22 janeiro 2024

A IGREJA NA SUA DIMENSÃO COMUNITÁRIA

(Comentário do 2º tópico da LIÇÃO 03: NATUREZA DA IGREJA).

Ev. WELIANO PIRES 

No terceiro tópico, falaremos da dimensão comunitária da Igreja. Em seu aspecto comunitário, a Igreja de Cristo é una e não pode ser dividida. O apóstolo Paulo compara a Igreja de Cristo ao corpo humano, o qual, mesmo tendo vários membros distintos e com funções diversas, trabalham unidos pelo bem do corpo e não sobrevivem fora dele. Assim também devem ser os membros da Igreja. Somos diferentes, mas fazemos parte do corpo de Cristo, que é a Igreja e devemos lutar pela sua unidade. 


1- A igreja é una. A ssim como um corpo não sobrevive sem a cabeça e é guiado pelo cérebro, assim também é a Igreja. Cristo é a sua cabeça e a governa. Sem Cristo, a Igreja não sobrevive. A Igreja em seu aspecto universal e invisível é única, indivisível, invencível e é dirigida pelo Espírito Santo. 


Por confundirem Igreja com denominação, muitas seitas se autodenominam a Igreja de Cristo e ensinam que a sua organização é a única Igreja Verdadeira e fora dela não há salvação. Mas quando nos referimos à Igreja do Senhor, no singular, estamos falando da Igreja Universal e Invisível, que é o conjunto de todos os salvos. Jesus só tem uma Igreja na terra. Mas isso não se refere a uma denominação e sim, ao conjunto de salvos de todos os lugares da terra, em todas as épocas. 


2- Unidade na Igreja. O Senhor Jesus, em sua oração pelos seus discípulos, chamada “Oração Sacerdotal de Jesus”, rogou ao Pai para que eles fossem um, assim como Ele é um com o Pai (Jo 17.21). A unidade do Pai, com o Filho e o Espírito Santo é inseparável. Não existe a possibilidade de qualquer divergência entre as três pessoas da Santíssima Trindade. Mas isso não significa que são apenas uma pessoa, como interpretam, equivocadamente, os unicistas. 


O apóstolo Paulo escrevendo aos Efésios, também recomendou os cristãos a guardarem a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Ef 4.3). Aos Filipenses, no texto citado pelo comentarista, o apóstolo recomendou os cristãos a terem o mesmo sentimento, o mesmo amor e o mesmo ânimo (Fp 2.2). Aos Romanos, Paulo recomendou aos cristãos: “Sede unânimes entre vós…” (Rm 12.16). 


Estes e outros textos bíblicos falam da unidade da Igreja de Cristo. Assim como na dimensão universal há unidade na Igreja de Cristo, deve haver unidade também na Igreja local. A Igreja é como um corpo, onde todos os membros trabalham unidos, cada um em sua função, visando o bom funcionamento do corpo. 


3- Diversidade na unidade. A unidade na Igreja de Cristo não significa uniformidade. O fato de haver unidade na Igreja não indica que todos precisam ser iguais ou que não pode ter pensamentos diferentes em questões secundárias. Como vimos no tópico anterior, as Igrejas do Novo Testamento eram diferentes umas das outras e cada uma tinha as suas particularidades. 


Até os apóstolos tiveram divergências em algumas questões. Paulo e Barnabé divergiram sobre a permanência de João Marcos na equipe missionária e acabaram se separando. Em Antioquia, Paulo repreendeu a Pedro, por seu comportamento diferenciado perante os judeus, afastando-se dos gentios. Antes da chegada dos judeus, Pedro estava junto com os gentios e comia com eles. Quando viu os judeus se afastou, temendo represálias (Gl 2.11,12). 


A Igreja, portanto, deve preservar a unidade na diversidade. Devemos preservar a unidade na essência. João Wesley, fundador do Movimento Metodista usava como lema a frase de Agostinho de Hipona: “No essencial, unidade; no não essencial, liberdade; em tudo caridade.” Mas, o que seria “o essencial” para a Igreja? São as doutrinas fundamentais do Cristianismo. Questões como a Doutrina da Trindade, a Supremacia das Escrituras, a salvação pela Graça mediante fé em Cristo e outros pontos fundamentais da nossa fé são essenciais e não podemos negociar. Se alguém nega estas doutrinas não podemos considerá-lo como parte da Igreja de Cristo.


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO, CPAD, Nº 96, pág. 29, 1º Trimestre de 2024.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª. Ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.536).

Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, p.1650.

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.787


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