30 novembro 2023

PRINCIPAIS DESAFIOS DA JANELA 10/40

(Comentário do 2º tópico da LIÇÃO 10: O DESAFIO DA JANELA 10/40)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos dos principais desafios da janela 10/40. O primeiro deles são as necessidades humanas dessa região. É nessa região que ficam as principais megalópoles do mundo e um grande número de vítimas de epidemias, terremotos e guerras. O segundo desafio é a grande perseguição e hostilidade ao Cristianismo. Este tema será abordado com mais abrangência na próxima lição, mas não podemos falar da Janela 10/40 sem mencionar a perseguição aos cristãos. 


1- A necessidade humana.  Além de concentrar a grande maioria dos povos não alcançados pelo Evangelho no mundo, como vimos no tópico anterior, a Janela 10/40 concentra também as maiores necessidades humanas. O comentarista apresenta aqui as três grandes necessidades humanas dessa região: as maiores cidades do mundo com mais de um milhão de habitantes; bilhões de pessoas com doenças graves, vítimas de guerras e de calamidades; e bilhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, em miséria extrema. 


As grandes cidades normalmente têm vários problemas, como desemprego, violência, desigualdades sociais, trânsito congestionado, menores abandonados, moradores de rua, poluição, problemas de saneamento básico, etc. Isso porque, em geral, as grandes cidades crescem rápido e desordenadamente, por conta das imigrações. Nas megalópoles, que são as cidades com mais de um milhão de pessoas, a tendência é que estes problemas se agravem. No caso dessa região, por conter países muito pobres, guerras tribais, terremotos, maremotos e ditaduras, a situação se torna caótica principalmente para os mais pobres. 


Devido aos problemas de desnutrição, falta de saneamento básico, contaminações e sistema de saúde precário, as doenças graves se multiplicam, principalmente nos países do Norte da África. Doenças como cólera, sarampo, febre amarela, hepatite, dengue, lepra, malária, antraz, meningite, AIDS e outras levam milhões de pessoas à morte, principalmente crianças. 


Na Ásia também, principalmente na China, já surgiram várias epidemias como a gripe asiática (1957), a gripe de Hong Kong (1968), a gripe aviária (1997), o vírus da SARS (2003) e, recentemente, a Covid-19, que se tornou pandemia e levou milhões de pessoas à morte no mundo todo. Muitas dessas doenças surgem, principalmente, por causa das alimentações exóticas, da China e da Índia. O civet asiático de palma, por exemplo, é um mamífero selvagem, cuja carne é vendida nos mercados do sul da China e foi o grande responsável pela transmissão do vírus do SARS para os seres humanos. Muitos desses animais são infectados por morcegos e contaminam os humanos que comem as suas carnes.


Nessa região costuma acontecer muitos terremotos e maremotos que deixam milhares de mortos, desabrigados e países inteiros em estado de calamidade, como foi o caso do Tsunami ocorrido no Oceano Índico em 2004, que causou grande destruição nos países da Ásia e África e a morte de 227.898 pessoas. Além desse grande número de mortos, ficou também o rastro de destruição por toda parte e um número muito grande de órfãos e viúvas. 


Outro problema gravíssimo dessa região são os conflitos tribais e guerras civis, que deixam muitos mortos, mutilados, órfãos e viúvas. No continente africano, estes conflitos estão relacionados à colonização e independência do continente  e são de ordem étnica, territorial e religiosa. Há também os golpes de estado e constantes conflitos políticos. O Sudão, por exemplo, tem uma história marcada por muitos conflitos e guerras civis. A primeira guerra civil, que ocorreu entre 1955 e 1972 deixou um saldo de meio milhão de mortos.


Todos estes problemas citados acima, causam outra calamidade que é a extrema pobreza, que por sua vez, desencadeia outros problemas graves como a fome, desnutrição, doenças, analfabetismo e altos índices de mortalidade, em todas as faixas etárias. Nos países africanos, em razão da falta de serviços médicos e precariedade dos serviços públicos, a expectativa de vida é muito baixa, a média é 49 anos. 


Mesmo em países mais ricos como a China, há a questão da desigualdade social e trabalhos em regimes análogos à escravidão. Se por um lado, a economia chinesa cresceu e muitos enriqueceram, há também regiões pobres e grupos étnicos como os uigures, em Xinjiang, e os tibetanos, que foram o lado perdedor da história. Além disso, há a questão da agressão ao meio ambiente e violação dos direitos humanos. As informações vindas daquele país e replicadas por parte da imprensa ocidental, que é simpatizante ao regime, também não são confiáveis, pois o país é uma ditadura comunista há décadas, onde não há imprensa livre. Quem ousar criticar o governo pode desaparecer misteriosamente. 


2- O desafio da perseguição. O tema da perseguição será estudado de forma mais aprofundada na próxima lição. Mas não podemos falar da janela 10/40 sem mencionar a grande perseguição aos cristãos que ocorre nessa região do mundo. É exatamente nessa região onde ocorrem os maiores índices de perseguição ao Cristianismo, das mais variadas formas. 


Nessa região, apenas 2% são cristãos. A maioria tem que manter a sua fé em segredo pois correm risco de serem presos, torturados e mortos. Em muitos países, a perseguição é direta e violenta, com ataques a Igrejas e casas dos cristãos, sequestros, assassinatos e violência sexual. Há até casos de grupos islâmicos radicais que culpam os cristãos pelo advento da COVID-19, dizendo que o vírus foi espalhado pelos “infiéis” que invadiram o país deles. Isso acaba provocando mais ódio aos cristãos, como aconteceu nos dias do imperador romano Nero, que colocou a culpa nos cristãos pelo grande incêndio que atingiu a cidade de Roma. 


Há também a perseguição por meio de leis que criminalizam o Cristianismo, considerando o discurso dos cristãos prejudicial aos regimes totalitários. Em outros casos, embora a lei do país não condene a fé cristã, os cristãos são discriminados e sofrem perseguição dos governos, da sociedade e até das famílias, que são de outras religiões. 


Esse tipo de perseguição acontecia muito com os evangélicos no Brasil, por parte dos católicos. Embora a Lei brasileira garantisse a liberdade religiosa, mesmo antes de 1988, os padres incitavam a população a não alugar casas para os protestantes e não negociar com eles. Não aceitavam nem o sepultamento de protestantes em seus cemitérios e usavam os meios de comunicação para difamá-los. 


REFERÊNCIAS: 


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 94-107. 

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, Ed. 95, p. 41.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.2192.

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/condicoes-vida-povo-africano.htm

https://exame.com/mundo/enviado-da-onu-cita-trabalhos-forcados-e-possiveis-casos-de-escravidao-na-china/

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