18 junho 2025

A PRISÃO E A CONDENAÇÃO DE JESUS

(Comentário do 1º tópico da Lição 12: Do julgamento à ressurreição)

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, falaremos dos detalhes da prisão de Jesus no Jardim do Getsêmani, que fica no Monte das Oliveiras, e sua condenação à morte. Inicialmente, falaremos do contexto em que se deu a prisão. Na sequência, trataremos dos interrogatórios feitos pelo Sumo Sacerdote Caifás e pelo governador da Judéia, Pôncio Pilatos. Por último, falaremos da condenação de Jesus à morte, por ordem de Pilatos. 


1. A prisão. A prisão de Jesus estava repleta de ilegalidades, tanto pelas leis judaicas, quanto pelas leis romanas. Ele foi preso às pressas, em uma noite de sexta-feira, véspera da Páscoa, sem ter cometido crime algum e sem que houvesse nenhuma denúncia formal contra Ele. Foi uma trama orquestrada pelas autoridades judaicas, que buscavam uma ocasião para acusá-lo e condená-lo à morte. 


Pelas leis judaicas, um judeu não poderia ter sido preso na noite que antecede a Páscoa, pois era uma confraternização familiar chamada Sêder, na qual se recordava a libertação do Egito. Nesse período de confraternizações, os judeus ficavam em suas casas reunidos com a família. Nenhum judeu poderia ser preso nesse período.


Segundo o professor Roberto Victor Pereira Ribeiro, advogado, escritor e professor de direito penal, do ponto de vista das leis romanas, esta prisão também foi ilegal por ter sido realizada à noite, sem que houvesse nenhuma denúncia ou acusação formal contra Jesus. Além disso, segundo o professor, a legislação romana exigia que houvesse um indiciamento formal antes da detenção, o que também não aconteceu no caso de Jesus. 


Depois de ser detido ilegalmente, Jesus foi conduzido sob torturas e humilhações, à casa de Anás, que era o sogro de Caifás, o sumo sacerdote. Jesus estava desarmado, não resistiu à prisão e não desrespeitou ninguém para ser espancado daquela forma brutal. Pedro seguiu a Jesus de longe e na casa do sumo sacerdote, ao ser indagado se era discípulo de Jesus, o negou por três vezes. Por fim, Jesus foi conduzido ao palácio de Pilatos, governador da Judéia, para ser interrogado por ele. 


2. O interrogatório. Assim como a prisão, o interrogatório de Jesus também foi uma farsa, cheia de ilegalidades, movido por ódio e inveja, baseado em falsos testemunhos. Pilatos o interrogou e não encontrou crime algum nele. João não registrou, mas Jesus foi encaminhado também a Herodes, porque Jesus era tido como galileu e a Galileia era jurisdição de Herodes. 


Ao interrogá-lo e não obter nenhuma resposta, Herodes o desprezou e o mandou de volta a Pilatos. Como era Páscoa, Pilatos devolveu-o aos judeus, dando-lhes a possibilidade de escolherem entre Jesus e um criminoso chamado Barrabás, para que condenassem um e soltassem o outro. A multidão, orientada pelas autoridades religiosas, escolheu libertar Barrabás e crucificar Jesus.


3. A condenação. Diante da escolha por Barrabás, Pilatos ordenou que açoitassem a Jesus e o levassem para ser crucificado. A partir daí, iniciou-se uma série de torturas horripilantes contra o Mestre. Teceram uma coroa de espinhos pontiagudos que feriam-lhe o crânio, fazendo o sangue escorrer pelo seu rosto, para desdenhar da sua realeza. 


Todos estes sofrimentos horrendos, cumpriram a profecia de Isaías que diz: “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”. (Is 53.4,5).


Naquele momento, o Senhor tomou sobre o seu corpo as nossas dores e iniquidades, pagando o preço pelos nossos pecados. Ele jamais cometeu crime ou pecado algum. Foi condenado em um tribunal de exceção, por uma multidão raivosa, sem nenhuma prova de crime. Ele sofreu tudo aquilo pelos nossos pecados. O hino 484 da Harpa Cristã descreve isso muito bem na primeira estrofe: 


Houve Um que morreu por meus crimes na cruz,

‘Inda indigno e vil como sou;

Sou feliz, pois Seu sangue verteu meu Jesus

E com este, meus crimes lavou.



REFERÊNCIAS: 


CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 101, p.42.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, p.603, 605-606.

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