(Comentário do 2º tópico da Lição 5: O Avivamento na vida da Igreja)
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos a respeito do dinamismo da Igreja apostólica. A Igreja Cristã foi estabelecida por Jesus antes do Pentecostes (Mt 16.18). Entretanto, ela só foi inaugurada com a descida do Espírito Santo, no Dia de Pentecostes. Por isso, a Igreja já nasceu avivada. Depois disso, a Igreja passou a ter vida e a ser dirigida pelo Espírito Santo. A partir do Pentecostes, a Igreja passou a viver uma rotina de conversões, milagres, comunhão, orações, ensino da Palavra e temor a Deus (At 2.42).
1. A Igreja nasce avivada. Há divergências se a Igreja no dia de Pentecostes, ou após após a ressurreição de Jesus. A Igreja é um projeto de Deus, elaborado antes da fundação do mundo. Este plano era um mistério que esteve oculto nos séculos anteriores e foi revelado aos apóstolos e profetas (Ef 3.3-5). O Senhor Jesus instituiu a Sua Igreja durante o seu ministério terreno, mas ela só foi inaugurada e apresentada ao mundo, com a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Assim também aconteceu com o Tabernáculo e com o Templo de Salomão. Eles foram construídos, mas a glória de Deus desceu na inauguração (Êx 40.34: 2 Cr 7.1-3). Por isso, a Igreja do Senhor nasceu no avivamento do Espírito.
Antes da ascensão de Jesus, os discípulos o seguiam e até fizeram milagres, tendo sido enviados por Ele, na missão dos doze (Mt 10.1) e na missão dos setenta discípulos (Lc 10.1-12). Mas era algo transitório e local, diferente do que aconteceu depois do Pentecostes, como veremos a seguir. Antes do Pentecostes, mesmo após a ascensão de Jesus, os apóstolos não sabiam direito o que deviam fazer e como proceder. Tanto que escolheram Matias para o lugar de Judas, por meio de um sorteio.
Jesus foi visto por mais de 500 discípulos, após a sua ressurreição. Estes discípulos ouviram a promessa do revestimento de poder e, após a ascensão de Jesus aos Céus, começaram a orar. O número de pessoas foi caindo e no dia de Pentecostes restavam apenas 120 em oração. Nesse interim, não há registros de pregações, conversões, batismos ou qualquer atividade espiritual da Igreja. Mesmo perseverando em oração, não há registro de que eles realizaram algum milagre entre a ressurreição de Jesus e o Pentecostes. Isso comprova que a direção e o mover do Espírito Santo na Igreja é indispensável. Sem isso a Igreja não avança e morre espiritualmente.
2. A Igreja depois do Pentecostes. Lucas registra em detalhes o que aconteceu no dia de Pentecostes, no capítulo 2 de Atos dos Apóstolos: “Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. (At 2.1-4). O Senhor Jesus cumpriu a promessa que fizera aos discípulos dez dias antes. Este episódio nos mostra cinco pontos importantes de um verdadeiro avivamento:
O avivamento acontece quando a Igreja ora. Os discípulos estavam orando quando aconteceu a descida do Espírito Santo. Se a Igreja atual quiser ser avivada, precisa voltar a orar.
A Igreja estava reunida no mesmo lugar. A Igreja é um corpo e não pode viver cada um para o seu lado ou ser cristão sozinho em casa. O avivamento não acontece onde há desunião e no meio de desigrejados.
O avivamento vem do Céu. Por mais que Deus use muitas vezes, pessoas para despertar a Igreja através da Palavra e convocar os crentes a buscar ao Senhor, o avivamento não é obra humana e vem de Deus “...Veio do Céu, um som… e encheu toda a casa). Para que aconteça um avivamento verdadeiro, não precisamos forçar a barra. Basta crer e buscar a Deus em oração, pois é Ele que aviva a Sua obra.
A evidência inicial do batismo no Espírito Santo é o falar em línguas. Quando todos foram cheios do Espírito Santo, começaram a falar em outras línguas. Este foi o sinal visível de que foram batizados no Espírito Santo. Em outras ocasiões no Livro de Atos, as pessoas que foram batizadas no Espírito Santo também falaram em línguas: At 10.44-46; At 19.1-6). Em Atos 8 não está escrito que as pessoas que receberam o batismo no Espírito Santo falaram em línguas, mas subtende-se que falaram, pois o mágico Simão viu que aqueles a quem os apóstolos impunham as mãos recebiam o Espírito Santo e lhes ofereceu dinheiro para receber também este dom (At 8.17-20).
O genuíno avivamento impulsiona as pessoas a pregar o Evangelho. Após serem cheios do Espírito Santo, quando a multidão começou a zombar, Pedro levantou da oração com os demais apóstolos e fez uma fervorosa exposição bíblica, que levou três mil pessoas à conversão (At 2.14-41).
Após o derramamento do Espírito, os discípulos saíram da situação de letargia e passaram a viver sob total domínio do Espírito Santo. Imediatamente após o revestimento de poder, como falamos acima, Pedro pregou uma poderosa mensagem e três mil almas se converteram (At 2.41). As pregações públicas continuaram e o número de convertidos logo chegou a quase cinco mil pessoas (At 4.4). Os apóstolos também realizavam milagres extraordinários que deixavam as multidões perplexas, como a cura de um coxo de nascença (At 3.1-7). O Espírito Santo também concedeu ousadia para que eles pregassem o Evangelho diante de autoridades enfurecidas que os ameaçavam e prendiam. Também houve temor a comunhão, distribuição voluntária dos bens para socorrer os necessitados e permanência na Doutrina dos apóstolos e nas orações. (At 2.42-47).
Podemos ver ao longo do Livro de Atos, uma Igreja fervorosa, poderosa e missionária. Muitos milagres foram realizados pela Igreja Primitiva, não somente pelos apóstolos Pedro e Paulo, mas também por Filipe, em Samaria, e Estêvão. Os milagres citados nominalmente foram: A cura do coco de nascença (At 3.’7); A morte de Ananias e Safira (At 5.1-10); A restauração da visão de Saulo (At 9.17,18); A cura de Enéias (At 9.33-35); a ressurreição de Dorcas (At 9.36-41); A cegueira do mágico Elimas (At 13.8-11); A cura de um paralítico de nascença em Listra (At 14.8-11); A expulsão de demônio de uma jovem que adivinhava (At 16.16-18); A ressurreição de Êutico (At 20.9,10); A cura do pai de Públio e outros moradores de Malta (At 28.7-9). Aconteceram também aberturas milagrosas das prisões dos apóstolos (At 5.18-20); de Pedro (At 12); e de Paulo e Silas (At 16.25-27).
A Igreja de Jerusalém dedicou-se à evangelização local e, após a perseguição, à evangelização regional. Depois da conversão de Saulo, o Espírito Santo falou à Igreja de Antioquia, para que separassem Barnabé e Saulo para a missão transcultural. A partir daí, a Igreja se espalhou pelo mundo levando o Evangelho por todo o Império Romano, mesmo sob intensa perseguição inicialmente dos judeus e depois dos romanos. Depois o Senhor acrescentou à obra missionária, outros gigantes como Silas, Timóteo, Apolo, Tíquico e o casal Priscila e Áquila.
REFERÊNCIAS:
RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
BARCLAY, William. Comentário Bíblico: Atos. pág.8-9.
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pág. 639-641.
BARCLAY, William. Comentário Bíblico: Atos. pág. 30-32.
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