30 setembro 2025

O HOMEM — CORPO, ALMA E ESPÍRITO

(SUBSÍDIO DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO)

Estamos iniciando um novo trimestre de estudos com a revista Lições Bíblicas Adultos, editada pela CPAD. Rogamos que as ricas bênçãos do Senhor sejam derramadas sobre a sua vida, ministério e família. Nesta rica oportunidade, estudaremos sobre a natureza humana a partir da Antropologia na visão bíblica. Deus constituiu o homem de corpo, alma e espírito. Estes aspectos fundamentam a Doutrina do Homem e apontam como o homem foi criado, bem como revela o propósito do Criador em trazê-lo à existência.

O estudo sistemático sobre a Doutrina do Homem tem a pretensão de dirimir em que consiste a natureza humana atrelada aos propósitos do Criador para a humanidade. Deus, por sua infinita graça, criou os seres humanos com o fim de glorificá-lo a partir de uma comunhão eterna. No estudo desta lição, sua classe é convidada a conhecer com maiores detalhes dos três componentes básicos da existência humana, a saber, corpo, alma e espírito. Para termos uma visão geral do assunto, Stanley M. Horton, na obra Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal (CPAD), Discorre:

“[...] A composição física dos seres humanos é a parte material da sua constituição que os une aos demais seres viventes, inclusive as plantas e os animais. As plantas, os animais, os seres humanos, todos podem ser descritos em termos de existência física. A ‘alma’ é considerada o princípio da vida física ou animal. Os animais possuem uma alma básica e rudimentar: apresentam evidências de emoções e são descritos com o termo psyché em Apocalipse 16.3 (ver também Gn 1.20, onde são descritos como nephesh chayyah, ‘de alma vivente’ no sentido de ‘indivíduos vivos’ dotados de certa medida de personalidade). Os seres humanos e os animais são distintos das plantas, em parte pela capacidade de expressar sua personalidade individual. O ‘espírito’ é considerado um poder sublime que estabelece os seres humanos na dimensão espiritual e os capacita à comunhão com Deus. Pode-se distinguir o espírito da alma, sendo aquele ‘a sede das qualidades espirituais do indivíduo, ao passo que nesta residem os traços da personalidade’. Embora distintos entre si, não é possível separar a alma do espírito”. (1996, p.248).

No estudo da natureza humana, a compreensão desses três componentes é indispensável para que o cristão experimente a vontade de Deus em sua totalidade e tenha uma vida equilibrada.

INTRODUÇÃO AO 4º TRIMESTRE DE 2025


Ev. WELIANO PIRES 

Com muita alegria e gratidão ao Senhor, iniciamos o 4º trimestre de estudos da nossa Escola Bíblica Dominical, no ano de 2025. Será um trimestre teológico e o nosso campo de estudo será Antropologia teológica. A palavra Antropologia deriva de dois termos gregos: Antropos (homem/ser humano) e Logos (estudo, tratado). Portanto, a antropologia é o estudo do ser humano. 

Quando falamos de Antropologia, é importante saber que há vários tipos: Antropologia biológica, cultural, linguística, filosófica, estruturalista e teológica. Cada uma delas estuda o ser humano sob o seu respectivo ponto de vista. No nosso caso, trataremos da Antropologia Teológica, que é a disciplina da Teologia Sistemática que estuda de forma sistemática o ser humano, do ponto de vista bíblico. 

O título da nossa revista é: Corpo, Alma e Espírito: A restauração integral do ser humano para chegar à estatura completa de Cristo. Estudaremos a tríplice composição do homem, chamada de tricotomia, abordando a Criação, Queda e Redenção do ser humano, que são os três principais temas da Bíblia. 

O conteúdo da revista está assim dividido: uma lição introdutória sobre a estrutura tricotômica do ser humano humano; três lições sobre o corpo humano; quatro lições sobre a alma humana e as suas faculdades; três lições sobre o espírito humano; e uma lição conclusiva sobre a preparação das três partes do ser humano para a eternidade. 


O comentarista deste trimestre é o Pr. Silas Rosalino de Queiroz, pastor na Assembleia de Deus de Ji-Paraná. Pr. Silas Queiroz é bacharel em Teologia e Direito; pós-graduado em Direito Público, Direito Processual Civil e Docência Universitária; procurador-geral do município de Ji-Paraná; jornalista e assessor jurídico da Convenção dos Ministros e Igrejas Assembleias de Deus no Estado de Rondônia (CEMADERON); membro do Conselho de Comunicação e Imprensa da CGADB. Foi comentarista das lições de jovens em dois trimestres, sobre o Evangelho segundo João (2021) e as Cartas Pastorais (2023). Comentou também as lições de adultos do 3º trimestre de 2024, sobre os Livros de Rute e Ester. 

SUMÁRIO 

Lição 1 – O Homem — Corpo, Alma e Espírito

Lição 2 – O Corpo — A Maravilhosa obra da Criação de Deus

Lição 3 – O Corpo e as Consequências do Pecado

Lição 4 – O Corpo como Templo do Espírito Santo

Lição 5 – A Alma — A Natureza Imaterial do Ser Humano

Lição 6 – A Consciência — O Tribunal Interior

Lição 7 – Os Pensamentos — A Arena de Batalha na Vida Cristã

Lição 8 – Emoções e Sentimentos — A Batalha do Equilíbrio Interior

Lição 9 – Vontade — O que Move o Ser Humano

Lição 10 – Espírito — O Âmago da Vida Humana

Lição 11 – O Espírito Humano e as Disciplinas Cristãs

Lição 12 – O Espírito Humano e o Espírito de Deus

Lição 13 – Preparando o Corpo, a Alma e o Espírito para a Eternidade.

26 setembro 2025

A DECISÃO DA ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM

(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 13: A assembleia de Jerusalém)

Ev. WELIANO PIRES 

No terceiro tópico, falaremos da decisão da assembleia de Jerusalém. Inicialmente, falaremos do papel do Espírito Santo nesta assembleia, com base nas palavras da carta enviada pelos apóstolos e anciãos de Jerusalém, aos líderes das Igrejas gentílicas: “[...] pareceu bem ao Espírito Santo e a nós”. Na sequência, falaremos da forma de orientação do Espírito Santo nesta assembleia. Por fim, trataremos do parecer final aprovado pela assembleia de Jerusalém sobre esta questão doutrinária, envolvendo o legalismo judaizante.   

1. O Espírito na assembleia. No documento enviado pelos apóstolos e presbíteros da Igreja de Jerusalém à Igreja de Antioquia, eles deixaram claro que aquela decisão não era uma decisão apenas deles, mas era algo dirigido pelo Espírito Santo: “[...] pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28). Isso nos mostra o protagonismo do Espírito Santo nesta assembleia. Aquela era uma Igreja cheia do Espírito Santo, conforme já vimos em lições anteriores, que vivia em constante oração e tomava decisões sob a orientação do Espírito Santo. 

O comentarista traça um paralelo entre este texto de Atos 15.28, com Atos 5.32, onde o Espírito Santo é invocado como testemunha na resposta de Pedro às autoridades religiosas: “E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem”. O Espírito Santo é uma Pessoa divina e foi dado à Igreja para permanecer com ela, dando continuidade ao ministério de Jesus. Como Deus, o Espírito Santo conhece todos os mistérios, tem todo poder e está presente em todos os lugares ao mesmo tempo. A sua liderança, portanto, é indispensável. 

Lamentavelmente, em muitas convenções e reuniões de obreiros, não se dá espaço para a liderança do Espírito Santo. Em muitas delas, o estatuto e os interesses humanos falam mais alto. Estão mais preocupados com as benesses do poder terreno, mesmo que seja na esfera religiosa. O resultado disso é trágico: obreiros discutindo entre si de forma desrespeitosa, trocas de acusações, comportamentos inescrupulosos semelhantes aos de políticos corruptos, disputas judiciais, etc. Que Deus nos guarde destas coisas e nos dê discernimento espiritual. 

2. A orientação do Espírito na assembleia. Como o Espírito Santo fez esta orientação à Igreja? Não temos informações no texto de Atos 15, sobre a forma usada pelo Espírito Santo para falar com a Igreja e dar o seu parecer. Pode ter sido através de revelação aos apóstolos, ou através de profecias, como aconteceu na Igreja de Antioquia, quando Espírito Santo ordenou que a Igreja separasse Barnabé e Saulo para a obra missionária. O comentarista chama a atenção aqui, para o fato de que Judas e Silas, enviados da Igreja de Jerusalém a Antioquia, eram profetas. Isso nos dá um indício de que o Espírito Santo pode ter usado estes profetas para falar com a Igreja. 

Em todo o Livro de Atos dos Apóstolos, após a ascensão de Jesus aos céus, podemos ver a direção do Espírito Santo nas atividades da Igreja. Acertadamente, alguns sugerem que o Livro de Atos dos Apóstolos deveria se chamar "Atos do Espírito Santo", pois, os atos que vemos neste livro são, na verdade, do Espírito Santo e não dos Apóstolos. Após o revestimento de poder, os discípulos que outrora eram tímidos e cheios de dúvidas, agora pregavam ousadamente a Palavra de Deus e realizavam milagres, sem nada temer. 

No Livro de Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo aparece sempre como protagonista, ou seja, Ele conduzia a missão da Igreja. Os discípulos eram apenas os coadjuvantes, que buscavam a Deus em oração e se submetiam à orientação do Espírito Santo, em tudo o que faziam. Vemos o Espírito Santo chamando pessoas para a obra missionária (At 13.1-3), guiando missionário para falar com uma pessoa (At 8.29), proibindo missionário de ir a uma cidade (At 16.7), etc. Como bem colocou o comentarista, a direção do Espírito Santo era o padrão na Igreja de Jerusalém e deve ser o nosso também. Sem a atuação do Espírito Santo uma igreja se torna uma mera organização religiosa humana, incapaz de transformar vidas e resolver o problema do pecado.

3. O parecer final da assembleia. A decisão final da assembleia de Jerusalém foi a seguinte: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes”. (Atos 15:28,29). Esta decisão rejeitou a tese dos judaizantes, de que seria necessário a circuncisão dos crentes gentios e a obrigatoriedade da guarda dos preceitos da lei, como condição para a Salvação. Por outro lado, foram feitas algumas concessões aos cristãos judeus, para não escandalizar os crentes de origem judaica. 

Três questões se referem à alimentação e apenas uma está relacionada às questões morais. A abstinência de alimentos sacrificados aos ídolos era uma prática comum entre os gentios, que consagravam os seus alimentos aos deuses. Em outros textos o apóstolo Paulo falou sobre isso em suas epístolas aos Romanos e aos Coríntios (Rm 14 e 1Co 8). Entretanto, o apóstolo deixou claro que “o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo”. (Rm 14.17). Segundo a orientação paulina, se alguém nos informar que o alimento foi consagrado aos ídolos, não devemos comer. Mas devemos “comer de tudo o que vende no açougue, sem nada perguntar”. (1Co 10.25). 

Na parte de comer sangue e comer carne sufocada (sem retirar o sangue), esta proibição vinha desde o tempo de Noé, antes da Lei mosaica. Após o Dilúvio, Deus permitiu o consumo de carne, mas proibiu comê-la com o sangue (Gn 9.3,4). Esta proibição foi absorvida pela lei (Lv 17.10,11). Comer sangue e carne sufocada era uma prática punida com a morte. Segundo a orientação de Deus aos israelitas, o sangue representava a vida do animal e, portanto, não deveria ser consumido. As Testemunhas de Jeová se baseiam neste texto de Atos 15.29, para proibir a transfusão de sangue. Mas isso é uma interpretação forçada, pois quem recebe sangue não está comendo sangue e naquela época não existia isso. 

A última proibição, traduzida na versão Almeida Revista e Corrigida por “fornicação” (Gr. porneia), refere-se a qualquer prática sexual condenada pela Palavra de Deus. No contexto evangélico atual fornicação é apenas a prática sexual entre pessoas solteiras. Mas o termo grego porneia é uma palavra genérica que engloba todos os pecados sexuais: adultério, homossexualidade, incesto, zoofilia, etc. Entre os judeus não havia dúvidas quanto a isso, mas, entre os gentios, algumas destas práticas eram culturais, como ver na primeira Epístola aos Coríntios. Os cristãos gentios não poderiam continuar nestas práticas. 

O que fica evidente nesta decisão final é a sabedoria concedida aos líderes da Igreja pelo Espírito Santo, para preservar a unidade da fé, sem comprometer a doutrina bíblica. Ao longo da história da Igreja sempre houve conflitos entre os conservadores e os liberais nas questões de usos e costumes. Eu fui criado em um contexto absolutamente radical, onde tudo era pecado. Deu trabalho para eu me livrar dessas amarras. Em muitos estados brasileiros, a Assembléia de Deus ainda adota muitas proibições sem nenhum fundamento bíblico. Precisamos ter equilíbrio nesse sentido. 

Agostinho, bispo de Hipona, um dos maiores teólogos da igreja antiga, disse certa vez: ‘Ame a Deus e faça o que quiser’. Parece uma afirmação libertina, como se a pessoa pudesse continuar pecando. Entretanto, quem ama a Deus de verdade, não vai desagradá-lo, desobedecendo à sua Palavra. Antes de qualquer proibição, precisamos nos perguntar: A Bíblia realmente proíbe esta prática, ou é apenas um preceito humano? Por outro lado, antes de dizer que algo é permitido ao cristão, devemos também nos perguntar se isto não fere os princípios bíblicos. Não podemos também abusar da liberdade cristã e escandalizar outros irmãos que são fracos na fé. 

25 setembro 2025

O DEBATE DOUTRINÁRIO

(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 13: A assembleia de Jerusalém)

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, falaremos dos detalhes deste primeiro debate doutrinário da Igreja de Jerusalém. Veremos a questão crucial a ser tratada neste debate, que era o relacionamento dos cristãos gentios com a Lei mosaica. Na sequência, abordaremos o argumento inicial de Pedro que foi a experiência do Pentecostes na fé dos gentios na casa de Cornélio. Por último, falaremos da argumentação de Tiago, o irmão de Jesus, sobre a aceitação dos gentios, que teve como base a profecia de Amós 9.11 e 12, que faz menção à restauração do tabernáculo de Davi e menciona a inclusão dos gentios. 

1. Uma questão crucial. A pauta desta assembleia de Jerusalém era: o papel da Lei Mosaica para os cristãos gentios, ou não judeus. Os judaizantes, como vimos no tópico anterior, saíram de Jerusalém, sem autorização dos apóstolos e foram a Antioquia ensinar que a Igreja deveria circuncidar os gentios e ordená-los a guardar a Lei de Moisés, como condição para a salvação. Em Antioquia, eles encontraram dois grandes apologistas de peso, que eram Paulo e Barnabé. Houve ali uma grande discussão e contenda por causa deste assunto (At 15.2). 

Ficou decidido, então, que o assunto deveria ser discutido na Igreja de Jerusalém com os apóstolos e os anciãos da Igreja. Paulo e Barnabé levaram consigo alguns cristãos gentios e subiram a Jerusalém, passando pela Fenícia e por Samaria, falando nas Igrejas das muitas conversões entre os gentios. Chegando a Jerusalém, foi-lhes dada a oportunidade para trazer o relatório das suas atividades na obra missionária, conforme vimos no tópico anterior. 

Novamente, os judaizantes se levantaram na assembleia e apresentaram a mesma questão que já havia gerado contenda deste grupo contra Paulo e Barnabé em Antioquia. Naturalmente, veio a réplica de Paulo e Barnabé contra essas imposições legalistas. De novo, a discussão foi acalorada e gerou grande contenda na assembleia. O clima ficou tenso para Paulo e Barnabé, mas eles não cederam, pois sabiam que o futuro da fé cristã estava em jogo. Se eles cedessem, o Cristianismo seria reduzido a mais uma seita judaica.

2. A experiência do Pentecostes na fé dos gentios. Em meio àquela discussão acalorada, Pedro se levantou para dar o seu parecer. Em sua argumentação, Pedro lembrou que Deus o havia escolhido anteriormente para que os gentios ouvissem o Evangelho através dele, referindo-se ao ocorrido na casa do centurião Cornélio. Em seguida, Pedro lembrou-lhes de que Deus conhece os corações e deu testemunho aos gentios, concedendo-lhes o Espírito Santo, da mesma forma que havia feito em Jerusalém no dia de Pentecostes.

Pedro já havia sido exposto a este mesmo questionamento, depois que pregou aos gentios na casa de Cornélio. Os cristãos de Jerusalém, que em sua grande maioria eram judeus, não perguntaram a Pedro naquela ocasião se houve conversões de almas e batismo no Espírito Santo. A preocupação deles foi o fato de Pedro se misturar aos gentios: “Entraste em casa de homens incircuncisos, e comeste com eles”. (At 11.3). 

Em sua defesa, Pedro contou tudo o que acontecera, desde a visão que ele teve em Jope, onde ele viu algo semelhante a grande um lençol, descendo do céu com várias espécies de animais considerados imundos pela Lei. Uma voz vinda do Céu ordenou-lhe por três vezes que ele os matasse e comesse. Pedro relutou, dizendo que nunca havia comido nada comum ou imundo. A voz insistiu para que ele não considerasse comum ou imundo àquilo que Deus purificou. 

Na sequência, Pedro contou que no mesmo instante chegaram os emissários de Cornélio e o Espírito Santo ordenou que fosse com eles, sem duvidar. Finalmente, Pedro contou aos irmãos que foi à casa de Cornélio e, quando ele começou a pregar, o Espírito Santo desceu sobre os seus ouvintes e eles falaram em línguas e exaltaram a Deus, exatamente como acontecera no Pentecostes. 

Depois de expor tudo o que aconteceu, Pedro lançou sobre eles a indagação: “se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era, então, eu, para que pudesse resistir a Deus?” (At 11.17). Naquele momento, os cristãos de origem judaica se conformaram e glorificaram a Deus por ter concedido também aos gentios o arrependimento para a vida eterna. 

Apesar de terem apaziguado os corações naquele momento, muitos judeus permaneciam presos aos ditames da lei e não se conformavam com a salvação pela graça, mediante a fé e exigiam a prática da lei como complemento. Agora, na assembleia da Igreja de Jerusalém, repreendeu aos judaizantes, apresentando uma declaração de fé: “...Por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também". (At 15.9-11).

3. A fundamentação profética da fé gentílica. Depois da argumentação de Pedro, que foi baseada na experiência pentecostal dos gentios, a palavra final sobre este assunto coube a Tiago, que presidiu esta assembleia. Este Tiago não era o apóstolo, filho de Zebedeu e irmão de João, pois este já havia sido morto por ordem de Herodes Agripa I. Também não era o outro apóstolo Tiago, filho de Alfeu, chamado também de Tiago, o menor. 

Este Tiago que aparece aqui era filho de Maria e José e meio irmão de Jesus. Tiago e Judas, irmãos de Jesus, se converteram após a ressurreição de Jesus e se tornaram importantes líderes da Igreja Primitiva, escrevendo inclusive, as Epístolas que levam os seus nomes. Tiago tornou-se líder da Igreja de Jerusalém e foi mencionado por Paulo como sendo uma das colunas da Igreja, ao lado de Pedro e João (Gl 2.9). 

Tiago apresentou o seu veredicto, fundamentado nas Escrituras judaicas e disse que a salvação dos gentios tem amparo nas palavras dos profetas do Antigo Testamento. Como fundamento escriturístico, Tiago citou a profecia de Amós 9.11 e 12, que diz: “Naquele dia tornarei a levantar o tabernáculo caído de Davi, e repararei as suas brechas, e tornarei a levantar as suas ruínas, e o edificarei como nos dias da antiguidade; Para que possuam o restante de Edom, e todos os gentios que são chamados pelo meu nome, diz o SENHOR, que faz essas coisas”.

Pedro apelou para a experiência pentecostal dos gentios. Tiago, por sua vez, usou as Escrituras como fundamento para dar o seu parecer. Evidentemente, não podemos estabelecer doutrinas na Igreja com base na experiência e esta não pode ser equiparada às Escrituras como fazem algumas seitas. Entretanto, naqueles dias, o Novo Testamento ainda não havia sido escrito e os apóstolos tinham a autoridade outorgada por Jesus para lançar os fundamentos doutrinários da Igreja. Nesse caso, a experiência confirmava aquilo que as profecias já diziam. 

24 setembro 2025

A QUESTÃO DOUTRINÁRIA

(Comentário do 1⁰ tópico da lição 13: A Assembleia de Jerusalém)

Ev. WELIANO PIRES 

No primeiro tópico, trataremos da questão doutrinária envolvida na assembleia realizada pela Igreja de Jerusalém. Inicialmente, veremos falaremos do relatório missionário sobre a primeira viagem missionária, apresentado por Paulo e Barnabé. Em seguida, falaremos do legalismo judaizante, apregoado por um grupo de cristãos judeus, que pertenciam ao partido dos fariseus e insistiam na judaização dos gentios convertidos. 

1. O relatório missionário. Após o chamado do Espírito Santo na Igreja de Antioquia da Síria, Barnabé e Saulo partiram em sua primeira viagem missionária, levando consigo João Marcos, como um cooperador da equipe (At 13.5). Esta primeira viagem missionária aconteceu entre os anos 46 e 48 d.C. Muitas coisas aconteceram durante esta viagem: milagres, conversões de muitos judeus e gentios ao Evangelho, mas também intensa perseguição por parte dos judeus. 

De volta a Antioquia da Síria, Paulo e Barnabé relataram à Igreja que os enviara, tudo o que o Senhor havia feito por meio deles entre os gentios (At 14.27). Muitas almas foram salvas, sinais e maravilhas aconteceram e muitas Igrejas foram plantadas. Mesmo sofrendo grandes perseguições, os servos do Senhor chegaram à sua base missionária, regozijantes e com a sensação de dever cumprido. Após o retorno dessa primeira viagem, os missionários ficaram um bom tempo com os discípulos em Antioquia. 

A mensagem pregada por Paulo e Barnabé entre os gentios era baseada na justificação pela fé em Cristo, sem a exigência das obras da lei. Apesar de todo o seu conhecimento das Escrituras hebraicas e das culturas gregas e romanas, Paulo teve como o ponto central da sua pregação o Cristo crucificado, expondo para judeus e gentios a importância da morte de Cristo no processo de salvação. Paulo pregava que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que veio a este mundo, para padecer pelos pecadores, dos quais, ele se considerava o principal. 

2. O legalismo judaizante. Este relatório da obra missionária, apresentado por Paulo e Barnabé à Igreja de Antioquia, no entanto, desagradou ao grupo dos judaizantes. Apesar de todas as maravilhas relatadas pelos missionários, mostrando o que Deus fizera entre os gentios, este grupo não ficou contente, por causa da mensagem pregada por Paulo e Barnabé aos gentios.

Este grupo seguiu de Jerusalém a Antioquia, ao que tudo indica, com o objetivo de confrontar Paulo e Barnabé, por causa da sua mensagem aos gentios. Eles não aceitavam a Salvação pela graça, mediante a fé e insistiam na exigência das ordenanças da Lei como condição para a salvação: “Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos”. (At 15.1).

Não se tratava apenas de guardar os princípios morais da Lei, como não servir a outros deuses, honrar aos pais, não cobiçar as coisas do próximo, não matar, não furtar, etc. Eles ensinavam que os cristãos, inclusive os gentios, deveriam ser circuncidados, guardar o sábado e seguir as regras dietéticas previstas na Lei. 

Os judaizantes eram maioria na Igreja de Jerusalém que era majoritariamente formada por judeus. Eles se tornaram ferrenhos opositores do apóstolo Paulo, que os chamava de “falsos irmãos”. Este grupo se apresentava nas Igrejas como “enviados da Igreja de Jerusalém”, mas Tiago, que era o líder da Igreja em Jerusalém, negou esta informação: "Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras…”. (At 15.24). 

O ensino judaizante representa um complemento ao sacrifício de Cristo na Cruz. Quando se coloca algo a mais como condição para a Salvação, isso anula o sacrifício de Cristo. Se houvesse a possibilidade de algum ser justificado pelas obras da Lei, não haveria necessidade de Jesus vir a este mundo e padecer em nosso lugar. Bastaria o ser humano se converter ao Judaísmo e praticar os preceitos da Lei Mosaica. Mas tudo aquilo eram apenas sombras e figuras do que estava por vir na Nova Aliança. 

Na atualidade ainda vemos grupos de que se dizem cristãos, propagando o ensino judaizante como condição para a salvação. O principal deles é a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que exige a guarda do sábado e a abstinência de certos tipos de alimentos, como condição para a salvação. Estas exigências configuram-se em “outro evangelho”, como disse Paulo aos Gálatas (Gl 1.9). Nem Jesus, nem os apóstolos nunca ensinaram estas coisas (Cl 2.16,17). 

Há também outros grupos que adotam práticas típicas do Judaísmo, como a liturgia da sinagoga e o uso do kippar, do shofar e do manto para oração, mesmo não as colocando como condição para a salvação. Ora, não faz sentido algum um cristão brasileiro querer se vestir como judeu, seguir a liturgia das sinagogas ou orar em hebraico. Nós vivemos na dependência do Espírito e não estamos sob o jugo da lei. 

23 setembro 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 13: A ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM

TEXTO ÁUREO:

“Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias.” (At 15.28).

VERDADE PRÁTICA:

Em sua essência, a Igreja é tanto um organismo quanto uma organização e, como tal, precisa seguir princípios e regras para funcionar plenamente.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 15.22-32.

Objetivos da Lição: 

I) Mostrar o contexto e os motivos que levaram à controvérsia sobre a salvação dos gentios; 

II) Relatar os argumentos apresentados pelos apóstolos, especialmente por Pedro e Tiago, sobre a inclusão dos gentios na Igreja; 

III) Reconhecer a importância da direção do Espírito Santo na resolução dos conflitos e na preservação da unidade da Igreja.


Palavra-Chave: assembleia


A palavra portuguesa assembleia deriva do termo francês medieval “assemblée”, que significava o ajuntamento ou reunião de pessoas para analisar, discutir e deliberar sobre assuntos de interesse da sociedade. Os gregos usavam a palavra Ekklēsia, que significa assembleia ou congregação. Esta palavra é formada por dois termos: Ek (fora de) e kaleo (chamar). Ekkesia, portanto, era um grupo de homens, com status de cidadãos elegíveis, chamados para fora das suas casas, para deliberar sobre determinado assunto. Este termo grego deu origem à palavra portuguesa Igreja.


No latim, há dois termos equivalentes a assembléia: concilium, de “Com” (junto) e “Calare” (chamar, conclamar) e synodus, transliteração do grego synodo, (caminhar juntos). Estes termos deram origem, respectivamente, às palavras portuguesas concílio e sínodo. Estas palavras originalmente eram sinônimas e a variação ocorria por conta da etimologia, sendo que assembléia deriva do francês, sínodo do grego e concílio do latim. 


Com o passar dos anos, estas palavras passaram a ter diferenças entre si, de acordo com a abrangência e a denominação que a utilizava. A nossa denominação usa o termo convenção, para se referir às reuniões de líderes da Igreja. As reuniões das convenções nas Assembleias de Deus podem ser: Assembléia Geral Ordinária (AGO), que são acontecem a cada dois anos; e Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que são convocadas para deliberar sobre assuntos excepcionais. Outras denominações evangélicas usam os termos sínodo, concílio, presbitério e conselho, que variam de acordo com a abrangência e a jurisdição da reunião. 


INTRODUÇÃO

Nesta última lição do terceiro trimestre de 2025 estudaremos sobre a primeira assembleia ou concílio da Igreja de Jerusalém. A liderança da Igreja já havia se reunido anteriormente para resolver um problema que surgiu na assistência social, que resultou na instituição dos diáconos. Naquela ocasião, era um problema de natureza administrativa e os apóstolos, sob a direção do Espírito Santo, orientaram a Igreja a escolher sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para administrarem os recursos destinados ao socorro dos necessitados.


Agora, a questão era de ordem doutrinária e envolvia não apenas a Igreja de Jerusalém, mas em todos os lugares. Um grupo de cristãos, que antes pertenciam ao partido dos fariseus e haviam se converteram ao Cristianismo, insistiam na ideia de que os gentios até poderiam ser aceitos na comunidade cristã, mas antes precisariam se converter ao Judaísmo, passando pelo ritual da circuncisão e guardar as demais ordenanças da Lei Mosaica, como condição para serem salvos (At 15.5). 


Era um grupo bastante influente e barulhento, que causou grande contenda. Esta tese dos chamados judaizantes, que queriam reduzir a fé cristã a um mero melhoramento do Judaísmo, seguia na contramão do Evangelho pregado por Paulo e Barnabé aos gentios, que consistia na justificação pela fé em Cristo. Paulo já havia exposto esta questão anteriormente na Epístolas aos Gálatas, que segundo os especialistas, é anterior a este concílio. Ele já havia, inclusive, repreendido a Pedro pessoalmente, por tentar agradar a esse grupo (Gl 2.11-14). 


Diante desse impasse entre aqueles que insistiam em judaizar os gentios e os que defendiam a salvação pela graça, mediante a fé, independente da prática da Lei, a Igreja de Jerusalém convocou uma AGE (Assembleia Geral Extraordinária) para analisar, discutir e deliberar sobre o assunto. Paulo e Barnabé compareceram a esta assembleia e foram recebidos pelos apóstolos e pelo presbitério da Igreja. Inicialmente, Paulo e Barnabé fizeram uma relatório da obra missionária, contando as maravilhas que Deus fizera por meio deles entre os gentios. Nesse momento, o grupo dos judaizantes se levantou, insistindo na tese de que os gentios deveriam guardar a lei, como condição para a salvação.


TÓPICOS DA LIÇÃO

I. A QUESTÃO DOUTRINÁRIA


No primeiro tópico, trataremos da questão doutrinária envolvida na assembleia realizada pela Igreja de Jerusalém. Inicialmente, falaremos do relatório missionário sobre a primeira viagem missionária, apresentado por Paulo e Barnabé. Em seguida, falaremos do legalismo judaizante, apregoado por um grupo de cristãos judeus, que pertenciam ao partido dos fariseus e insistiam na judaização dos gentios convertidos. 


II. O DEBATE DOUTRINÁRIO


No segundo tópico, falaremos dos detalhes deste primeiro debate doutrinário da Igreja de Jerusalém. Veremos a questão crucial a ser tratada neste debate, que era o relacionamento dos cristãos gentios com a Lei mosaica. Na sequência, abordaremos o argumento inicial de Pedro, que foi a experiência do Pentecostes na fé dos gentios, na casa de Cornélio. Por último, falaremos da argumentação de Tiago, o irmão de Jesus, sobre a aceitação dos gentios, que teve como base a profecia de Amós 9.11 e 12, que faz menção à restauração do tabernáculo de Davi e menciona a inclusão dos gentios. 


III. A DECISÃO DA ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM


No terceiro tópico, falaremos da decisão da assembleia de Jerusalém. Inicialmente, falaremos do papel do Espírito Santo nesta assembleia, com base nas palavras da carta enviada pelos apóstolos e anciãos de Jerusalém, aos líderes das Igrejas gentílicas: “[...] pareceu bem ao Espírito Santo e a nós”. Na sequência, falaremos da forma de orientação do Espírito Santo nesta assembleia. Por fim, trataremos do parecer final aprovado pela assembleia de Jerusalém sobre esta questão doutrinária, envolvendo o legalismo judaizante.   

RESUMO DO 3º TRIMESTRE DE 2023

Imagem do site: Coisa de Irmão

Ev. WELIANO PIRES

Com a graça de Deus, chegamos ao final do 3º trimestre do ano de 2025. O tema estudado foi: A Igreja em Jerusalém: Doutrina, comunhão e fé, a base para o crescimento da Igreja em meio às perseguições. Estudamos os primeiros quinze capítulos do Livro de Atos dos Apóstolos, tratando especificamente sobre a Igreja de Jerusalém, que é a Igreja mãe de toda a Cristandade e o primeiro modelo de Igreja apresentado no Novo Testamento. Não era perfeita e também tinha os seus problemas, pois era formada por crentes imperfeitos como nós. Mas, teve um crescimento extraordinário, em um contexto de ferrenha perseguição, dos judeus e do Império romano. 


Ao longo deste trimestre estudamos algumas características e virtudes da Igreja de Jerusalém e vimos como ela enfrentou os seus problemas. O estudo destas lições são fundamentais para a Igreja atual. O título da Revista aborda três pontos fundamentais como base para o crescimento da Igreja em meio à perseguição: Doutrina, comunhão e fé, que estão descritos no texto de Atos 2.42-47, junto com a oração e o temor a Deus. 


A Igreja de Jerusalém perseverava "na Doutrina dos Apóstolos", que é uma referência ao conjunto de ensinos ministrados por Jesus, que os apóstolos receberam do Mestre e transmitiram à Igreja. O ensino da doutrina dos apóstolos à Igreja continua sendo fundamental para o crescimento saudável da Igreja. Uma Igreja que cresce sem o ensino da Palavra de Deus, adoece e pode até se tornar uma seita.


Perseverava também na comunhão, que é a união dos irmãos em todos os sentidos. Eles tinham uma comunhão tão profunda que, os que tinham mais de uma propriedade decidiram, voluntariamente, vender uma e doar o dinheiro para a liderança da Igreja suprir a necessidade dos mais pobres. Esta atitude generosa fez com que não houvesse nenhum necessitado entre eles.


Embora não apareça no texto de Atos 2.42-47, a fé também fazia parte da base para o crescimento da Igreja de Jerusalém. A fé em Deus é provada nas adversidades e confirmada através da fidelidade a Deus. É preciso passar pelas provações e manter a sua fidelidade a Deus, até mesmo com o sacrifício da própria vida, para comprovar a fé em Deus. Quem realmente tem fé em Deus, precisa está disposto a morrer pela sua fé e abrir mão de tudo por amor à Deus. Era exatamente assim que vivia a Igreja de Jerusalém. 


Por fim, a Igreja de Jerusalém vivia em constante oração. Antes do Pentecostes, eles perseveraram em oração, até serem revestidos do poder do Espírito (At 1.14). Mas continuaram orando todos os dias após a descida do Espírito Santo. Oravam pedindo direção a Deus (At 1.23,24); oravam constantemente no templo (At 3.1); oravam diante das ameaças e perseguições (At 4.24-31); oravam antes de separar obreiros (At 6.6). O Senhor respondia às suas orações, salvando muitas almas e operando maravilhas no meio da Igreja.


COMENTARISTA

O comentarista deste trimestre foi o renomado pastor José Gonçalves, presidente da Assembleia de Deus em Água Branca/PI. Pr. José Gonçalves é articulista, escritor, conferencista e comentarista de Lições Bíblicas de adultos da Escola Dominical da CPAD há vários anos. É Mestre em Teologia pela Faculdade Batista do Paraná (FABAPAR) e especialista em Interpretação bíblica por essa mesma Instituição. É graduado em Teologia pelo Seminário Batista de Teresina (1995) e licenciado em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí (2001). Ensinou grego, hebraico e Teologia Sistemática na Faculdade Evangélica do Piauí. Autor de mais de uma dezena de livros, dentre os quais: Por que Caem os Valentes? (2009); Defendendo o Verdadeiro Evangelho (2009); Davi: Vitórias e Derrotas de Um homem de Deus (co-autor, prêmio Areté, 2009); Maravilhosa Graça (2016), A Supremacia de Cristo (2017) e O Carisma Profético e o Pentecostalismo Atual (2021), todos publicados pela CPAD.

ESBOÇO DAS LIÇÕES

LIÇÃO 01: A IGREJA QUE NASCEU NO PENTECOSTES

I. A NATUREZA DO PENTECOSTES BÍBLICO

II. O PROPÓSITO DO PENTECOSTES BÍBLICO

III. CARACTERÍSTICAS DO PENTECOSTES BÍBLICO


LIÇÃO 02: A IGREJA DE JERUSALÉM: UM MODELO A SER SEGUIDO

I. UMA IGREJA COM SÓLIDOS ALICERCES

II. UMA IGREJA OBSERVADORA DOS SÍMBOLOS CRISTÃOS

III. UMA IGREJA MODELO


LIÇÃO 03: UMA IGREJA FIEL À PREGAÇÃO DO EVANGELHO

I. A IGREJA QUE PREGA AS ESCRITURAS

II. A IGREJA QUE PREGA NO PODER DO ESPÍRITO

III. A IGREJA QUE PREGA A ESPERANÇA VINDOURA


LIÇÃO 04: UMA IGREJA CHEIA DO ESPÍRITO SANTO

I. UMA IGREJA PERSEVERANTE

II. UMA IGREJA QUE ORA COM PODER

III. UMA IGREJA OUSADA NO SEU TESTEMUNHO


LIÇÃO 5: UMA IGREJA CHEIA DE AMOR

I. O AMOR MANIFESTADO NA COMUNHÃO CRISTÃ

II. O AMOR COMO MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA

III. A MANIFESTAÇÃO DO AMOR NA SOLIDARIEDADE CRISTÃ


LIÇÃO 06: UMA IGREJA NÃO CONIVENTE COM A MENTIRA

I. O DIABO, O PAI DA MENTIRA

II. O CRISTÃO E A MENTIRA

III. A IGREJA QUE REPELE A MENTIRA


LIÇÃO 07: UMA IGREJA QUE NÃO TEME A PERSEGUIÇÃO

I. A IGREJA PERSEGUIDA

II. A IGREJA PROTEGIDA

III. A IGREJA DESTEMIDA


LIÇÃO 08: UMA IGREJA QUE ENFRENTA OS SEUS PROBLEMAS

I. A IDENTIFICAÇÃO DOS CONFLITOS

II. A DELEGAÇÃO DE TAREFAS

III. SEGUINDO OS PRINCÍPIOS CRISTÃOS


LIÇÃO 09: UMA IGREJA QUE SE ARRISCA

I. ESTÊVÃO E A IGREJA QUE TEM SUA FÉ CONTESTADA

II. ESTÊVÃO E A IGREJA QUE DEFENDE SUA FÉ

III. ESTÊVÃO E O MARTÍRIO DA IGREJA


LIÇÃO 10: A EXPANSÃO DA IGREJA

I. A IGREJA DIANTE DA PERSEGUIÇÃO

II. A IGREJA QUE EVANGELIZA

III. A IGREJA QUE DÁ SUPORTE À EVANGELIZAÇÃO


LIÇÃO 11: UMA IGREJA HEBREIA NA CASA DE UM ESTRANGEIRO

I. A REVELAÇÃO DE DEUS AOS GENTIOS

II. A SALVAÇÃO DOS GENTIOS

III. O ESPÍRITO DERRAMADO SOBRE OS GENTIOS


LIÇÃO 12: O CARÁTER MISSIONÁRIO DA IGREJA DE JERUSALÉM

I. UMA IGREJA COM CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA

II. UMA IGREJA COM VISÃO TRANSCULTURAL

III. UMA IGREJA QUE FORMA DISCÍPULOS


LIÇÃO 13: ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM

I. A QUESTÃO DOUTRINÁRIA

II. O DEBATE DOUTRINÁRIO

III. A DECISÃO DA ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM

22 setembro 2025

A ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM

(SUBSÍDIO DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO/CPAD)

Nesta última lição, veremos detalhes da assembleia geral realizada pela Igreja Primitiva em Jerusalém (At 15.1-35). Este concílio ficou marcado na história cristã porque definiu quais seriam as exigências impostas aos gentios para ingressarem na plena comunhão com a igreja de Cristo. A questão foi levantada por um grupo de judeus convertidos ao Cristianismo que entendia ser necessário dar continuidade à observância de preceitos da Lei, mesmo após aceitarem a fé em Jesus. Dentre as práticas que deveriam ser preservadas estava a da circuncisão. No entanto, o entendimento dos apóstolos era de que os gentios foram chamados por Deus para a liberdade cristã. Impor aos gentios práticas que faziam parte da religião judaica não fazia sentido algum. Por essa razão, o Concílio foi de fundamental importância para que o Evangelho continuasse a ser pregado entre os gentios.

Ao final do Concílio, foram acordadas as exigências impostas ao gentios recém-convertidos. Como frisa o Dicionário Bíblico Beacon (CPAD), “somente quatro restrições foram colocadas para os gentios cristãos (v.20). Eles deveriam se abster das contaminações dos ídolos, isto é, das coisas oferecidas aos ídolos (cf. v.29; 21.25) — e da prostituição, do que é sufocado e do sangue. A primeira destas restrições se referia a uma preocupação real da Igreja Primitiva, da qual Paulo tratou em toda a sua extensão (1Co 8.1-10; 10.19). Os animais eram sacrificados aos deuses pagãos e depois a sua carne era vendida nos mercados. Alguns entenderam que, de acordo com a decisão do concílio, os gentios convertidos eram proibidos de comer esta carne conscientemente, e que Paulo adotou a mesma posição. A prostituição era um pecado extremamente comum entre os pagãos, e praticado muitas vezes como parte do seu culto. Os judeus se orgulhavam dos seus elevados padrões morais e a igreja, naturalmente, tinha toda razão de fazer esta exigência aos seus membros. Comer o que era sufocado era evidentemente proibido principalmente porque o sangue não era retirado da carne. Portanto, esta exigência estava muito ligada à quarta proibição de comer sangue. Este mandamento vem desde o tempo de Noé, quando os homens tiveram a primeira permissão de comer os animais (Gn 9.4), e foi repetido na lei mosaica (Lv 3.17; 7.26; 17.10,14; 19.26)” (2006, p.322).

Uma vez acordada a decisão em relação aos gentios, importava agora que estes vivessem uma vida sossegada e temente a Deus. O Senhor nos chama para viver na mesma liberdade do Espírito, adorando em servindo a Deus por meio dos dons espirituais e ministeriais, a fim de que o Evangelho continue a ser proclamado até os confins da Terra.

DO ABATIMENTO À GLORIFICAÇÃO

(Comentário do 3º tópico da Lição 03: O corpo e as consequências dos pecado) Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, falaremos da trajetória...