10 novembro 2023

MANEIRAS PRÁTICAS DE SE COMPROMETER COM OS MISSIONÁRIOS

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: A responsabilidade da Igreja com os missionários).

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, mostraremos três maneiras práticas de se comprometer com os missionários: 

A primeira delas é tomar parte nas necessidades do missionário. Cabe à Igreja local manter contato regular com o campo missionário, para saber dos problemas que o missionário está atravessando e buscar soluções. 

A segunda maneira de comprometimento é doar para suprir as necessidades. Não basta saber o que o missionário precisa. É preciso agir e levantar recursos para socorrê-lo. 

A terceira forma de se comprometer com o missionário é orar e jejuar pela causa missionária. Aquilo que não podemos fazer com as nossas próprias forças e recursos, devemos colocar diante de Deus em oração e Ele entrará com providências. 

1- Comunicar as necessidades. Tem uma frase antiga muito conhecida, que era um jargão do ex-apresentador de televisão Abelardo Barbosa, o famoso Chacrinha, que diz: “Quem não se comunica, se estrumbica”. A palavra “estrumbica” não aparece no dicionário. O que aparece em alguns dicionários informais é “trumbica”, um regionalismo brasileiro, que tem o sentido de “não se dar bem; ser mal-sucedido no que se propõe fazer; malograr, fracassar”. O que o apresentador queria transmitir era a importância da comunicação. 

Em todas as áreas da nossa vida, a comunicação é fundamental. A palavra comunicar tem origem no latim “communicare” e significa tornar algo comum a alguém. Comunicar-se com outras pessoas é uma atividade essencial para o ser humano. Os bebês quando nascem, não falam, mas se comunicam com a sua mãe através do choro. Quando vão crescendo, aprendem os primeiros gestos e palavras, para expressarem as suas necessidades. Os mudos não falam, mas aprendem a linguagem dos sinais para se comunicar com as outras pessoas. 

Nas relações familiares, na escola, no trabalho e nas mais diversas relações sociais, o ser humano precisa se comunicar para sobreviver. Na obra missionária não poderia ser diferente. É de suma importância manter a comunicação entre o campo missionário e a Igreja local, à qual o missionário está vinculado. A Igreja precisa ser comunicada sobre o andamento da obra missionária, as atividades e as necessidades do missionário. Esta comunicação serve para motivar os membros a contribuírem com a missão. Serve também para que o missionário não se sinta abandonado. 

O comentarista colocou aqui o texto de Romanos 12.13, para falar de comunicação com os santos. Entretanto, este é um entendimento antigo, que distorce o sentido original deste versículo. Embora seja indispensável a comunicação entre os santos, este texto não fala de comunicação, no sentido de contar aos outros as nossas necessidades. O sentido de comunicar nesse texto é ajudar ao próximo nas necessidades deles, como está na Nova Almeida Atualizada: “Ajudem a suprir as necessidades dos santos.” Neste sentido, a Igreja deve comunicar as necessidades do missionário no sentido de tomar parte nelas e supri-las, como veremos a seguir. 

2- Doar para suprir necessidades. Conforme vimos no tópico anterior, o trabalho do missionário no campo é árduo e ele acaba se esgotando. Cabe à Igreja local ter o cuidado integral com o missionário e sua família. Por meio da comunicação, a Igreja local toma conhecimento das dificuldades e necessidades que o missionário enfrenta no campo. A partir daí, deve se mobilizar para arrecadar recursos e enviar ao campo. 

Segundo a ONG Stewardship, uma instituição que dá apoio a cerca de 3 mil missionários, cerca de 99% dos cristãos que estão em projetos missionários ao redor do mundo, não têm o básico para se manter e vivem abaixo do custo de vida recomendado. Outros têm apenas o suficiente para sobreviver, mas quando aparecem despesas maiores como aumento dos aluguéis, manutenção do carro, ou gastos com doenças onde não há sistema de saúde estatal, não recebem nenhum valor adicional por parte da Igreja que os enviou. Muitos deles não pedem ajuda porque entendem que isso seria “falta de fé na provisão de Deus”. 

Diante deste quadro a Igreja deve se mobilizar para se inteirar das necessidades não apenas do trabalho missionário, mas também da vida pessoal e familiar dos seus missionários e providenciar o suficiente para que eles tenham uma vida digna, pois “Digno é o obreiro do seu salário.” (1 Tm 5.18). Se nós temos queremos ter uma casa confortável que antena as necessidades da nossa família, um carro para o nosso transporte, uma boa alimentação, viagens e férias para lazer e descanso, previdência social, roupas e calçados adequados, etc., é justo que a Igreja também proporcione isso aos seus missionários que abriram mão da sua vida profissional para trabalhar exclusivamente na obra missionária. 

3- Orar e jejuar pela causa. No primeiro tópico da lição passada falamos exclusivamente sobre a necessidade da oração intercessória em prol da obra missionária. Apresentamos, inclusive, as finalidades dessa oração: pelos missionários, para que tenha ousadia na pregação e por sua proteção; pelos ouvintes, para que abram o coração ao Evangelho; e pela Igreja local, para que haja um despertamento para missões. 

Neste subtópico, o comentarista acrescenta à oração, a prática do jejum pela obra missionária. O Jejum e a oração são atos de disciplina, autonegação e humilhação, que demonstram total dependência de Deus. Estas duas práticas servem para quebrantar o nosso coração e submeter-nos a Cristo. É dele que vem a nossa vitória. Jejum e oração sem arrependimento, fé e submissão a Deus não passam de religiosidade vazia.

Na Bíblia o jejum sempre aparece junto com a oração.  Quando o profeta Samuel iniciou o seu ministério como profeta, sacerdote e juiz de Israel, a Arca da Aliança havia sido levada pelos filisteus para a sua terra, durante a guerra e a colocaram no templo do seu deus Dagom. (1 Sm 5.2). No dia seguinte, a estátua de Dagom estava caída e prostrada diante da Arca. Eles insistiram e colocaram novamente a estátua em seu lugar. No dia seguinte, a cabeça e as mãos de Dagom estavam cortadas. Aqui, o jejum veio acompanhado de arrependimento e oração.

Nos dias do rei Josafá, os moabitas, os amonitas e os habitantes da montanha de Seir, se levantaram contra Judá. Quando avisaram a Josafá desta emboscada contra ele e o seu povo, Josafá apregoou um jejum para todo o povo de Judá e orou ao Senhor. (2 Cr 20.1-13). O Espírito de Deus, então, tomou o profeta Jaaziel, filho de Zacarias e falou a Josafá e a todo o povo que não temessem, pois, naquela peleja eles não precisariam pelejar, pois a peleja era de Deus. (2 Cr 20.14-17).

O jejum, acompanhado da oração são dois aliados fortes para se obter sucesso na vida espiritual. A oração e o jejum são dois elementos indispensáveis para a vitória na batalha espiritual. São armas poderosas na batalha contra as forças do mal. Em Mateus 17.21, Jesus disse: “Esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.” (Mt 17.21).

REFERÊNCIAS:

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 66-75
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO.
Ed. 95, p.39. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.
GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pág. 173-179.

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