04 setembro 2025

A IGREJA QUE EVANGELIZA

(Comentário do 2° tópico da Lição 10: A expansão da Igreja).

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, falaremos da igreja que evangeliza. Com base na pregação de Filipe, falaremos da evangelização centrada na exposição da Palavra de Deus, que é o nosso manual de fé e prática. Em seguida, falaremos da evangelização centrada em Cristo. O tema da mensagem pregada Filipe era Cristo e este também deve ser o centro da nossa pregação. 

1. Evangelização centrada na Palavra. Quando estudamos sobre a Igreja de Jerusalém, três características principais ficam evidentes: o poder do Espírito Santo na Igreja, perseverança na oração e exposição da Palavra de Deus. Muitas pessoas enfatizam muito os milagres e as muitas conversões que aconteciam naquela Igreja. Isso, na verdade, é o resultado de uma Igreja dedicada à oração e pregação da Palavra de Deus. Em todo livro de Atos, podemos perceber a importância que a Igreja dava a ser cheia do Espírito Santo, à oração e ao ensino da Palavra de Deus. 

Isso não limita ao ambiente interno da Igreja. Na evangelização também, a Igreja precisa do mover do Espírito para capacitar os pregadores, convencer os ouvintes e operar milagres. Isto, porém, não acontecerá, se não houver oração e pregações baseadas nas Escrituras. Os discípulos foram obrigados a fugir de Jerusalém para salvar a própria vida e se espalharam pelas regiões circunvizinhas. Lucas relatou que “os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra.” (At 8.4).

A evangelização tem que ser bibliocêntrica, ou seja, deve ter a Palavra de Deus como base. Nós não fomos comissionados por Jesus para falar de nós mesmos, de filosofias humanas, técnicas psicológicas, ideologias políticas, ou para massagear o ego dos pecadores em nossas pregações. Escrevendo a Timóteo, o apóstolo Paulo disse: “Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina”. (2Tm 4.1,2). 

Lamentavelmente, em nossos dias, muitos pregadores não tem mais a Palavra de Deus como fundamento das suas preleções. Tiram dela apenas o título da mensagem e lêem um pequeno trecho, na maioria das vezes fora de contexto e mal interpretado. Depois disso, fecham a Bíblia e citam outras fontes que não tem nenhum compromisso com a verdade. Outros usam clichês e repetem frases de efeito para prender a atenção do auditório. Não foi isso que Jesus nos mandou fazer. Ele ordenou aos seus discípulos que pregassem o Evangelho, fizessem discípulos e ensinassem a guardar tudo o que Ele mandou. Portanto, precisam pregar, cantar e ensinar a Bíblia. 

2. Evangelização centrada em Cristo. Pregar a Palavra de Deus é importante, pois ela é o nosso manual de fé e prática. Entretanto, o pregador evangélico deve ser também cristocêntrico, ou seja, deve ter Cristo como o centro das suas pregações, principalmente, quando falar às pessoas que ainda não são crentes. Pedro, Estevão e Filipe pregaram as Escrituras judaicas, pois era a única Palavra de Deus que eles tinham. O Novo Testamento ainda não havia sido escrito. Mas as suas pregações citavam as Escrituras e convergiam para Cristo. Não pode haver salvação de almas se não falarmos de Jesus e da cruz, pois Ele é o único Nome dado entre os homens, pelo qual podemos ser salvos (Jo 14.6; At 4.12). 

Uma pregação baseada no Antigo Testamento se não chegar em Cristo está incompleta. Se falarmos apenas das bênçãos e dos princípios morais do Antigo Testamento, estamos pregando o Judaísmo e não o Evangelho. Paulo era um judeu, versado nas Escrituras judaicas desde a sua infância, que se formou aos pés de Gamaliel, um dos mais respeitados doutores da Lei da sua época. Mas, depois que teve um encontro com Cristo, ele disse: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado”. (1Co 2.2).

Evidentemente, nós podemos e devemos falar de outros temas bíblicos em nossas pregações, pois “toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça.” (2Tm 3.16). O próprio apóstolo Paulo fez isso em suas epístolas e, certamente, também o fez em seus ensinos às Igrejas. Ele falou de submissão às autoridades, de casamento, do litígio entre irmãos, dos alimentos sacrificados aos ídolos, dos dons espirituais, das obras da carne, do Fruto do Espírito, etc. Entretanto, nos cultos públicos ou evangelísticos, a prioridade é comunicar a mensagem de salvação aos pecadores. 

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