(Comentário do 3º tópico da Lição 6: A consciência - O tribunal interior)
No
terceiro tópico, veremos que a consciência humana é falível.
Primeiramente, analisaremos os defeitos da consciência mencionados na
Bíblia: a consciência cauterizada, fraca e corrompida. Em seguida, refletiremos
sobre o fato de que Deus é o Supremo Juiz, que sonda o mais profundo do
nosso ser, conhece todos os desígnios — até os ocultos — e julga com absoluta
justiça.
1.
Defeitos da consciência
Não
podemos avaliar nossos próprios atos unicamente pela consciência, presumindo
que, se ela não nos condena, estamos em plena conformidade com a vontade
divina. Tal presunção é incorreta, visto que a consciência humana foi
igualmente afetada pela corrupção do pecado.
A
Bíblia descreve situações em que o indivíduo endurece o coração a ponto de
“perder a sensibilidade”; em outras palavras, sua consciência torna-se cauterizada
(Ef 4.19). Há também casos em que a consciência se encontra aprisionada ao
legalismo, acreditando que a justificação se dá pelas obras; tal consciência é
denominada fraca (1Co 8.7-12). Por fim, existem aqueles cuja consciência
se encontra corrompida, a ponto de considerarem que nada constitui
pecado (Tt 1.15).
Diante
disso, pergunta-se: o que fazer para que a consciência funcione adequadamente?
O apóstolo Paulo nos oferece a resposta: é necessário educá-la por meio
da Palavra de Deus e mantê-la submissa ao Espírito Santo. A mente
humana pode ser comparada a um computador, que opera conforme as informações
nele armazenadas. Um computador novo e bem configurado pode ser comprometido se
acessarmos conteúdos impróprios ou instalarmos programas corrompidos.
Da
mesma forma, quando a mente é alimentada pelo pecado, a consciência se
contamina e perde sua capacidade de discernimento moral. Portanto, é
imprescindível nutrir a mente com a Palavra de Deus e cultivar constante
comunhão com o Espírito Santo, a fim de preservar uma consciência pura e
sensível à direção divina.
2.
Deus, o Supremo Juiz
Como
vimos, a consciência atua como um tribunal interior, exercendo importante papel
na avaliação de nossas ações — seja para nos acusar, seja para nos defender
quando injustamente acusados. Contudo, como afirma o comentarista, a
consciência é falível e, portanto, o seu juízo não é definitivo.
O
simples fato de a consciência não nos acusar não significa que sejamos
inocentes diante de Deus. Do mesmo modo, se ela nos absolve de determinada
acusação, isso não implica necessariamente que a acusação seja injusta. É
possível que a própria consciência esteja defeituosa, conforme já mencionamos.
Por essa razão, devemos submetê-la constantemente ao crivo da Palavra de
Deus, a qual é fiel, verdadeira e digna de toda aceitação.
Devemos
rogar continuamente ao Senhor que examine o nosso coração e revele qualquer
erro oculto, pois Ele é onisciente e conhece as profundezas do nosso ser.
Somente Deus conhece plenamente as nossas intenções — mais do que nós mesmos.
Ele é o Justo e Supremo Juiz, que julga com retidão absoluta. O ser humano pode
enganar os outros e até a si próprio, mas jamais conseguirá enganar a Deus.
Com
frequência, julgamos que tudo vai bem conosco, até que o Senhor nos confronta,
nos repreende e nos mostra o caminho correto. A Igreja de Éfeso, por exemplo,
era doutrinariamente sólida e acreditava estar em conformidade com a vontade
divina. Contudo, Jesus, embora tenha reconhecido seus acertos, apontou que ela
havia abandonado o primeiro amor e a exortou ao arrependimento, recomendando
que voltasse a praticar as primeiras obras (Ap 2.1-7).
Ev. WELIANO PIRES
Nenhum comentário:
Postar um comentário