10 janeiro 2023

O AVIVAMENTO NOS EVANGELHOS


(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 03: O avivamento no Novo Testamento).

Neste primeiro tópico falaremos sobre o avivamento nos Evangelhos. Em primeiro lugar, veremos o avivamento em João, cuja abordagem destoa um pouco dos outros três evangelistas, por isso é chamado “Evangelho autótico”, ou seja, com uma visão própria. Os outros três, Mateus, Marcos e Lucas são chamados de “Evangelhos sinóticos", devido à semelhança que há entre os relatos. 


Na sequência, falaremos sobre o avivamento no Evangelho segundo Mateus, que foi destinado inicialmente aos judeus, com o objetivo de revelar-lhes que Jesus é o Messias prometido a Israel. 


Depois, falaremos sobre o avivamento no Evangelho segundo Marcos, que é considerado “o Evangelho do Servo”, pois apresenta Jesus como servo, em três aspectos: vencedor, sofredor e triunfante. 


Por último, falaremos do avivamento no Evangelho segundo Lucas, que é considerado pelos estudiosos “o Evangelho do Filho do Homem”, pois dá ênfase à humanidade de Jesus, como  “o homem perfeito”. 


1. O AVIVAMENTO EM JOÃO. O Evangelho segundo João foi um dos últimos livros do Novo Testamento a serem escritos. Foi escrito entre os anos 80 e 95 d.C. Embora o nome do autor não apareça no Livro, é consenso entre os pais da Igreja, que foi o apóstolo João, filho de Zebedeu, quem o escreveu. O autor omite o seu nome no Livro e identifica-se apenas como “o discípulo a quem Jesus amava” (Jo 13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20). Isso fortalece a tese de que João foi o autor, dada a sua proximidade com Jesus. João escreveu também nesse período as três Epístolas de João e o Livro do Apocalipse. 


João traz uma abordagem diferenciada do Ministério de Jesus, se compararmos os outros três evangelistas: Mateus, Marcos e Lucas. Por isso, os teólogos chamam este o Evangelho segundo João de “Evangelho autótico”, como vimos no início deste tópico. João não faz menção ao nascimento de Jesus, nem à sua infância, como vemos nos Evangelhos sinóticos. Ele inicia falando de Jesus como o Verbo que estava no princípio com Deus e que era Deus. Fala também que o Verbo (Jesus) criou todas as coisas e sem Ele nada se fez (Jo 1.1-3). No final do Livro João diz que Jesus fez muitos outros milagres que não foram escritos em seu Livro e que os que foram escritos, foi para as pessoas creiam que Ele é o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome. (Jo 20.30,31). Isto é uma proclamação inequívoca da divindade de Jesus. 


O Evangelho segundo João nos mostra que Jesus era aqui na terra, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Se por um lado, João demonstra a divindade de Jesus, afirmando que Ele é o Verbo que estava no princípio com Deus, que é Deus e criou todas as coisas, por outro lado, ele demonstra também no mesmo capítulo 1, a humanidade de Jesus: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós…” (Jo 1.14a). A humanidade de Jesus também é enfatizada, quando João diz que ele “estava cansado do caminho” (Jo 4.6), quando ele chorou (Jo 11.35); e quando teve sede (Jo 19.28). Isso era uma defesa da humanidade de Jesus, ante as heresias dos gnósticos que negavam que Jesus veio em carne (1 Jo 4.1).


John MacArthur diz que o objetivo de João era tanto apologético, “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus”, como evangelístico, “e que crendo tenhais vida em seu nome”. (20.31). De fato, o Evangelho segundo João apresenta-nos um farto material defesa da fé Cristã, no que se refere à divindade de Cristo. Além fazer as afirmações de que Jesus estava no princípio com Deus e é criador, João nos mostra também que a onisciência (Jo 2.24) e a  eternidade de Jesus (Jo 8.58), que são atributos exclusivos de Deus. Mas, o Evangelho de João também tem forte apelo evangellístico e é considerado como “o evangelho da fé”. O verbo “crer” (gr. pisteuo) é a palavra-chave em João, pois aparece 98 vezes.


A Bíblia de Estudo Pentecostal, em sua introdução ao Evangelho segundo João, mostra também sete declarações de Jesus (Eu Sou), registradas neste Evangelho, que comprovam a sua infinita superioridade e comprovam que Ele é Deus: Eu sou o pão da vida (Jo 6.35); Eu sou a luz do mundo (8.12); Eu dou minha vida, e ninguém a tira de mim (Jo 10.15,18), Eu sou o bom Pastor (Jo 10.11); Eu sou a ressurreição e a vida (Jo 11.25); Jesus promete “outro Consolador” (14.16); e Jesus declara-se “a videira verdadeira” (15.1). Há muitas outras declarações de Jesus neste livro que somente Deus poderia fazer, como Eu sou a Verdade, Eu sou a Vida, Antes que Abraão existisse Eu Sou, etc. 


João também não registrou o Sermão do Monte, as Parábolas de Jesus, nem o Sermão profético. Mas registrou sete sermões de Jesus, que revelam a sua infinita sabedoria: o Sermão de Jesus a Nicodemos, o Sermão de Jesus à mulher Samaritana (4.4-42); o Sermão em que Jesus declara-se Filho de Deus e igual ao Pai (5.19-47); O Sermão em que Jesus declara-se o pão da vida para os que nEle creem (6.22-59); O Sermão de Jesus no Templo, que causou dissensão entre os judeus (7.37-44); o Sermão em que Jesus declara-se como a luz do mundo (8.12-30); e o Sermão onde Jesus apresenta-se como o bom Pastor (10.1-21).


Os milagres registrados por João, que ele chama de sinais, também foram sete: a transformação da água em vinho em Caná (2.1-11); (a cura do filho de um oficial do rei (4.46-54); a cura do paralítico de Betesda (5.2-15); a multiplicação dos cinco pães e dois peixes para quase cinco mil homens (6.1-15); Jesus anda sobre o mar (6.16-21); a cura de um cego de nascença (9.1-41); e a ressurreição de Lázaro (11.1-46).


João mostra também a ação do Espírito Santo, desde o início do livro, no Batismo de Jesus (Jo 1.32,33). Depois, no diálogo com Nicodemos, João registrou as palavras de Jesus a Nicodemos, sobre o novo nascimento, que é uma obra do Espírito Santo (Jo 3.3-5). No capítulo 4, no diálogo de Jesus com a mulher Samaritana, Ele faz menção à água viva, que faz no interior da pessoa uma fonte que jorra para a vida eterna. Esta água também se refere à ação do Espírito Santo. No capítulo 7.38, Jesus disse: "Quem crer em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do interior do seu ventre". No versículo seguinte, João explica que Ele estava se referindo ao Espírito Santo. Depoisb nos capítulos 14 a 16, nas últimas instruções de Jesus aos discípulos antes da sua morte, Ele faz a promessa do envio do Consolador [Gr. Parakletos], que ficará para sempre com os discípulos, após a sua ascensão. Por último, após a ressurreição, Jesus sopra sobre os discípulos e diz: "Recebei o Espírito Santo." (Jo 20.22).

 

2. O AVIVAMENTO EM MATEUS. Embora não apareça no texto de Mateus, o nome do autor ou evidências internas de quem o escreveu, desde os primórdios da Igreja Cristã, a autoria é atribuída ao apóstolo Mateus, também chamado de Levi. Mateus era um cobrador de impostos e chamado por Jesus para ser seu seguidor, estando ele na coletoria. Imediatamente, ele deixou tudo e seguiu a Jesus. Posteriormente foi chamado a integrar o colégio apostólico. O livro foi escrito por volta do ano 60 d.C. e foi destinado originalmente à comunidade judaica. 


O propósito de Mateus é revelar aos judeus e, posteriormente, ao mundo que Jesus de Nazaré era o Messias prometido a Israel. Para isso, ele inicia o livro com a genealogia de Jesus Cristo através de José, o seu pai terreno, vinculando-o à família real de Davi e a Abraão. Mateus também cita várias profecias do Antigo Testamento que se referem ao Messias e demonstra o cumprimento delas em Jesus, como o nascimento virginal (Is 7.14); o nascimento em Belém (Mq 5.2); a fuga para o Egito (Os 11.1); as palavras de Jesus na Cruz (Sl 22.1); a sepultura com os ricos (Is 53.9); e muitas outras. 


Outra caraterística do Evangelho segundo Mateus é o uso frequente das expressões “Reino dos Céus” e “Reino de Deus”, que aparecem mais de trinta vezes neste livro. Apesar de serem sinônimas, Mateus utiliza mais a expressão “Reino dos Céus”, seguindo o costume judaico de evitar fazer referências diretas ao nome de Deus, a fim de não violar o terceiro mandamento. Devido ao uso frequente destas expressões, Mateus é considerado o Evangelho do Reino ou do Grande Rei. Entretanto, Mateus deixa claro que Jesus é o Rei, mas não veio com pompas humanas. Ele é o Rei que nasceu num estábulo de animais e foi criado em Nazaré, uma pequena e pobre cidade da Galiléia. Mateus registrou também várias Parábolas proferidas por Jesus que ilustram as características do Reino de Deus. 


Mateus registrou também os dois mais importantes e extensos sermões de Jesus: o Sermão do Monte, que é um resumo dos seus principais ensinos; e o Sermão Profético, que revela acontecimentos futuros como a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., a segunda vinda de Cristo, a grande tribulação e o Juízo Final. 


No Evangelho segundo Mateus, a ação do Espírito Santo aparece também em vários relatos. Logo no início do Livro, o Espírito Santo é mencionado como o agente da concepção de Jesus (Mt 1.18). À semelhança de João, Mateus relata também a descida do Espírito Santo como pomba, vindo sobre Jesus, na ocasião do seu batismo (Mt 3.16) e na pregação de João Batista, quando ele diz que Jesus batiza com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3.11). No episódio da tentação de Jesus, Mateus diz que Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo (Mt 4.1). O Espírito Santo é mencionado como aquele que capacita os discípulos de Cristo para falar, quando forem conduzidos aos tribunais por causa do Evangelho (Mt 10.19,20). Jesus expulsa os demônios pelo poder do Espírito Santo. Atribuir isso aos demônios é blasfêmia contra o Espírito Santo e constitui-se em um pecado imperdoável (Mt 12.27-32). Por último, na chamada Grande Comissão, Jesus ordena aos seus discípulos para batizarem “Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (Mt 28.19). 


Mateus é o único evangelista que menciona a igreja como uma instituição pertencente a Jesus e edificada por Ele, que jamais será vencida pelas forças das trevas (16.18). Jesus chama a Igreja de ‘minha’ e diz ‘edificarei’. Neste mesmo texto, a Igreja é mencionada como um colegiado capaz de julgar as atitudes de um dos seus membros que se recusa a perdoar (Mt 18.17). O Espírito Santo também é apresentado como a fonte de inspiração e de autoridade para a Igreja (Mt 10.19,20; 28.18-20). 


3. O AVIVAMENTO EM MARCOS. No Evangelho segundo Marcos também não é identificado o autor, nem há evidências internas de quem o escreveu. Porém, assim como acontece com Mateus, os pais da Igreja são unânimes em afirmar que foi João Marcos, o primo de Barnabé, quem escreveu este livro. Marcos viajou com Paulo e Barnabé, na primeira viagem missionária, mas desistiu da missão no meio do caminho. Depois tornou-se um cooperador de confiança do apóstolo Pedro e, segundo a tradição, recebeu dele as informações acerca dos discursos e obras do Senhor Jesus, relatando-os com fidelidade. O livro foi escrito entre os anos 55 e 65 d.C. e foi destinado originalmente aos cristãos romanos, ou aos cristãos não judeus. 


O teólogo Myer Pearlman lista quatro características particulares do Evangelho segundo Marcos: Sua exiguidade – é o mais breve dos Evangelhos; os atos de Jesus são enfatizados mais que seus discursos; a introdução é sucinta, pois consiste de um só versículo; e as palavras “imediatamente” e “logo” são encontradas por todo o livro. Segundo Pearlman, Marcos apresenta no seu evangelho Jesus como Servo em três dimensões: o servo sofredor, que faz milagres e, por isso, despertou a inveja e a fúria dos escribas e fariseus; o servo vencedor, que exerce autoridade sobre os demônios; e o servo triunfante, que triunfou sobre a morte e ressuscitou.


Diferente dos outros sinóticos, Mateus e Lucas, Marcos não traz nenhum relato sobre o nascimento, genealogia e infância de Jesus. Marcos inicia o seu relato, apresentando Jesus como Filho de Deus e não como descendente de Abraão e Davi, como fez Mateus, ou descendente de Adão, como fez Lucas. Na sequência faz um breve relato do ministério de João Batista e do batismo de Jesus. Ainda no primeiro capítulo Marcos registra a chamada dos primeiros discípulos. 

Na sequência, Marcos apresenta vários milagres de Jesus: a cura de um paralítico, a cura da sogra de Pedro, a cura de um leproso, a cura de um homem que tinha uma das mãos mirrada, a expulsão de demônios, o apaziguamento da tempestade, a libertação do endemoninhado gadareno, a ressurreição da Filha de Jairo, a cura da mulher que tinha um fluxo de sangue, a multiplicação dos pães e peixes, Jesus anda sobre o mar, a libertação da filha da mulher cananéia, a cura de um surdo-mudo e a cura do cego de Jericó. Diferente de Mateus, Marcos dá mais ênfase aos milagres de Jesus que aos seus sermões e parábolas. Marcos registrou dezoito milagres de Jesus e apenas quatro parábolas.


A ação do Espírito Santo é descrita com muita propriedade, no último capítulo, quando Jesus aparece aos seus discípulos após a ressurreição. Depois de incumbir-lhes da responsabilidade de saírem pelo mundo, pregando o Evangelho a toda criatura, o Senhor promete que eles também iriam expulsar demônios, falar novas línguas, pegar nas serpentes, se bebessem alguma coisa mortífera não sofreriam danos e curariam enfermos (Mc 16.16). 


4. O AVIVAMENTO EM LUCAS. Lucas, o ‘médico amado’ (Cl 4.14), companheiro de missões do apóstolo Paulo, escreveu o Evangelho que leva o seu nome e o Livro de Atos dos Apóstolos. Estas duas obras, parecem ser uma única obra em dois volumes, que foram endereçadas a um personagem chamado Teófilo, cujo nome significa (amigo de Deus), do qual não temos informações. Provavelmente, era alguma autoridade, devido ao tratamento usado por Lucas “potentíssimo”. A data da composição de Lucas é incerta. Sabemos apenas que foi escrito antes de Atos dos Apóstolos, cuja data de composição foi entre 63 ou 64 d.C. Lucas também apresenta uma qualidade excepcional no estilo literário, com um vocabulário rico, demonstrando excelente domínio da língua grega. 


Devido à proximidade de Lucas com o apóstolo Paulo, alguns sugerem que ele escreveu sob a supervisão do apóstolo dos gentios, ou mesmo que Paulo o tenha ditado e Lucas escrito. O certo, porém, é que Lucas não foi testemunha ocular dos fatos narrados. O prólogo demonstra que o livro foi escrito mediante minuciosas pesquisas de Lucas, consultando documentos e ouvindo testemunhas oculares do ministério de Jesus (Lc 1.1-3). 


Lucas é considerado o “Evangelho dos gentios” e “o Evangelho do Filho do Homem”. Ele apresenta Jesus como o homem perfeito e estende a sua genealogia até Adão, diferente de Mateus que foi somente até Abraão, pois escrevia para os judeus. O livro também dá bastante destaque aos gentios, relatando os casos da viúva de Sarepta (Lc 4.26); a cura de Naamã, o general sírio que venceu guerras contra Israel (Lc 4,27); a cura dos dez leprosos com destaque a um samaritano que voltou para agradecer (Lc 17.11-37); a parábola do  bom samaritano, que superou a insensibilidade do levita e do sacerdote (Lc 10.25-37); deu destaque às crianças (Lc 7.32); deu ênfase ao respeito de Jesus às mulheres (Lc 8.2; 23.27; 24.22); e aos pobres e oprimidos (Lc 7.22; 14.13; 18.22; 19.8). Apesar de possuir menos capítulos que Mateus, o conteúdo de Lucas é mais extenso. 


Uma característica marcante no Evangelho segundo Lucas, que o diferencia dos outros dois sinóticos, Mateus e Marcos, é a ênfase dada à ação do Espírito Santo, que prossegue no Livro de Atos dos Apóstolos, também escrito por ele. Só nos primeiros dois capítulos, Lucas faz sete referências ao Espírito Santo: Lc 1.15, 16, 35, 41, 67; Lc 2.25, 26, 27). 


Nos dois primeiros capítulos, ao narrar os nascimentos de João Batista e Jesus, Lucas mostra a ação do Espírito Santo desde a concepção de ambos. No caso de João Batista, os seus pais eram idosos e a sua mãe era estéril. Zacarias, pai de João Batista recebeu a visita de um anjo que lhe anunciou que ele seria pai e que o menino seria cheio do Espírito Santo. Tanto Isabel, quanto Zacarias, foram usados pelo Espírito Santo. Ela, para engravidar sendo estéril e idosa. E ele, para profetizar e compor o seu cântico que é chamado em latim de “Benedictus”. (Lc 1.67-79). 


No nascimento de Jesus, a ação do Espírito Santo também aconteceu desde a sua concepção, de forma sobrenatural. Maria era uma virgem, desposada (prometida em casamento) com José. Antes de haver qualquer ajuntamento carnal entre eles, o anjo Gabriel anunciou a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.” (Lc 1.35). 


Vemos ainda a ação do Espírito Santo em Lucas, na vida de Simeão, um servo de Deus, que o Espírito Santo estava com ele. Em idade avançada, Simeão havia recebido uma revelação do Espírito Santo, de que não morreria sem antes conhecer o Messias (Lc. 2.67). O Espírito Santo conduziu Simeão ao templo, para que conhecesse o menino Jesus (Lc 2.27). Depois que viu Jesus, Simeão tomou-o em seu braço e também compôs o seu cântico chamado em latim de ‘Nunc dimittis”, devido às primeiras palavras do cântico em latim: “Nunc dimittis servum tuum, Domine”. (Despedes em paz o teu servo, Senhor) (Lc 2.29-32). 


Na mensagem de João Batista, temos também a menção de que Jesus batizaria com o Espírito Santo e com fogo ((Lc 3.16). No momento do batismo de Jesus, aconteceram três eventos extraordinários: o céu se abriu (Lc 3.21); o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba (Lc 3.22a); e ouviu-se uma voz vindo do céu que estava aberto (Lc 3.22b). Esta descida do Espírito Santo desta forma é uma indicação de que aquilo foi real e não apenas uma visão, como muitos poderiam imaginar. 

Lucas relata também a ação do Espírito Santo no episódio da tentação de Jesus e durante todo o seu ministério. Todo o processo da tentação de Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo. O texto bíblico nos mostra que Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo. “E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto.” (Lc 4.1). No deserto, em jejum, oração e íntima comunhão com o Pai, Jesus foi tentado por um espaço de quarenta dias. 


Na sinagoga de Nazaré também, Lucas relata que Jesus abriu o rolo do Livro do profeta Isaías e leu o início do capítulo 61, onde declara que o Espírito Santo estava sobre Ele e o ungiu para evangelizar, quebrantar os corações, proclamar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos e anunciar o ano aceitável do Senhor, que era uma referência ao ano do Jubileu de Israel, onde se perdoava as dívidas e libertava-se os escravos. (Lc 4.15,16).


REFERÊNCIAS:

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

LOPES, Hernandes Dias. João: As glórias do Filho de Deus. Editora Hagnos. pág. 11-12; 16-17.

LOPES, Hernandes Dias. Lucas: Jesus o Homem. Editora Hagnos. 1 Ed 2017.     

STAMPS. Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pág. 7.

PEARLMAN, Myer. Marcos, O Evangelho do Servo de Jeová. Editora CPAD. 6 Ed. 2006. pág. 7-8.

BRUCE, Frederick F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. Editora Vida. pág. 1603-1604.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 2. pág. 1.

Dicionário Teológico, CPAD, p.103.


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Ev. Weliano Pires

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