26 janeiro 2024

A NATUREZA DO REINO DE DEUS

(Comentário do 1º tópico da LIÇÃO 04: A IGREJA E O REINO DE DEUS).

Ev. WELIANO PIRES 

No primeiro tópico, falaremos sobre a natureza do Reino de Deus. Inicialmente, falaremos alaremos da universalidade do Reino de Deus. Sendo o Criador de todas as coisas, Deus é o Rei legítimo de todo o universo e tem o controle de tudo. 

Falaremos também da soberania de Deus e dos acontecimentos do universo. Mesmo após a entrada do pecado no mundo, Deus não perdeu o controle da sua criação, apesar da permissão que Ele concede para os demônios e os seres humanos agirem. 

Por último, veremos que Deus formou a nação de Israel, estabeleceu o seu Reino teocrático sobre este povo, enviou o Salvador do mundo através da nação de Israel e instituiu a Sua Igreja para ser a representante do Seu Reino neste mundo. 


1- O Reino de Deus é universal. Deus é o Criador, sustentador e dominador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Todas as coisas tiveram origem em Deus e, portanto, pertencem a Ele. Sendo assim, Ele é o Rei de todo o universo. Em vários textos, a Bíblia nos revela que Deus é o dominador de todo o Universo. Ele estabeleceu as Suas próprias leis e julgará aqueles que as violarem. 

O Reino de Deus além de ser universal é também sempiterno. Deus não é como um monarca humano que inicia o seu reinado após a morte do pai, reina até o fim da sua vida e o seu trono passa para o seu herdeiro. O governo de Deus é eterno, pois Ele é eterno. O seu domínio não tem limite de tempo ou de espaço. Não existe nenhum lugar do Universo que esteja fora da jurisdição de Deus. 

Deus tem o controle total do funcionamento das coisas criadas. O Deus na Bíblia não é como o deus do Deísmo, que teria criado o universo com leis que o fazem funcionar automaticamente e depois se afastou dele. O Deus da Bíblia se envolve com a sua criação e a controla.

Além de sustentar e controlar o universo, Deus tem domínio também sobre os governos humanos e sobre as ações do diabo e suas hostes malignas. Claro que Deus não interfere na liberdade de escolha do ser humano, que Ele mesmo concedeu. Mas Ele tem o controle de tudo e estabeleceu os limites de ação, tanto dos seres humanos quanto dos anjos caídos. Apesar de terem liberdade para fazer escolhas, nem o ser humano, nem os demônios têm permissão para fazer tudo o que quiserem. 


2- A soberania divina e os acontecimentos do mundo. Há dois extremos que precisam ser evitados em relação à soberania de Deus e as coisas que acontecem neste mundo. O primeiro é achar que, por ser o Rei de todo o universo, Deus é o responsável por tudo o que acontece no mundo, seja bem ou mal. O segundo é pensar que Deus criou o universo, mas não se envolve com nada do que acontecimentos nele, como dizem os deístas. Se não controlasse o universo, Ele não seria Deus. 

Todas as coisas, estão sob o controle de Deus. Mas isso não significa que Ele seja a causa de tudo o que acontece neste mundo, ou que tudo seja a vontade de Deus, como dizem os calvinistas. Há pessoas que imaginam que até uma folha seca de uma árvore, só cai se Deus mandar. Outros pensam que a eleição de um governante corrupto, um estupro, um assassinato e outras mazelas que acontecem no mundo são a vontade de Deus. Alguns extremistas chegam a dizer que Deus criou até o pecado. Ora, isso é uma blasfêmia, pois ofende o caráter Santo de Deus. Na verdade, estas coisas acontecem por permissão de Deus, pois Ele concedeu liberdade de escolha aos seres que Ele criou. 

Por outro lado, o fato de Deus conceder aos seres humanos a liberdade para fazerem escolhas, não significa que Ele não interfere em nada e o universo tenha fugido do seu controle. Deus continua sendo o Rei e o Juiz de todo universo. Nesta vida Ele permite que o ser humano faça as suas escolhas, mas impõe limites, para que este não destrua toda a criação e ou atrapalhe os planos de Deus. Um dia também, Ele irá julgar a cada um segundo as obras e trará à luz todas obras más que foram praticadas neste mundo. 


3- O Reino de Deus, a nação de Israel e a Igreja. Em sua soberania, Deus formou a nação de Israel, para  através deste povo, exercer o seu governo e trazer o Salvador do mundo. Desde a chamada de Abrão, em Ur dos Caldeus, Deus guiou os rumos dos seus descendentes, dos quais Ele prometeu que faria uma grande nação e através dela, todos os povos da terra seriam beneficiados. 
Abrão saiu da sua terra, sem saber para onde ia e cometeu erros ao longo da sua jornada. Mas, Deus sempre esteve no controle de tudo e não permitiu que os seus planos se frustrassem. Deus agiu contra Abimeleque, Faraó, Siquém e outros que tentaram se misturar aos descendentes de Abraão, antes de se tornarem uma nação. Depois que se mudaram para o Egito, Deus também agiu para que este povo não se misturasse com os egípcios. Deus interveio também para que os egípcios não os destruíssem e os libertou com mão forte.

No deserto, Deus guiou este povo por quarenta anos. Apesar dos erros deles, o plano de Deus de fazer deles uma grande nação não se frustrou. Deus abriu o Mar Vermelho, mandou comida e água, livrou-os de inimigos poderosos que atravessaram o seu caminho, abriu o Rio Jordão e derrubou as muralhas de Jericó. Deus expulsou de lá nações poderosas e empossou Israel naquela terra. 

Na terra prometida, Israel falhou como nação sacerdotal e cometeu muitos erros. Deus os puniu severamente com domínios de nações estrangeiras, mas sempre esteve no controle de tudo e cumpriu a Sua promessa de trazer o Salvador do mundo através da descendência de Abraão. 

Com a vinda do Messias prometido, o próprio Deus se fez homem e habitou neste mundo, com o propósito de realizar o seu sacrifício redentor. Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, cumpriu toda a Lei e tudo o que estava previsto sobre Ele. Com a Sua morte e ressurreição, Jesus possibilitou a salvação da humanidade. Ele estabeleceu a Sua Igreja como a representante do Reino de Deus e subiu ao Céu. Mas, Ele não deixou a Sua Igreja órfã neste mundo. Enviou o Espírito Santo para agir neste mundo através da Igreja.


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO, CPAD, Nº 96, pág. 29, 1º Trimestre de 2024.

ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds). Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Vol. 1 – Mateus-Atos. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.432. 

MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Fé Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 178. 


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