04 março 2022

OS PROFETAS MENORES


(Comentário do 2º tópico da Lição 10: As profecias despertam e trazem esperança) 


Os profetas menores são assim chamados, como já falamos, devido ao tamanho dos seus livros. Nas Escrituras Hebraicas eles formam um único livro, chamado de "Os Doze". Na Septuaginta são chamados de "Dodekapropheton", que significa "Os Doze profetas". Para efeitos didáticos, o nosso comentarista dividiu-os em três grupos: profetas do Reino do Norte, Profetas pré-exílio e Profetas pós-exílio. Depois fala sobre os demais profetas menores que profetizaram contra outras nações, como Jonas, Obadias e Naum. 


1- Os profetas do Reino do Norte. Entre os profetas menores, apenas dois profetizaram no Reino do Norte: Oséias e Amós. Estes dois profetas denunciaram os pecados do Reino do Norte, advertindo o povo para que se arrependesse, senão viria o cativeiro. Infelizmente não foram ouvidos. Veio o cativeiro da Assíria, o povo do Reino do Norte foi levado para fora da sua terra e não retornou mais. 

a. Oséias. O nome Oséias significa "salvação''. É parecido com os nomes de Josué e de Jesus, respectivamente Yehoshua e Yeshua em hebraico, mas estes significam “Yahweh é Salvação”. O profeta Oseias era filho de Beeri e profetizou no Reino do Norte, durante o reinado de Jeroboão II. No primeiro versículo são mencionados três reis de Judá e apenas um de Israel: “Uzias, Jotão, Acaz Ezequias, reis de Judá, e Jeroboão II, rei de Israel” (Os 1.1). Este fato faz alguns a sugerirem que Oséias tenha exercido o seu ministério profético no Reino do Norte e escreveu o seu Livro no Reino do Sul, embora a sua mensagem seja para o Reino do Norte. 

Oséias profetizou em um tempo de paz e prosperidade econômica no Reino do Norte, porém, era uma época de grande infidelidade a Deus, devassidão moral e  apostasia generalizada. Oséias denunciou em seu livro, as alianças com o Egito e a Assíria (Os 5.13; 7.11; 8.9; 12.1; 14.3); Condenou a idolatria (Os 10.5), a prostituição (Os 6.10), a luxúria (Os 4.10), os homicídios, roubos, enganos e opressão aos pobres (Os 5.2; 7.1; 12.7). Denunciou também os pecados dos sacerdotes que aceitavam suborno do povo (Os 6.9).

Para ilustrar a sua mensagem, Deus ordenou a Oséias que se casasse com uma prostituta chamada Gômer e tivesse filhos com ela (Os 1.2). Este casamento com uma mulher infiel era um símbolo da infidelidade de Israel a Deus. Os filhos deste casamento receberam, por ordem de Deus, os seguintes nomes, com os seus respectivos significados: 

  • Jezreel: Simbolizando que a dinastia de Jeú haveria de ser completamente destruída; 

  • Lo-Ruama:  Significa “a quem não se demonstrou misericórdia”. Era uma profecia sobre o cativeiro assírio; 

  • Lo-Ami: Significa “não meu povo”. Indica a rejeição temporária de Israel (cf. Rom. 11.1-24); 

  • Ami: Significa “meu povo”. Aponta para a restauração final da nação de Israel no Milênio. (cf. Rom. 11.25,26).

Apesar da mensagem de Oséias ser de denúncia do pecado e ameaças de um cativeiro iminente, temos também as promessas de Deus de um futuro glorioso para os remanescentes fiéis. Esta promessa incluía perdoar o seu povo, renovar a Aliança e derramar bênçãos abundantes sobre eles (Os 1.10,11; 2.1-23; 14.1-7).

b. Amós. Amós era natural de Tecoa, uma aldeia que ficava a cerca de 15 quilômetros ao sul de Jerusalém. O período do seu ministério foi o mesmo de Oséias e ele foi contemporâneo também dos profetas Jonas, Isaías e Miquéias. Amós não era filho de profeta e não passou pela escola de profetas. Era cuidador de bois e agricultor, nas palavras dele, “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14). Sicômoro era uma espécie de figos silvestres, que servia de comida aos pobres. Foi chamado por Deus para profetizar em Betel, onde ficava o centro religioso do Reino do Norte (Am 4.4). Foi ali que o primeiro Jeroboão construiu altares, bezerro de ouro, constituiu sacerdotes e instituiu a idolatria no Reino do Norte (1 Rs 12.28-33). Em Betel, Amós enfrentou a oposição ferrenha do sacerdote Amazias que era ligado ao rei Jeroboão II (7.10-16). 

A primeira coisa que o livro de Amós nos mostra é que Deus chama quem Ele quer para exercer o ministério. Amós não tinha tradição de profeta, não era sacerdote, nem escriba. Era um homem simples, de origem humilde, de um vocabulário limitado, que lidava com bois e plantio de sicômoros. Além disso, era natural do Reino do Sul e foi enviado para profetizar no Reino do Norte. Mas Deus o chamou para ser profeta de uma nação que parecia próspera e bem-sucedida. 

Amós profetizou contra a idolatria e denunciou as injustiças sociais ea violência, no próspero reinado de Jeroboão II. Profetizou também o castigo para os pecadores que insistiam em viver no pecado. O livro de Amós é considerado “O livro da justiça de Deus”, pois ele mostra aos religiosos, a necessidade de se incluir na adoração a justiça e retidão. A profecia de Amós ataca direta e corajosamente as instituições de Israel e confrontando os males que assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação. 

Assim como Oséias, Amós também encerra o seu livro com a promessa de um futuro glorioso para Israel. (Am 9.11-15). Infelizmente a nação rejeitou as suas advertências e as ameaças de cativeiro se cumpriram 50 anos depois. Mas a promessa da restauração de Israel continua e se cumprirá plenamente no Reino Milenial de Cristo.  


 2- Os profetas Pré-exílio. Dos profetas menores, quatro profetizaram em Judá, no período que antecedeu o cativeiro Babilônico: Joel, Miquéias, Habacuque e Sofonias. Todos eles condenaram o pecado e anunciaram o juízo emitente. Mas, destacaram também a misericórdia divina e promessas de restauração do seu povo. 

a. Joel. O nome Joel significa “Yahweh é Deus”. Temos pouca informação sobre a vida pessoal do profeta. Sabemos apenas que ele profetizou em Judá, por volta do ano 835 a.C., durante o reinado de Joás (2 Cr 22–24). Pelo contexto histórico do é possível que Joel tenha conhecido Elias na sua infância e tenha sido contemporâneo de Eliseu. 

O livro de Joel foi escrito em forma de poema profético. Joel profetizou logo após a devastadora praga de gafanhotos que havia assolado a Palestina (1.1-2.27). Em seguida conclama o povo ao arrependimento, antes que seja tarde demais. Depois ele fala de eventos do fim dos tempos (2.28; 3.21), com ameaças e promessas. O principal evento escatológico do livro é o derramamento do Espírito Santo, cujo cumprimento foi citado por Pedro no Dia de Pentecostes  (At 2.15-21). 

b. Miquéias. O nome de Miquéias significa “Quem é como Yahweh?”. Na Septuaginta o seu nome é Michaías. Era um profeta de origem humilde, natural da cidade de Moreste-Cate (Mq 1.1,14; Jr 26.18), localizada a aproximadamente 40 quilômetros ao sudoeste de Jerusalém. Miquéias profetizou durante os reinados “de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” (Mq 1.1). Portanto, entre 735 a.C. e 710 a.C. 

O tema principal de Miquéias é a ira divina contra os pecados de Samaria e de Jerusalém. Miquéias profetizou  contra a idolatria e denunciou a opressão aos pobres e o colapso da justiça nacional (Mq 1.5; 2.1,2; 3.9-11). Denunciou também a falsa espiritualidade, anunciou a destruição de Jerusalém pelos babilônicos e a restauração de Israel (Mq 3.12; 4.10). Profetizou também que o nascimento do Messias seria em Belém (Mq 5.2; Mt 2.1,4-6). Foi citado pelo Senhor Jesus (Mq 7.6; Mt 10.35,36). 


c. Habacuque. O nome Habacuque significa “aquele que abraça” e no final da sua profecia o nome faz sentido, pois, o profeta se apegou a Deus. Não temos informações no livro ou em outra parte da Bíblia sobre a pessoa do profeta. O livro o identifica apenas como “o profeta Habacuque”. Isso pode ser um indicativo de que ele era bem conhecido. As referências ao templo (Hc 2.20) e a oração em forma de canto no capítulo 3, com referência ao cantor-mor e instrumentos musicais, são indicativos de que Habacuque deve ter sido um levita e cantor do templo. Habacuque iniciou seu ministério por volta do ano 609 a.C., no governo de Jeoaquim, rei de Judá (2 Rs 23.30-34) e profetizou durante os últimos momentos do império da Assíria e início da ascensão da Babilônia. Foi contemporâneo de Jeremias, Ezequiel, Daniel e Sofonias. 

O livro de Habacuque começa com a perplexidade do profeta diante da violência e iniquidade que presenciava. Diante disso, ele clama a Deus com várias perguntas, questionando porque Deus não o responde e por que Deus permitia que os ímpios (Caldeus) punissem ao povo de Israel (Hc 1.4-6). No capítulo 2, o Senhor lhe responde e diz: “Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa.” (Hc 2.2). O Senhor lhe mostra que o povo de  Judá não é justo e merece a punição. No capítulo 3, Habacuque faz uma oração em forma de canto, suplicando a misericórdia do Senhor,  louvando-o por seu poder e demonstrando a sua confiança em Deus em qualquer circunstância. O versículo chave de Habacuque é: “O justo viverá pela sua fé (fidelidade)”. (Hc 2.4).

d. Sofonias. O nome Sofonias significa “O Senhor esconde”. O livro inicia relatando a sua genealogia, chegando ao rei Ezequias: “Palavra do Senhor vinda a Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá.” (Sf 1.1). Portanto, ele era tetraneto do rei Ezequias e profetizou durante o reinado do rei Josias. 

Em seu Livro, Sofonias denuncia os pecados dos moradores de Judá (Sf 1.4) e dos príncipes (Sf 1.8) e anuncia a destruição que viria no “grande dia do Senhor” (Sf 1.14). A sua profecia condena o culto a Baal, a prática da astrologia, a profanação dos sacerdotes e a conduta enganosa e violenta da família real. O anúncio das destruições no “dia do Senhor” é visto também como uma referência aos acontecimentos apocalípticos dos últimos dias. (Sf 1.4-18 e 2.4-15).

Há também em Sofonias, o propósito de despertar os remanescentes para que se voltassem para Deus, para que fossem salvos da destruição que viria no dia do Senhor (Sf 2.1-3) e desfrutar as bênçãos do reino de Deus (Sf 3.8-20).


3- Os profetas pós-exílio.  Três profetas profetizaram após o cativeiro de Judá: Ageu, Zacarias e Malaquias. Estes profetas profetizaram logo após o retorno do cativeiro, quando o povo estava desanimado e indiferente às coisas do Senhor. 

a. Ageu. O nome Ageu significa “festivo”, provavelmente por ter nascido em um dia de festa. Não temos informações sobre ele na Bíblia. O seu nome aparece nove vezes em seu próprio livro e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14). Ageu foi o primeiro profeta a atuar no pós-exílio. O seu chamado se deu a cerca de dois meses antes de Zacarias receber o primeiro oráculo: “no ano segundo do rei Dario” em 520 a.C (Ag 1.1; Zc 1.1). Assim como Habacuque, Ageu identifica-se apenas como o “profeta Ageu”, num indicativo de que era bem conhecido.

É provável que Ageu tenha nascido na Babilônia e era criança, na época do decreto do imperador Ciro, que autorizou a volta dos judeus à sua terra, pois não foi citado antes de 520 a.C. Em 539 a.C, o imperador Ciro baixou um decreto que pôs fim ao cativeiro dos judeus e os primeiros judeus retornaram do cativeiro e iniciaram a reconstrução do templo. Porém, após a morte de Ciro, o seu filho Cambises deu ouvidos às acusações dos inimigos dos judeus e embargou a obra (Ed 4.23).

Após a morte de Cambises, Dario Histaspes assumiu o trono e autorizou a retomada da obra, que estava parada há 17 anos. Entretanto, o povo mostrava-se desinteressado e indiferente. Cada um queria cuidar da própria vida. Ageu foi usado por Deus para despertar e convencer o governador Zorobabel, o sacerdote Josué e os líderes do povo, para terminarem a reconstrução do templo (Ag 1.2-9; 2.2,4). O profeta falou sobre a crise econômica que o povo atravessava e disse que aquilo era porque a casa de Deus estava deserta. Eles trabalhavam, colhiam, mas era insuficiente. Era como se colocassem dinheiro em um saco furado. Deus prometeu que iria providenciar os recursos necessários à obra e que “a glória desta última casa seria maior que a da primeira”. (Ag 2.9). O povo deu ouvidos a Ageu. O Espírito Santo trouxe um verdadeiro avivamento e o templo foi concluído em 516 a.C. O livro termina com uma mensagem de esperança. Deus promete abalar céus e terra para abençoar o seu povo, e, numa referência a Cristo, estabelecer o seu Reino para sempre (Ag 2.21-23).

b. Zacarias. O nome Zacarias significa “Yahweh lembra”. O seu avô, Ido (1.1), era sacerdote e veio do exílio à Jerusalém no grupo liderado por Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque (Ne 12.1-4). Portanto, Zacarias era de uma família sacerdotal, assim como Jeremias (Jr 1.1) e Ezequiel (Ez 1.3). É provável que o seu pai, Baraquias, tenha falecido quando ele ainda era criança e Zacarias fora criado por seu avô, pois Esdras, o chama apenas de “filho de Ido” (Ed 5.1). Zacarias foi contemporâneo de Ageu, mas o seu ministério profético  foi mais extenso, pois ele menciona os oráculos entregues dois anos após o seu chamado (7.1).

Zacarias, assim como Ageu, também exortou o povo a retomar a construção do templo. Mas, o seu livro é mais escatológico. O contexto histórico é o mesmo do livro de Ageu. Entretanto, a mensagem de Ageu era mais imediata, focando nos problemas que o povo passava naquele momento. Zacarias, por sua vez, profetiza para um futuro mais amplo e remoto. 

O propósito imediato das revelações escatológicas dadas por Deus a Zacarias era também responder a um estado pelo qual o povo de sua época passava, a fim de consolar e animar os judeus em seu estado calamitoso pós-exílio. Zacarias trata também da questão do jejum, exortando ao povo de que o jejum não é apenas a abstinência de alimentos e precisa está acompanhado da bondade e justiça para com o próximo (Zc 7.9-11).

Deus queria que o povo se reerguesse, pois no futuro a nação israelita seria totalmente restaurada e seria a sede do governo messiânico (Zc 2.10-13). O tema central do livro de Zacarias, enfatizado nos últimos capítulos, é o Messias. Zacarias teve oito visões que tratam da restauração de Israel e da vinda de tempos de prosperidade para o seu povo. Estas visões se referem ao futuro, em que o “Servo de Deus” (Jesus Cristo), haverá de reinar.

c. Malaquias. O nome Malaquias em hebraic é mal’achi, que significa “meu mensageiro”. A Septuaginta o traduz por “angelo sou” que significa  “seu mensageiro, seu anjo”. Alguns sugerem que não se trata de um nome próprio e apenas de uma designação de que ele era um mensageiro de Deus. Entretanto, nenhum dos doze profetas menores são anônimos. Portanto, não há razão para pensarmos que Malaquias seria diferente. Não temos informações no livro sobre as origens do profeta, nem o reinado em que ele profetizou. Entretanto, as evidências internas como a expressão “governador” (heb pehah) (Ml 1.8) e o seu equivalente na língua persa (tirsata),  foram aplicadas a Neemias (Ne 7.65). A indiferença religiosa, com a frouxidão moral dos levitas e o divórcio e casamento com mulheres estrangeiras também são características da época de Neemias. 

O livro de Malaquias tem apenas quatro capítulos, com perguntas retóricas, condenando a formalidade religiosa, a prática da corrupção generalizada entre sacerdotes e escribas e o despertamento da nação de Judá. Malaquias faz duras críticas aos que não honram a Deus como Pai e desprezam os sacrifícios oferecendo-os de forma profana e com indiferença. Critica também o divórcio e os casamentos mistos e fala sobre a infidelidade nos dízimos e ofertas. Por último, Malaquias conclui com as profecias referentes ao Dia do Senhor (4.1-6), que inclui ameaças aos  arrogantes e malfeitores (Ml 4.1); um dia de triunfo para os justos (Ml 4.2,3); e a restauração dos relacionamentos entre pais e filhos e entre o povo de Deus (Ml 4.4-6).


4- Os demais profetas. Os três profetas menores restantes: Jonas, Obadias e Naum, profetizaram contra os assírios e os edomitas. 

a. Jonas. O nome “Jonas” em hebraico é “yonah” e significa “pomba”. Jonas  é apresentado em seu livro apenas como filho de Amitai (1.1). Ele também é mencionado em partes bíblicas como um profeta do Reino do Norte, natural de Gate-Hefer, da tribo de Zebulom, que viveu na época de Jeroboão II (2 Rs 14.23-25). 

Jonas foi enviado por Deus à grande cidade de Nínive, capital da Assíria (Jn 1.2), com uma mensagem de destruição, por causa da maldade extrema daquele povo (Jn 1.3). Entretanto, inicialmente Jonas não quis ir, pois pensou consigo que o povo iria se arrepender e Deus, sendo misericordioso, não iria destruí-los. É bem provável que Jonas desejasse a destruição dos assírios, que eram cruéis inimigos do povo de Israel. Os assírios torturavam barbaramente os seus inimigos, ao ponto de empalar os homens, jogar bebês para cima e apará-los com a espada e abrir o ventre de mulheres grávidas vivas. 

O profeta, então, resolveu pegar um navio para Társis e ‘fugir da presença do Senhor’. Isso nos leva a crer que Jonas desconhecia a Onipresença de Deus. Mas Deus enviou uma grande tempestade na região em que ele navegava. Os marinheiros se desesperaram com a tempestade, lançando ao mar a carga para aliviar o navio e invocando os seus deuses. Jonas dormia profundamente no porão do navio e foi acordado pelos marinheiros, que indagaram sobre a sua origem e crença. O profeta, então declarou que era judeu e estava fugindo de Deus e que por isso, veio aquela tempestade. Orientou também os marinheiros para que o lançassem ao mar que a tempestade cessaria. E assim aconteceu. 

O Senhor enviou um grande peixe para que tragasse Jonas. No ventre do peixe, Jonas fez uma oração, confessando o seu pecado e pedindo a Deus que o livrasse, que ele iria cumprir a ordem de Deus. O peixe, então, vomitou a Jonas na terra seca. Pela segunda vez, Deus ordenou que Jonas que fosse a Nínive e pregasse a sua destruição. Desta vez Jonas foi e, por três dias, entregou a mensagem que Deus lhe mandou. Entretanto, esta mensagem chegou ao rei. O rei decretou um jejum geral, inclusive dos animais e ninivitas se arrependeram. Deus, então, se compadeceu deles e resolveu não destruí-los.  

Jonas ficou desgostoso porque Deus não destruiu a cidade e disse que queria morrer. Deus fez nascer uma aboboreira para que fizesse sombra onde Jonas estava e ele se alegrou novamente. Porém, no mesmo dia, Deus fez uma formiga ferir a raiz da planta e ela secou-se. Jonas novamente se entristeceu. Através deste episódio, Deus perguntou a Jonas: Tiveste tu compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer, que numa noite nasceu, e numa noite pereceu; E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais? (Jn 4.10,11). 

A mensagem do livro de Jonas continua atual. Deus continua se compadecendo dos mais terríveis pecadores e deseja salvá-los. Para isso, Ele envia os seus servos para que lhes preguem a mensagem de arrependimento para a salvação. Entretanto, muitos não querem ir. Alguns até desejam que Deus os destrua, por causa da maldade. 


b. Naum. O nome de Naum significa “consolação”. O livro não oferece informações sobre o profeta. A única informação sobre ele é “o elcosita”.  A localização da aldeia de Elcós é incerta, mas provavelmente ficava em Judá. Alguns estudiosos sugerem que ele era da região da Galiléia, pois, o nome de Cafarnaum significa “Aldeia de Naum’.  

A mensagem do Livro de Naum descreve o juízo de Deus contra a cidade de Nínive, pois Naum começa seu livro com a expressão “peso de Nínive”. Os assírios eram conhecidos por suas conquistas e pela crueldade com que tratavam os povos dominados. Com a mensagem do profeta Jonas, eles se arrependeram e atrasaram a sua destruição em 150 anos. Mas voltaram às mesmas maldades e a destruição foi inevitável. 

O livro tem apenas três capítulos. O primeiro fala das características da administração da Justiça de Deus (1.2-7), da ruína iminente de Nínive (1.8-11.14) e de um consolo para Judá (1.12,13,15). O segundo capítulo fala a respeito da queda de Nínive. O terceiro capítulo fala sobre as razões de Deus para a destruição de Nínive, 

c. Obadias. Obadias é o menor livro do Antigo Testamento, contendo apenas um capítulo com vinte e um versículos. Nada sabemos sobre a pessoa do profeta Obadias, a não ser por tradições que falam sobre ele, que não são dignas de confiança.

O assunto do livro é a ira de Deus contra os edomitas, que eram os descendentes de Esaú. Os edomitas tinham se aliado a outras nações contra Judá e se alegram com a destruição de Jerusalém e com os sofrimentos terríveis causados pelo cativeiro babilônico. Além disso, ajudavam aos saqueadores, maltratavam e vendiam como escravos os judeus que fugiam. Os edomitas eram primos dos israelitas, pois eram filhos de Esaú, irmão de Jacó. Entretanto ao invés de ajudá-los, preparavam emboscadas, capturavam e entregavam os judeus fugitivos aos invasores. O livro se divide em três partes principais: a destruição de Edom (vv.1-9); a sua maldade (vv.10-14) e o dia do Senhor sobre Edom, Israel e as demais nações (vv.15-21).



REFERÊNCIAS: 


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Editora CPAD. pág. 9-10; 17-18; 25-26; 32-33; 56-57; 73-75; 80-81; 88-89; 94-95;  105-107.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. págs. 3441; 3483-3484; 3505-3506; 3441; 3483-3484; 3537-3538; 3569-3570; 3631. 3645; 3659-3560; 3701-3702.        


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Pb. Weliano Pires


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