(Comentário do 2º tópico da Lição 07: A responsabilidade da Igreja com os missionários).
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos do cuidado integral para com os missionários. É responsabilidade da Igreja local não apenas enviar o missionário e sustentá-lo financeiramente. Este cuidado deve abranger todos os aspectos da vida do missionário: espiritual, emocional, físico, familiar e financeiro. Na sequência, falaremos da agenda da Igreja em relação à volta do missionário. A Igreja deve se preocupar com férias, tratamento de saúde, visitas ao país de origem e aos familiares, proporcionar períodos de lazer e descanso e cuidar da aposentadoria do missionário.
1- O cuidado integral. Conforme vimos no tópico anterior, a igreja local precisa ter um sistema de apoio organizado, para que o missionário possa desempenhar a sua missão. Não restam dúvidas, portanto, de que a igreja deve cuidar dos missionários que ela envia ao campo. Entretanto, este cuidado vai muito além da ajuda financeira. O próprio Jesus disse que "nem só de pão viverá o homem…".
O missionário não é um anjo ou ser extraterrestre, que não se cansa. Tanto o missionário como a sua família são seres humanos mortais, falhos, limitados e com sentimentos. No campo missionário, eles sentem tristeza, solidão, adoecem e se cansam física e emocionalmente. Além disso, enfrentam grandes batalhas espirituais e necessitam de oração, de uma palavra pastoral e de companheiros que o ajudem no trabalho.
Por isso, é muito importante que o sistema de apoio da igreja local acompanhe atentamente as dificuldades do campo missionário, para que possa providenciar este cuidado integral ao missionário e à sua família. A igreja local deve enviar periodicamente, outros obreiros para fazer visitas ao campo missionário, observando atentamente a situação física, emocional e espiritual do missionário.
2- Uma agenda quanto à volta do missionário. O trabalho missionário é árduo e esgota o missionário física, emocional e espiritualmente. Portanto, assim como acontece em outros trabalhos, é muito importante que o missionário tenha férias anuais. Estas férias não devem ser usadas para sair pregando pelas Igrejas, pois nesse caso, ele estaria se esgotando mais ainda. O missionário deve desfrutar de férias com a sua família, para descanso e lazer, pois o nosso corpo e a nossa alma necessitam de descanso e descontração.
Infelizmente, muitos crentes lêem o texto de Miquéias 2.10 fora de contexto e dizem que "o nosso descanso não é aqui". Ora, o descanso, o lazer e o trabalho fazem parte desta vida. Um não pode sobrepujar os outros, senão haverá esgotamento. Se não houver trabalho, não haverá recursos para nos mantermos. Mas se não houver lazer e descanso, haverá esgotamento, adoecimento e até morte prematura. O ser humano é uma tricotomia, ou seja, é formado de espírito, alma e corpo. Não podemos viver neste mundo, cuidando apenas do espírito e abandonar os outros dois.
Outra coisa muito importante que a Igreja deve se preocupar em relação ao missionário e sua família é o retorno à sua pátria, em caráter definitivo, seja por problemas de saúde ou por aposentadoria e jubilação. Há pessoas que espiritualizam tudo e pensam que um missionário não pode se aposentar e deve permanecer na atividade missionária até os dias da sua vida. Mas não é bem assim. Conforme já falamos, o trabalho missionário é muito árduo e exige muito do obreiro. Portanto, um missionário idoso ou com problemas de saúde não tem condições de continuar no campo missionário. Deve retornar à Igreja local e contribuir de outra forma, usando a sua experiência, para treinar outros missionários mais jovens.
REFERÊNCIAS:
GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 51-63.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.39. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.
PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.274-75.
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