Parte 2: O currículo adotado
A palavra currículo vem do vocábulo latino "curriculum", que significa "pista de corrida". "Curriculum" era uma trilha com orientações para os corredores até chegarem ao seu objetivo final. A palavra passou a ser usada na educação, em sentido figurado, pois se refere à trajetória a ser percorrida pelo educando durante os seus estudos.
Em todo sistema educacional há um currículo a ser ensinado. O professor não pode chegar na sala de aula e ensinar aquilo que tiver vontade, embora alguns atualmente queiram fazer isso, fazendo política partidária e militância anti-cristã. Há um currículo elaborado previamente, que deve ser ensinado pelo professor aos seus alunos.
Com a Escola Dominical não é diferente. Temos o nosso livro texto que é a Bíblia Sagrada e temos as revistas para todas as faixas etárias, que formam o currículo para os alunos da Escola Dominical. Todo o currículo produzido pela Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD) é submetido à Consultoria doutrinária e teológica da casa, que hoje está sob a liderança do Pr. Elienai Cabral, e ao Conselho de Doutrina da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB), para avaliar se está de acordo com a ortodoxia bíblica.
O saudoso pastor Antonio Gilberto estabelece as seguintes considerações sobre o currículo da Escola Dominical:
(1) Deve abranger os principais assuntos bíblicos necessários ao conhecimento e à experiência do crente;
(2) Deve ser devidamente dosado, visando ao desenvolvimento de uma vida cristã ideal e uma personalidade cristã que em tudo honre a Cristo, perante a Igreja e o mundo;
(3) Deve ser um currículo graduado, mas também, ao mesmo tempo inter-relacionado, por ser a vida cristã um todo indivisível.
Embora seja semelhante aos currículos das escolas seculares, o currículo da Escola Dominical tem algumas diferenças. Segundo o Pr. Claudionor de Andrade, o currículo da Escola Dominical precisa ser bíblico (ter a Bíblia como livro texto), evangélico (apresentar Jesus como o único Salvador, através do seu sacrifício na Cruz), profético (Proclamar contra o pecado e conduzir as pessoas a Deus) e devocional (levar o aluno à comunhão com Deus). Nenhum pensamento filosófico, científico, ou mesmo teológico pode estar acima ou no mesmo nível da Palavra de Deus em um currículo evangélico.
A CPAD, de fato, produz um currículo bíblico, evangélico, profético e devocional, conforme vimos no ponto anterior. Entretanto, na minha opinião como professor da Escola Dominical há 21 anos, formado no magistério, a divisão de classes levando em conta apenas a faixa etária não é a mais adequada. Neste modelo podemos ter pessoas na classe de adultos, que têm graus de instrução e teológico absurdamente distantes.
Da mesma forma, nas classes de jovens, juvenis, adolescentes e juniores, podemos ter também jovens e adolescentes na mesma sala, talvez com com o mesmo grau de instrução secular, porém com experiências na fé muito distantes. Um jovem filho de crentes, nascido e criado na Igreja, é muito diferente de um jovem, cujos pais não servem a Deus, que não teve nenhuma convivência na Igreja, chegou há menos de um ano e não conhece nada da Bíblia.
Outro problema que eu vejo no currículo é que não há uma formação continuada e avaliações periódicas. Isso acontece apenas nas classes de discipulado, primários, juniores e adolescentes. Nas classes de juvenis, jovens e adultos, não há uma continuidade de estudos de acordo com o tempo de permanência do aluno. Recentemente, eu publiquei aqui uma análise sobre os currículos e metodologia de ensino da Escola Dominical em nossas Igrejas. Evidentemente, não é uma análise técnica pois, não sou especialista no assunto. É apenas o meu ponto de vista como professor, baseado na minha experiência e observação.
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.
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Pb. Weliano Pires
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