(Comentário do 2º tópico da LIÇÃO 11: O CULTO DA IGREJA CRISTÃ)
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos do propósito do culto. Veremos que o culto cristão deve sempre glorificar a Deus e não agradar a quem quer que seja. Veremos também que em muitos lugares não se cultua, nem tampouco se glorifica a Deus. Fazem reuniões profanas e irreverentes, tanto na forma quanto na essência. Por último, veremos que, além de glorificar a Deus, o culto cristão deve também edificar a Igreja.
1. Glorificar a Deus. O propósito do culto cristão, em primeiro lugar, deve ser glorificar a Deus e não agradar às pessoas que dele participam. É comum ouvirmos pessoas falarem que não gostaram do culto. Ora, o culto não é feito para agradar as pessoas ou para exaltar o ego humano. Em tudo o que fazemos nesta vida, o propósito principal deve ser glorificar a Deus. Antes de fazer qualquer coisa em um culto, devemos nos perguntar se aquilo glorifica a Deus. Se a resposta for não, não devemos fazer. Os reformadores reafirmaram esta verdade eterna, em um dos pilares da Reforma Protestante: Soli Deo Glória. Ou seja, tudo o que fizermos neste mundo deve glorificar a Deus. Sendo assim, tudo o que fazemos no culto deve glorificar a Deus e agradá-lo, pois é a Ele que oferecemos o nosso culto. Se isso não acontecer, o culto perdeu a sua essência e finalidade.
Evidentemente, há culto
com objetivos diferentes: culto evangelístico, culto de ações de graças, culto
de oração e culto de ensino da Palavra. Mas todo culto cristão deve ser
cristocêntrico, ou seja, Cristo deve ser o centro de tudo, e não antropocêntrico,
tendo o homem como o centro. As nossas pregações, hinos e orações devem ter
sempre o objetivo de glorificar ao Senhor e fazer a Sua Vontade.
Nos cultos
evangelísticos, o objetivo é buscar as almas para Cristo. Em cultos de oração,
o objetivo é dedicar um tempo maior à oração, onde falamos com o Senhor e O
adoramos. Quando realizamos um culto de ações de graças, glorificamos a Deus,
por algo que Ele nos concedeu. Nos cultos de ensino, dedicamos um tempo maior
ao ensino da Palavra de Deus. Mas em todos estes cultos temos que glorificar a
Deus e não agradar aos ouvintes.
2. Quando não se cultua
a Deus. Infelizmente, em muitos lugares não se cultua a Deus, mas se fazem reuniões profanas e irreverentes, tanto na forma quanto na essência. Assim como acontece com o batismo e com a Ceia do Senhor, que foram desvirtuados por alguns e perderam completamente as suas finalidades, assim também acontece com os cultos. Aliás, como vimos no tópico anterior, as pessoas nem chamam mais de culto. Nem poderiam, porque o que acontece nestes ambientes não tem nada de culto a Deus.
Muitas reuniões ditas
evangélicas mais parecem desfiles de moda ou shows artísticos. O objetivo de
muitas pessoas é ostentar as suas roupas, joias, e carros e talentos musicais.
A sensualidade está escancarada para atrair os olhares do público para si.
Outros se vestem e se comportam de forma totalmente irreverente, como se
estivessem em uma casa de shows, ou estádio de futebol. Isso é uma profanação
do culto que deve glorificar a Deus, como falamos acima.
Para justificar as
aberrações que se fazem nestes locais, dizem que o importante é se sentirem bem
e se emocionarem. Entretanto, do ponto de vista bíblico, não deve ser assim.
Deus estabeleceu princípios para a realização de um culto. Se fosse para cada
um cultuar a Deus à sua maneira, Nadabe e Abiú, filhos de Aarão, não teriam
sido mortos por queimar incenso no tabernáculo, sem autorização (Lv 10.1,2). Da
mesma forma, Uzá não teria sido morto por tocar na Arca da Aliança, afinal de
contas, ele só estava ‘tentando ajudar’ impedindo que ela caísse (2 Sm 6.6,7).
3. Edificar a igreja. Quando falamos de edificação, a referência é à construção de um edifício. O apóstolo Paulo usou esta palavra em sentido figurado para se referir à Igreja do Senhor como um edifício, que é edificado pelos ministros do Senhor e portadores de dons espirituais. Em uma construção, o arquiteto faz a planta do edifício, contendo as medidas e o formato do prédio. A fundação e a estrutura do prédio são projetadas pelo engenheiro civil. Depois que é feita a planta, o engenheiro assume a construção e contrata os construtores para executarem a obra.
Os construtores não
podem alterar o projeto, senão a edificação não será aprovada e pode cair. Da
mesma forma, os ministros do Evangelho são edificadores e precisam tomar
cuidado com o edifício de Deus, que é a Igreja. O projeto é dele. Ele é o
arquiteto e o engenheiro da Igreja. O alicerce da Igreja já foi lançado e os
construtores não podem lançar outro fundamento.
Além de glorificar a
Deus, o culto cristão deve também edificar a Igreja. Escrevendo aos Coríntios,
falando sobre a necessidade de ordem no culto, o apóstolo Paulo disse: “... Faça-se tudo para a edificação”. Tanto em relação ao uso dos dons espirituais, como no exercício dos dons ministeriais, o objetivo é a edificação do corpo de Cristo (1 Co 14.5,12; Ef 4.12). Os dons espirituais e ministeriais são dádivas de Deus à sua Igreja, para a sua edificação espiritual. Não são para elitizar o crente, ou para torná-lo ‘mais espiritual’ e mais importante que os outros. Os dons devem ser utilizados na Igreja com amor, para que todo o Corpo de Cristo seja edificado.
REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 41, 1º Trimestre de 2024.
OLIVEIRA, Timóteo Ramos. Manual de cerimônias. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.16
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 1ª Ed. 1995, p.818.
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