30 dezembro 2022

A NECESSIDADE DE UM AVIVAMENTO ESPIRITUAL (Ag 2.5-9)


(Comentário do 3º tópico da Lição 1: Avivamento espiritual). 

No terceiro tópico desta lição, falaremos da necessidade de um avivamento espiritual com base no texto de Ageu 2.5-9. Por causa da desobediência, mesmo com muitas advertências, o povo de Judá foi entregue ao cativeiro babilônico. Após setenta anos de cativeiro Deus levantou Ciro para livrar o povo do cativeiro e autorizar a reconstrução do templo. Falaremos também dos dias de Neemias, quando o povo foi autorizado a voltar à sua terra e reconstruir o templo. Muitos se acomodaram no cativeiro e não quiseram voltar. Outros voltaram, mas queria cuidar da própria vida e não do templo. Foi preciso Deus levantar Ageu e Zacarias para trazer um despertamento. Atualmente também precisamos de um despertamento espiritual em nossas Igrejas, no Brasil e em vários países do mundo. 


1. A situação espiritual de Judá. Neste ponto, o comentarista toma como exemplo de avivamento, os dias do profeta Ageu, que foi o primeiro dos profetas que falaram aos judeus após o retorno do cativeiro babilônico. Estes profetas são chamados de "profetas pós-exílicos" e são três: Ageu, Zacarias e Malaquias. Estes profetas foram usados por Deus para promover um despertamento do povo de Judá, que encontrava-se profundamente desanimado para a reconstrução do templo de Jerusalém. 


Temos poucas informações sobre o profeta Ageu, pois ele só é citado fora do seu livro em Esdras 5.1 e 6.14. Alguns eruditos o consideravam membro da classe sacerdotal. Ele profetizou por cerca de quatro meses, no sexto mês, do segundo ano do rei Dario (Ag 1.1), que não é o mesmo de Daniel 6. Este Dario dos dias de Ageu, iniciou o seu reinado em 522 a. C. Portanto, Ageu profetizou entre agosto e dezembro do ano 520 a.C. O texto de Ageu 2.3, indica que Ageu nasceu antes da destruição do templo de Salomão, que aconteceu em 586 a.C.  


O contexto em que Ageu profetizou foi de total desânimo e desilusão do povo. O Reino do Sul havia sido devastado pelos babilônios, que destruíram a cidade e o templo e levaram a maioria do povo para o cativeiro, que durou 70 anos. Os idosos e deficientes que ficaram na terra de Judá, ficaram num situação deplorável de miséria. Após 70 anos de cativeiro, Deus cumpriu a promessa de trazer o povo de volta à sua terra, como veremos no próximo subtópico. 


2. Deus usa Ciro para libertar Israel do cativeiro. Um fato muito importante a ser destacado é que cerca de 100 antes de Ciro nascer, Deus usou o profeta Isaías para fazer promessas a respeito dele, citando o seu nome e chamando-o de "meu ungido". (Is 45.1-3). Isso fez os céticos negarem que o Livro tenha sido escrito por Isaías e insinuarem que teria sido escrito posteriormente. 


Ciro não pertencia ao povo de Israel e assumiu o reinado da Pérsia em 550 a.C. e governou até 530 a.C. Em 539 a.C., Ciro conquistou a Babilônia e, logo no início do seu reinado, tomou conhecimento destas profecias a seu respeito. Sendo assim, no primeiro ano do seu reinado como imperador, em 538 a.C., Ciro emitiu um decreto autorizando os judeus a retornarem a Jerusalém e edificarem o templo (Ed 1). 


Muitos judeus voltaram para reconstruir o templo com Zorobabel e outros com Neemias, mas devido à oposição dos samaritanos e outros inimigos de Judá, inclusive com acusações falsas, a obra ficou paralisada por 16 anos. Após as profecias de Ageu e Zacarias, Deus despertou o governador Zorobabel, como líder político, e o sumo sacerdote Josué, como líder religioso, e o templo finalmente foi concluído em 516 a.C. 


3. A necessidade de um avivamento espiritual. Atualmente vemos muitos movimentos, campanhas e congressos falando de avivamento e fogo. Mas a realidade é quando é que as Igrejas Evangélicas de um modo geral, não apenas no Brasil, mas em vários lugares do mundo, encontram-se em um situação de comodismo, frieza espiritual, secularismo e, em alguns casos, até de apostasia. Isso já vem acontecendo há muito tempo, mas ficou mais evidente com a pandemia. Mesmo após a reabertura dos templos, muitos crentes não retornaram. Outros se tornaram desigrejados e não querem saber de congregar. 


Mesmo entre os que estão frequentando os templos, o comodismo, a falta de compromisso e de fervor estão por toda parte. Há ainda os que são "evangelicos nominais", que são crentes domingueiros, que vem ao templo uma vez por semana (quando vem!), mas fora do templo não vivem como cristãos verdadeiros. Muitos ditos cristãos da atualidade tem comportamentos iguais ou pior do que os de fora. O número de divórcios dentro da Igreja já se assemelha ao dos que não são evangelicos; a adultério, a fornicação e os escândalos se multiplicam entre líderes e celebridades do meio gospel. 


Na Europa, templos de Igrejas históricas, que no passado foram palcos de grandes avivamentos, são vendidos para cinemas, cassinos e boates. Para muitos analistas, a Europa hoje já é considerada pós-cristã. Os Estados Unidos, uma nação de origem evangelica, que o berço do Movimento Pentecostal e foi celeiro de muitos missionários no passado, hoje vê o número de cristãos diminuir a cada ano. Uma pesquisa do Instituto Gallup mostrou que em 2020 o número de americanos que são membros formais de igrejas era de 49%. Na primeira amostragem dessa pesquisa, feita em 1937, a população evangélica no país era de 70%. Dados recentes mostram que o número de Igrejas que foram fechadas e bem maior do que as que foram abertas. 


Necessitamos urgente de um poderoso avivamento em nossas Igrejas e no nosso país. Mas isso não virá de homens, ou através de métodos humanos. Atentemo-nos para as condições apresentadas por Deus a Salomão: humilhação, oração e busca pela presença do Senhor e conversão sincera dos pecados. Somente assim, o Espírito Santo trará sobre nós um avivamento para varrer dos nossos arraiais toda frieza espiritual, nos santificar e nos conceder ousadia para cumprir a missão que o Senhor nos ordenou: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. (Mc 16.15). 


REFERÊNCIAS:


RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag.

LOPES, Hernandes Dias. OBADIAS E AGEU: Uma mensagem urgente de Deus à igreja contemporânea. Editora Hagnos. pag. 69-74.

PFEIFFER. Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. 2 Ed. 2007. pag. 423-424.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 1. 11 ed. 2013. pag.752.

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Fundamentos bíblicos de um autêntico avivamento. Editora CPAD. 1ª edição: 2014. pag. 175.

HORTON, Stanley M. Avivamento Pentecostal: As origens e o futuro do maior movimento espiritual dos tempos modernos. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.09.


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Ev. Weliano Pires



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