23 novembro 2023

PRINCÍPIOS BÁSICOS ACERCA DO SUSTENTO MISSIONÁRIO PELA IGREJA

(Comentário do 2° tópico da Lição 09: A Igreja e o sustento missionário). 

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos dos princípios básicos acerca do sustento missionário. Antes de enviar um missionário a Igreja deve avaliar o custo do sustento financeiro deste projeto. Com base no texto bíblico de Filipenses 4.10-20, veremos alguns princípios básicos sobre o sustento dos missionários. Por último, veremos que o apoio financeiro da Igreja aos missionários deve ser fiel e permanente. O apóstolo Paulo elogiou a atitude dos Filipenses nesse sentido. 


1- O custo do sustento financeiro. Como acontece em todos os trabalhos que a Igreja realiza, no envio e sustento de missionários também deve haver planejamento. Há um grande equívoco por parte de alguns evangélicos, de que na obra de Deus tudo deve ser feito “pela fé”. De fato, para fazer a obra de Deus é preciso ter fé, pois sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Entretanto, a fé não pode ser confundida com irresponsabilidade, imprudência e falta de planejamento. A fé é a confiança inabalável nas promessas de Deus, independente das circunstâncias. Entretanto, precisamos fazer a nossa parte, planejando e executando os nossos projetos com responsabilidade. 


Em um dos seus discursos, Jesus disse: “Qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar.” (Lc 14.28-30). Isto significa que precisamos planejar aquilo que vamos fazer, para não começar algum projeto e ter que parar no meio, pois além de passar vergonha, um projeto interrompido causa muitos transtornos e prejuízos. 


No caso do envio de missionários, a liderança da Igreja precisa se reunir e calcular todos os custos do envio e manutenção do missionário no campo. Para isso é preciso fazer um levantamento do custo de vida no país, para o qual o missionário será enviado. Em seguida, deve-se avaliar se os recursos da Igreja serão suficientes para este empreendimento. Como bem pontuou o comentarista, é importante também que sejam colocados em contrato, as cláusulas com as responsabilidades da Igreja e do missionário. Estes custos também precisam ser avaliados de tempos em tempos e, se for o caso, realizar os reajustes necessários, para que a família do missionário não sofra privações decorrentes da inflação ou de problemas econômicos do país onde trabalha.


2- Princípios básicos do sustento missionário. Aqui o comentarista nos apresenta alguns princípios básicos, que a Igreja deve seguir na questão do sustento missionário. Estes princípios foram extraídos do texto de Filipenses 4.10-20, que é a nossa Leitura bíblica em classe:

a. Deve haver um sistema de apoio organizado. Este sistema deve fazer levantamentos de todas as necessidades e particularidades do campo missionário, para providenciar os devidos recursos. 

b. Deve haver formas organizadas de arrecadação. Toda Igreja que envia missionários deve organizar antes a forma de arrecadação para que ela seja frequente. A administração da Igreja deve estabelecer previamente com a secretaria de missões quem irá contribuir e o percentual que será enviado. Não se pode enviar missionários confiando apenas em ofertas esporádicas.

c. Deve-se estabelecer um padrão justo de sustento. O missionário que dedica a sua vida exclusivamente à missão é digno de um padrão de vida que lhe possibilite viver bem com a sua família, levando-se em consideração o contexto do país onde está situado. 

e. Deve haver um compromisso constante e permanente da Igreja com o sustento. Os missionários, como qualquer pessoa, têm gastos que são constantes e permanentes. Portanto, não podem receber apenas ofertas esporádicas. É necessário que haja um compromisso da Igreja que o envia, de manter o repasse dos recursos ininterruptamente.


3- Um apoio fiel e permanente. Infelizmente, algumas Igrejas cometem o erro de cortar gastos na missão. Gastam-se absurdos com congressos e outros eventos para crentes. Mas, fecham as torneiras para aqueles que deixam a sua pátria e dedicam as suas vidas para pregar o Evangelho aos perdidos. Os irmãos de Filipos nos deram um bom exemplo, arrecadando voluntariamente recursos para enviar ao apóstolo Paulo. 


O desafio da Igreja não é apenas enviar um missionário e arcar com as despesas da mudança e estabelecimento deste no campo missionário. A responsabilidade continua com a manutenção e sustento do missionário e sua família no campo missionário. Este sustento, como já vimos, deve abranger todas as necessidades dele, inclusive o retorno à sua pátria. Para que isso seja possível, é necessário também que os contribuintes de missões tenham a consciência de que as suas contribuições devem ser constantes e permanentes. De nada adianta eu dar uma oferta em um congresso de missões para a Igreja enviar um missionário, mas não me comprometer em ofertar mensalmente para o seu sustento. 


REFERÊNCIAS: 


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 83-95. 

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, Ed. 95, p. 40.

MATHIS, David (Ed). Cumprindo a Missão: Levando o Evangelho aos não Alcançados e aos não Engajados. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015, págs. 95,96, 99.


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