23 novembro 2025

SENTIMENTOS GUARDADOS POR DEUS

(Comentário do 3⁰ tópico da lição 8: Emoções e sentimentos – a batalha do equilíbrio interior)

O terceiro tópico tratará dos sentimentos guardados por Deus. Abordaremos inicialmente a falsa ideia de autossuficiência emocional e o equívoco de confiar exclusivamente em técnicas humanas de gerenciamento emocional. Embora úteis, tais técnicas não substituem a ação transformadora da graça divina.

Comentaremos também Filipenses 4.7, onde o apóstolo Paulo afirma que a paz de Deus — alcançada por meio da obediência, humildade e oração — guarda o coração e os pensamentos dos servos de Cristo. Essa paz não apenas consola, mas age como um “vigia espiritual” que protege nossas emoções e sentimentos.

1. A falsa autonomia humana. 

O comentarista chama nossa atenção para a falsa sensação de autonomia do ser humano, especialmente quando este acredita ser plenamente capaz de controlar suas próprias emoções e sentimentos. Assim como em todas as áreas da ciência, o conhecimento humano tem seu valor e oferece contribuições importantes; porém, é sempre limitado e incapaz de fornecer soluções plenas para os dilemas emocionais e espirituais.

No campo das emoções e dos sentimentos, fala-se muito atualmente sobre a chamada inteligência emocional, entendida por seus defensores como a capacidade de reconhecer, compreender, utilizar e gerenciar emoções em si mesmo e nos outros, orientando pensamentos e comportamentos. A inteligência emocional se sustenta em quatro pilares: autoconsciência, autogestão, consciência social e gestão de relacionamentos.

Sem dúvida, essas técnicas possuem relevância no desenvolvimento pessoal, profissional e relacional do ser humano, auxiliando no enfrentamento de fobias, no aprimoramento da empatia e na diminuição de conflitos. Contudo, surge um problema quando se tenta substituir a ação do Espírito Santo por métodos puramente humanos, fenômeno que alguns chamam de “psicologização da fé”.

2. Obediência, humildade e oração. 

Não haverá verdadeiro equilíbrio emocional onde não houver a paz de Deus — uma paz que não nasce de técnicas, mas da presença transformadora do Espírito Santo. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Filipenses, afirmou:

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Fp 4.7)

A “paz de Deus” mencionada neste texto é diferente da “paz com Deus”, à qual Paulo se refere em Romanos 5.1:

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.”

A paz com Deus diz respeito à nossa reconciliação com Ele e é resultado da justificação pela fé em Cristo. Antes de conhecermos o Senhor, éramos inimigos de Deus, e sobre nós pesava uma sentença de condenação eterna. Mediante o sacrifício de Cristo, todos os que n’Ele creem são justificados, perdoados e reconciliados com Deus, passando, portanto, a ter paz com Deus — independentemente do que sentem.

A paz de Deus, no entanto, é diferente. Ela se refere ao descanso e à tranquilidade interior que o salvo experimenta, produzidos pelo Espírito Santo. Essa paz ultrapassa os limites da compreensão humana, não depende das circunstâncias da vida e é alcançada mediante a abnegação, a obediência e a humildade, conforme o exemplo de Cristo (Fp 2.3-8). 

Ev. WELIANO PIRES 

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