19 setembro 2025

UMA IGREJA QUE FORMA DISCÍPULOS

(Comentário do 3º tópico da Lição 12: O caráter missionário da Igreja de Jerusalém).

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, veremos que a Igreja de Jerusalém era uma Igreja que formava discípulos. Inicialmente, falaremos do discipulado como a base para um crescimento saudável da Igreja. Não basta ganhar almas, é preciso ensinar-lhes a Palavra de Deus, para que tenham alicerce. Na sequência, veremos que os discípulos foram chamados pela primeira vez de cristãos em Antioquia e o significado desta denominação. Por último, falaremos da identidade cristã, que não se limita ao rótulo e sim à sua fé e estilo de vida.


1. A base do discipulado. A notícia de que os gentios haviam recebido o Evangelho chegou à Igreja de Jerusalém e Barnabé foi enviado a Antioquia para dar suporte ao novo trabalho. Barnabé era um levita, natural de Chipre, muito amoroso. Foi um dos primeiros a vender uma propriedade e doar o dinheiro para ajudar aos necessitados da Igreja (At 4.36,37).


O seu nome era José, mas os apóstolos o chamavam de Barnabé que significa "Filho da Consolação". Era um obreiro cheio do Espírito Santo, que tinha como característica principal o acolhimento. Quando Saulo se converteu, todos fugiam dele, pois não acreditavam que ele tivesse se convertido de verdade. Mas Barnabé se aproximou dele, ouviu o relato da sua conversão e o aproximou dos apóstolos. 


Ao chegar a Antioquia, Barnabé viu o crescimento do Evangelho naquela cidade e exortou os novos convertidos para que permanecessem na fé. Em seguida, partiu para Tarso, em busca de Saulo. Durante um ano inteiro, Barnabé e Saulo ensinaram a palavra de Deus nesta Igreja e ela se tornou uma Igreja rica em líderes, com vários profetas e doutores.


Barnabé e Saulo se dedicaram a ensinar a Palavra de Deus aos novos crentes em Antioquia (At 11.26). Este discipulado e ensino bíblico fizeram da Igreja de Antioquia uma Igreja fervorosa, bem estruturada, com bons obreiros, dedicada à oração e sensível à voz do Espírito Santo. Isso fez com que esta igreja se transformasse em uma base de missões transculturais, que enviou missionários a várias partes do mundo. 


2. Denominados de “cristãos”. Conforme explicou o comentarista, os cristãos de Jerusalém já haviam sido chamados internamente de “irmãos” (At 1.16); “crentes” (At 2.44); “discípulos” (At 6.1) e “santos” (At 9.13). Externamente eram chamados “os que eram do Caminho” (At 9.2; 19.9,23; 22.4; 24.14,22); e “Seita dos nazarenos” (At 25.4). Para os judeus, os cristãos eram seguidores de um falso profeta chamado Jesus de Nazaré, a quem eles haviam crucificado em um passado recente. As autoridades romanas, no entanto, pensavam que o Cristianismo fosse mais um partido religioso dos judeus. 


Em Atos 11.26, lemos: “...e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos”. (At 11.26). O termo grego traduzido por cristãos aqui é “christianós”, que significa pessoas de Cristo, ou seguidores de Cristo. Alguns sugerem que a denominação “cristãos” foi usada inicialmente em tom de zombaria, mas, não há nenhuma comprovação disso, até porque os próprios apóstolos a usaram depois. 


A palavra cristãos aparece apenas três vezes no Novo Testamento: Neste texto de Atos 11.26, onde as pessoas de Antioquia chamaram os seguidores de Cristo de “cristãos”; Depois, em Atos 26.28, foi usada pelo rei Agripa, quando se dirigiu a Paulo e disse: Por pouco me persuades a me fazer cristão; Por último, em I Pedro 4.6, o apóstolo Pedro escreveu aos seus leitores: “Se sofrer como cristão , não se envergonhe disso; antes , glorifique a Deus com esse nome.”


3. A identidade cristã. Não importa o rótulo ou a denominação que as pessoas nos dão. O importante é a nossa identidade como seguidores de Cristo. Se os discípulos de Jesus foram chamados de cristãos por zombaria ou não, isso não tem nenhuma importância. O mais importante é que as nossas palavras e atitudes nos identifiquem com Cristo. O apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios disse: "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo". (1Co 11.1).  


Em Jerusalém, após o discurso ousado de Pedro, quando foi interrogado pelas autoridades por causa da cura do coxo, os líderes religiosos, vendo a ousadia de Pedro e João, ficaram admirados e reconheceram que eles haviam estado com Jesus (At 4.13). Esta semelhança entre os discípulos de Jesus e o Seu Mestre não pode se limitar às palavras, mas deve se refletir também nas atitudes. Estêvão, por exemplo, ao ser apedrejado de forma covarde e injusta, fez como Jesus e pediu que o Senhor perdoasse os seus algozes. 


O que será que as pessoas que nos cercam falam sobre nós? Tudo bem que discordam da nossa fé e até nos caluniam, pois não temem a Deus. Mas será que vêem alguma semelhança entre nós e Jesus? Se alguém que não nos conhece conversar conosco, saberá que somos seguidores de Cristo, ou ficará surpreso se alguém lhes falar que somos cristãos? Que possamos testemunhar de Cristo não apenas com palavras, mas também com o nosso estilo de vida. 

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