(Comentário do 1º tópico da LIÇÃO 10: O DESAFIO DA JANELA 10/40)
Ev. WELIANO PIRES
Neste primeiro tópico, falaremos da batalha espiritual que é a Janela 10/40. Com base no texto de Efésios 6.14, veremos que nesta batalha devemos usar armas espirituais, pois a luta não é contra a carne e o sangue e sim, contra os principados e potestades espirituais. Por último, falaremos do enfrentamento da batalha espiritual da Janela 10/40, trazendo os detalhes geográficos, econômicos, sociais e religiosos dessa região.
1- Uma verdadeira batalha espiritual. A Igreja do Senhor está no meio do campo de batalha neste mundo. No texto da nossa leitura bíblica em classe, vemos o apóstolo Paulo recomendando os efésios a se fortalecerem no Senhor e tomar toda a armadura de Deus, para estarem firmes contra as astutas ciladas do diabo.
A Palavra de Deus nos alerta que a nossa luta não é contra o homem, mas contra os principados e potestades nas regiões celestiais (Ef 6.12). A obra missionária é uma grande batalha espiritual, pois o inimigo luta para que ela não aconteça, porque ele quer que as pessoas pereçam sem Jesus. Ele sabe que se o Evangelho for pregado, muitas vidas serão resgatadas do pecado.
O diabo é o arquiinimigo de Deus e, portanto, ele odeia o povo de Deus. Além disso, ele é um inimigo perigosíssimo, pois é mentiroso e pai da mentira. O seu modo de agir é caracterizado pela falsidade, sutileza e toda sorte de engano.
No tema batalha espiritual precisamos tomar cuidado para não cairmos no erro de pensar que há um dualismo entre Deus e o diabo, como se fosse duas forças equivalentes que disputam para ver quem vai vencer. Isso não tem nenhum fundamento bíblico. Deus é soberano sobre o Universo e tem o domínio de tudo. O inimigo já está derrotado e não há possibilidade alguma dele vencer a batalha.
Há muitos equívocos em relação ao diabo, inclusive no meio evangélico, que deixam as pessoas mais vulneráveis aos seus ataques. Não podemos fazer como alguns neopentecostais que acham que basta "amarrar o diabo" ou fazer algumas declarações que ele foge. O diabo é astuto e, muitas vezes, se disfarça de anjo de luz (2 Co 11.14). Por outro lado, não podemos atribuir ao diabo poderes que ele não tem. Ele é criatura, é maligno e é perigoso. Entretanto, ele não pode ser colocado no mesmo patamar de Deus. O inimigo só pode agir se Deus permitir.
2- Nessa batalha devemos usar armas espirituais. Se a nossa batalha é espiritual, como vimos acima, as armas que devemos usar nesta batalha também são armas espirituais. Escrevendo aos Coríntios, o apóstolo Paulo disse que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas são poderosas em Deus, para a destruição das fortalezas”. (2 Co 10.4).
Escrevendo aos Efésios, Paulo usa a simbologia da armadura do soldado romano, para descrever a armadura do cristão. O apóstolo recomenda que o cristão deve tomar “toda a armadura de Deus” e não apenas uma parte dela. A armadura de Deus é completa e tem as armas de defesa e ataque.
A primeira recomendação é para que o crente se revista do poder de Deus. Nenhum cristão consegue vencer o inimigo com a própria inteligência, influência política, oratória, experiência, etc. Se não estiver revestido do poder do Espírito Santo, será facilmente derrotado pelo inimigo.
Depois, do revestimento do poder de Deus, o apóstolo recomenda o revestimento das armas espirituais que são:
a) O cinto da verdade. O soldado romano usava um cinturão de couro que prendia a sua roupa ao corpo durante a luta, evitando que a sua espada caísse, ou que o seu corpo ficasse sem a proteção. Este cinto representa a verdade de Cristo e a integridade do caráter do cristão.
b) A couraça da justiça. Era uma vestimenta de couro que protegia os órgãos vitais do soldado durante o combate. Representa a Justiça de Cristo que nos é atribuída por Deus e também a vida santa que o Espírito Santo produz em nós.
c) O escudo da fé. O escudo era uma arma de defesa, feita de couro e madeira, com a qual, o soldado se protegia de flechas inflamadas, lançadas contra ele. Representa a confiança inabalável em Deus. Quem confia plenamente em Deus não se abate com as investidas do inimigo.
d) Os pés calçados da preparação do Evangelho da paz. O soldado romano usava uma bota com cravas, para dar estabilidade e evitar que ele escorregasse. O Evangelho de Cristo, nos traz a paz com Deus, pois somos reconciliados com Ele mediante a fé em Cristo. Isto nos proporciona firmeza e impede que caiamos nos enganos do diabo.
e) A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. As lutas naqueles tempos eram travadas na espada cara a cara. O soldado precisa ter habilidade tanto para se defender com a espada, quanto para atacar. Qualquer vacilo, seria fatal. A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, é uma arma indispensável ao Cristão, pois serve para se defender dos ataques do inimigo e também para atacar o pecado. Jesus usou a Palavra de Deus para vencer as investidas do inimigo no deserto (Mt 4.1-11). A Palavra de Deus é uma arma muito poderosa, mas é preciso saber manejá-la bem (12 Tm 2.15)
Por último, o apóstolo recomenda o cristão a “buscar a Deus com toda a oração e súplica no Espírito, em todo o tempo.” (Ef 6.18). Para vencer a batalha espiritual é indispensável o cristão manter-se em vigilância, oração e perseverança. Estas coisas precisam caminhar juntas, uma não exclui a necessidade das outras. Há crentes que oram muito, mas não vigiam e não perseveram em oração. Por isso, são vencidos.
3- Enfrentando a batalha espiritual da Janela 10/40. A expressão “Janela 10/40” teve origem com Luis Bush, durante a 2ª Conferência de Lausanne, realizada em Manila, nas Filipinas, em julho de 1989. A primeira conferência de Lausanne foi realizada em Lausanne, na Suíça, em julho de 1974, com o tema: “Que a terra ouça a voz de Deus”. Este evento ficou conhecido como “Pacto de Lausanne”. Esta conferência surgiu como uma resposta a uma iniciativa do evangelista americano Billy Graham, de unir os evangélicos do mundo inteiro em torno da evangelização mundial.
Na segunda conferência, realizada em Manila, nas Filipinas, foram reforçados os compromissos do Pacto de Lausanne e foram lançadas estatísticas sobre os povos não alcançados. Neste contexto, foi criada a expressão Janela 10/40, para se referir a um retângulo formado por duas linhas paralelas no Mapa Mundi, entre os Oceanos Atlântico e Pacífico, sendo a primeira 10º e a segunda 40º acima da Linha do Equador. Esta região compreende desde o Oeste da África, quase todos os países da Ásia, Oriente Médio e parte da Europa.
Esta região anteriormente era conhecida pelos missiólogos como “cinturão da resistência”. Nesta região estão incluídos 62 países, onde vivem cerca de 4 bilhões de pessoas e 95% delas não foram alcançadas pelo Evangelho. É nessa região que se concentram também as três maiores religiões não cristãs do planeta: Islamismo, Budismo e Hinduísmo. A região também é bastante marcada pela extrema pobreza, prostituição, calamidades, vitimas de guerras, doenças e outros desafios que veremos no próximo tópico.
Os países situados na Janela 10/40 são os seguintes:
Na Ásia: Afeganistão, Bangladesh, Barein, Butão, Camboja, China, Coréia do Sul, Coréia do Norte, Filipinas, Índia, Japão, Laos, Malásia, Maldivas, Mongólia, Nepal, Paquistão, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan (Formosa) e Vietnã;
Na África: Benin, Burkina, Cabo Verde, Chade, Djibuti, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Mali, Níger e Senegal;
No Oriente Médio: Arábia Saudita, Argélia, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Palestina, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Síria, Sudão, Tunísia e Turquia;
Na Eurásia: Cazaquistão, Turcomênia e Tadjiquistão;
Na Europa: Albânia, Chipre, Gibraltar e Grécia.
REFERÊNCIAS:
GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 94-107.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, Ed. 95, p. 41.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.2192.
Janela 10/40: Um Grande Desafio:
Conferências globais de Missões sob uma perspectiva histórica:
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