(Comentário do 2º tópico da Lição 13: Resistindo as sutilezas de satanás)
O segundo passo para o cristão se precaver contra as sutilezas de Satanás é comprometer-se fielmente com a Bíblia Sagrada, reconhecendo-a como a revelação escrita de Deus, produzida por inspiração do Espírito Santo, absolutamente isenta de erros e de falhas, única regra de fé e conduta do cristão. Um cristão comprometido com a Palavra de Deus não se deixa enganar pelos enganos de Satanás. O inimigo enganou Eva no Jardim do Éden, primeiro porque ela deu lugar, abrindo canal de diálogo com o adversário. Segundo, porque ela deu ouvidos às suas mentiras e distorções em relação ao que Deus havia falado.
1- Bíblia, a revelação de Deus. Na lição 7 deste trimestre, estudamos sobre "A sutileza da relativização da Bíblia". Na ocasião vimos os aspectos da desconstrução e da relativização da Bíblia. Nesta perspectiva, surgem novas interpretações da Bíblia e, consequentemente, novas teologias que negam que a Bíblia é a Palavra de Deus, e negam a sua autoridade, inerrância e infalibilidade. Quando afirmamos que a Bíblia é inerrante, significa que ela não falha, não erra e é a verdade em tudo quanto afirma. Nos textos bíblicos originais não há qualquer erro, seja histórico, geográfico, doutrinário, espiritual, moral ou científico. Também não há qualquer contradição nos textos bíblicos. A razão para isso é óbvia, pois, o autor da Bíblia é Deus e Ele não erra e não falha.
A Bíblia não é uma produção literária da mente humana com relatos históricos antigos e belos ensinos morais, como sugere a chamada teologia narrativa. A Bíblia é a revelação escrita de Deus à humanidade. Conforme já vimos em várias lições, Deus se revelou de duas formas: na revelação geral, que é manifesta através das coisas criadas; e na revelação especial, através das Escrituras e da pessoa de Jesus Cristo. É nas páginas da Bíblia que encontramos as revelações de Deus sobre a criação e queda da raça humana; as profecias sobre o plano redentor de Deus e a sua consumação através de Cristo. Encontramos também as profecias sobre o futuro da humanidade e sobre a eternidade. Portanto, todo o conteúdo das Escrituras foi produzido por Deus.
2- Bíblia, regra de fé e conduta. Sendo a Bíblia a revelação escrita de Deus à humanidade, completamente isenta de erros ou falhas, ela é o nosso único manual de fé e prática. Portanto, não podemos admitir nenhum outro manual de doutrina além da Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. Todas as nossas doutrinas precisam, obrigatoriamente, estar fundamentadas na Palavra de Deus.
Conforme vimos no ponto anterior, a Bíblia é a revelação de Deus. Entretanto, existe também o fator humano, pois ela foi escrita por seres humanos. Não basta ler a Bíblia, é preciso compreender o que está escrito, mediante a correta interpretação. Na lição 5, do 1º trimestre deste ano, estudamos o tema: Como ler as Escrituras. Vimos em um dos tópicos daquela lição, que a Bíblia precisa ser interpretada.
Ora, todo texto lido deve ser interpretado, para uma devida compreensão. Porém, no caso da Bíblia, não é uma tarefa tão simples. Nós, brasileiros do século XXI, estamos muito distantes dos textos originais da Bíblia, no tempo, no idioma e na cultura. Neste aspecto, a exegese bíblica nos ajuda a buscar o significado e a intenção original do texto bíblico e trazê-los ao leitor atual. A palavra "exegese" vem de dois termos gregos "ex" (fora) e "agein" (guiar). Significa, portanto, literalmente "guiar para fora". Portanto, a palavra exegese significa extrair de um texto o seu sentido ou intenção original. Para se fazer uma exegese do texto bíblico, o leitor deve esvaziar-se completamente das suas ideologias e convicções pessoais e deixar que o texto fale por si mesmo.
Além da exegese, que extrai o sentido original do texto, temos também as regras da hermenêutica, que é a ciência de interpretar textos. Há várias regras para a interpretação correta das Escrituras, que o espaço não me permite comentar todas aqui. Por isso, quero destacar apenas três pontos fundamentais, que o intérprete da Bíblia deve se atentar:
a. A Bíblia interpreta-se a si mesma. Conforme vimos no item anterior, esta é a primeira e fundamental regra para a correta interpretação bíblica.
b. Os textos bíblicos devem sempre manter o seu sentido literal. Deve-se considerar também os recursos literários (poesia, figuras de linguagem, narrativas, profecia, etc.), mas é preciso ter cuidado com expressões simbólicas e alegóricas.
c. O texto deve sempre ser lido dentro do respectivo contexto. Devemos sempre considerar que um texto é formado por uma sequência de palavras e frases, que não podem ser lidas separadamente, sob pena de se perder ou deturpar a intenção do autor. As palavras ou frases também podem ter sentidos diferentes, de acordo com o contexto em que estão situadas.
Muitas seitas dizem que crêem na Bíblia, mas negam a sua autoridade e inerrância. Outras colocam no mesmo patamar da Bíblia, a palavra dos seus líderes, as publicações da sua religião, a tradição ou visões e revelações. Os reformadores, acertadamente, estabeleceram o princípio fundamental "Sola Scriptura", que afirma que somente as Escrituras têm autoridade inquestionável para estabelecer doutrinas para a Igreja. Jesus afirmou que a Palavra de Deus é a Verdade (Jo 17.17) e que são as Escrituras que testificam dele (Jo 5.39). Portanto, é impossível ser cristão, sem adotar a Bíblia como o único manual de fé e prática.
REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.
HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1° Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2 006, pp.84 ,85).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 55.
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Pb. Weliano Pires
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