24 novembro 2023

APRENDENDO A INVESTIR NA OBRA MISSIONÁRIA

(Comentário do 3° tópico da Lição 09: A Igreja e o sustento missionário). 

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, aprenderemos a investir na obra missionária. Faremos uma comparação entre a Igreja de Filipos e a Igreja de Corinto, em relação às contribuições. Depois falaremos da consciência do nosso dever, para com o sustento dos missionários. Por último, falaremos de pessoas que financiaram a obra de Deus, no ministério terreno de Jesus e na história da Igreja. 


1- Igreja de Filipos x Igreja de Corinto. Filipos foi a primeira cidade da Europa a ser evangelizada pelo apóstolo Paulo. Como vimos no primeiro tópico, a Igreja de Filipos começou na casa de Lídia, uma vendedora de púrpura. O apóstolo Paulo passou pouco tempo ali, pois foi preso com Silas e, depois de serem libertos milagrosamente da prisão, foram expulsos da cidade. 


A Igreja de Filipos era muito amorosa com o apóstolo Paulo e, sem que ele pedisse, lhe enviaram ofertas e o defenderam quando ele foi preso (Fp 1.7). Era uma Igreja espiritual e generosa. Vemos na Epístola que Paulo enviou aos Filipenses, com apenas quatro capítulos, que o tom do apóstolo ali é de alegria, elogio e agradecimento. Não vemos críticas ou repreensões. Há apenas advertências, para terem cuidado com os falsos obreiros e os judaizantes (Fp 3.2,3). 


Corinto, tanto a cidade como a Igreja, eram muito diferentes de Filipos. A cidade de Corinto era a capital da província romana da Acaia. Era uma cidade rica e muito depravada, tanto na idolatria como na imoralidade. A depravação era tão grande que o termo corintianizar era usado para se referir à prática da imoralidade sexual.


Por volta do ano 50 d.C., o apóstolo Paulo passou um ano e meio em Corinto e estabeleceu uma Igreja ali (At 18.1-11). Em 55 d.C., Paulo se encontrava em Éfeso e recebeu algumas notícias sobre Corinto, dando conta de vários problemas seríssimos naquela Igreja. Apesar de ser muito dedicada à busca dos dons espirituais, a Igreja de Corinto era carnal e tinha em seu meio, várias práticas abomináveis como o partidarismo, a imoralidade sexual, as disputas judiciais entre os irmãos e havia disputas até no momento da Ceia do Senhor. 


Diferente dos cristãos de Filipos, os coríntios não enviaram contribuições ao apóstolo Paulo, embora ele tenha permanecido um ano e meio ali, ensinando a Palavra de Deus. Enquanto ele estava lá, outras Igrejas lhe enviaram contribuições, mas os coríntios não supriram as necessidades dele: “Outras igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário; e quando estava presente convosco, e tinha necessidade, a ninguém fui pesado.” (2 Co 11.8). 


2- Tendo consciência de nosso dever. Apesar da ingratidão e da carnalidade dos coríntios, o apóstolo Paulo não deixou de lhes ensinar sobre a necessidade de contribuir para o sustento dos obreiros do Senhor (1 Co 9.1-6); e também para ajudar aos necessitados da Judéia (1 Co 16.1-3). Da mesma forma que Paulo ensinou aos Filipenses, que as contribuições na obra de Deus são um investimento espiritual (Fp 4.19), ele também ensinou isso aos coríntios (2 Co 9.6-8). 


Quando ofertamos com alegria para a obra do Senhor, não é aos obreiros que estamos ofertando, embora sejam eles que irão usar os recursos. As nossas contribuições são oferecidas a Deus e Ele se compromete a nos recompensar (Ml 3.10-12; 2 Co 9.8; Fp 4.19). Devemos contribuir alegremente, por gratidão a Deus que nos deu tudo e também pelo prazer de ver a obra do Senhor avançar. Se não houvesse contribuições, certamente o Evangelho não teria chegado até nós e iríamos perecer eternamente. 


Infelizmente, em nossos dias, há muitas pessoas dominadas pela avareza que, além de não entregarem os seus dízimos e ofertas na casa do Senhor, ainda combatem esta prática e estimulam os outros a não contribuírem. Há uma avalanche de textos e vídeos na internet dos chamados desigrejados, combatendo as contribuições para a obra do Senhor. 


Estas pessoas combatem também a existência de templos e de pastores. Mas a Bíblia é muito clara quando diz que Jesus deu pastores à Igreja (Ef 4.11; Hb 13.17). Não há como a Igreja cumprir a Grande Comissão do Senhor Jesus, se não houver contribuições. Precisamos nos conscientizar e também conscientizar os outros, do nosso dever de contribuir financeiramente para o funcionamento e crescimento da Igreja do Senhor. 


3- Pessoas financiando a obra divina. Deus sempre levantou pessoas para financiarem a sua obra na terra. Na Antiga Aliança, Deus ordenou ao povo de Israel que trouxessem dízimos e ofertas para o sustento dos sacerdotes e levitas que cuidavam do serviço do tabernáculo e, posteriormente, do templo (Nm 18.1-21; Ml 3.10-12). 


Há muito malabarismo dos inimigos das contribuições, dizendo que os dízimos eram apenas alimentos. Mas isso não é verdade. Vejamos o que a Palavra de Deus sobre isso: Troquem o dízimo por prata, e levem a prata ao local que o Senhor, o seu Deus, tiver escolhido; Com a prata comprem o que quiserem: bois, ovelhas, vinho ou outra bebida fermentada, ou qualquer outra coisa que desejarem. Então juntamente com suas famílias comam e alegrem-se ali, na presença do Senhor, o seu Deus. E nunca se esqueçam dos levitas que vivem em suas cidades, pois eles não possuem propriedade nem herança próprias.” (Dt 14.25-27).


Evidentemente, a maioria dos dízimos era pago em grãos e animais, pois isso era moeda de troca na época. Entretanto, na atualidade ninguém recebe pelo seu trabalho em ovelhas, vacas ou medidas de trigo e farinha. A Igreja também não paga as suas contas dessa forma. 


Durante o ministério terreno de Jesus também, como apontou o comentarista, Deus levantou algumas mulheres de posses, que sustentavam o ministério dele com os seus bens. Lucas registra que “algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; E Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com seus bens.” (Lc 8.2,3). 


Jesus e os seus discípulos andavam pelas cidades e aldeias, pregando o Evangelho, ensinando e curando enfermos. Não tinham tempo de trabalhar regularmente para se manterem. Então, Deus tocou no coração destas mulheres para financiarem o seu ministério. 


Atualmente também é assim. Deus continua levantando servos abnegados para contribuírem para o funcionamento e crescimento da obra de Deus na terra. Os que podem contribuir são privilegiados, pois a Palavra de Deus diz que “mais bem aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Se alguém fechar a mão e não quiser contribuir, como disse Mardoqueu a Ester, “socorro virá de outra parte”. A obra de Deus jamais irá parar porque alguém não contribui. 


REFERÊNCIAS: 


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 83-95. 

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, Ed. 95, p. 40.

MATHIS, David (Ed). Cumprindo a Missão: Levando o Evangelho aos não Alcançados e aos não Engajados. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015, págs. 95,96, 99.

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