Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos sobre os missionários fazedores de tendas. Traremos o significado do uso da expressão “fazedores de tendas” no contexto da obra missionária. Depois falaremos da força missionária no mundo, através dos cristãos que transitam livremente em vários países, usando as suas profissões. Por último, falaremos do preparo dos fazedores de tendas. O fato de não serem missionários que se dedicam exclusivamente à missionária, não exclui a necessidade de se prepararem para fazer missões transculturais.
1. Fazedores de tendas. No tópico anterior falamos sobre a profissão do apóstolo Paulo e do casal Priscila e Áquila, que eram fazedores de tendas. Devido ao fato destes missionários usarem a sua profissão de fazedores de tendas para o próprio sustento no campo missionário, esta expressão passou a ser usada em sentido figurado, na matéria de missiologia.
A expressão fazedores de tendas é usada para se referir aos cristãos que usam as suas profissões para fazerem missões em locais, nos quais, onde não se permite a entrada de missionários enviados pela Igreja exclusivamente para a pregação do Evangelho. Trata-se de uma estratégia muito eficiente para fazer missões transculturais em países que são hostis ao Cristianismo.
Antigamente, fazer missões transculturais, era sinônimo de abandonar a carreira profissional, os estudos e a própria vida para se dedicar exclusivamente à missão. Qual é a forma correta de se fazer missões? Abandonando tudo para ir ao campo missionário, ou conciliar a vida profissional e ministerial, como vimos no tópico anterior? A resposta é: os dois. Depende do lugar em que fazem missões e das condições da Igreja local.
Temos na Bíblia, pessoas que foram chamadas por Jesus, para deixarem tudo e o seguirem, como Pedro, André, Tiago e João (Mt 4.18-22) e Mateus (Mt 9.9). Estes, nunca mais voltaram às suas profissões. Mas temos também Paulo, Priscila e Áquila, que foram chamados por Jesus para a obra missionária, mas continuaram exercendo as suas profissões para o seu sustento. Lucas também, era um missionário que acompanhava o apóstolo Paulo em suas viagens, e exercia a função de médico.
2. A força missionária no mundo. Já vimos em lições anteriores que é obrigação de toda a Igreja envolver-se com missões, das mais diferentes formas. Deus nos entregou o ministério da reconciliação, para através da pregação do Evangelho, reconciliar os pecadores com Deus (2 Co 5.18,19). Não há outra forma de se fazer isso, a não ser pregando o Evangelho. Entretanto, há estratégias diferentes para se pregar.
A forma de se pregar o Evangelho alguém que nunca ouviu falar de Jesus e segue uma religião milenar, que ele julga ser correta, é diferente de pregar o Evangelho a um católico que se diz cristão e tem muitas doutrinas em comum conosco. É diferente também da forma de pregar o Evangelho a um europeu ou americano, que foi criado em uma cultura evangélica, mas se entregou ao secularismo e à teologia liberal.
O apóstolo Paulo tinha esta percepção, quando escreveu aos Coríntios dizendo: “Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns.” (1 Co 9.20-22).
A estratégia a ser adotada no campo missionário depende do contexto dos povos que se deseja alcançar. Em países ricos e de origem evangélica, onde há liberdade religiosa, não há nenhum impedimento para se enviar missionários. Entretanto, em países comunistas e muçulmanos, onde não é permitido fazer missões, os fazedores de tendas são muito importantes. Estes países aceitam médicos, enfermeiros, engenheiros, professores, estudantes, etc. Em muitos países há pobreza extrema e não se aceitam missionários cristãos. Mas, são aceitas pessoas para fazerem obras sociais e filantropia. Devemos portanto, usar a estratégia mais adequada e eficiente, para alcançar os perdidos.
3. O preparo dos fazedores de tendas. Fazer missões transculturais exige muito preparo, conforme vimos em lições anteriores. O missionário transcultural precisa ter preparo espiritual, teológico, cultural, geográfico, linguístico e político, para atuar em um determinado país. O desconhecimento destas e de outras áreas pode tornar a missão um fracasso e colocar em risco a vida do missionário.
O fato de não ser um missionário enviado pela Igreja ou não ser sustentado por ela, não dispensa a necessidade de preparação do missionário fazedor de tendas em uma escola de missões. Neste curso, além de desenvolver a própria espiritualidade, o missionário aprende as doutrinas bíblicas, os conceitos missiológicos e os aspectos culturais, religiosos, geográficos e políticos do país onde pretende fazer missões.
Além de todo o preparo que o missionário fazedor de tendas deve ter, é indispensável também o apoio de uma Igreja local em oração e orientação pastoral, como vimos na lição passada. A única coisa que o missionário fazedor de tendas não tem, em relação ao missionário tradicional, são as contribuições financeiras. Mas ele continua necessitando de intercessão, orientação pastoral e apoio de outros missionários.
REFERÊNCIAS:
GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 74-84.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.40. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1526,1690.
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