(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 02: A predileção por um dos filhos).
Ev. WELIANO PIRES
No primeiro tópico, falaremos do plano de Deus para a família de Isaque e Rebeca e a sua presciência. Assim como aconteceu com Abraão, Isaque também tinha a promessa de ser pai de muitos descendentes, mas a esposa era estéril. Isso, no entanto, não impediu o agir de Deus, pois, ambas milagrosamente foram mães, apesar de serem estéreis e avançadas na idade. Falaremos também do propósito presciente de Deus, ou seja, conhecendo o futuro por antecipação, Deus não é pego de surpresa e nada pode impedir que os seus desígnios sejam realizados. Entretanto, não podemos confundir presciência com determinismo.
1- O Plano divino para a família de Isaque e Rebeca. Isaque era o filho da promessa de Abraão e Sara. O seu nascimento, como vimos na lição passada, foi um milagre, pois o seu pai tinha 100 anos e a sua mãe, além de ser estéril, tinha 90 anos. O casamento de Isaque também ocorreu de forma atípica. Abraão já estava com 140 anos e chamou Eliezer, o mordomo da sua casa, e o fez jurar que não escolheria uma mulher para Isaque entre as filhas dos cananeus, mas iria aos seus parentes na Mesopotâmia.
O servo jurou e foi buscar uma noiva para Isaque, sem conhecer ninguém lá. Tomou dez camelos e alguns presentes e seguiu viagem. Chegando junto à fonte, onde as mulheres vinham buscar água, ele fez ajoelhar os camelos, ajoelhou-se também e fez um voto com Deus, para que mandasse a pessoa escolhida, combinando com Deus, inclusive o que ele e a moça iriam falar. Assim aconteceu e ele encontrou Rebeca, filha de Betuel, sobrinho de Abraão. A moça se dispôs a ir ao encontro de Isaque, sem o conhecer e se casaram, tendo Isaque 40 anos. Deus sabia quem era Rebeca e a escolheu para cumprir o seu propósito.
Assim como o seu pai Abraão, Isaque tinha a promessa de Deus de ser pai de uma grande nação. Entretanto, depois do casamento com Rebeca, ele descobriu que ela era estéril. Diferente do que fizeram os seus pais, Isaque não se precipitou e não tentou ajudar a Deus. Isaque esperou em Deus e orou por sua esposa durante 20 anos. Deus ouviu as orações de Isaque e a sua esposa engravidou dos gêmeos Esaú e Jacó.
Ainda no ventre da mãe, os bebês lutavam dentro dela. Sem entender o que isso significava, Rebeca foi consultar o Senhor. Deus respondeu que havia duas nações em seu ventre e o maior serviria ao menor. Esaú nasceu primeiro e Jacó nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão.
2- O propósito presciente de Deus. Em todos estes acontecimentos podemos ver a presciência de Deus. A presciência de Deus é parte da onisciência de Deus, que é o atributo incomunicável de Deus, pelo qual Ele conhece tudo. Quando dizemos que Deus é presciente, significa que Ele conhece o futuro antecipadamente e baseado nesse conhecimento, Ele faz os seus planos. É preciso ter cuidado, porém, para não confundir presciência com pré-determinismo que diz que Deus determina tudo o que vai acontecer, inclusive as coisas ruins. Deus conhece tudo antecipadamente e nada escapa do conhecimento dele. Entretanto, isso não significa que Ele anula a liberdade de escolha do ser humano que Ele mesmo concedeu.
Deus sabia de antemão tudo o que iria acontecer com Esaú e Jacó. Em sua presciência, Deus conhecia o temperamento de cada um deles e as diferenças. Para o seu propósito de formar a nação de Israel, através da qual o Messias viria ao mundo, Deus escolheu Jacó. Isso não tem nada a ver com merecimento, nem tampouco com a Salvação. Deus escolheu Jacó para cumprir este propósito específico, sabendo de antemão tudo o que iria acontecer. Isto não significa que Deus predeterminou tudo o que iria acontecer, inclusive os erros de Jacó e de Israel, como afirmam os monergistas.
Quando falamos da presciência de Deus há dois extremos que devemos rejeitar. O primeiro é o determinismo que afirma que Deus determinou tudo o que iria acontecer, inclusive o pecado e as coisas ruins. Segundo os adeptos desse pensamento, tudo o que acontece no universo é porque Deus determina que aconteça. O outro extremo é o deísmo que afirma que Deus criou o universo com leis próprias de funcionamento, se afastou dele e não interfere em nada. Também não é assim. Deus é um Ser transcendente e está muitíssimo acima das nossas limitações. Mas, Ele é também um Ser Imanente, ou seja, Ele se envolve com as suas criaturas e usa ou muda circunstâncias, para realizar os seus desígnios.
REFERÊNCIAS:
CABRAL, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 29-30.
KIDNER, Derek. Gênesis: Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pág. 140, 141
Nenhum comentário:
Postar um comentário