TEXTO ÁUREO:
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Fp 4.8).
VERDADE PRÁTICA:
O cristão sábio e prudente preserva sua mente, tornando seus pensamentos obedientes a Cristo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:
Filipenses 4.8,9; 2 Coríntios 10.3-5.
OBJETIVOS DA LIÇÃO:
I) Levar o aluno a compreender que o pensamento é uma faculdade presente desde a criação, sendo essencial nas decisões humanas;
II) Encorajar os alunos a assumirem responsabilidade ativa sobre seus pensamentos, conforme a instrução bíblica de Filipenses 4.8;
III) Conscientizar os alunos sobre a realidade da batalha espiritual travada na mente e a necessidade de vigilância contra pensamentos malignos e destrutivos.
PALAVRA-CHAVE:
PENSAMENTOS
A palavra “pensamento” vem do latim pensamentum, que, por sua vez, deriva do verbo pensare, cujo sentido original era “pendurar um objeto em uma balança para descobrir o seu peso”. Com o tempo, essa ideia passou a ser usada de forma figurada, significando “pesar com a mente”, isto é, avaliar, refletir e considerar algo com atenção e cuidado.
Quando pensamos dessa forma, percebemos que o ato de pensar envolve mais do que simplesmente formar ideias — trata-se de discernir, avaliar e refletir sobre aquilo que ocupa o nosso coração e a nossa mente.
No Antigo Testamento, encontramos diferentes palavras hebraicas que expressam essa riqueza de significado. A palavra machăshâbâh (Jr 29.11) vem do verbo châshab, que quer dizer “pensar, planejar, imaginar, calcular”. Deus, em Sua sabedoria, declara: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito” (Jr 29.11). Esses pensamentos não são apenas ideias, mas planos de amor e propósito para cada um de nós.
Outra palavra usada é rayah, que se refere a propósito ou intenção (Sl 139.2,17). Isso nos lembra que Deus conhece não só o que pensamos, mas também as intenções mais profundas do nosso coração. Há ainda o verbo zâmam, que significa “planejar” ou “propor uma ação”, e o termo mezimmah (Jó 42.2), traduzido como “pensamentos” ou “planos”, mostrando que nada pode frustrar os desígnios do Senhor.
No Novo Testamento, o texto grego traz ainda mais nuances sobre o tema. A palavra nóēma fala de pensamento, razão e julgamento; já nous se refere à mente, ao entendimento e à capacidade de discernir com sobriedade e justiça. A palavra diánoia, derivada de nous, aparece em Mateus 22.37, quando Jesus ensina que devemos amar a Deus “de todo o nosso entendimento”. Ela aponta para a mente como o centro das nossas faculdades — intelecto, emoções e vontade — onde se formam tanto pensamentos bons quanto maus.
Em Filipenses 4.8, o apóstolo Paulo nos convida a encher a mente com tudo o que é verdadeiro, justo e puro. O verbo usado ali é logizomai, que significa “considerar, refletir, avaliar com cuidado”. Ou seja, não basta ter pensamentos; é preciso deliberar sobre eles à luz de Deus, escolhendo o que edifica e traz paz.
Outra palavra significativa é enthýmēsis (Mt 9.4), que se refere não apenas ao ato de pensar, mas também à motivação moral e à intenção do coração. Jesus, ao perceber os pensamentos dos fariseus, mostrou que Ele não vê apenas o que pensamos, mas também o porquê pensamos.
Assim, ao estudarmos a origem e o sentido das palavras relacionadas ao pensamento, aprendemos uma lição preciosa: Deus se importa com o que habita em nossa mente. Pensar, no sentido bíblico, é um ato espiritual — é pesar com a alma, é discernir à luz da verdade divina. Que, como filhos e filhas de Deus, possamos permitir que nossos pensamentos sejam guiados e purificados pelo Espírito Santo, para que tudo o que refletirmos e planejarmos esteja alinhado com a boa, perfeita e agradável vontade do Senhor.
INTRODUÇÃOEsta é a terceira lição sobre a alma humana. Na Lição 5, estudamos o tema “A Alma — A Natureza Imaterial do Ser Humano”, quando abordamos a natureza imaterial e imortal da alma, bem como seus principais atributos. Vimos também que a alma humana possui três faculdades: a emoção ou sentimento, a razão ou intelecto e a volição ou vontade.
Nas próximas três lições, estudaremos cada uma dessas faculdades. Na presente lição, trataremos da razão ou intelecto do ser humano — a parte cognitiva da alma, responsável por raciocinar, ponderar, examinar, avaliar e refletir sobre o mundo ao redor e sobre as próprias ações.
No Jardim do Éden, o ser humano não conhecia o mal; por isso, seus pensamentos eram puros. Entretanto, após a Queda, o intelecto humano se tornou um campo de batalha entre bons e maus pensamentos.
Com base nas orientações do apóstolo Paulo em Filipenses 4.8 e 2 Coríntios 10.3-5, esta lição nos mostra a importância de pensar corretamente, tendo a mente renovada e alinhada à vontade de Deus. Para isso, é necessário examinar diariamente os nossos pensamentos, comparando-os com o ensino da Palavra de Deus, enchendo a mente com o que é bom e rejeitando tudo o que é nocivo.
TÓPICOS DA LIÇÃO
I. UMA VISÃO INTRODUTÓRIA
Neste primeiro tópico, apresentaremos uma visão introdutória sobre o tema dos pensamentos.
Como é de praxe nas lições deste trimestre, o comentarista nos conduz ao relato da criação, destacando a experiência de Adão e Eva no uso de seu intelecto — raciocinando, elaborando pensamentos e tomando decisões.
Em seguida, trataremos do conceito e das origens dos pensamentos, que podem surgir de fatores internos, externos ou da combinação de ambos. Contudo, independentemente da origem, cabe ao ser humano decidir se aceita ou rejeita os pensamentos que lhe sobrevierem.
Por fim, veremos as características dos pensamentos humanos, que podem ser bons ou maus, dependendo de sua natureza e motivação.
II. A GESTÃO DOS PENSAMENTOS
No segundo tópico, abordaremos a gestão dos pensamentos. Com base em Filipenses 4.8, veremos que pensar em coisas boas e virtuosas é um imperativo ético e espiritual: “...nisso pensai.”
Aprenderemos também que “pensar nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3.2) está muito além das técnicas humanas de gestão mental — trata-se de uma prática espiritual profunda.
Falaremos ainda sobre a leitura e meditação nas Escrituras como recursos espirituais eficazes para gerar bons pensamentos e fortalecer a mente.
Por fim, destacaremos a influência de fatores físicos, orgânicos e ambientais em nossa Maneira de pensar, tomando como exemplo Jesus, que, embora estivesse frequentemente em meio às multidões e agitações de Jerusalém, também buscava momentos de retiro em Betânia, um lugar de descanso e comunhão.
No terceiro tópico, trataremos da batalha espiritual que ocorre na mente. Primeiramente, falaremos sobre as influências espirituais nos pensamentos humanos, destacando os exemplos de Judas Iscariotes e Ananias, esposo de Safira, ambos influenciados por Satanás em seus pensamentos — e, por isso, tiveram fins trágicos.
Abordaremos também cuidados práticos que devemos adotar para proteger a mente de maus pensamentos e manter a saúde mental e espiritual.
A mente é o campo onde se trava a principal batalha da vida cristã, e somente pela ação do Espírito Santo e pela renovação contínua da mente pela Palavra (Rm 12.2) é possível experimentar a verdadeira vitória interior.
Bons estudos!
AD-BELÉM / SÃO CARLOS-SP
Dicionários Etimológicos Online: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa e Infopédia apresentam consistentemente a derivação de "pensar" e "pensamento" a partir do latim pensare, com o sentido original de "pesar" ou "avaliar o peso".
REFERÊNCIAS:
STRONG, James. Concordância de Strong: dicionário bíblico hebraico e grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário