Com a Graça de Deus, chegamos ao último trimestre de estudos neste ano, em nossa Escola Bíblica Dominical. O comentarista deste trimestre é o renomado pastor Esequias Soares da Silva, presidente da Assembleia de Deus em Jundiaí – SP, presidente da Sociedade Bíblica do Brasil, presidente da Comissão de Apologética da CGADB, graduado em Hebraico pela Universidade de São Paulo, mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, escritor, apologista e comentarista de Lições Bíblicas. O Pr. Esequias Soares é um dos maiores teólogos da Assembleia de Deus no Brasil e foi o presidente da comissão que elaborou a nossa Declaração de fé.
O tema deste trimestre é: “A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel”. O texto base do nosso estudo é o Livro do profeta Ezequiel. Até onde eu sei, é a primeira vez que estudamos o Livro de Ezequiel em Lições Bíblicas da Escola Dominical. Entretanto, não será um estudo exegético do Livro do profeta Ezequiel. Usaremos este livro como base para um tema específico, que é a preparação do povo de Deus para os eventos escatológicos, assim como Ezequiel foi usado por Deus para alertar os judeus, sobre os juízos de Deus.
A mensagem de Ezequiel consistia em avisar ao povo de Judá sobre a necessidade de arrependimento para a restauração e libertação do cativeiro. Ezequiel teve várias visões de Deus, sobre a situação de Israel no cativeiro e no futuro, como a famosa visão do vale de ossos secos, descrita no capítulo 37. Ezequiel profetizou a restauração de Israel (Ez 34.1-39.29); a vinda do Messias como pastor e rei (Ez 34.23,24); e como fonte de águas vivas (Ez 47.1,2).
Segue abaixo, um resumo das treze lições estudadas neste trimestre:
LIÇÃO 01: EZEQUIEL, O ATALAIA DE DEUS
Esta primeira lição é uma introdução aos assuntos estudados durante o trimestre. A lição está dividida em quatro tópicos:
O primeiro tópico apresenta-nos a estrutura do Livro de Ezequiel, dividindo-o em três partes: a primeira parte abrange os primeiros 24 capítulos e contém as profecias de Ezequiel antes da destruição de Jerusalém e do Templo; a segunda parte vai dos capítulos 25 a 32 e contém as profecias contra as nações de Amom. Moabe, Edom, Filístia, Tiro, Sidom e Egito; a terceira e última parte, que abrange os capítulos 33 a 48, inicia com o anúncio da destruição de Jerusalém. Depois fala sobre o retorno dos judeus de todas as partes do mundo para a terra dos seus antepassados. Fala também da restauração nacional, da invasão de Gogue a Israel e a sua derrota. Por último, mostra a visão do novo templo e da redenção de Israel e da humanidade.
O segundo tópico traz as informações biográficas do profeta Ezequiel. O nome Ezequiel significa "sustentado ou fortalecido por Deus". As poucas informações que temos sobre o profeta Ezequiel são as que estão em seu Livro, pois ele não aparece nos Livros dos Reis e Crônicas. Ezequiel era filho de Buzi e pertencia à classe sacerdotal em Jerusalém. Foi levado cativo para a Babilônia por Nabucodonosor em 597 a.C. Na Babilônia foi chamado por Deus para o ministério profético, a fim de admoestar o povo no exílio, que continuava com o coração obstinado.
O terceiro tópico descreve duas figuras usadas para se referir ao ministério profético de Ezequiel: O atalaia e o filho do homem. O próprio Deus disse que escolheu Ezequiel como “o atalaia de Israel” (Ez 31.7). O atalaia era uma espécie de sentinela que ficava em um posto elevado, observando possíveis aproximações de inimigos, para avisar à segurança dos reis. Ezequiel foi escolhido como atalaia ou vigia para alertar o povo sobre os perigos do pecado. Deus se refere a Ezequiel como “Filho do homem”, uma referência à fragilidade e pecaminosidade humana.
O quarto tópico fala sobre a responsabilidade do profeta como atalaia de Israel e faz um paralelo com a responsabilidade do cristão. Deus constituiu Ezequiel como atalaia de Israel para alertar o seu povo sobre os perigos. Nesta função, Ezequiel foi alertado por Deus de que, se ele avisasse ao ímpio e este não se convertesse, o ímpio pereceria. Mas, o profeta estaria livre da responsabilidade. Entretanto, se o profeta não avisasse, o ímpio pereceria, mas o profeta seria responsabilizado. O mesmo acontece com o cristão, que foi chamado por Deus para pregar o Evangelho aos perdidos. Falaremos mais detalhadamente sobre este assunto na Lição 07.
LIÇÃO 02: VEM O FIM
Esta lição faz uma análise do capítulo 07 de Ezequiel, que trata dos juízos de Deus sobre a nação de Israel e sobre todas as nações. A lição está dividida em três tópicos:
O primeiro tópico traz uma descrição desta profecia. Começa com uma introdução à profecia, destacando a fórmula usual do profeta Ezequiel ao introduzir as suas profecias. Fala também da extensão da profecia sobre o fim, analisando a expressão “terra de Israel”, que aparece 17 vezes no livro. Entretanto, o comentarista demonstra que esta profecia é escatológica e não se restringe ao povo de Israel. Por último, faz uma análise etimológica sobre o tempo do cumprimento desta profecia, com base nas expressões: agora, depressa, eis que vem, eis aqui o dia e vem a tua sentença.
O segundo tópico fala sobre a expressão “O fim”, usada no capítulo 7 de Ezequiel. Inicialmente, temos uma explicação sobre o sentido desta expressão. Depois, o profeta repete esta expressão e outras similares, com o objetivo de provocar pânico e alertar os seus leitores originais sobre os perigos iminentes.
O terceiro e último tópico fala sobre o grande inimigo de Israel naquela ocasião, que era Nabucodonosor, rei da Babilônia. O profeta usa a simbologia de uma árvore, dizendo: “Já floresceu a tua vara”. (Ez 7.10). Deus levantou Nabucodonosor como instrumento para punir Israel por causa da idolatria. Entretanto, por causa da sua soberba, o rei da Babilônia acabou extrapolando os limites dos castigos. Este tópico apresenta também algumas informações sobre o rei Nabucodonosor e sobre o império babilônico.
LIÇÃO 03: AS ABOMINAÇÕES DO TEMPLO
Esta lição está baseada nos capítulos 8 e 9 de Ezequiel e traz um alerta sobre os perigos da idolatria, denunciando as abominações praticadas no templo de Jerusalém, nos dias de Ezequiel. A lição está dividida em três tópicos:
O primeiro tópico fala sobre a visão que Ezequiel teve das abominações que eram praticadas dentro do templo. O profeta Ezequiel estava no cativeiro na Babilônia. Ele foi arrebatado pelo Espírito Santo para o templo em Jerusalém e viu a idolatria sendo praticada dentro do templo, em tempo real.
O segundo tópico mostra os detalhes da primeira parte destas abominações praticadas no templo. Ezequiel viu a imagem dos ciúmes, que muitos estudiosos a identificam como a deusa Aserá. Viu também vários répteis e outros animais impuros e ídolos esculpidos nas paredes. Por último, viu os anciãos de Judá em pé com os seus incensários diante destas abominações.
O terceiro e último tópico traz a segunda parte das abominações do templo. Ezequiel viu as pessoas praticando um ritual a uma divindade babilônica chamada Tamuz, considerado o deus da vegetação e dos rebanhos. Depois viu 35 homens de costas para o templo, virados para o Oriente, adorando o sol. O curioso é que estes mesmos anciãos vinham constantemente à casa de Ezequiel buscar palavras.
LIÇÃO 04: QUANDO SE VAI A GLÓRIA DE DEUS
Esta lição nos fala que a Glória de Deus deixou o templo, por causa das abominações praticadas em seu interior, como vimos na lição passada. O texto base para esta lição está nos capítulos 9 a 11 de Ezequiel. A lição se divide em quatro tópicos:
O primeiro tópico fala sobre a Glória de Deus, trazendo o significado etimológico da palavra glória em hebraico. Fala também sobre as manifestações da Glória de Deus quando Moisés construiu o tabernáculo. Depois, nas jornadas de Israel pelo deserto. Por último, nos dias de Salomão, na dedicação do templo.
O segundo tópico mostra a retirada da Glória de Deus do santuário. Esta retirada se deu gradualmente. Primeiro, a glória se levantou do querubim sobre a Arca da Aliança. Depois, passou para a entrada do Templo; pairou sobre os querubins e foi se afastando do templo; finalmente parou sobre o Monte das Oliveiras.
O terceiro tópico fala a respeito do segundo templo. Este segundo templo era o templo de Zorobabel, que foi inaugurado no sexto ano de Dario, ou seja, em 516 a.C. Posteriormente, este templo foi completamente reformado por Herodes, o grande. O tempo total dessa reforma durou 46 anos.
O quarto tópico nos fala sobre o Senhor Jesus e o templo. O profeta Ageu profetizou que a Glória desta última casa será maior que a da primeira, que era o suntuoso templo de Salomão. Esta profecia do profeta Ageu não se refere ao templo de Zorobabel e não diz "a segunda casa", como muitos erroneamente apregoam. O texto diz "a última casa" que é, evidentemente, templo do milênio. Este tópico nos dá a explicação teológica, que é o fato de Jesus ser o substituto do templo. Por último vemos o anúncio por Jesus da destruição do templo, que ocorreu no ano 70 d.C.
LIÇÃO 05: CONTRA OS FALSOS PROFETAS
Esta lição traz uma profecia contra os falsos profetas, com base no capítulo 13 de Ezequiel. Jeremias não foi levado ao cativeiro, mas ficou em Jerusalém e enfrentou muitos embates com os falsos profetas que profetizavam bênçãos e prosperidade, em tempos de julgamentos divinos. Ezequiel, por sua vez, foi levado ao cativeiro e, na Babilônia, também enfrentou falsos profetas. A lição está dividida em três tópicos:
O primeiro tópico faz uma apresentação do ofício do profeta no Antigo Testamento. Mostra também a etimologia da palavra hebraica traduzida por profeta e outros termos hebraicos e gregos, usados para se referir aos profetas. Por último, este tópico fala sobre os falsos profetas e as duras consequências desta prática na lei mosaica.
O segundo tópico nos apresenta as designações usadas por Ezequiel para se referir aos falsos profetas, como “profetas de Israel” e “os que profetizam”. Ezequiel diz que eles são loucos, que profetizam o que o seu próprio coração vê. O profeta usa também a figura das “raposas do deserto”, para se referir ao caráter destrutivo desses embusteiros. Assim como há profetas verdadeiros, que falam apenas aquilo que Deus manda, há os falsos profetas que falam aquilo que o povo quer ouvir e que lhes rende vantagens.
O terceiro tópico nos mostra a geração de mensagens falsas. Há um diferencial no Antigo Testamento, quando se trata de um profeta verdadeiro. Normalmente aparecem identificações como “mensageiro de Deus”, “o profeta”, “meus servos”, etc. Os falsos profetas, no entanto, profetizam mentiras e falsidades. Vemos ainda neste tópico, a ira de Deus contra os falsos profetas, no Antigo e no Novo Testamento.
LIÇÃO 06: A JUSTIÇA DE DEUS
Esta lição nos fala sobre a Justiça de Deus, com base no texto de Ezequiel 14.12-21. O objetivo principal da lição é mostrar que Deus é absolutamente santo e justo e, portanto, dará a devida retribuição pelos pecados cometidos. A lição se divide em três tópicos:
O primeiro tópico fala sobre a identificação dos julgamentos de Deus. Através das profecias, entendemos que os juízos de Deus não acontecem sem causa e sem a oportunidade do pecador se arrepender. Vemos também neste tópico várias formas usadas por Deus para punir uma nação que vive em constante desobediência e se recusa a ouvir os alertas de Deus: escassez de alimentos por causa de secas e crises econômicas, guerras e epidemias.
O segundo tópico nos mostra alguns casos de orações intercessórias, feitas por pessoas justas, que não foram respondidas. Há um grande equívoco no meio evangélico, que diz que Deus não rejeita a oração feita por um justo. Mas neste tópico, a lição nos mostra os exemplos de Abraão, Moisés e Samuel, que intercederam para que Deus não punisse pessoas rebeldes, mas, não foram ouvidos, pois o castigo era inevitável.
O terceiro tópico fala sobre as intercessões de três homens de Deus, que foram justos em suas épocas: Noé, Daniel e Jó. Deus falou para Ezequiel que, se Ele decidisse destruir uma terra por causa do pecado, se estes três homens estivessem no meio dela, salvariam apenas a si mesmos e não impediriam a destruição dos ímpios. Vemos ainda neste tópico que a geração de Ezequiel e Jeremias conhecia perfeitamente o relato da destruição de Sodoma e Gomorra e, mesmo assim, atingiram um nível de rebeldia muito maior, pois, apesar do conhecimento que tinham de Deus, não criam nos seus julgamentos.
LIÇÃO 07: A RESPONSABILIDADE É INDIVIDUAL.
Esta lição tem como base o texto de Ezequiel 18.20-28 e trata da responsabilidade pessoal pelos pecados cometidos. Havia um adágio popular em Israel nos dias de Ezequiel que dizia: “Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos se embotaram”. Os exilados de Judá usavam este dito popular para dizer que estavam sendo punidos pelos pecados dos seus antepassados.
A lição está dividida em três tópicos:
O primeiro tópico mostra que este provérbio usado em Israel era equivocado. O povo interpretava equivocadamente o texto de Êxodo 20.5, para defender a maldição hereditária. Mas, o texto do Decálogo não defende maldição hereditária. O final do texto diz que Deus visitará a maldade dos pais nos filhos “...daqueles que me aborrecem”. Ou seja, os filhos só serão punidos se continuarem nas mesmas práticas dos pais. Jeremias e Ezequiel foram usados por Deus para explicar que a responsabilidade pelo pecado é individual (Jr 31.29,30; Ez 18.2,3). Na atualidade também há muitos crentes defendendo essa ideia de maldição hereditária, com o mesmo argumento.
O segundo tópico fala sobre a universalidade da salvação. A vontade de Deus é que todos cheguem ao arrependimento e sejam salvos. Este tópico nos apresenta também uma contestação ao pensamento fatalista que diz que todas as coisas são previamente determinadas e não há como mudar. Este texto de Ezequiel mostra que se o pecador se arrepender será salvo e se o justo abandonar a sua justiça perecerá.
O terceiro tópico trata da reação de Israel a Deus, por causa do cativeiro. O povo no cativeiro se achava injustiçado por Deus. Mas Deus lançou-lhes duas perguntas retóricas, que são afirmações em forma de perguntas. Deus disse: Não é o meu caminho direito? E não são os vossos caminhos tortuosos? As respostas para ambos os questionamentos eram obviamente sim e eles sabiam disso. Vemos ainda neste tópico que Deus é justo em tudo o que faz e é misericordioso para com o pecador arrependido.
LIÇÃO 08: O BOM PASTOR E OS PASTORES INFIÉIS.
Com base no capítulo 34 de Ezequiel, versículos 1 a 12, esta lição traz um estudo sobre os líderes infiéis de Israel, usando a figura do pastor e das suas ovelhas. A lição traça um paralelo entre os pastores infiéis de Israel e Deus o Pai, no Antigo Testamento, e Jesus, no Novo Testamento, como o bom pastor.
A lição está dividida em três tópicos:
O primeiro tópico fala sobre rebanho em seu sentido literal, trazendo explicações sobre a natureza das ovelhas. Em seguida, explica o sentido figurado de rebanho e pastor, para se referir, respectivamente, a Israel e à Igreja, como rebanhos, e aos líderes do povo de Israel e da Igreja, como pastores.
O segundo tópico fala sobre os pastores infiéis de Israel, detalhando as suas ações e omissões como governantes de Israel. Naquela época em Israel, mesmo na monarquia, não era possível separar o governo civil do religioso. Vemos ainda neste tópico que as más atitudes dos pastores infiéis faziam as ovelhas se dispensarem.
O terceiro tópico fala sobre o Bom Pastor e nos mostra a reação de Deus contra as ações ímpias dos maus pastores. Nos dias de Ezequiel, Deus promete apascentar as suas ovelhas pessoalmente. Na sequência, vemos ainda neste tópico, a missão de Jesus como o Bom Pastor, que dá a sua vida pelas ovelhas e é o modelo exemplar de pastor. Por último, temos uma palavra sobre os pastores cristãos como líderes da Igreja.
LIÇÃO 09: GOGUE E MAGOGUE: UM DIA DE JUÍZO
No livro de Ezequiel, assim como nos livros de Isaías, Daniel, Joel e Zacarias há muitas profecias referentes a Israel que ainda não se cumpriram. Os céticos insistem em dizer que as profecias bíblicas que já se cumpriram foram escritas após o acontecimentos, com base nos fatos. Entretanto, isso não tem fundamento, pois muitas profecias foram comprovadamente escritas antes dos fatos acontecerem.
As profecias de Isaías, por exemplo, que fazem referência ao imperador persa Ciro, foram escritas 100 anos antes do seu nascimento (Is 45.1). Tem ainda as profecias do mesmo profeta sobre o retorno do cativeiro babilônico, que foram escritas antes do povo de Judá ser levado ao cativeiro. Inclusive, estas profecias de Isaías lhe renderam descrédito em seus dias, pois elas não se cumpriram durante a sua vida.
Nesta lição falaremos a respeito de uma invasão de Israel por um rei chamado Gogue, da terra de Magogue e uma coalizão de nações lideradas por ele. O texto base da lição são os capítulos 38 e 39 de Ezequiel.
A lição se divide em três tópicos:
O primeiro tópico traz a primeira parte da identificação dos invasores de Israel, liderados por Gogue. Temos neste tópico a explicação desta profecia, que não era para os dias de Ezequiel. Por último, temos as informações referentes a Gogue em outros textos da Bíblia.
O segundo tópico traz a segunda parte da identificação dos invasores. Vemos neste tópico as informações sobre a terra de Magogue, que era o nome de um dos filhos de Jafé, filho de Noé (Gn 10.2). Em seguida, temos as informações sobre os povos de Meseque e Tubal, que eram também dois filhos de Jafé (Gn 10.2). Por último temos informações geográficas sobre os demais povos desta coalizão, que se unirão para invadir Israel.
O terceiro tópico fala sobre o contexto escatológico de Gogue e Magogue. É difícil precisar quem serão estes inimigos de Israel, que virão do Norte (Ez 38.15). Sabemos apenas que uma coalizão invadirá Israel, mas será derrotada pelo Senhor, que lançará confusão sobre eles e se autodestruirão (Ez 38.21-23). Muitos associaram equivocadamente Magogue à Rússia, no período da guerra fria. Agora com a guerra da Ucrânia, o assunto retornou. É importante destacar que Gogue e Magogue de Ezequiel é diferente da rebelião de Gogue e Magogue de Apocalipse 20.8.
LIÇÃO 10: A RESTAURAÇÃO NACIONAL E ESPIRITUAL DE ISRAEL
Esta lição tem como base a mais conhecida visão do profeta Ezequiel, que é a visão que ele teve de um vale de ossos secos. O texto base é o capítulo 37 do livro Ezequiel. Deus mostrou a Ezequiel em visão, um vale cheio de ossos humanos secos e perguntou-lhe se aqueles esqueletos poderiam viver. O profeta respondeu: Senhor Jeová, Tu o sabes. O Senhor, então, deu ordem a Ezequiel para que profetizasse sobre aqueles ossos, para que voltassem à vida. Assim aconteceu e aquela multidão de esqueletos secos tornou-se um grande exército.
O primeiro tópico da lição traz o significado desta visão. O Senhor explicou ao profeta que aquela visão representava a casa de Israel. O povo de Israel estava no cativeiro, mas voltariam à sua terra, depois seriam dispersos novamente. Entretanto, Deus iria restaurá-los novamente, nacional e espiritualmente.
O segundo tópico relata as dispersões de Israel e Judá entre as nações ao longo da história. Em seguida fala do renascimento do Estado de Israel, que aconteceu em 14 de maio de 1948, com a declaração de independência, após a última diáspora que durou 1878 anos. A aprovação na ONU do Estado de Israel ocorreu em 29 de novembro de 1947, em um só dia, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha. Cumpriu-se assim a profecia de Isaías 66.8: “...Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos.”
O terceiro tópico fala sobre o grande milagre do século XX, que foi o renascimento do Estado de Israel em só um dia. Israel é um testemunho ocular perante as nações da soberania de Deus e do cumprimento das suas promessas. Várias nações já se levantaram para varrer esse povo do mapa, mas são reduzidas a nada. Falta ainda o cumprimento da restauração espiritual, que será o assunto da próxima lição.
LIÇÃO 11: A VISÃO DO TEMPLO E O MILÊNIO
Na Lição 04 vimos que a Glória de Deus deixou o templo, por causa das abominações que eram praticadas no local. Na lição passada vimos a restauração nacional e espiritual de Israel. Esta lição nos mostra a visão que Ezequiel teve do retorno da Glória de Deus ao templo. É uma referência ao templo que haverá no Milênio, quando Jesus vier em Glória, para reinar em Jerusalém por mil anos.
O primeiro tópico fala sobre o que virá depois da restauração de Israel, traçando o caminho do retorno da Glória de Deus para o templo, pela porta oriental. Há três observações importantes sobre o retorno da Glória de Deus: A Glória virá do Oriente; a terra resplandecerá por causa da Glória; e um ser semelhante a um homem, que é o Messias. Vemos também que a estrutura e o formato dos discursos do profeta continuam os mesmos da primeira visão.
O segundo tópico fala sobre o templo do Milênio. Os detalhes deste templo visto por Ezequiel são totalmente diferentes do templo que ele viu na primeira visão, quando a Glória de Deus se foi. Neste novo templo não há os rituais de sacrifícios e os sacerdotes, pois, eram figuras que apontavam para Cristo e tudo se cumpriu nele. No milênio será uma nova dispensação onde Cristo será, de fato, o Rei de todas as nações e as governará com justiça e equidade.
O terceiro tópico fala sobre santidade e glória. Diferente da outra visão que Ezequiel tivera, quando se praticavam abominações no templo e a glória de Deus se foi, agora o profeta viu a o retorno da glória de Deus, que encheu o templo, como aconteceu nos dias de Moisés e Salomão. Ezequiel viu também um guia celestial, cujas características são iguais às manifestações teofânicas do Cristo pré-encarnado. Nesta nova dispensação haverá santidade plena e não entrará nada imundo no templo.
LIÇÃO 12: IMERSOS NO ESPÍRITO NOS ÚLTIMOS DIAS
Nesta lição falaremos sobre a visão que Ezequiel teve, de um grande volume de águas que fluíram dos umbrais do templo e correram até se tornar um ribeiro de águas profundas, que só era possível atravessá-lo nadando. Estas águas saíram em direção ao mar morto e sararam aquelas águas, que são extremamente salgadas. Depois disso, uma multidão de peixes veio pelo ribeiro e cresceram árvores que davam frutos.
O primeiro tópico fala do aspecto escatológico desta visão. Esta visão era para o futuro e a menção ao templo deve ser entendida literalmente. As águas descritas no capítulo 47 de Ezequiel são uma referência ao reavivamento da região do Mar Morto que acontecerá no período do Milênio.
O segundo tópico traz uma implicação pneumatológica desta visão, ou seja faz referência ao Espírito Santo, que enche o interior dos crentes. Jesus disse que aquele que crer nele, como diz a Escritura, “rios de águas vivas correrão em seu interior'' (Jo 7.37-39). O Espírito Santo é representado pela água, pois além da água ser vital para a vida humana, ela limpa e refrigera.
O terceiro tópico fala do contexto geológico do Mar Morto. Esta região é a parte mais baixa do globo terrestre e fica a 396 metros abaixo do nível do mar. Devido à grande quantidade de sal, não nascem plantas e os animais não sobrevivem ali. Entretanto, nesta visão, Ezequiel viu uma grande quantidade de árvores e uma multidão de peixes (Ez 47.7-9). Isso mostra a restauração da criação que acontecerá no Milênio.
LIÇÃO 13: O SENHOR ESTÁ ALI
Esta lição é uma conclusão dos assuntos estudados no Livro do profeta Ezequiel. A lição mostra as características da cidade de Jerusalém no milênio. O Senhor é o grande arquiteto desta cidade glorificada. O nome da cidade será “O SENHOR está ali” (Heb. Yahweh Shammah). Isto significa que Deus está presente nesta cidade, como esteve no Jardim do Éden com o primeiro casal, antes da queda.
O primeiro tópico traz as descrições do formato e medidas da cidade de Jerusalém. É preciso destacar que, apesar das semelhanças desta cidade que Ezequiel viu, com a Nova Jerusalém, vista por João no Apocalipse, não se trata da mesma cidade. Esta Jerusalém do milênio será no mesmo local da atual Jerusalém, no território de Israel. A Nova Jerusalém, no entanto, descerá do Céu e é onde os salvos passarão a eternidade.
O segundo tópico fala sobre os nomes das doze tribos de Israel, nas doze portas da cidade. Vemos neste tópico os nomes das tribos, os critérios para a ordem em que estarão escritos e o propósito deste nomes constarem nas portas da Jerusalém milenial, que é estabelecer um memorial das doze tribos de Israel. Na Nova Jerusalém, haverá também os nomes dos apóstolos de Cristo, representando a Igreja.
O terceiro tópico fala sobre o nome da cidade, que será “O SENHOR está ali”. Ao longo da sua história, Jerusalém já foi chamada por vários nomes: Salém, Jebus, Cidade de Davi, Sião e Jerusalém. No milênio, ela não será mais identificada com os pecados e abominações do passado. Mas, será chamada por um título que identifica a presença de Deus: Yahweh Shammah, que significa “o Senhor está ali”. Esta expressão aparece somente neste texto de Ezequiel e indica a onipresença de Deus.
Bons estudos!
Ev. Weliano Pires
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