(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 7: Os pensamentos – a arena de batalha na vida cristã).
Neste primeiro tópico, apresentaremos uma visão introdutória sobre o tema dos pensamentos.
Como é de praxe nas lições deste trimestre, o comentarista nos conduz ao relato da criação, destacando a experiência de Adão e Eva no uso de seu intelecto — raciocinando, elaborando pensamentos e tomando decisões.
Em seguida, trataremos do conceito e das origens dos pensamentos, que podem surgir de fatores internos, externos ou da combinação de ambos. Contudo, independentemente da origem, cabe ao ser humano decidir se aceita ou rejeita os pensamentos que lhe sobrevierem.
Por fim, veremos as características dos pensamentos humanos, que podem ser bons ou maus, dependendo de sua natureza e motivação.
1. A experiência de Adão e Eva. Nas lições anteriores, quando estudamos sobre o corpo e, em outras lições, sobre a alma humana, o comentarista trouxe as informações do livro de Gênesis, no período da criação, com o objetivo de fundamentar nossa compreensão sobre a Antropologia Teológica. Nesta lição, seguindo o mesmo padrão, ele nos apresenta como o pensamento se manifestou no primeiro casal, Adão e Eva.
Deus criou o ser humano à Sua imagem, conforme a Sua semelhança, dotado da capacidade de raciocinar e de dominar sobre as coisas criadas. Portanto, o ser humano é distinto de todas as outras criaturas:
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.” (Gn 1.26).
Mesmo após o advento do pecado, o ser humano manteve sua atividade intelectual, embora não mais de forma pura e inocente, como no princípio. As primeiras gerações após Adão e Eva realizaram grandes descobertas e invenções, mesmo sem os recursos tecnológicos de hoje. Os descendentes de Caim, por exemplo, sendo maus, foram grandes inventores:
“E Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado. E o nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão. E Zilá também deu à luz a Tubalcaim, mestre de toda a obra de cobre e ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Noema.” (Gn 4.20-22).
Da mesma forma, a geração que surgiu após o dilúvio, desenvolveu a engenharia civil e tentou construir uma cidade e uma torre que chegasse aos céus, para que os seus descendentes não se espalhassem. Alguns estudiosos sugerem que eles pretendiam com isso, fugir de eventuais dilúvios futuros:
“E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali. E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume por cal. E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra”. (Gn 11.2-4).
As ideias apresentadas pela falaciosa teoria da evolução, que afirma que os seres humanos evoluíram de outras espécies de animais até chegar ao estágio atual, não encontram amparo nas Escrituras nem na verdadeira ciência. Nossos ancestrais nunca foram uma espécie selvagem do tipo "uga, uga". Ao contrário, no Jardim do Éden, o homem era puro e sem maldade, tendo recebido de Deus a capacidade de nomear os seres criados e governar a terra.
Entretanto, em sua inocência, eles não administraram bem a capacidade de pensar. Eva se deixou enganar pelo inimigo, que se apoderou da serpente e distorceu as palavras de Deus. Adão, por sua vez, foi seduzido por Eva e também desobedeceu a Deus. A partir desse momento, seus pensamentos foram corrompidos, e eles passaram a ter também maus pensamentos.
2. Conceito e origens. O que são pensamentos? O comentarista nos apresentou uma definição resumida para pensamento: "Pensamentos são processos mentais constituídos de informações, reflexões, lembranças, sentimentos, sons e imagens". No Jardim do Éden, conforme já mencionamos, os pensamentos do ser humano eram puros, pois se originavam da comunhão plena com Deus e não sofriam influências externas.
Após a queda, no entanto, a mente humana passou a estar sujeita às influências biológicas, psicológicas e espirituais. Estes fatores, individual ou coletivamente, dão origem aos pensamentos. Entretanto, o ser humano é dotado de livre-arbítrio e pode escolher com o que vai ocupar a sua mente e quais pensamentos serão alimentados e transformados em ações.
Alguém já disse sabiamente que "mente vazia é oficina do Diabo". Portanto, a construção dos nossos pensamentos depende daquilo que ocupamos em nossa mente. Se a ocupamos com as coisas de Deus, ela produzirá pensamentos bons, pois Deus é bom. Uma pessoa que ocupa a sua mente com violência, ódio, imoralidade e outras coisas más, evidentemente terá maus pensamentos e, consequentemente, praticará o mal. Falaremos mais sobre isso no próximo tópico.
3. Características dos pensamentos. A mente humana é extremamente complexa e possui a capacidade de produzir uma infinidade de pensamentos de naturezas diversas. Neste ponto, o comentarista discorre sobre as características dos nossos pensamentos e nos mostra que eles podem ser bons ou maus; puros ou impuros; verdadeiros ou falsos. O tipo de pensamento gerado em nossa mente está diretamente relacionado à sua origem.
Os pensamentos podem surgir a partir dos cinco sentidos do nosso corpo: visão, audição, olfato, paladar e tato. Por meio dessas janelas, a nossa alma entra em contato com o mundo exterior e pode sofrer influências boas ou más. Por isso, não devemos contaminar nossos sentidos com coisas más, pois isso produzirá pensamentos e ações pecaminosas. No Salmo 101.3, o salmista fez o seguinte compromisso:
“Não porei coisa má diante dos meus olhos; odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim.”
Os pensamentos também podem ser gerados em nosso interior, por meio da nossa própria natureza humana corrompida pelo pecado. O primeiro casal, antes do advento do pecado, não possuía natureza corrompida e, portanto, não estava sujeito a gerar maus pensamentos. Nós, porém, mesmo após a conversão, continuamos com a natureza carnal e precisamos lutar contra ela, para não cedermos às suas concupiscências.
Há ainda outra forma de surgirem maus pensamentos: as setas malignas plantadas em nossa mente pelo inimigo das nossas almas. O apóstolo Pedro escreveu que “o diabo, nosso adversário anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”. (1Pe 5.8). Ele sabe perfeitamente que todas as ações humanas, antes de se concretizarem, são geradas na mente. Por isso, procura influenciar os pensamentos, levando as pessoas a pensar o mal. Cabe a nós discernir a origem dos pensamentos e rejeitar aquilo que é mau.
Os pensamentos verdadeiros, bons e puros procedem de Deus, pois essas qualidades fazem parte de Sua essência. Da nossa própria natureza não surgirão bons pensamentos, uma vez que ela foi corrompida pelo pecado. A Bíblia declara:
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jr 17.9).
Quem tem a mente preenchida pela presença de Deus e por Sua Palavra naturalmente refletirá isso em seus pensamentos e ações.
Ev. WELIANO PIRES
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