06 novembro 2025

A CONSCIÊNCIA É FALÍVEL

(Comentário do 3º tópico da Lição 6: A consciência - O tribunal interior)

No terceiro tópico, veremos que a consciência humana é falível. Primeiramente, analisaremos os defeitos da consciência mencionados na Bíblia: a consciência cauterizada, fraca e corrompida. Em seguida, refletiremos sobre o fato de que Deus é o Supremo Juiz, que sonda o mais profundo do nosso ser, conhece todos os desígnios — até os ocultos — e julga com absoluta justiça.

1. Defeitos da consciência

Não podemos avaliar nossos próprios atos unicamente pela consciência, presumindo que, se ela não nos condena, estamos em plena conformidade com a vontade divina. Tal presunção é incorreta, visto que a consciência humana foi igualmente afetada pela corrupção do pecado.

A Bíblia descreve situações em que o indivíduo endurece o coração a ponto de “perder a sensibilidade”; em outras palavras, sua consciência torna-se cauterizada (Ef 4.19). Há também casos em que a consciência se encontra aprisionada ao legalismo, acreditando que a justificação se dá pelas obras; tal consciência é denominada fraca (1Co 8.7-12). Por fim, existem aqueles cuja consciência se encontra corrompida, a ponto de considerarem que nada constitui pecado (Tt 1.15).

Diante disso, pergunta-se: o que fazer para que a consciência funcione adequadamente? O apóstolo Paulo nos oferece a resposta: é necessário educá-la por meio da Palavra de Deus e mantê-la submissa ao Espírito Santo. A mente humana pode ser comparada a um computador, que opera conforme as informações nele armazenadas. Um computador novo e bem configurado pode ser comprometido se acessarmos conteúdos impróprios ou instalarmos programas corrompidos.

Da mesma forma, quando a mente é alimentada pelo pecado, a consciência se contamina e perde sua capacidade de discernimento moral. Portanto, é imprescindível nutrir a mente com a Palavra de Deus e cultivar constante comunhão com o Espírito Santo, a fim de preservar uma consciência pura e sensível à direção divina.

2. Deus, o Supremo Juiz

Como vimos, a consciência atua como um tribunal interior, exercendo importante papel na avaliação de nossas ações — seja para nos acusar, seja para nos defender quando injustamente acusados. Contudo, como afirma o comentarista, a consciência é falível e, portanto, o seu juízo não é definitivo.

O simples fato de a consciência não nos acusar não significa que sejamos inocentes diante de Deus. Do mesmo modo, se ela nos absolve de determinada acusação, isso não implica necessariamente que a acusação seja injusta. É possível que a própria consciência esteja defeituosa, conforme já mencionamos. Por essa razão, devemos submetê-la constantemente ao crivo da Palavra de Deus, a qual é fiel, verdadeira e digna de toda aceitação.

Devemos rogar continuamente ao Senhor que examine o nosso coração e revele qualquer erro oculto, pois Ele é onisciente e conhece as profundezas do nosso ser. Somente Deus conhece plenamente as nossas intenções — mais do que nós mesmos. Ele é o Justo e Supremo Juiz, que julga com retidão absoluta. O ser humano pode enganar os outros e até a si próprio, mas jamais conseguirá enganar a Deus.

Com frequência, julgamos que tudo vai bem conosco, até que o Senhor nos confronta, nos repreende e nos mostra o caminho correto. A Igreja de Éfeso, por exemplo, era doutrinariamente sólida e acreditava estar em conformidade com a vontade divina. Contudo, Jesus, embora tenha reconhecido seus acertos, apontou que ela havia abandonado o primeiro amor e a exortou ao arrependimento, recomendando que voltasse a praticar as primeiras obras (Ap 2.1-7).

Ev. WELIANO PIRES

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A CONSCIÊNCIA É FALÍVEL

(Comentário do 3º tópico da Lição 6: A consciência - O tribunal interior) No terceiro tópico, veremos que a consciência humana é falível ....