SUBSÍDIOS DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO/CPAD
O capítulo 17 do Evangelho de João narra um dos momentos mais pessoais entre o Pai, Jesus e os discípulos. Nesta ocasião, nosso Senhor intercede por eles de modo especial, um momento crucial de Seu ministério terreno que seria intitulado pelos estudiosos como “A oração sacerdotal de Jesus”. Nesta intercessão, além de registrar Sua glorificação pelas mãos do Pai, o Mestre roga pela vida de Seus discípulos, que teriam de enfrentar tempos trabalhosos com Sua partida (Jo 16.33).
Mas nosso Senhor não se limita àqueles dias. Ele ora também por todos os demais discípulos que seriam alcançados pela mensagem do Evangelho, inclusive a igreja dos tempos atuais (Jo 17.20,21). O propósito da intercessão era a unidade cristã com vista a testemunhar ao mundo de que Jesus é o único Salvador enviado pelo Pai (v.21). A obra que Ele consumou na cruz é o ápice da unidade da fé e esta verdade deve ser preservada por Seus discípulos da era atual até o fim dos dias. O cumprimento do propósito ocorre não apenas com vista à unidade entre irmãos, mas, principalmente, à unidade com o próprio Pai por meio de Cristo.
De acordo com Lawrence O. Richards, na obra Comentário Devocional da Bíblia (CPAD), “[...] O relacionamento de Jesus com o Pai é o modelo da unidade para qual Cristo orou. Jesus está no Pai e o Pai nEle (v.21). Eles estão juntos: pela natureza compartilhada, pelo amor mútuo, pela unidade de propósito, por uma vontade única e harmoniosa. Jesus viveu sua vida na terra em união com Deus Pai, e suas ações aqui revelaram Deus a todos nós. E agora, maravilha das maravilhas, Jesus pediu que pudéssemos ter o tipo de relação com Ele que Ele tem com o Pai! Jesus pediu que pudéssemos estar unidos com Ele: que recebêssemos uma nova natureza, como a dEle, uma capacidade de amar que reflita a sua, um lugar no plano e no propósito de Deus, e o conhecimento da vontade de Deus. Equipados com esses dons, estando nEle da mesma maneira como Ele está no Pai, você e eu, como Jesus, podemos ser canais pelos quais Deus se revela aos outros homens” (2012, p.705).
O resultado dessa harmonia é um testemunho cristão autêntico que, de fato, alcance a humanidade pecadora com uma mensagem compreensível da salvação. Não há mensagem mais forte do que o testemunho cristão. Por mais importante que sejam as nossas preleções, ensinamentos e obras sociais, nada é mais impactante do que a unidade da fé praticada com sinceridade pelos irmãos em Cristo (At 2.42,46).
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 101, p.41
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