóis. 


Entretanto, há muitos povos no mundo, cujas culturas são completamente diferentes da nossa. Há diferenças na alimentação, na forma de se cumprimentar, nas vestimentas, etc. Uma prática considerada normal em uma cultura, pode ser ofensiva em outra. No Ocidente, por exemplo, as pessoas se cumprimentam com aperto de mão e abraços. No Oriente, no entanto, é totalmente diferente. 


2. Visão transcultural da Bíblia. A Bíblia Sagrada é a revelação de Deus, escrita para toda a humanidade, em qualquer local, época ou cultura. Por desconhecerem a Bíblia ou interpretá-la mal, muitos pensam que a Bíblia é um Livro exclusivo do povo judeu, ou que Deus, no Antigo Testamento, tratou apenas com Israel. Mas não é bem assim. Desde o início da criação, os planos de Deus são para toda a humanidade, inclusive, a formação do povo de Israel tinha como objetivo, enviar o Salvador através deste povo, para salvar a humanidade. 


Logo após a queda do primeiro casal, vemos Deus tratando com toda a humanidade, quando Ele deu a sentença à serpente, no chamado Proto Evangelho, ou primeira promessa de Deus de enviar o Messias para salvar a humanidade: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gn 3.15). Esta promessa não se restringia ao primeiro casal, ou a uma nação e sim, a todos os povos da terra. 


Depois, em Gênesis 6.11-14, nos dias anteriores ao dilúvio, vemos que toda a humanidade se encheu de violência. Deus falou com Noé, anunciando que iria destruir toda a raça humana e ordenou que este fizesse uma arca para salvar a si e a sua família. De novo, esta ação de Deus não envolveu apenas a família de Noé, mas todos os habitantes da terra. 


Temos ainda mencionado pelo comentarista, a chamada de Abrão, em Gênesis 12.3, quando Deus lhe faz uma promessa, que atingiria a toda a humanidade e não apenas os seus descendentes: “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Este assunto será expandido na próxima lição. 


O povo de Israel também foi escolhido por Deus como um povo sacerdotal, para dar testemunho da Aliança com Deus a todos os povos da terra. Através de Israel, Deus trouxe a revelação escrita, que é a Sua Palavra, que depois foi traduzida para outros idiomas. Foi também através do povo de Israel que Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não apenas para os descendentes de Jacó, mas para salvar a todos os que nEle cressem, de qualquer povo da terra. 

Israel falhou neste propósito, mas, Deus manteve o seu plano salvífico para toda a humanidade. Deus escolheu a Igreja de Cristo, como agência executiva do Reino de Deus, para através dela tornar conhecida a mensagem de salvação a todos os povos. Falaremos mais detalhadamente sobre este assunto na lição 3.


3. Barreiras nas Missões Transculturais. Como vimos acima, a Bíblia é um Livro transcultural, pois Deus trata com toda a humanidade e não apenas com um povo. Sendo assim, a Igreja precisa pregar o Evangelho a todos os povos, de qualquer cultura. Evidentemente, isso se constitui em grandes desafios, pois existem muitas barreiras a serem vencidas. O comentarista colocou os cinco principais obstáculos às missões transculturais, que a Igreja precisa conhecê-los, pois somente assim, poderá se preparar e vencê-los:

a. Barreiras geográficas: Estas barreiras envolvem viagens de longa distância, climas diferentes, riscos de terremotos, altitude, etc.
b. Barreiras culturais: Estas barreiras envolvem os valores de vida, costumes, alimentação, forma de se vestir, maneiras de se cumprimentar, etc. O missionário transcultural precisa conhecer e se adaptar a estes aspectos do campo missionário. Alguns países, embora sejam diferentes do nosso, são mais fáceis de adaptar. Mas, há culturas que são muito difíceis para o missionário se acostumar. 

c. Barreiras econômicas: Este também é um ponto muito complexo, dependendo do estilo de vida do missionário, antes de ir ao campo. Há a questão das diferenças de moeda, do comércio, da pobreza extrema, falta de recursos médicos e de saneamento básico, etc. 

d. Barreiras linguísticas: Há países cujos idiomas são muito difíceis e, para piorar, ainda há inúmeros dialetos, que tornam a comunicação muito difícil. Há muitos idiomas, nos quais a Bíblia ainda não foi traduzida. 

e. Barreiras religiosas: Este também é um obstáculo muito grande em muitos países e cada um tem barreiras religiosas diferentes. Na chamada janela 10/40, que estudaremos na Lição 10, os maiores desafios são: o Islamismo, o Budismo e o Hinduísmo; Na Europa, Estados Unidos e Canadá, os grandes desafios são: o ateísmo, o materialismo e o secularismo; Em muitos países africanos, há o problema da feitiçaria, magia negra e outras religiões que representam uma grande batalha espiritual; há ainda o problema da idolatria em muitos países que são politeístas, que se assemelham à situação encontrada pelo apóstolo Paulo em Atenas. Muitas destas barreiras religiosas se transformam em intensa perseguição e violência contra os cristãos. 

 

Há também as barreiras político-ideológicas de regimes que são contrários ao Cristianismo, porque os seus ideais são confrontados pelas doutrinas cristãs. Entre estes regimes estão o Socialismo, o Comunismo, o Taleban, a Teocracia islâmica, entre outros. Em países como a Coréia do Norte, China, Cuba, Arábia Saudita, Irã, Síria, Equador muitos outros, que perseguem, prendem e matam cristãos, unicamente por pregar o Evangelho. Falaremos mais detalhadamente sobre isso na Lição 11. 


REFERÊNCIAS: 

GABY, Wagner. Até os confins da terra: pregando o Evangelho a todos os povos até à volta de Cristo. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023,  págs. 6-10.

PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.195.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.36.



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