12 março 2024

A NATUREZA DO CULTO

(Comentário do 1º tópico da LIÇÃO 11: O CULTO DA IGREJA CRISTÃ) 

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico falaremos sobre a natureza do culto a Deus. Desde o princípio, vemos em toda a Bíblia, que o culto é um serviço a Deus. Veremos também que o culto a Deus também deve ser solene, ou seja, com respeito, reverência e nobreza. O apóstolo Paulo expôs aos coríntios, alguns princípios que devem regulamentar o culto, para que haja decência, ordem e edificação. Por último, veremos que o culto deve ser santo, pois é oferecido a Deus, que é absolutamente santo. Sendo assim, não pode haver nada imundo ou profano no culto. 


1. O culto como serviço a Deus. Desde o princípio, o culto é um serviço a Deus: “O SENHOR teu Deus temerás e a Ele servirás, e pelo Seu Nome jurarás.” (Dt 6.13). A palavra “servirás”  nesse texto tem o sentido de cultuar. A palavra hebraica Avod, traduzida por culto, e os seus derivados, significa serviço. Deriva de Aved, que significa servo. Portanto, cultuar a Deus é prestar serviços à Ele. 


No Antigo Testamento, as pessoas se apresentavam a Deus, mas o culto era feito pelos sacerdotes, que ofereciam sacrifícios a Deus, primeiro por eles e depois pelo povo. É interessante notar que os cultos do Antigo Testamento seguiam rigorosamente as diretrizes estabelecidas por Deus. A ideia de cada um cultuar a Deus do jeito que achar melhor, ou como se sentir bem, não se encontra na Bíblia. 


Na Nova Aliança, temos acesso direto ao Pai, mediante o sacrifício de Cristo. Mas o culto continua sendo um sacrifício que oferecemos a Deus. O Novo Testamento usa as palavras gregas latreia e proskyneo (adoração); douleia e leitourgeo (serviço sagrado) para se referir ao culto. 


O culto no Novo Testamento não envolve sacrifícios de animais e rituais, pois estes apontavam para Cristo. Também não há lugares específicos para se cultuar a Deus, como acontecia no Antigo Testamento. No culto cristão, é ele quem deve oferecer-se a Deus, em sacrifício santo, vivo e agradável à Deus (Rm 12.2) e adorá-lo em espírito e em verdade (Jo 4.24). 


O cristão não vai a um culto para receber algo de Deus e sim para oferecer o seu culto a Deus. É claro que Deus abençoa os seus servos e lhes concede  muitas coisas. Mas este não é o objetivo do culto. A ideia de anjos voando  com bandejas nas mãos servindo aos crentes durante o culto, não encontra base nas Escrituras. 


2. O culto deve ser solene. Sendo o culto um serviço a Deus, evidentemente, ele ser feito com profundo respeito, ordem e reverência. Em muitos lugares atualmente, os cultos se tornaram shows, teatros e entretenimento. Aliás, muitos nem chamam mais de culto, chamam de reunião, show e campanha. 


Infelizmente, no meio pentecostal há muitas pessoas que imaginam que o culto não precisa de ordem e cada faz o que quiser e como quiser. O apóstolo Paulo expôs para os coríntios, no capítulo 14, da primeira epístola, alguns princípios que devem regulamentar o culto, para que haja decência, ordem e edificação. Falaremos mais sobre estes princípios no terceiro tópico. 


Outro problema gravíssimo é a falta de reverência que se nota em alguns cultos. As pessoas sentam de qualquer maneira, usam roupas inadequadas, conversam, usam celulares, escrevem nos bancos do templo, mascam chiclete, levantam várias vezes para beber água ou ir ao banheiro, etc. Ora, o tempo de culto normalmente é de uma hora e meia a duas horas. Exceto em situações extremas, onde a pessoa tem problema de saúde, não há necessidade de se levantar ou ir ao banheiro durante o culto. Na escola, no ônibus, no cinema, no trabalho, ou em outros locais, certamente, não fariam isso. 


3. O culto é santo. O culto a Deus deve ser santo, pois é oferecido a Deus, que é absolutamente santo. Sendo assim, não pode haver nada imundo ou profano no culto. Em tudo o que fazemos durante o culto, devemos ter a consciência de que aquele é um momento dedicado exclusivamente a Deus e não podemos fazer coisas que fujam deste propósito. 


Não podemos admitir em nossos cultos, práticas, palavras ou coisas que ofendam a santidade de Deus. No Antigo Testamento, tudo o que era usado no culto deveria ser absolutamente santo. Não eram aceitos animais com defeitos ou pessoas imundas nos recintos do culto. Quem infringisse essas regras seria morto. No Novo Testamento não há mais sacrifícios ou separação de pessoas, ou a execução dos desobedientes, pois o véu do templo se rasgou. Mas a exigência de santidade em tudo continua. 


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 41, 1º Trimestre de 2024.

OLIVEIRA, Timóteo Ramos. Manual de cerimônias. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.16

Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 1ª Ed. 1995, p.818.

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