28 setembro 2022

INTRODUÇÃO AO 4º TRIMESTRE DE 2022



Com a Graça de Deus, chegamos ao último trimestre de estudos neste ano, em nossa Escola Bíblica Dominical. O comentarista deste trimestre é o renomado pastor Esequias Soares da Silva, presidente da Assembleia de  Deus em Jundiaí – SP, presidente da Sociedade Bíblica do Brasil, presidente da Comissão de Apologética da CGADB, graduado em Hebraico pela Universidade de São Paulo, mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, escritor, apologista e comentarista de Lições Bíblicas. O Pr. Esequias Soares é um dos maiores teólogos da Assembleia de Deus no Brasil e foi o presidente da comissão que elaborou a nossa Declaração de fé. 


O tema deste trimestre é: “A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel”. O texto base do nosso estudo é o Livro do profeta Ezequiel. Até onde eu sei, é a primeira vez que estudamos o Livro de Ezequiel em Lições Bíblicas da Escola Dominical. Entretanto, não será um estudo exegético do Livro do profeta Ezequiel. Usaremos este livro como base para um tema específico, que é a preparação do povo de Deus para os eventos escatológicos, assim como Ezequiel foi usado por Deus para alertar os judeus, sobre os juízos de Deus. 


A mensagem de Ezequiel consistia em avisar ao povo de Judá sobre a necessidade de arrependimento para a restauração e libertação do cativeiro. Ezequiel teve várias visões de Deus, sobre a situação de Israel no cativeiro e no futuro, como a famosa visão do vale de ossos secos, descrita no capítulo 37. Ezequiel profetizou a restauração de Israel (Ez 34.1-39.29); a vinda do Messias como pastor e rei (Ez 34.23,24); e como fonte de águas vivas (Ez 47.1,2).


Segue abaixo, um resumo das treze lições estudadas neste trimestre: 


LIÇÃO 01: EZEQUIEL, O ATALAIA DE DEUS


Esta primeira lição é uma introdução aos assuntos estudados durante o trimestre. A lição está dividida em quatro tópicos:  


O primeiro tópico apresenta-nos a estrutura do Livro de Ezequiel, dividindo-o em três partes: a primeira parte abrange os primeiros 24 capítulos e contém as profecias de Ezequiel antes da destruição de Jerusalém e do Templo; a segunda parte vai dos capítulos 25 a 32 e contém as profecias contra as nações de Amom. Moabe, Edom, Filístia, Tiro, Sidom e Egito; a terceira e última parte, que abrange os capítulos 33 a 48, inicia com o anúncio da destruição de Jerusalém. Depois fala sobre o retorno dos judeus de todas as partes do mundo para a terra dos seus antepassados. Fala também da restauração nacional, da invasão de Gogue a Israel e a sua derrota. Por último, mostra a visão do novo templo e da redenção de Israel e da humanidade. 


O segundo tópico traz as informações biográficas do profeta Ezequiel. O nome Ezequiel significa "sustentado ou fortalecido por Deus". As poucas informações que temos sobre o profeta Ezequiel são as que estão em seu Livro, pois ele não aparece nos Livros dos Reis e Crônicas. Ezequiel era filho de Buzi e pertencia à classe sacerdotal em Jerusalém. Foi levado cativo para a Babilônia por Nabucodonosor em 597 a.C. Na Babilônia foi chamado por Deus para o ministério profético, a fim de admoestar o povo no exílio, que continuava com o coração obstinado. 


O terceiro tópico descreve duas figuras usadas para se referir ao ministério profético de Ezequiel: O atalaia e o filho do homem. O próprio Deus disse que escolheu Ezequiel como “o atalaia de Israel” (Ez 31.7). O atalaia era uma espécie de sentinela que ficava em um posto elevado, observando possíveis aproximações de inimigos, para avisar à segurança dos reis. Ezequiel foi escolhido como atalaia ou vigia para alertar o povo sobre os perigos do pecado. Deus se refere a Ezequiel como “Filho do homem”, uma referência à fragilidade e pecaminosidade humana. 


O quarto tópico fala sobre a responsabilidade do profeta como atalaia de Israel e faz um paralelo com a responsabilidade do cristão. Deus constituiu Ezequiel como atalaia de Israel para alertar o seu povo sobre os perigos. Nesta função, Ezequiel foi alertado por Deus de que, se ele avisasse ao ímpio e este não se convertesse, o ímpio pereceria. Mas, o profeta estaria livre da responsabilidade. Entretanto, se o profeta não avisasse, o ímpio pereceria, mas o profeta seria responsabilizado. O mesmo acontece com o cristão, que foi chamado por Deus para pregar o Evangelho aos perdidos. Falaremos mais detalhadamente sobre este assunto na Lição 07.


LIÇÃO 02: VEM O FIM


Esta lição faz uma análise do capítulo 07 de Ezequiel, que trata dos juízos de Deus sobre a nação de Israel e sobre todas as nações. A lição está dividida em três tópicos: 


O primeiro tópico traz uma descrição desta profecia. Começa com uma introdução à profecia, destacando a fórmula usual do profeta Ezequiel ao introduzir as suas profecias. Fala também da extensão da profecia sobre o fim, analisando a expressão “terra de Israel”, que aparece 17 vezes no livro. Entretanto, o comentarista demonstra que esta profecia é escatológica e não se restringe ao povo de Israel. Por último, faz uma análise etimológica sobre o tempo do cumprimento desta profecia, com base nas expressões: agora, depressa, eis que vem, eis aqui o dia e vem a tua sentença. 


O segundo tópico fala sobre a expressão “O fim”, usada no capítulo 7 de Ezequiel. Inicialmente, temos uma explicação sobre o sentido desta expressão. Depois, o profeta repete esta expressão e outras similares, com o objetivo de provocar pânico e alertar os seus leitores originais sobre os perigos iminentes. 


O terceiro e último tópico fala sobre o grande inimigo de Israel naquela ocasião, que era Nabucodonosor, rei da Babilônia. O profeta usa a simbologia de uma árvore, dizendo: “Já floresceu a tua vara”. (Ez 7.10). Deus levantou Nabucodonosor como instrumento para punir Israel por causa da idolatria. Entretanto, por causa da sua soberba, o rei da Babilônia acabou extrapolando os limites dos castigos. Este tópico apresenta também algumas informações sobre o rei Nabucodonosor e sobre o império babilônico. 


LIÇÃO 03: AS ABOMINAÇÕES DO TEMPLO


Esta lição está baseada nos capítulos 8 e 9 de Ezequiel e traz um alerta sobre os perigos da idolatria, denunciando as abominações praticadas no templo de Jerusalém, nos dias de Ezequiel. A lição está dividida em três tópicos: 


O primeiro tópico fala sobre a visão que Ezequiel teve das abominações que eram praticadas dentro do templo. O profeta Ezequiel estava no cativeiro na Babilônia. Ele foi arrebatado pelo Espírito Santo para o templo em Jerusalém e viu a idolatria sendo praticada dentro do templo, em tempo real. 


O segundo tópico mostra os detalhes da primeira parte destas abominações praticadas no templo. Ezequiel viu a imagem dos ciúmes, que muitos estudiosos a identificam como a deusa Aserá. Viu também vários répteis e outros animais impuros e ídolos esculpidos nas paredes. Por último, viu os anciãos de Judá em pé com os seus incensários diante destas abominações. 


O terceiro e último tópico traz a segunda parte das abominações do templo. Ezequiel viu as pessoas praticando um ritual a uma divindade babilônica chamada Tamuz, considerado o deus da vegetação e dos rebanhos. Depois viu 35 homens de costas para o templo, virados para o Oriente, adorando o sol. O curioso é que estes mesmos anciãos vinham constantemente à casa de Ezequiel buscar palavras. 


LIÇÃO 04: QUANDO SE VAI A GLÓRIA DE DEUS


Esta lição nos fala que a Glória de Deus deixou o templo, por causa das abominações praticadas em seu interior, como vimos na lição passada. O texto base para esta lição está nos capítulos 9 a 11 de Ezequiel. A lição se divide em quatro tópicos: 


O primeiro tópico fala sobre a Glória de Deus, trazendo o significado etimológico da palavra glória em hebraico. Fala também sobre as manifestações da Glória de Deus quando Moisés construiu o tabernáculo. Depois, nas jornadas de Israel pelo deserto. Por último, nos dias de Salomão, na dedicação do templo. 


O segundo tópico mostra a retirada da Glória de Deus do santuário. Esta retirada se deu gradualmente. Primeiro, a glória se levantou do querubim sobre a Arca da Aliança. Depois, passou para a entrada do Templo; pairou sobre os querubins e foi se afastando do templo; finalmente parou sobre o Monte das Oliveiras.


O terceiro tópico fala a respeito do segundo templo. Este segundo templo era o templo de Zorobabel, que foi inaugurado no sexto ano de Dario, ou seja, em 516 a.C. Posteriormente, este templo foi completamente reformado por Herodes, o grande. O tempo total dessa reforma durou 46 anos. 


O quarto tópico nos fala sobre o Senhor Jesus e o templo. O profeta Ageu profetizou que a Glória desta última casa será maior que a da primeira, que era o suntuoso templo de Salomão. Esta profecia do profeta Ageu não se refere ao templo de Zorobabel e não diz "a segunda casa", como muitos erroneamente apregoam. O texto diz "a última casa" que é, evidentemente, templo do milênio. Este tópico nos dá a explicação teológica, que é o fato de Jesus ser o substituto do templo. Por último vemos o anúncio por Jesus da destruição do templo, que ocorreu no ano 70 d.C.


LIÇÃO 05: CONTRA OS FALSOS PROFETAS


Esta lição traz uma profecia contra os falsos profetas, com base no capítulo 13 de Ezequiel. Jeremias não foi levado ao cativeiro, mas ficou em Jerusalém e enfrentou muitos embates com os falsos profetas que profetizavam bênçãos e prosperidade, em tempos de julgamentos divinos. Ezequiel, por sua vez, foi levado ao cativeiro e, na Babilônia, também enfrentou falsos profetas. A lição está dividida em três tópicos: 


O primeiro tópico faz uma apresentação do ofício do profeta no Antigo Testamento. Mostra também a etimologia da palavra hebraica traduzida por profeta e outros termos hebraicos e gregos, usados para se referir aos profetas. Por último, este tópico fala sobre os falsos profetas e as duras consequências desta prática na lei mosaica. 


O segundo tópico nos apresenta as designações usadas por Ezequiel para se referir aos falsos profetas, como “profetas de Israel” e “os que profetizam”. Ezequiel diz que eles são loucos, que profetizam o que o seu próprio coração vê. O profeta usa também a figura das “raposas do deserto”, para se referir ao caráter destrutivo desses embusteiros. Assim como há profetas verdadeiros, que falam apenas aquilo que Deus manda, há os falsos profetas que falam aquilo que o povo quer ouvir e que lhes rende vantagens. 


O terceiro tópico nos mostra a geração de mensagens falsas. Há um diferencial no Antigo Testamento, quando se trata de um profeta verdadeiro. Normalmente aparecem identificações como “mensageiro de Deus”, “o profeta”, “meus servos”, etc. Os falsos profetas, no entanto, profetizam mentiras e falsidades. Vemos ainda neste tópico, a ira de Deus contra os falsos profetas, no Antigo e no Novo Testamento.


LIÇÃO 06: A JUSTIÇA DE DEUS


Esta lição nos fala sobre a Justiça de Deus, com base no texto de Ezequiel 14.12-21. O objetivo principal da lição é mostrar que Deus é absolutamente santo e justo e, portanto, dará a devida retribuição pelos pecados cometidos. A lição se divide em três tópicos:


O primeiro tópico fala sobre a identificação dos julgamentos de Deus. Através das profecias, entendemos que os juízos de Deus não acontecem sem causa e sem a oportunidade do pecador se arrepender. Vemos também neste tópico várias formas usadas por Deus para punir uma nação que vive em constante desobediência e se recusa a ouvir os alertas de Deus: escassez de alimentos por causa de secas e crises econômicas, guerras e epidemias. 


O segundo tópico nos mostra alguns casos de orações intercessórias, feitas por pessoas justas, que não foram respondidas. Há um grande equívoco no meio evangélico, que diz que Deus não rejeita a oração feita por um justo. Mas neste tópico, a lição nos mostra os exemplos de Abraão, Moisés e Samuel, que intercederam para que Deus não punisse pessoas rebeldes, mas, não foram ouvidos, pois o castigo era inevitável. 


O terceiro tópico fala sobre as intercessões de três homens de Deus, que foram justos em suas épocas: Noé, Daniel e Jó. Deus falou para Ezequiel que, se Ele decidisse destruir uma terra por causa do pecado, se estes três homens estivessem no meio dela, salvariam apenas a si mesmos e não impediriam a destruição dos ímpios. Vemos ainda neste tópico que a geração de Ezequiel e Jeremias conhecia perfeitamente o relato da destruição de Sodoma e Gomorra e, mesmo assim, atingiram um nível de rebeldia muito maior, pois, apesar do conhecimento que tinham de Deus, não criam nos seus julgamentos. 


LIÇÃO 07: A RESPONSABILIDADE É INDIVIDUAL.


Esta lição tem como base o texto de Ezequiel 18.20-28 e trata da responsabilidade pessoal pelos pecados cometidos. Havia um adágio popular em Israel nos dias de Ezequiel que dizia: “Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos se embotaram”. Os exilados de Judá usavam este dito popular para dizer que estavam sendo punidos pelos pecados dos seus antepassados. 


A lição está dividida em três tópicos: 


O primeiro tópico mostra que este provérbio usado em Israel era equivocado. O povo interpretava equivocadamente o texto de Êxodo 20.5, para defender a maldição hereditária. Mas, o texto do Decálogo não defende maldição hereditária. O final do texto diz que Deus visitará a maldade dos pais nos filhos “...daqueles que me aborrecem”. Ou seja, os filhos só serão punidos se continuarem nas mesmas práticas dos pais. Jeremias e Ezequiel foram usados por Deus para explicar que a responsabilidade pelo pecado é individual (Jr 31.29,30; Ez 18.2,3). Na atualidade também há muitos crentes defendendo essa ideia de maldição hereditária, com o mesmo argumento. 


O segundo tópico fala sobre a universalidade da salvação. A vontade de Deus é que todos cheguem ao arrependimento e sejam salvos. Este tópico nos apresenta também uma contestação ao pensamento fatalista que diz que todas as coisas são previamente determinadas e não há como mudar. Este texto de Ezequiel mostra que se o pecador se arrepender será salvo e se o justo abandonar a sua justiça perecerá. 


O terceiro tópico trata da reação de Israel a Deus, por causa do cativeiro. O povo no cativeiro se achava injustiçado por Deus. Mas Deus lançou-lhes duas perguntas retóricas, que são afirmações em forma de perguntas. Deus disse: Não é o meu caminho direito? E  não são os vossos caminhos tortuosos? As respostas para ambos os questionamentos eram obviamente sim e eles sabiam disso. Vemos ainda neste tópico que Deus é justo em tudo o que faz e é misericordioso para com o pecador arrependido.


LIÇÃO 08: O BOM PASTOR E OS PASTORES INFIÉIS.


Com base no capítulo 34 de Ezequiel, versículos 1 a 12, esta lição traz um estudo sobre os líderes infiéis de Israel, usando a figura do pastor e das suas ovelhas. A lição traça um paralelo entre os pastores infiéis de Israel e Deus o Pai, no Antigo Testamento, e Jesus, no Novo Testamento, como o bom pastor. 


A lição está dividida em três tópicos: 


O primeiro tópico fala sobre rebanho em seu sentido literal, trazendo explicações sobre a natureza das ovelhas. Em seguida, explica o sentido figurado de rebanho e pastor, para se referir, respectivamente, a Israel e à Igreja, como rebanhos, e aos líderes do povo de Israel e da Igreja, como pastores. 


O segundo tópico fala sobre os pastores infiéis de Israel, detalhando as suas ações e omissões como governantes de Israel. Naquela época em Israel, mesmo na monarquia, não era possível separar o governo civil do religioso. Vemos ainda neste tópico que as más atitudes dos pastores infiéis faziam as ovelhas se dispensarem.


O terceiro tópico fala sobre o Bom Pastor e nos mostra a reação de Deus contra as ações ímpias dos maus pastores. Nos dias de Ezequiel, Deus promete apascentar as suas ovelhas pessoalmente. Na sequência, vemos ainda neste tópico, a missão de Jesus como o Bom Pastor, que dá a sua vida pelas ovelhas e é o modelo exemplar de pastor. Por último, temos uma palavra sobre os pastores cristãos como líderes da Igreja.


LIÇÃO 09: GOGUE E MAGOGUE: UM DIA DE JUÍZO


No livro de Ezequiel, assim como nos livros de Isaías, Daniel, Joel e Zacarias há muitas profecias referentes a Israel que ainda não se cumpriram. Os céticos insistem em dizer que as profecias bíblicas que já se cumpriram foram escritas após o acontecimentos, com base nos fatos. Entretanto, isso não tem fundamento, pois muitas profecias foram comprovadamente escritas antes dos fatos acontecerem. 


As profecias de Isaías, por exemplo, que fazem referência ao imperador persa Ciro, foram escritas 100 anos antes do seu nascimento (Is 45.1). Tem ainda as profecias do mesmo profeta sobre o retorno do cativeiro babilônico, que foram escritas antes do povo de Judá ser levado ao cativeiro. Inclusive, estas profecias de Isaías lhe renderam descrédito em seus dias, pois elas não se cumpriram durante a sua vida.

Nesta lição falaremos a respeito de uma invasão de Israel por um rei chamado Gogue, da terra de Magogue e uma coalizão de nações lideradas por ele. O texto base da lição são os capítulos 38 e 39 de Ezequiel. 


A lição se divide em três tópicos: 


O primeiro tópico traz a primeira parte da identificação dos invasores de Israel, liderados por Gogue. Temos neste tópico a explicação desta profecia, que não era para os dias de Ezequiel. Por último, temos as informações referentes a Gogue em outros textos da Bíblia. 


O segundo tópico traz a segunda parte da identificação dos invasores. Vemos neste tópico as informações sobre a terra de Magogue, que era o nome de um dos filhos de Jafé, filho de Noé (Gn 10.2). Em seguida, temos as informações sobre os povos de Meseque e Tubal, que eram também dois filhos de Jafé (Gn 10.2). Por último temos informações geográficas sobre os demais povos desta coalizão, que se unirão para invadir Israel. 


O terceiro tópico fala sobre o contexto escatológico de Gogue e Magogue. É difícil precisar quem serão estes inimigos de Israel, que virão do Norte (Ez 38.15). Sabemos apenas que uma coalizão invadirá Israel, mas será derrotada pelo Senhor, que lançará confusão sobre eles e se autodestruirão (Ez 38.21-23). Muitos associaram equivocadamente Magogue à Rússia, no período da guerra fria. Agora com a guerra da Ucrânia, o assunto retornou. É importante destacar que Gogue e Magogue de Ezequiel é diferente da rebelião de Gogue e Magogue de Apocalipse 20.8. 


LIÇÃO 10: A RESTAURAÇÃO NACIONAL E ESPIRITUAL DE ISRAEL


Esta lição tem como base a mais conhecida visão do profeta Ezequiel, que é a visão que ele teve de um vale de ossos secos. O texto base é o capítulo 37 do livro Ezequiel. Deus mostrou a Ezequiel em visão, um vale cheio de ossos humanos secos e perguntou-lhe se aqueles esqueletos poderiam viver. O profeta respondeu: Senhor Jeová, Tu o sabes. O Senhor, então, deu ordem a Ezequiel para que profetizasse sobre aqueles ossos, para que voltassem à vida. Assim aconteceu e aquela multidão de esqueletos secos tornou-se um grande exército. 


O primeiro tópico da lição traz o significado desta visão. O Senhor explicou ao profeta que aquela visão representava a casa de Israel. O povo de Israel estava no cativeiro, mas voltariam à sua terra, depois seriam dispersos novamente. Entretanto, Deus iria restaurá-los novamente, nacional e espiritualmente.


O segundo tópico relata as dispersões de Israel e Judá entre as nações ao longo da história. Em seguida fala do renascimento do Estado de Israel, que aconteceu em 14 de maio de 1948, com a declaração de independência, após a última diáspora que durou 1878 anos. A aprovação na ONU do Estado de Israel ocorreu em 29 de novembro de 1947, em um só dia, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha. Cumpriu-se assim a profecia de Isaías 66.8: “...Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos.”


O terceiro tópico fala sobre o grande milagre do século XX, que foi o renascimento do Estado de Israel em só um dia. Israel é um testemunho ocular perante as nações da soberania de Deus e do cumprimento das suas promessas. Várias nações já se levantaram para varrer esse povo do mapa, mas são reduzidas a nada. Falta ainda o cumprimento da restauração espiritual, que será o assunto da próxima lição.


LIÇÃO 11: A VISÃO DO TEMPLO E O MILÊNIO


Na Lição 04 vimos que a Glória de Deus deixou o templo, por causa das abominações que eram praticadas no local. Na lição passada vimos a restauração nacional e espiritual de Israel. Esta lição nos mostra a visão que Ezequiel teve do retorno da Glória de Deus ao templo. É uma referência ao templo que haverá no Milênio, quando Jesus vier em Glória, para reinar em Jerusalém por mil anos.


O primeiro tópico fala sobre o que virá depois da restauração de Israel, traçando o caminho do retorno da Glória de Deus para o templo, pela porta oriental. Há três observações importantes sobre o retorno da Glória de Deus: A Glória virá do Oriente; a terra resplandecerá por causa da Glória; e um ser semelhante a um homem, que é o Messias. Vemos também que a estrutura e o formato dos discursos do profeta continuam os mesmos da primeira visão. 


O segundo tópico fala sobre o templo do Milênio. Os detalhes deste templo visto por Ezequiel são totalmente diferentes do templo que ele viu na primeira visão, quando a Glória de Deus se foi. Neste novo templo não há os rituais de sacrifícios e os sacerdotes, pois, eram figuras que apontavam para Cristo e tudo se cumpriu nele. No milênio será uma nova dispensação onde Cristo será, de  fato, o Rei de todas as nações e as governará com justiça e equidade. 


O terceiro tópico fala sobre santidade e glória. Diferente da outra visão que Ezequiel tivera, quando se praticavam abominações no templo e a glória de Deus se foi, agora o profeta viu a o retorno da glória de Deus, que encheu o templo, como aconteceu nos dias de Moisés e Salomão. Ezequiel viu também um guia celestial, cujas características são iguais às manifestações teofânicas do Cristo pré-encarnado. Nesta nova dispensação haverá santidade plena e não entrará nada imundo no templo.


LIÇÃO 12: IMERSOS NO ESPÍRITO NOS ÚLTIMOS DIAS


Nesta lição falaremos sobre a visão que Ezequiel teve, de um grande volume de águas que fluíram dos umbrais do templo e correram até se tornar um ribeiro de águas profundas, que só era possível atravessá-lo nadando. Estas águas saíram em direção ao mar morto e sararam aquelas águas, que são extremamente salgadas. Depois disso, uma multidão de peixes veio pelo ribeiro e cresceram árvores que davam frutos. 


O primeiro tópico fala do aspecto escatológico desta visão. Esta visão era para o futuro e a menção ao templo deve ser entendida literalmente. As águas descritas no capítulo 47 de Ezequiel são uma referência ao reavivamento da região do Mar Morto que acontecerá no período do Milênio. 


O segundo tópico traz uma implicação pneumatológica desta visão, ou seja faz referência ao Espírito Santo, que enche o interior dos crentes. Jesus disse que aquele que crer nele, como diz a Escritura, “rios de águas vivas correrão em seu interior'' (Jo 7.37-39). O Espírito Santo é representado pela água, pois além da água ser vital para a vida humana, ela limpa e refrigera. 


O terceiro tópico fala do contexto geológico do Mar Morto. Esta região é a parte mais baixa do globo terrestre e fica a 396 metros abaixo do nível do mar. Devido à grande quantidade de sal, não nascem plantas e os animais não sobrevivem ali. Entretanto, nesta visão, Ezequiel viu uma grande quantidade de árvores e uma multidão de peixes (Ez 47.7-9). Isso mostra a restauração da criação que acontecerá no Milênio. 



LIÇÃO 13: O SENHOR ESTÁ ALI


Esta lição é uma conclusão dos assuntos estudados no Livro do profeta Ezequiel. A lição mostra as características da cidade de Jerusalém no milênio. O Senhor é o grande arquiteto desta cidade glorificada. O nome da cidade será “O SENHOR está ali” (Heb. Yahweh Shammah). Isto significa que Deus está presente nesta cidade, como esteve no Jardim do Éden com o primeiro casal, antes da queda. 


O primeiro tópico traz as descrições do formato e medidas da cidade de Jerusalém. É preciso destacar que, apesar das semelhanças desta cidade que Ezequiel viu, com a Nova Jerusalém, vista por João no Apocalipse, não se trata da mesma cidade. Esta Jerusalém do milênio será no mesmo local da atual Jerusalém, no território de Israel. A Nova Jerusalém, no entanto, descerá do Céu e é onde os salvos passarão a eternidade.


O segundo tópico fala sobre os nomes das doze tribos de Israel, nas doze portas da cidade. Vemos neste tópico os nomes das tribos, os critérios para a ordem em que estarão escritos e o propósito deste nomes constarem nas portas da Jerusalém milenial, que é estabelecer um memorial das doze tribos de Israel. Na Nova Jerusalém, haverá também os nomes dos apóstolos de Cristo, representando a Igreja. 


O terceiro tópico fala sobre o nome da cidade, que será “O SENHOR está ali”. Ao longo da sua história, Jerusalém já foi chamada por vários nomes: Salém, Jebus, Cidade de Davi, Sião e Jerusalém. No milênio, ela não será mais identificada com os pecados e abominações do passado. Mas, será chamada por um título que identifica a presença de Deus: Yahweh Shammah, que significa “o Senhor está ali”. Esta expressão aparece somente neste texto de Ezequiel e indica a onipresença de Deus. 


Bons estudos! 


Ev. Weliano Pires

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 01: EZEQUIEL, O ATALAIA DE ISRAEL


Neste 4º trimestre de 2022, estudaremos o Livro do profeta Ezequiel. Até onde eu sei, é a primeira vez que estudamos o Livro de Ezequiel em Lições Bíblicas da Escola Dominical. Entretanto, não será um estudo exegético do Livro do profeta Ezequiel. Usaremos este livro como base para um tema específico, que é a preparação do povo de Deus para os eventos escatológicos, assim como Ezequiel foi usado por Deus para alertar os judeus, sobre os juízos de Deus. Esta primeira lição é uma introdução aos assuntos que serão estudados durante o trimestre e apresenta-nos o profeta Ezequiel como o atalaia de Israel.


O comentarista deste trimestre é o renomado pastor Esequias Soares da Silva, presidente da Assembleia de Deus em Jundiaí – SP, presidente ela Sociedade Bíblica do Brasil, presidente da Comissão de Apologética da CGADB, graduado em Hebraico pela Universidade de São Paulo, mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, escritor, apologista e comentarista de Lições Bíblicas.


Esta primeira lição está dividida em quatro tópicos:  


O primeiro tópico apresenta-nos a estrutura do Livro de Ezequiel, dividindo-o em três partes: a primeira parte abrange os primeiros 24 capítulos e contém as profecias de Ezequiel antes da destruição de Jerusalém e do Templo; a segunda parte vai dos capítulos 25 a 32 e contém as profecias contra as nações de Amom. Moabe, Edom, Filístia, Tiro, Sidom e Egito; a terceira e última parte, que abrange os capítulos 33 a 48, inicia com o anúncio da destruição de Jerusalém. Depois fala sobre o retorno dos judeus de todas as partes do mundo para a terra dos seus antepassados. Fala também da restauração nacional, da invasão de Gogue a Israel e a sua derrota. Por último, mostra a visão do novo templo e da redenção de Israel e da humanidade. 


O segundo tópico traz as informações biográficas do profeta Ezequiel. O nome Ezequiel significa "sustentado ou fortalecido por Deus". As poucas informações que temos sobre o profeta Ezequiel são as que estão em seu Livro, pois ele não aparece nos Livros dos Reis e Crônicas. Ezequiel era filho de Buzi e pertencia à classe sacerdotal em Jerusalém. Foi levado cativo para a Babilônia por Nabucodonosor, em 597 a.C. Na Babilônia foi chamado por Deus para o ministério profético, a fim de admoestar o povo no exílio, que continuava com o coração obstinado. 


O terceiro tópico descreve duas figuras usadas para se referir ao ministério profético de Ezequiel: O atalaia e o filho do homem. O próprio Deus disse que escolheu Ezequiel como “o atalaia de Israel” (Ez 31.7). O atalaia era uma espécie de sentinela que ficava em um posto elevado, observando possíveis aproximações de inimigos, para avisar à segurança dos reis. Ezequiel foi escolhido como atalaia ou vigia para alertar o povo sobre os perigos do pecado. Deus se refere a Ezequiel como “Filho do homem”, uma referência à fragilidade e pecaminosidade humana. 


O quarto tópico fala sobre a responsabilidade do profeta como atalaia de Israel e faz um paralelo com a responsabilidade do cristão. Deus constituiu Ezequiel como atalaia de Israel para alertar o seu povo sobre os perigos. Nesta função, Ezequiel foi alertado por Deus de que, se ele avisasse ao ímpio e este não se convertesse, o ímpio pereceria. Mas, o profeta estaria livre da responsabilidade. Entretanto, se o profeta não avisasse, o ímpio pereceria, mas o profeta seria responsabilizado. O mesmo acontece com o cristão, que foi chamado por Deus para pregar o Evangelho aos perdidos. Falaremos mais detalhadamente sobre este assunto na Lição 07.


REFERÊNCIAS: 


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A Preparação do povo de Deus Para os Últimos Dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pag. 9-11.

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 3197.

Bíblia de Estudo Apologética. Instituto Cristão de Pesquisas. 1ª Ed. 2001.


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Pb. Weliano Pires



23 setembro 2022

COMPROMETIMENTO COM A IGREJA LOCAL


(Comentário do 4º tópico da Lição 13: Resistindo as sutilezas de satanás) 


Em quarto lugar, para se precaver das sutilezas do inimigo, o crente precisa estar comprometido com a Igreja local. Na lição 9 deste trimestre, falamos sobre a sutileza do movimento dos desigrejados, que são pessoas que se dizem cristãs, mas não estão ligadas a nenhuma Igreja. Este movimento procura desqualificar a Igreja local e nega a sua necessidade. Também são contrários à Igreja como organização e rejeitam qualquer espécie de liderança e contribuição financeira à Igreja. 


Neste tópico falaremos sobre a importância da Igreja local, usando a ilustração que o apóstolo Paulo fez, comparando-a com o corpo humano. Em seguida falaremos sobre a importância de cada membro no funcionamento da Igreja local. Como os membros do corpo humano, por menores que sejam, têm a sua importância no funcionamento do organismo, assim são os membros da Igreja local.


1- A Igreja como o Corpo de Cristo. Paulo comparou a Igreja ao corpo humano, que tem muitos membros e cada um tem a sua importância no funcionamento do corpo (1Co 12.27). O corpo humano é formado de três partes principais: cabeça, tronco e membros. A cabeça processa as informações e comanda o corpo. No tronco estão os principais órgãos vitais e os membros dão mobilidade ao corpo. Na ilustração usada por Paulo, Cristo é a cabeça, a Igreja é um corpo e cada crente é membro desse corpo. Sendo assim, não existe Igreja sem Cristo, pois um corpo sem a cabeça morre. Também não pode existir membro desligado do corpo, pois membros amputados não servem para nada sozinhos e também morrem. 


Quando falamos de “corpo”, em anatomia, que é o sentido que Paulo usou, temos a seguinte definição: “Constituição ou estrutura física de uma pessoa ou animal, composta por, além de todas suas estruturas e órgãos interiores: cabeça, tronco e membros.” (Dicionário Online de Português). É através do corpo que a alma e o espírito se manifestam. Um corpo, mesmo se estiver com todos os seus órgãos intactos, se a alma e o espírito saírem dele, estará morto e entra em estado de decomposição. Da mesma forma, a Igreja só permanecerá viva se o Espírito Santo estiver nela para dar-lhe vida e orientar os seus movimentos. 


2- O lugar e a importância de cada membro na Igreja. O corpo humano saudável é uma unidade composta por vários membros, que trabalham unidos para que todo o corpo funcione perfeitamente. Nenhum órgão trabalha contra o corpo e qualquer problema em qualquer um deles, o corpo inteiro sente o problema. Uma pequena inflamação ou infecção em um dos órgãos, por menor que ele seja, acaba adoecendo todo o corpo e se não for tratado, pode se alastrar e levar o corpo a óbito. 


Usando a comparação que Paulo fez da Igreja com o corpo humano, aprendemos que a Igreja é uma unidade composta, formada por várias partes integradas e interdependentes.  Assim como o corpo humano é formado por vários órgãos e tecidos, que trabalham em harmonia, interligados, para o bom funcionamento do corpo, cada membro da Igreja tem a sua importância, funcionalidade e dependência uns dos outros. 


A palavra grega traduzida por Igreja é "ekklesla" que é a junção de dois termos gregos "em" (fora) e "kletos" (eleitos ou chamados). Significa um grupo de pessoas chamadas para fora. Refere-se a um grupo distinto, selecionado e tirado para fora de algo. No caso da Igreja, somos chamados para fora do sistema deste mundo, para viver para Cristo. Portanto, quando falamos de Igreja é sempre um grupo unido e não pode haver igreja individual. Para ser Igreja, é preciso estar ligado a outras pessoas e congregar. Há várias recomendações coletivas para a Igreja na Bíblia. Jesus em sua oração sacerdotal orou para que os seus discípulos formassem uma unidade, ou seja, que estivessem ligados uns aos outros (Jo 17.11). Ele também deu duas ordenanças à sua Igreja: o Batismo em águas e a Ceia do Senhor. Nenhuma das duas é possível ser feita por uma pessoa isolada. 


REFERÊNCIAS:

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pag. 1014.

KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento: I Coríntios. Editora Cultura Cristã. pág. 629-630.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pág. 199.

REFERÊNCIAS: 

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pág. 1014.

KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento: I Coríntios. Editora Cultura Cristã. pág. 629-630.

MONIS, Leon. I Coríntios: Introdução e Comentário. Editora Mundo Cristão. pág. 143.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1°ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.601).

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. 11 ed. 2013. pág. 212.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1°ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.601).



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Pb. Weliano Pires


COMPROMETIDOS COM UMA VIDA CHEIA DO ESPÍRITO


(Comentário do 3º tópico da Lição 13: Resistindo as sutilezas de satanás) 

A terceira forma do crente se precaver contra as sutilezas do adversário é ter uma vida cheia do Espírito Santo, ser conduzido e dirigido por Ele. Existem ataques do inimigo que são tão sutis e imperceptíveis, que somente com o discernimento de espíritos é possível detectá-los. O Espírito Santo ensina, revela, intercede, santifica, alegra, fortalece e capacita o crente para fazer obra do Senhor. Jesus sabia que a presença do Espírito Santo é indispensável na vida dos seus discípulos. Por isso, antes de subir ao Céu, Ele disse que não os deixaria órfãos, mas mandaria “outro" [Gr. allos, outro da mesma espécie] "consolador” [Gr. parakletos, alguém que está ao lado de outrem e o representa em um tribunal], para ficar para sempre com eles (Jo 14.16). Falou também que eles não se ausentassem de Jerusalém, até que fossem revestidos de poder (Lc 24.49). 


1- O Espírito Santo no plano da redenção. No primeiro trimestre de 2021, estudamos sobre o verdadeiro pentecostalismo. Na lição 2 daquele trimestre vimos a atuação do Espírito Santo na obra da redenção. Na eternidade passada, antes da fundação do mundo, Deus sabia que o ser humano iria pecar e, portanto, elaborou o plano de salvação. O plano redentor de Deus é perfeito e foi elaborado pelo Pai, Filho e Espírito Santo. Neste plano estava contida a vinda do Messias para pagar o preço da redenção. A sua vinda foi anunciada pelos profetas por todo o Antigo Testamento e incluía também o envio do Espírito Santo (Is 32.15; 42.1,2; Is 61.1).


O Espírito Santo, portanto, participou ativamente da obra da redenção, desde o seu planejamento. Entretanto, a obra do Espírito Santo na redenção não se limita  ao planejamento do Plano redentor e ao anúncio da vinda do Salvador. O Espírito Santo atua também no mundo para persuadir ou convencer os pecadores da sua situação de perdidos e da necessidade de um Salvador, que é Jesus Cristo. De forma poderosa, o Espírito Santo atua no coração do homem, para que ele compreenda a mensagem do Evangelho. Por isso, não podemos substituir a ação do Espírito Santo na Igreja, por técnicas humanas. Sem a ação do Espírito Santo, ninguém jamais se converteria. 


2- A vida cheia do Espírito. É preciso compreender também que a atuação do Espírito Santo não termina quando Ele nos convence do pecado e nos leva a Cristo. Mesmo após a conversão, continuamos neste corpo mortal, com uma natureza inclinada para as obras da carne. Portanto enfrentamos uma luta diária, para não sucumbirmos diante das concupiscências da carne. O apóstolo Paulo nos deu a receita para vencermos esta batalha: "Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne” (Gl 5.16). A palavra grega traduzida por "concupiscência" é  "epithumia", que significa "ânsia por coisas proibidas". Todos os seres humanos, sem exceção, têm esta inclinação desde a queda. Já nascemos com esta natureza pecaminosa e somente o Espírito Santo é capaz de nos fazer mortificá-la. 


O Espírito Santo atua também na vida do crente no sentido de capacitá-lo para fazer a obra do Senhor, evangelizando, curando enfermos, expulsando demônios e edificando a Igreja, através do exercício dos dons espirituais. Sabendo da necessidade do poder do Espírito Santo na vida dos discípulos, Jesus antes de subir ao Céu, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, antes de serem revestidos de poder (Lc 24.49; At 1.8). A palavra grega traduzida por “poder” é "dynamis", que significa “ser capaz” ou “ter força”.  Esta palavra deu origem à palavra portuguesa "dinamite". É uma referência à operação de milagres (At 3.12; 4.7; 6.8), ousadia para testemunhar de Cristo (At 1.8; 4.33) e autoridade sobre os demônios (At 10.38).


No Livro de Atos dos Apóstolos, vemos a ação continua do Espírito Santo na vida da Igreja. Os apóstolos foram usados pelo Espírito Santo para curar enfermos, ressuscitar mortos, expulsar demônios e pregar ousadamente a Palavra de Deus, diante de ferrenha oposição dos judeus e autoridades. Foram libertos milagrosamente de prisões e eram guiados o tempo todo pelo Espírito Santo. A Igreja da atualidade continua necessitando do poder do Espírito Santo para cumprir a sua missão. Somos uma Igreja Pentecostal, pois cremos na atualidade dos dons espirituais. Conforme vimos na lição 8 o inimigo atua de forma sutil para enfraquecer a nossa identidade pentecostal. Ele sabe perfeitamente que sem o poder do Espírito Santo a Igreja não avança. 


REFERÊNCIAS:

SOARES, Esequias. O verdadeiro pentecostalismo: a atualidade da doutrina bíblica sobre a atuação do Espírito Santo. Editora CPAD, 1ª Ed. 2021. 

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pag. 626-627.

LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da Igreja. Editora Hagnos. pag. 37-38.

KISTEMAKER, Simon J. Comentário do Novo Testamento Atos. Editora Cultura Cristã. pág. 88-90.


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Pb. Weliano Pires


22 setembro 2022

COMPROMETIMENTO COM AS ESCRITURAS


(Comentário do 2º tópico da Lição 13: Resistindo as sutilezas de satanás) 


O segundo passo para o cristão se precaver contra as sutilezas de Satanás é comprometer-se fielmente com a Bíblia Sagrada, reconhecendo-a como a revelação escrita de Deus, produzida por inspiração do Espírito Santo, absolutamente isenta de erros e de falhas, única regra de fé e conduta do cristão. Um cristão comprometido com a Palavra de Deus não se deixa enganar pelos enganos de Satanás. O inimigo enganou Eva no Jardim do Éden, primeiro porque ela deu lugar, abrindo canal de diálogo com o adversário. Segundo, porque ela deu ouvidos às suas mentiras e distorções em relação ao que Deus havia falado. 


1- Bíblia, a revelação de Deus. Na lição 7 deste trimestre, estudamos sobre "A sutileza da relativização da Bíblia". Na ocasião vimos os aspectos da desconstrução e da relativização da Bíblia. Nesta perspectiva, surgem novas interpretações da Bíblia e, consequentemente, novas teologias que negam que a Bíblia é a Palavra de Deus, e negam a sua autoridade, inerrância e infalibilidade. Quando afirmamos que a Bíblia é inerrante, significa que ela não falha, não erra e é a verdade em tudo quanto afirma. Nos textos bíblicos originais não há qualquer erro, seja histórico, geográfico, doutrinário, espiritual, moral ou científico. Também não há qualquer contradição nos textos bíblicos. A razão para isso é óbvia, pois, o autor da Bíblia é Deus e Ele não erra e não falha. 


A Bíblia não é uma produção literária da mente humana com relatos históricos antigos e belos ensinos morais, como sugere a chamada teologia narrativa. A Bíblia é a revelação escrita de Deus à humanidade. Conforme já vimos em várias lições, Deus se revelou de duas formas: na revelação geral, que é manifesta através das coisas criadas; e na revelação especial, através das Escrituras e da pessoa de Jesus Cristo. É nas páginas da Bíblia que encontramos as revelações de Deus sobre a criação e queda da raça humana; as profecias sobre o plano redentor de Deus e a sua consumação através de Cristo. Encontramos também as profecias sobre o futuro da humanidade e sobre a eternidade. Portanto, todo o conteúdo das Escrituras foi produzido por Deus. 


2- Bíblia, regra de fé e conduta. Sendo a Bíblia a revelação escrita de Deus à humanidade, completamente isenta de erros ou falhas, ela é o nosso único manual de fé e prática. Portanto, não podemos admitir nenhum outro manual de doutrina além da Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. Todas as nossas doutrinas precisam, obrigatoriamente, estar fundamentadas na Palavra de Deus. 

Conforme vimos no ponto anterior, a Bíblia é a revelação de Deus. Entretanto, existe também o fator humano, pois ela foi escrita por seres humanos. Não basta ler a Bíblia, é preciso compreender o que está escrito, mediante a correta interpretação. Na lição 5, do 1º trimestre deste ano, estudamos o tema: Como ler as Escrituras. Vimos em um dos tópicos daquela lição, que a Bíblia precisa ser interpretada. 


Ora, todo texto lido deve ser interpretado, para uma devida compreensão. Porém, no caso da Bíblia, não é uma tarefa tão simples. Nós, brasileiros do século XXI, estamos muito distantes dos textos originais da Bíblia, no tempo, no idioma e na cultura. Neste aspecto, a exegese bíblica nos ajuda a buscar o significado e a intenção original do texto bíblico e trazê-los ao leitor atual. A palavra "exegese" vem de dois termos gregos "ex" (fora) e "agein" (guiar). Significa, portanto, literalmente "guiar para fora". Portanto, a palavra exegese significa extrair de um texto o seu sentido ou intenção original. Para se fazer uma exegese do texto bíblico, o leitor deve esvaziar-se completamente das suas ideologias e convicções pessoais e deixar que o texto fale por si mesmo. 


Além da exegese, que extrai o sentido original do texto, temos também as regras da hermenêutica, que é a ciência de interpretar textos. Há várias regras para a interpretação correta das Escrituras, que o espaço não me permite comentar todas aqui. Por isso, quero destacar apenas três pontos fundamentais, que o intérprete da Bíblia deve se atentar:


a. A Bíblia interpreta-se a si mesma. Conforme vimos no item anterior, esta é a primeira e fundamental regra para a correta interpretação bíblica.

b. Os textos bíblicos devem sempre manter o seu sentido literal. Deve-se considerar também os recursos literários (poesia, figuras de linguagem, narrativas, profecia, etc.), mas é preciso ter cuidado com expressões simbólicas e alegóricas. 

c. O texto deve sempre ser lido dentro do respectivo contexto. Devemos sempre considerar que um texto é formado por uma sequência de palavras e frases, que não podem ser lidas separadamente, sob pena de se perder ou deturpar a intenção do autor. As palavras ou frases também podem ter sentidos diferentes, de acordo com o contexto em que estão situadas.    


Muitas seitas dizem que crêem na Bíblia, mas negam a sua autoridade e inerrância. Outras colocam no mesmo patamar da Bíblia, a palavra dos seus líderes, as publicações da sua religião, a tradição ou visões e revelações. Os reformadores, acertadamente, estabeleceram o princípio fundamental "Sola Scriptura", que afirma que somente as Escrituras têm autoridade inquestionável para estabelecer doutrinas para a Igreja. Jesus afirmou que a Palavra de Deus é a Verdade (Jo 17.17) e que são as Escrituras que testificam dele (Jo 5.39). Portanto, é impossível ser cristão, sem adotar a Bíblia como o único manual de fé e prática.


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1° Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2 006, pp.84 ,85).

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 55.


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Pb. Weliano Pires

21 setembro 2022

COMPROMETIMENTO COM UMA VIDA CENTRADA EM CRISTO


(Comentário do 1º tópico da Lição 13: Resistindo as sutilezas de satanás 


Neste primeiro tópico falaremos sobre o primeiro passo para  se precaver contra as sutilezas do inimigo, que é estar comprometido inteiramente com Cristo, reconhecendo-o não apenas como único e suficiente Salvador, mas também como Senhor absoluto das nossas vidas. O cristão verdadeiro tem convicção de que não há outro Salvador, além de Cristo (Jo 14.6; At 4.12). E não apenas isso, mas que Jesus Cristo, sendo Deus, é o Senhor absoluto de todo o Universo. 


1- Cristo, o Salvador. Infelizmente, muitas pessoas têm ideias equivocadas sobre Jesus e o seu ministério terreno. Alguns acham que Ele foi um revolucionário, que veio a este para contestar o sistema político e promover a justiça social. Outros pensam que Jesus foi alguém que veio a este mundo apenas para realizar sinais sobrenaturais, especialmente a cura divina, com o objetivo de aliviar o sofrimento humano. Há ainda os que pensam que Jesus foi um grande filósofo, que trouxe grandes ensinamentos morais, com a autoridade de quem vivia na prática estes ensinos. Todas estas concepções acerca do ministério de Jesus estão erradas, mesmo que algumas tenham um pouco de verdade.


Quando o Anjo Gabriel anunciou o nascimento de Jesus, ele disse para José dar-lhe o nome JESUS, porque Ele salvaria o seu povo dos seus pecados (Mt 1.21). O nome JESUS é a transliteração do nome grego IESOUS, que por sua vez, é a transliteração do nome hebraico YEHOSHUA, que significa "Yahweh é a salvação". Portanto, o próprio nome de Jesus indica que Ele veio trazer a salvação dos pecados. 


Quando Jesus teve um encontro com Zaqueu, chefe dos publicanos em Jericó, resolveu ir à  casa dele. Zaqueu recebeu-o com alegria e, enquanto estavam à mesa, Jesus lhe disse: "Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido." (Lc 19.9,10).  


Em outra ocasião, Jesus entrou com os seus discípulos em uma aldeia de samaritanos e não foi recebido por eles. Os dois filhos de Zebedeu, Tiago e João, perguntaram se Jesus queria que eles fizessem descer fogo do Céu para os consumir, como fez Elias. Jesus lhes respondeu: "Vós não sabeis de que espírito sois.” (Lc 9.55). 


Os apóstolos também pregavam Jesus como o Único Salvador. Pedro, em seu discurso após a cura de um coxo disse: "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." (At 4.12). O apóstolo Paulo também tinha como centro da sua mensagem, Jesus como o Salvador dos pecadores: "Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal." (1 Tm 1.15). 


Portanto, o Evangelho não é uma solução para os problemas dessa vida como doenças, finanças, casamentos, emprego, empresas, emoções, etc. O grande problema da humanidade é o pecado, que afasta inevitavelmente o ser humano de Deus. Só existe uma pessoa que pode salvar a humanidade deste problema e esta pessoa é Jesus Cristo, o Filho de Deus. O cristão precisa estar comprometido com esta verdade para não cair nos enganos do inimigo. 


2- Cristo, o Senhor. Muitas pessoas até não tem dificuldades em aceitar Jesus como Salvador, ou como alguém que realiza milagres. Entretanto, não o aceitam como Senhor, pelo menos na prática. Afirmam a crença em Jesus, mas não se submetem aos seus ensinamentos. 


A palavra "senhor" em português é um pronome de tratamento, que usamos para nos referir a um homem, de forma respeitosa, independente da idade e da posição social. O sentido bíblico, no entanto, é outro.  Em hebraico, a palavra "Senhor" é "Adon" e se refere a um dominador, ou alguém que possui controle absoluto, como um dono de escravos (Gn 24 14,27); um governador (Gênesis 45.8); ou o marido que era o senhor de sua esposa e líder absoluto da sua casa, na sociedade patriarcal (Gn 18.12). A forma plural desta palavra hebraica é "adonai". Para evitar pronunciar o nome de Deus em vão, os judeus passaram a usar "Adonai", em substituição ao tetragrama (YHWH). 


No grego, a palavra "Senhor" é "Kyrios", e significa um mestre supremo, ou dominador. A Septuaginta (LXX), traduziu o tetragrama por "Kyrios" e usou sempre esta palavra para se referir a Yahweh, o Deus de Israel. Portanto, era um título divino. No império romano, o imperador exigia ser chamado de "Kyrios" (Senhor), uma reivindicação de divindade. Os cristãos, evidentemente, se recusaram e foram cruelmente perseguidos.


A sutileza do inimigo consiste em fazer as pessoas pensarem que podem ter Jesus apenas como Salvador, Mestre, exemplo moral, ou amigo, mas não como Senhor. Um certo líder de uma Igreja neopentecostal chegou a questionar o fato do primeiro milagre de Jesus ter sido transformar água em vinho, pois, segundo ele, havia outras coisas mais importantes. Infelizmente, até muitos que se dizem evangélicos têm aderido a essa moda de tratar Jesus como se ele fosse um "amiguinho" ou um "parceiro de futebol". Jesus até nos considera como amigos, mas continua sendo o Rei dos reis e Senhor dos Senhores. Ele é Deus e, como tal, deve ser adorado, obedecido e reverenciado. Quem tem Jesus como Senhor absoluto, não se deixa enganar pela astúcia do inimigo, que tenta reduzir Jesus a um mero psicólogo, líder religioso, profeta, rabino, ou coisa do tipo. 


REFERÊNCIAS:

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pag. 940.

LOPES, Hernandes Dias. I Coríntios: Como resolver conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pág. 35-37.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pag. 1339.

LOPES, Hernandes Dias. Colossenses: A suprema grandeza de Cristo, o cabeça da Igreja. Editora Hagnos. pag. 124-125.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 115.

LUTZER, Erwin. Cristo entre outros deuses: Uma defesa da fé cristã numa era de tolerância. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.167).


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Pb. Weliano Pires



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