11 setembro 2025

A SALVAÇÃO DOS GENTIOS

(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 11: Uma Igreja hebréia na casa de um estrangeiro)

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, falaremos da salvação dos gentios. Analisaremos o conteúdo da pregação de Pedro aos gentios, que foi totalmente cristocêntrica. Na sequência, falaremos da conversão dos gentios, destacando que todos os seres humanos, tanto judeus como gentios precisam crer em Cristo e se arrepender dos seus pecados para serem salvos. No Evangelho de Cristo não há privilegiados nem excluídos. 

1. Pregação aos gentios. Os judeus consideravam os povos não judeus como impuros e eram proibidos de se casarem com não judeus. Não podiam nem mesmo comer com eles, pois a comida dos gentios não seguia as recomendações da lei mosaica e, em muitos casos, era oferecida aos ídolos. Pedro sendo um judeu de nascimento, radical quanto aos preceitos da lei mosaica em relação aos gentios, tinha dificuldade de pregar o Evangelho aos gentios. Foi preciso Deus prepará-lo para o encontro com Cornélio, como vimos no tópico anterior. 

A Igreja de Jerusalém, de modo geral, tinha esta mesma dificuldade de Pedro, pois não compreendiam a universalidade da salvação. Segundo o teólogo Myer Pearlman, algumas questões estavam mal resolvidas na Igreja de Jerusalém, em relação aos gentios: Será que judeus e gentios poderiam receber igual salvação, ficando em pé de igualdade? Os crentes judeus poderiam ter comunhão e convívio com os gentios? Havia ainda a questão da exigência da circuncisão, guarda do sábado e abstinência de certos alimentos, que os cristãos de Jerusalém insistiam em impor também aos cristãos gentios. Somente no primeiro concílio da Igreja de Jerusalém, em Atos 15, os apóstolos se reuniram para tratar do tema. 

Na verdade, Deus nunca excluiu os gentios da salvação. Na promessa feita à Abraão, o próprio Deus lhe falou: “...em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gn 12.3). As restrições que Deus fez no Antigo Testamento, em relação à mistura entre o povo de Israel e outros povos, visava unicamente a preservação da nação de Israel, pela qual Ele enviaria o seu Filho ao mundo. O Amor de Deus é o princípio fundamental da história da redenção da humanidade. Deus demonstrou o seu amor pela humanidade através da formação de Israel e no relacionamento de Deus com este povo. 

Entretanto, Isso não significa que no Antigo Testamento Deus não ligava para as outras nações como muitos imaginam. Deus sempre amou toda a humanidade e elaborou o seu plano salvífico a fim de salvar a todos. Podemos ver isso nas profecias, principalmente nas de Isaías, onde Deus prometeu a restauração de Israel e um futuro glorioso para esta nação, que incluía a participação dos gentios. Temos ainda os casos de Raabe, Rute, a viúva de Sarepta, Naamã, o povo de Nínive, que eram estrangeiros e foram alcançados por Deus. 

Quando Pedro chegou à casa de Cornélio, estava ainda receoso, dizendo que não era lícito a um judeu ajuntar-se aos gentios. Porém, logo em seguida, ele deixou claro que Deus lhe mostrou que não se deve considerar nenhum ser humano imundo e que Deus não faz acepção de pessoas. Conforme demonstrou o comentarista, a mensagem de Pedro era totalmente centrada em Cristo e deixou claro alguns princípios importantes sobre a salvação, para os quais devemos atentar: 

a) Deus ama a todos (At 10.34). Diferente do que ensinam os calvinistas, está claro na Bíblia que Deus ama a todas as pessoas e não faz acepção de pessoas: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16). 

b) Deus quer salvar a todos (At 10.35). Deus não somente ama a todos, mas quer salvar a todos, pois Ele não tem prazer na perdição do ímpio: “Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade”. (1Tm 2.3,4)

c) Cristo é o Senhor de todos (At 10.36). Não existe salvação fora de Cristo (At 4.12). Ele é o centro do Evangelho, o Cordeiro de Deus que tira pecado do mundo (Jo 1.29); O caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14.6). 


2. A conversão dos gentios. No final da sua pregação aos gentios na casa de Cornélio, Pedro falou: “E nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele [Jesus] é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos. A este [Jesus] dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome”. (At 10.42,43). Que pregação maravilhosa e cristocêntrica! Pedro, que até pouco tempo estava preso ao preconceito judaico em relação aos gentios, foi usado pelo Espírito Santo para mostrar que a salvação está disponível a todos.

Qualquer ensino que diz que Deus escolheu uns para a salvação e outros para a perdição, que Deus amou uns e rejeitou outros, que determinado grupo de pessoas é mais importante para Deus do que outros, ou que existem raça superior ou inferior, não tem nenhum fundamento nas Escrituras. Em toda a Bíblia está claro que Deus é justo e não faz acepção de pessoas. Não poderia ser diferente em relação à salvação. Deus, por sua Graça, colocou a salvação ao alcance de todos os seres humanos e deseja que todos sejam salvos. O único requisito para ser salvo é crer em Jesus, seu Filho, que é o Único Salvador.

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