03 setembro 2025

A IGREJA DIANTE DA PERSEGUIÇÃO

(Comentário do 1° tópico da Lição 10: A expansão da Igreja).

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, falaremos do comportamento da Igreja diante da perseguição. Mesmo perseguida, a Igreja não se fragmentou, ou seja não se desorganizou e continuou firme na missão de proclamar o Evangelho. Na sequência, falaremos do luto da Igreja por causa da violenta morte de Estêvão, um dos seus obreiros mais ilustres. Por fim, veremos que a Igreja, mesmo perseguida e enlutada, não se desesperou, não se deixou dominar pela  tristeza e continuou a missão que o Senhor lhe ordenara. 

1. Embora perseguida, não fragmentada. Já falamos bastante em lições anteriores, sobre a intensa perseguição que a Igreja de Jerusalém enfrentou. No primeiro tópico da lição 4, vimos que esta igreja era perseverante, pois suportava o sofrimento por amor a Cristo e não negociava os seus valores, mesmo sob ameaças das autoridades. No terceiro tópico da mesma lição, vimos que a Igreja de Jerusalém era ousada em seu testemunho e enfrentava a oposição com destemor. 

Conforme vimos na lição passada, Estevão era um homem cheio do Espírito Santo, de fé e de sabedoria, usado por Deus para realizar muitos milagres entre o povo (At 6.8). Era também um sábio pregador, apto para defender corajosamente a sua fé perante os seus opositores. Certamente, Estevão era muito querido pela Igreja de Jerusalém. Perder um obreiro com este perfil, principalmente da forma violenta e covarde que foi a sua morte, naturalmente causou muita tristeza à Igreja.

Posteriormente, na lição 6, vimos que a Igreja de Jerusalém não temia a perseguição. Falamos nessa lição sobre os perseguidores iniciais da Igreja e das esferas dessa perseguição. Na esfera religiosa, os perseguidores eram os sacerdotes, os saduceus e o capitão do templo. Na esfera política, tratamos do caso de Herodes Agripa I, que mandou decapitar o apóstolo Tiago e prender o apóstolo Pedro. Este último, foi libertado da prisão por um anjo do Senhor.

Na lição passada vimos o martírio do diácono Estevão, que foi apedrejado até à morte, mediante falsas acusações de blasfêmia. Após a execução de Estêvão, levantou-se grande perseguição e eles tiveram que fugir de Jerusalém, para não serem presos ou mortos. Ficaram somente os apóstolos em Jerusalém. Isto, porém, não significa que os apóstolos deixaram de ser perseguidos, mas que a Igreja de Jerusalém precisava deles e eles se arriscaram pela causa de Cristo sem temer que fossem mortos. Os  cristãos que se dispersaram, pregavam o Evangelho onde chegavam. 

Em Atos 1.8, Jesus disse aos seus discípulos que viria sobre eles a virtude do Espírito Santo e eles seriam suas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. Entretanto, após a descida do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, eles se acomodaram e pregavam apenas em Jerusalém. Depois da morte de Estevão, o jovem fariseu, Saulo de Tarso, empreendeu uma caçada violenta aos cristãos, entrando nas casas arrastando homens e mulheres pelas ruas, os conduzia à prisão. Neste cenário de horrores, os discípulos se viram obrigados a fugir de Jerusalém e passaram a evangelizar toda a Judeia, Samaria e chegaram a Antioquia da Síria. 

2. A igreja em luto. O comentarista mencionou aqui o texto de Atos 8.2, que diz que alguns varões piedosos sepultaram e fizeram grande pranto por Estevão. Ele explicou também que a palavra kophetós, traduzida aqui como “pranto” significa também “choro”, “lamentação” e “luto”. Não sabemos ao certo quem eram estes varões, mas o mais provável é que fossem cristãos de Jerusalém que conviveram com Estevão e se lamentaram por ele, antes de fugirem da cidade. 

É natural do ser humano, mesmo os que são crentes fiéis, chorar e se entristecer pela morte de um ente querido. O cristão deve viver o seu momento de luto e manifestar naturalmente as suas reações emocionais, como choro, silêncio e tristeza. Até o Senhor Jesus, em sua condição humana, chorou diante do túmulo de Lázaro. Entretanto, devemos manter viva a esperança na ressurreição, pois, o Senhor Jesus Cristo venceu a morte, ressuscitou e garantiu que nós também iremos ressuscitar para nunca mais morrermos  e estaremos para sempre com o Senhor (1Ts 4.17).

3. Mas não desesperada. É natural e até saudável que a pessoa tenha o seu período de luto, pela perda de alguém que ama, pois, reprimir o choro e a tristeza para parecer forte, pode trazer sérios problemas emocionais e à saúde física. Entretanto, o crente não pode perder de vista a sua esperança na vida eterna. Precisamos sempre nos lembrar de que somos peregrinos e forasteiros neste mundo. O Senhor Jesus antes de subir ao Céu prometeu aos seus discípulos que viria outra vez para levá-los para si mesmo, para que onde Ele estiver, eles também estejam. (Jo 14.1-3). 

Se por um lado, é compreensível e necessário o período de luto e tristeza, por outro lado, não podemos dar lugar ao desespero e ao luto eterno, como se não houvesse esperança. Não temos morada permanente aqui, mas esperamos a nossa Pátria Celestial, onde não haverá mais mortes, tristezas, nem dores. (Ap 21.1-4). A vida cristã só fará algum sentido, se levarmos em consideração a Vida eterna. Do ponto de vista terreno, vivemos uma vida na contramão do mundo, sendo perseguidos e renunciando às próprias vontades e até a própria vida, por amor a Cristo. 

A Igreja de Jerusalém sentiu tristeza por causa da morte de Estevão e lamentou profundamente. Entretanto, aqueles cristãos jamais se desesperaram e não permitiram que o luto paralisasse a pregação do Evangelho. Foram impedidos de pregar em Jerusalém e tiveram que fugir, mas não reclamaram contra Deus e continuaram pregando em outras regiões. O Senhor continuou salvando almas e operando milagres. No comentário sobre este texto, a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal nos diz: “Às vezes, Deus nos faz sentir incomodados para que mudemos[…] o desconforto pode ser benéfico para nós, porque Deus pode trabalhar através de nossa dor”.


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. A Igreja em Jerusalém: Doutrina, comunhão e fé: a base para o crescimento da Igreja em meio às perseguições. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.41, 2025.
CABRAL, Elienai. Relacionamentos em família: Superando desafios e problemas com exemplos  da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 175-176.
ZIBORDI, Ciro Sanches. Filipe: O primeiro evangelista da Igreja. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2019.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2013, pp.1493,1494.

02 setembro 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 10: A EXPANSÃO DA IGREJA

TEXTO ÁUREO:

“Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra. E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo.” (At 8.4,5).

VERDADE PRÁTICA:

A igreja só crescerá quando ultrapassar seus próprios limites e levar a mensagem de Cristo para além de suas paredes.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 8.1-8,12-15.

Objetivos da Lição: 

I) Apresentar como a perseguição contribuiu para a expansão da igreja primitiva; 
II) Expor a centralidade de Cristo e da Palavra de Deus na evangelização realizada pela Igreja; 
III) Enfatizar o papel da Igreja em apoiar e discipular os novos convertidos.

Palavra-Chave: EVANGELIZAÇÃO

Em termos simples, evangelização é o ato de comunicar o Evangelho aos perdidos. A evangelização é a missão suprema da Igreja. Esta missão não é somente da liderança da Igreja, ou de um departamento específico. Todo crente tem a responsabilidade de anunciar as Boas-Novas. A evangelização não se resume apenas a anunciar o Evangelho àqueles que ainda não o conhecem. Envolve também o discipulado, o batismo em águas e a integração do novo convertido à Igreja. 

Há pelo menos quatro tipos de evangelização. Para cada um deles há métodos diferentes:  
a) Evangelização pessoal. É aquela que é feita mediante um diálogo com uma pessoa. 
b) Evangelização coletiva. É feita através de um sermão proferido a uma platéia.
c) Evangelização nacional. É feito percorrendo a nossa pátria de cidade em cidade, falando do Evangelho e plantando Igrejas. 
d) Evangelização transcultural. Este modelo exige um pouco mais, pois além de conhecer o Evangelho, é preciso conhecer a cultura do outro país onde vamos evangelizar. 

INTRODUÇÃO

Esta lição é um desdobramento da lição passada, pois ela trata do comportamento da Igreja de Jerusalém após a morte do diácono Estêvão. O texto de Atos 8.1 diz: 

“... fez-se naquele dia [o dia da morte de Estêvão], houve uma grande  perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos”. 

Os discípulos que fugiram de Jerusalém, não se deram por vencidos e anunciavam o Evangelho onde chegavam. Se o inimigo pensou que iria parar a Igreja com esta violenta perseguição, o tiro saiu pela culatra, pois, esta dispersão dos cristãos de Jerusalém deu início à expansão da Igreja para além das fronteiras da Judéia. 

O diácono Filipe chegou à região de Samaria e pregava a Cristo, atraindo a atenção de multidões à sua pregação, pois eles ouviam e viam que ele realizava muitos milagres como expulsão de espíritos malignos e curas de enfermidades. Deus usa as situações adversas para realizar os seus desígnios. 

TÓPICOS DA LIÇÃO

I. A IGREJA DIANTE DA PERSEGUIÇÃO

No primeiro tópico, falaremos do comportamento da Igreja diante da perseguição. Mesmo perseguida, a Igreja não se fragmentou, ou seja não se desorganizou e continuou firme na missão de proclamar o Evangelho. Na sequência, falaremos do luto da Igreja por causa da violenta morte de Estêvão, um dos seus obreiros mais ilustres. Por fim, veremos que a Igreja, mesmo perseguida e enlutada, não se desesperou, não se deixou dominar pela  tristeza e continuou a missão que o Senhor lhe ordenara. 

II. A IGREJA QUE EVANGELIZA

No segundo tópico, falaremos da igreja que evangeliza. Com base na pregação de Filipe, falaremos da evangelização centrada na exposição da Palavra de Deus, que é o nosso manual de fé e prática. Em seguida, falaremos da evangelização centrada em Cristo. O tema da mensagem pregada por Filipe era Cristo e este também deve ser o centro da nossa pregação. 

III. A IGREJA QUE DÁ SUPORTE À EVANGELIZAÇÃO

No terceiro tópico, falaremos da Igreja que dá suporte à evangelização. Inicialmente, falaremos do suporte da Igreja ao trabalho evangelístico e missionário de Filipe em Samaria, enviando para lá Pedro e João. Na sequência, falaremos do trabalho de discipulado da Igreja de Jerusalém em Samaria. Os apóstolos foram a Samaria, para ensinar a doutrina cristã aos novos convertidos. Por fim, veremos que sem o recebimento do Espírito, o discipulado está incompleto. Esta continua sendo a visão pentecostal, pois pregamos que Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e em breve voltará. 

Bons estudos! 

Ev. WELIANO PIRES

AD-BELÉM/SÃOP CARLOS, SP

A IGREJA DIANTE DA PERSEGUIÇÃO

(Comentário do 1° tópico da Lição 10: A expansão da Igreja). Ev. WELIANO PIRES No primeiro tópico, falaremos do comportamento da Igreja dia...