19 janeiro 2023

UMA VIDA NA UNÇÃO DO ESPÍRITO SANTO


(Comentário do 3º tópico da Lição 04: o Ministério avivado de Jesus)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos sobre o valor de uma vida na unção do Espírito. Primeiro veremos que a unção do Espírito é indispensável na vida dos obreiros do Senhor. No contexto assembleiano, os obreiros exercem muitas atividades administrativas na Igreja. Isso pode se tornar uma rotina, onde o obreiro usa simplesmente ferramentas e métodos meramente humanos. Entretanto, a Igreja do Senhor não é simplesmente uma organização. Ela é um organismo espiritual, dirigido pelo Espírito Santo. Por isso, o obreiro precisa estar em conexão com o Espírito Santo. 


Falaremos também sobre a unção do Espírito na vida do crente em particular. A responsabilidade de liderar a Igreja, foi dada por Deus aos pastores. Mas a responsabilidade de anunciar o Evangelho a toda criatura é de todos os crentes. Por isso, todos precisamos viver na direção do Espírito Santo, pois é Ele quem nos capacita para pregar o Evangelho e convence o pecador. 


1. A Unção do Espírito na Vida do Obreiro. Quando falamos de obreiro, em sentido genérico, seriam todos os que trabalham na Obra do senhor. Entretanto, o termo é usado no meio evangélico, para designar aqueles que foram separados para exercerem cargos ministeriais de qualquer natureza, seja pastor, evangelista, presbítero, diácono ou cooperador. O comentarista usa a palavra obreiro para se referir especificamente ao ministério pastoral. 


O  pastor é líder espiritual da Igreja; é aquele que tem a função principal de apascentar as ovelhas do Senhor. (1 Pe 5.2). No Novo Testamento equivale a bispo, ancião ou presbítero (At 20.17,18). No contexto das Assembléias de Deus diferencia-se do presbítero nas funções ministeriais. Um pastor na Assembleia de Deus não é apenas um líder espiritual. Ele tem também a função de administrador da Igreja. (1 Pe 5.1-3). É um ministro do Evangelho e é um cargo convencional.


Estas funções administrativas e convencionais exigem muito tempo, preocupação e trabalho do pastor. Muitos acabam se esgotando, se decepcionando, ou mesmo caindo na rotina, como se liderar uma Igreja fosse a mesma coisa de administrar uma empresa, com fins lucrativos. Isso acaba prejudicando a espiritualidade da Igreja e do próprio pastor. 


O pastor deve ter sempre em mente que ele foi chamado por Deus, para pastorear a Igreja de Deus. Esta é a função bíblica do pastor. Os apóstolos delegaram as questões administrativas e de assistência social aos diáconos, enquanto eles iriam se dedicar à oração e à Palavra de Deus (At 6.1,2). No contexto atual, em que a Igreja é uma pessoa jurídica e precisa ter a sua diretoria constituída, se faz necessário ter pessoas para exercerem as funções administrativas, financeiras, construções de templos, etc. No nosso modelo de administração eclesiástica, que é o assembleia ou episcopal, estas funções ficam sob a responsabilidade dos pastores. Eles podem até delegar a outras pessoas, mas precisarão supervisioná-las. Por conta destas multifunções, muitos pastores já não têm tempo para oração, preparações de estudos bíblicos e até para cultuar a Deus. Há pastores que nos horários dos cultos estão sempre em reuniões administrativas ou viajando. 


Para ser bem sucedido na liderança de uma Igreja, o pastor deve manter a comunhão com o Espírito Santo, através da oração e ter em mente que a Igreja é do Senhor e é o Espírito Santo que a conduz. Portanto, o pastor deve sem se manter na dependência de Deus e receber dele as orientações para as medidas que deve adotar como líder da Igreja do Senhor. Na Igreja de Antioquia havia vários profetas e mestres da Palavra, entre eles,  Saulo e Barnabé. O ambiente ali era espiritual. Eles buscavam a Deus com oração e jejum. Em uma destas reuniões, o Espírito Santo ordenou que separassem Barnabé e Saulo, para uma obra que Ele havia designado. A liderança da Igreja reunida em oração e jejum, impuseram as mãos sobre eles e os enviaram para a Obra missionária. Isso nos ensina que o trabalho da Igreja é conduzido pelo Espírito Santo e que as decisões da liderança da Igreja devem ser tomadas mediante a oração e comunhão com Deus. 


2. A Unção do Espírito na Vida do Crente. Conforme falamos no subtópico anterior, os pastores têm a responsabilidade de liderar a Igreja de e Cristo e, para isto, devem viver uma vida de comunhão com o Espírito Santo e buscar dEle a direção para a Igreja. Entretanto, viver sob a direção do Espírito Santo não é exclusividade dos obreiros. Todos os crentes precisam ser cheios do Espírito Santo e fazer a Obra do Senhor. 


Quando Jesus disse: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16.15), Ele deu esta ordem a todos os seus discípulos e não apenas aos apóstolos. Da mesma forma, a promessa do revestimento de poder para ser testemunha de Cristo, foi dada a todos e não apenas à liderança da Igreja. Pedro, em sua primeira Epístola, assim escreveu: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pe 2.9). Esta afirmação foi dirigida à Igreja em geral e não à liderança. 


Todos os crentes necessitam do poder do Espírito Santo em sua vida, para vencer as tentações, suportar as provas e perseguições, e ter ousadia e sabedoria do Espírito Santo, para proclamar as boas novas de salvação. Na Antiga Aliança, a unção era restrita aos reis, sacerdotes e profetas, como vimos no primeiro tópico. Entretanto, quando Jesus deu o brado na Cruz e expirou, o véu do templo se rasgou de alto a baixo. A partir dali, todos os crentes em Jesus tem acesso direto à presença de Deus e podem ser ungidos pelo Espírito Santo para fazer a obra do Mestre. O cristão não precisa de mediadores humanos, somente de Jesus (l Tm 2.5), para ter acesso à presença de Deus (Hb 10.19,20).


REFERÊNCIAS:

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra: O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas E.; TRIPLERT, Loren; EASTMWN, Dick; BARNETT, Tommy; CRABTREE, Charles T.; BUENO, John BICKET, Zenas J.; CARMICHAEL, Nancie. Manual Pastor Pentecostal Teologia e Práticas Pastorais. 3 Ed. 2005. pag. 7.

HORTON, Stanley M. Série Comentário Bíblico I e II Pedro. A razão da nossa fé. Editora CPAD. pag. 30-31.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Pedro: Com os pés no vale e o coração no céu. Editora Hagnos. pág. 73-75.


Siga o nosso blog, deixe o seu comentário e compartilhe os nossos textos com outras pessoas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

(Comentário do 2º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No segundo tópico, descreveremos as três princip...