(Comentário do 3º tópico da Lição 10: As profecias despertam e trazem esperança)
Neste último tópico, falaremos sobre o último livro da Bíblia e único livro profético do Novo Testamento, que é o Apocalipse. O imperador Domiciano empreendeu uma perseguição cruel contra os cristãos, no final do primeiro século da era cristã. O apóstolo João, filho de Zebedeu, apóstolo de Jesus, que era considerado o discípulo a quem Jesus amava, foi exilado na Ilha de Patmos e lá recebeu a revelação do Cristo ressurreto e glorificado. O Senhor lhe mandou escrever sete cartas às Igrejas da Ásia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.
1- Autoria, propósito e destinatários. A palavra grega “apokalypsis” é uma combinação de “apo” (da parte de) e “kalupto” (encobrir) e tem o sentido de “revelar algo que estava encoberto”. É exatamente isso que o livro traz: as revelações especiais de Jesus Cristo sobre as coisas futuras, que em breve irão acontecer. Muitas delas já se cumpriram, outras estão se cumprindo e outras se cumprirão após o arrebatamento da Igreja.
A palavra grega “Apokalypsis” aparece também em outros textos do Novo Testamento: “Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar [Apokalypsis] ” (Lc 17.30); “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada [Apokalypsis].” (Rm 8.18); “E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar [Apokalypsis] o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder”. (2 Ts 1.7); “Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação [Apokalypsis] de Jesus Cristo”. (1 Pe 1.13)
O autor do livro do Apocalipse é identificado no prefácio do livro: “João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono”. (Ap 1.4).
O propósito do livro também está revelado no primeiro capítulo: “...para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo.” (Ap 1.1).
Os destinatários originais do livro são as sete Igrejas da Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Filadélfia, Laodiceia e Sardes (Ap 1.11). Mas, não é apenas para eles. Os assuntos tratados no Livro do Apocalipse envolvem a Igreja em todas as épocas. O Apocalipse fala do governo do Anticristo e dos horrores da Grande Tribulação; da batalha entre Cristo e os exércitos do Anticristo; do reino Milenial de Cristo; do juízo final; e a eternidade. O livro encerra o cânon do Novo Testamento, e revela a vitória final do Reino de Deus.
2- Uma mensagem de esperança. Logo no início do Livro, o Senhor mandou que João escrevesse o registro do passado, presente e futuro. No passado, João testificou da Palavra de Deus (Ap 1.2). No presente, todos devem guardar as palavras da profecia (Ap 1.3,22.14). E, no futuro, irá se cumprir a esperança da volta de Jesus (Ap 1.7).
No contexto em que foi escrito o Apocalipse, os cristãos sofriam os horrores da perseguição cruel e insana do Imperador Domiciano. Este imperador era um megalomaníaco, que se considerava um deus. Em sua insanidade e soberba, Domiciano decretou o culto ao imperador, levando-o a consequências terríveis, fazendo disso uma prova de lealdade ao império. Instituiu o chamado culto à “Família dos Flávios”, que seria a encarnação da família do imperador. Domiciano exigia ser chamado de “senhor” e “deus”. Chamava o próprio leito de “leito de um deus”. As suas festividades eram chamadas de “banquetes sagrados”. Até os peixes servidos nestas festas eram considerados sagrados.
Evidentemente, os cristãos não iriam se submeter a isso, pois, seria idolatria e traição ao Seu Deus. Por isso foram barbaramente perseguidos, torturados e mortos. Domiciano não perseguia apenas os cristãos. Ele mandou executar também políticos, intelectuais e até membros da própria família que parecessem desleais às suas loucuras.
Neste contexto, os cristãos esperavam que Cristo voltaria naqueles dias para pôr fim aos horrores das perseguições que eles sofriam. Por isso, o Livro do Apocalipse, que revelava de forma simbólica e enigmática os futuros acontecimentos, com o triunfo de Cristo e do seu povo sobre os poderes do mal, representava uma mensagem acalentadora de esperança. O Apocalipse é a conclusão das Escrituras, assim como o Gênesis é o começo, onde o homem fracassou pelo pecado. O livro apresenta as últimas coisas, onde aparece o homem salvo e triunfante em Cristo.
REFERÊNCIAS:
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 5070-5072.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 6. págs. 354; 3557-3558.
PAIXÃO, Waldemar Pereira. Apocalipse, a Revelação Final. Editora Kairos. 1 edição 2009. pag. 11-16.
LOPES. Hernandes Dias. Apocalipse: o Futuro Chegou, as Coisas que em Breve Devem Acontecer. Editora Hagnos. 1 Ed. 2005.
HORTON. Stanley. M. Serie Comentário Bíblico Apocalipse. As coisas que brevemente devem acontecer. Editora CPAD. 7ª Edição 2011.
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Pb. Weliano Pires
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