01 abril 2023

AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA DECISÃO PRECIPITADA


(Comentário do 3º tópico da Lição 01: Quando a família age por conta própria)

Ev. WELIANO PIRES


Neste terceiro e último tópico analisaremos as consequências de uma decisão precipitada, tomando como exemplo o caso de Abrão e Sarai. Em primeiro lugar, esta decisão precipitada deles de querer ajudar a Deus trouxe conflito e desarmonia ao lar, antes e depois do nascimento de Ismael. Depois falaremos da fraqueza de Abrão, que depois de tantas experiências com Deus, não teve discernimento e pulso firme para convencer a esposa a abandonar esta idéia estapafúrdia. Por último, falaremos das opiniões equivocadas de Sarai e Abrão, a respeito de Deus. Sarai, deixou o lugar de dependência e submissão à vontade de Deus. Abrão, por sua vez, não instruiu a sua esposa a confiar em Deus e esperar nEle, e também, por aceitar sem questionar, esta decisão que contrariava os propósitos de Deus.


1. O conflito na família de Abrão. Na cultura em que viviam Abrão e Sarai, não ter filhos era considerado uma maldição e uma vergonha para a mulher. Por outro lado, a mulher que tinha muitos filhos era considerada abençoada. Sendo assim, Sarai, já vivia amargurada por ser estéril. Os anos se passaram e ela não via a promessa de Deus de que o seu marido seria pai de uma grande nação, se cumprir. A decisão precipitada dela de entregar a sua escrava Agar para ao seu esposo para gerar um filho, tornou a situação ainda pior, pois a escrava depois que engravidou passou a sentir-se privilegiada, recebendo atenção especial de Abrão por causa da gravidez e desprezou a sua senhora.


A partir de então, Sarai enciumada, passou a afligir e maltratar a sua escrava. A palavra hebraica traduzida por “afligiu” é a mesma palavra usada para se referir à aflição de Israel no Egito, por causa da escravidão. Essa aflição não era apenas verbal, mas também emocional e física (Gn 16.5,6). Com esta aflição provocada por sua senhora, Agar fugiu de casa para o deserto. Mas, o Anjo do Senhor a encontrou, fez-lhe promessas a respeito da criança que iria nascer e orientou que ela voltasse e se humilhasse perante a sua senhora. Ela obedeceu e voltou para casa e o menino nasceu, quando Abrão tinha 86 anos de idade.


Treze anos depois, o Senhor apareceu a Abrão, identificando-se como “Deus Todo-poderoso” (heb. El Shadday) e reafirmou a promessa de que que ele teria um filho, mas deixou claro que seria também filho da sua esposa. Em seguida, mudou o seu nome de “Abrão” que significa “pai da altura”, para Abraão, que significa “pai de uma multidão”. Mudou também o nome de Sarai, que significa “dominante”, para Sara que significa “princesa”. O nome Isaque (riso), se deu porque ela riu da promessa de ser mãe aos 90 anos. Abraão continuou cético, riu em seu coração em relação a esta promessa e respondeu a Deus: “Quem dera, que viva Ismael diante da tua face!”. (Gn 17.8). Deus esclareceu que não estava falando de Ismael, mas de um filho que nasceria da sua esposa e se chamaria Isaque. Após o nascimento de Isaque, o filho da promessa, veio mais um conflito ao lar, por conta do filho da escrava, que agora zombava de Isaque. Por causa disso, Sara exigiu que Abraão expulsasse Agar e o seu filho de casa.


2. A fraqueza de Abrão. Em todo este episódio envolvendo o nascimento de Ismael, podemos notar não apenas os erros de Sara, conforme já falamos, mas também a fraqueza e passividade de Abrão diante de uma situação tão grave. Ora, ele era o líder da família e como já vimos no tópico anterior, naquela sociedade patriarcal, o pai de família tinha autoridade total sobre a sua família. As suas decisões tinham peso de uma lei. Foi a Abrão que o Senhor apareceu e foi a ele que Deus fez as promessas. Cabia a ele, portanto, instruir a sua esposa sobre como deveria proceder. Desde o momento em que a sua esposa veio com esta proposta, de imediato ele deveria rechaçar esta idéia e exortá-la a esperar em Deus. Depois, quando Sarai reclamou de Agar, ele simplesmente lavou as mãos e disse: “A tua serva está nas tuas mãos, procede segundo melhor te parecer.” (Gn 16.6). Isso não é atitude de um líder e muito menos de um homem de Deus. Não podemos ficar em cima do muro, diante de situações complexas da nossa e fazer de conta que não temos nada a ver. O problema teve início com Sarai, mas Abrão também concordou e permitiu aquela situação. Logo, ele também foi responsável por isso.


REFERÊNCIAS: 
CABRAL, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 15-16.
LOPES, Hernandes Dias. Gênesis. O Livro das Origens. Editora Hagnos. 1 Ed. 2021.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 123.

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