(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 13: A LEITURA DA BÍBLIA E A EDUCAÇÃO CRISTÃ).
Muitos cristãos atualmente reclamam dos conteúdos antibíblicos e, muitas vezes imorais, que são ensinados nas escolas seculares. De fato, as escolas secundárias e as universidades estão cheias de ateus militantes e de professores com ideologias anti cristãs. Isso tem levado muitos dos nossos jovens a se afastar da Igreja e até a se tornarem ateus. Outros não se desviam, mas ficam envergonhados e silenciam as suas dúvidas.
Alguns evangélicos chegam até a defender que haja ensino religioso nas escolas. Entretanto, em virtude do estado brasileiro ser laico, não seria viável. Mesmo que fosse, teríamos problemas, pois seriam ensinadas outras religiões, como o catolicismo ou religiões africanas e não a Bíblia.
As seitas compreenderam isso e investem pesado na doutrinação dos seus adeptos, para evitar perdê-los. No Islamismo, as crianças são doutrinadas desde a infância no Al Corão. Aprendem desde cedo a odiar Israel e o Ocidente. A Igreja Católica ensina desde muito cedo o catecismo às crianças. Antigamente ensinavam também nas escolas. O Mormonismo, as Testemunhas de Jeová, o Adventismo e outras seitas também doutrinam os seus adeptos desde os primeiros encontros, nos ensinos das suas organizações.
Em seu livro VERDADE ABSOLUTA, a escritora cristã americana, Nancy Pearcey escreve:
Se estiverem prevenidos e armados, os jovens pelo menos terão a chance de lutar quando forem a minoria entre os companheiros de classe ou colegas de trabalho. Educar os jovens a desenvolver uma mente cristã já não é opção; é parte indispensável do equipamento de sobrevivência.
De fato, os nossos jovens vão para as escolas secundárias e universidades, como soldados desarmados e sem treinamento num campo de batalha. Para piorar, ainda existe a internet, com militantes ateus e desigrejados que combatem, respectivamente, a Bíblia e as Igrejas. As Igrejas evangélicas precisam despertar urgentemente para uma educação cristã eficiente, pois isso é uma questão de sobrevivência, principalmente para os jovens e novos convertidos.
1- Conceito de Educação. A palavra “educação” deriva do substantivo latino “educatione”. O verbo em latim é “educare”. Este verbo em latim é formado pelo prefixo “e” (sair ou exportar) e “ducare” (conduzir, guiar). Portanto, “educar é conduzir o alguém para fora da ignorância.” No grego usa-se a palavra “paideia” com o sentido de “instrução”. Era uma referência tanto ao modo como à meta da educação na Grécia Antiga.
Muito se fala atualmente em educação, como sendo a solução para os problemas sociais, como a miséria, os problemas ambientais, de saúde pública, da criminalidade, etc. Entretanto, vemos países com altos índices de alfabetização e conhecimento tecnológico, onde estes problemas não foram solucionados, ou são até piores do que em países, onde há muito analfabetismo.
Vemos pessoas altamente cultas que são arrogantes, violentas e até praticam crimes. Há alguns anos, um jornalista famoso, que era diretor de um grande jornal, matou a tiros, pelas costas, a sua namorada, que era também jornalista. Há também casos de juízes, médicos, promotores, desembargadores, professores universitários, etc. que cometem crimes e se comportam de forma abominável. Isso nos leva à conclusão de que a educação secular não tem sido capaz de mudar o comportamento destas pessoas.
2. Conceito de Educação Cristã. A educação cristã, segundo o Dicionário Teológico, "é o programa pedagógico que, tendo por base a Bíblia Sagrada, visa ao aperfeiçoamento espiritual e moral dos que se declaram cristãos e daqueles que venham a entender o chamado do Evangelho de Cristo”.
Sendo assim, a educação cristã difere da educação secular tanto na forma como no conteúdo. A educação secular na atualidade visa pura e simplesmente, transformar os educandos em seres produtivos para a sociedade, de forma utilitarista.
A educação cristã, por sua vez, se fundamenta na revelação divina que é a Palavra de Deus, para conduzir o ser humano a ter relacionamento com o seu Criador e com o seu próximo. Jesus, é o nosso educador por excelência. A maior parte do seu ministério não consistia de curas e milagres, mas de ensino. As pessoas sempre o chamavam de "rabi", palavra aramaica que quer dizer mestre. Jesus ensinava sempre que surgia oportunidade. Ele ensinava a poucos (Jo 3.3-21), ou a muitos (Mc 6.34); ensinava no Templo (Mc 12.35), nas casas (Mc 2.1,2), ou ao ar livre (Mt 5.1). Seus métodos eram os mais variados. Ele pregava sermões (Mt 5); usava ilustrações (Mt 5.13- 16); ensinava por parábolas (Mt 13.3), ou mesmo realizava um milagre para ensinar (Mt 12.9-13).
2- Objetivos da Educação Cristã. Após a ressurreição, o Jesus deu aos seus discípulos a chamada “Grande Comissão”: "Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.19,20).
Quando lemos este texto em português, parece que há uma redundância, com o verbo “ensinar”. Mas são duas palavras gregas que foram traduzidas por ensinar:
a. "Mathēteuō". Significa fazer discípulos, ou seja os discípulos foram comissionados a levar o ensino de Jesus àqueles que ainda não o seguiam, para que eles também se tornarem discípulos. É o que nós chamamos de evangelização.
b. “Didaskalos”. Significa "instruir”, no sentido de transmitir aos novos discípulos as instruções que foram passadas pelo Mestre. É o ensino para os convertidos. Este ensino tem vários níveis. Inicia-se com aquilo que nós chamamos de discipulado. Depois temos as instruções na Escola Dominical, nos cultos de ensino e nos cursos teológicos.
Percebe-se, então, que a tarefa da Igreja neste mundo consiste essencialmente no ensino. Primeiro, ela deve ensinar aos perdidos sobre a situação de perdidos em que se encontram e convidá-los a virem a Cristo (fazer discípulos). Depois que vierem a Cristo, a Igreja deve ensinar tudo o que o Senhor Jesus mandou (Aperfeiçoar os santos).
O saudoso pastor Antônio Gilberto ensinava que a Educação Cristã tem pelo menos três objetivos principais:
a. Ganhar alma para Jesus (2 Co 12.15);
b. Desenvolver a espiritualidade e o caráter cristão (G1 5.22); e
c. Treinar o cristão para o serviço do Mestre (2 Tm 2.15).
3- A capacitação dos alunos. Não basta ter bons professores e bons materiais didáticos para que haja aprendizado. É preciso preparar o aluno e qualificá-lo para aprender. Precisamos "ensiná-los a pescar" e não entregar-lhes o peixe frito. Na educação cristã, como já foi dito, o livro texto, ou a base do nosso estudo é a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. Nós estudamos sobre ela durante este trimestre. Vimos que a sua origem é divina, que ela foi inspirada por Deus, que é inerente e infalível. Vimos também que o Espírito Santo nos ilumina para compreendermos as Escrituras. Os nossos alunos precisam aprender a manusear a Bíblia e interpretá-la corretamente, através da exegese e hermenêutica. Entretanto, precisam ter vida devocional diária com Deus, através da oração, leitura e meditação na Palavra de Deus, como veremos no próximo tópico.
REFERÊNCIAS:
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Teologia da Educação Cristã. Editora CPAD. pág. 13-16
TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 2. pag. 263.
EDUCAÇÃO CRISTÃ. IBADEP - Instituto Bíblico das Assembleias de Deus no Estado do Paraná. 1 Ed Maio/2001.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pág. 358.
LOPES, Hernandes Dias. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pag. 333-334
PEARCEY, Nancy. VERDADE ABSOLUTA: Libertando o Cristianismo de seu Cativeiro Cultural. 1 Ed.pág. 15. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2006.
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Pb. Weliano Pires