Neste segundo tópico, veremos o avivamento em Atos dos Apóstolos. Este tema será estudado com mais detalhes na lição 5. Falaremos sobre o avivamento na Igreja Primitiva, destacando a promessa de Jesus de que os discípulos receberam o revestimento de poder em poucos dias, após a sua ascensão ao Céu. Em seguida falaremos sobre o cumprimento desta promessa do Mestre, que foi a descida do Espírito Santo, que aconteceu no Dia de Pentecostes. Este revestimento de poder trouxe ousadia aos discípulos para pregar o Evangelho com poder. Depois disto, eles nunca mais foram os mesmos.
1. O AVIVAMENTO NA IGREJA PRIMITIVA. O Livro de Atos é o segundo volume de duas obras escritas por Lucas, sendo a continuidade da primeira. Não há no Livro nenhuma referência que comprove que Lucas é o autor. Entretanto, considerando que o Evangelho segundo Lucas é endereçado a Teófilo e no prólogo do Livro de Atos, o autor faz menção ao primeiro tratado enviado a Teófilo, conclui-se, portanto, que Lucas é o autor. Além disso, alguns escritos dos pais da Igreja afirmam a autoria lucana. A data provável da composição de Atos dos Apóstolos é 62 d.C.
É provável que o livro originalmente não tivesse título. Alguns manuscritos o intitulam de “Atos” (Gr. praxeis, que descreve as realizações de grandes homens). Considerando que o Livro traz os relatos dos primeiros passos da Igreja Cristã, liderada pelos apóstolos, foi acrescentado ao título a expressão “dos apóstolos”. O título mais apropriado seria “Atos do Espírito Santo”, pois o Livro registra uma Igreja dirigida pelo Espírito Santo, que por meio dos apóstolos operou sinais e maravilhas e possibilitou a expansão do Cristianismo por todo o mundo conhecido da época.
O livro de Atos inicia com as últimas palavras de Jesus aos seus discípulos, após a ressurreição e antes da sua ascensão aos Céus. Entre estas palavras do Mestre, está a promessa da descida do Espírito Santo "não muito depois daqueles dias". (At 1.5,8). Jesus deixa claro para os seus discípulos o objetivo deste revestimento de poder: Para que eles fossem suas “testemunhas”, em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra (At 1.8). A palavra testemunha, no grego é “marturia”, que significa o testemunho de alguém a respeito de algo que viu, ouviu e tem convicção a ponto de dar a sua vida por aquela causa. É daí que a palavra portuguesa “mártir”. A virtude do Espírito Santo é tão indispensável na vida dos discípulos de Jesus, para que eles possam testemunhar do Evangelho, que o próprio Jesus ordenou que eles não se ausentassem de Jerusalém, antes de receberem a promessa do Pai (Lc 24.49; At 1.4).
2. A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO. Os discípulos permaneceram em Jerusalém, seguindo a ordem de Jesus, e continuaram em oração. Após a ressurreição, Jesus apareceu para mais de 500 irmãos, como disse Paulo. No capítulo 2 de Atos, temos o cumprimento dessa promessa, quando os discípulos estavam reunidos em oração, no dia de Pentecostes, a segunda festa mais importante de Israel, que acontecia 50 dias após a Páscoa.
De repente, veio do Céu, um som como de um vento forte e impetuoso e encheu o cenáculo. Todos foram cheios do Espírito Santo e falaram em outras línguas e profetizaram, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem (At 2.1-4). É importante destacar que, dos mais de 500 que viram o Cristo ressurreto, só restavam 120 em oração. Isso nos mostra que o número de pessoas que querem ver milagres e receber bênçãos é muito maior que o número dos que permanecem em oração e tem compromisso com Deus. Mas, só receberam o batismo no Espírito Santo, os que perseveraram em oração.
O livro de Atos prossegue falando sobre a ação do Espírito Santo na expansão da Igreja. O Espírito Santo concedeu-lhes ousadia para proclamar o Evangelho diante das autoridades judaicas, em meio à perseguição e oposição ferrenha. Também lhes concedeu poder para operar sinais e maravilhas e dirigiu a obra missionária. Em várias ocasiões no Livro de Atos, vemos a ação do Espírito Santo, através dos apóstolos. No mesmo dia de Pentecostes, após a descida do Espírito Santo, a multidão ficou confusa sobre o que teria acontecido.
Pedro, cheio do Espírito Santo, levantou-se e fez um eloquente discurso, com a ousadia concedida pelo Espírito Santo, que tocou fortemente o coração dos ouvintes. Ele não precisou fazer nenhum apelo e uma multidão, comovida com aquela poderosa mensagem, veio à frente perguntar-lhe o que deveriam fazer. Pedro respondeu:
- Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. (At 2.38).
O resultado foi fantástico! Quase três mil almas se converteram. No dia seguinte, o número de convertidos chegou a quase cinco mil pessoas. Somente o Espírito Santo pode fazer isso. Argumentos humanos e discursos vazios não são capazes de levar uma multidão a se converter a Cristo.
REFERÊNCIAS:
RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
PEARLMAN, Myer. Atos, e a Igreja se fez Missões. Editora CPAD. Ed. 1995. pág. 9.
Comentário Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.623,24
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
Siga o nosso blog, deixe o seu comentário e compartilhe os nossos textos com outras pessoas.
Ev. Weliano Pires
Nenhum comentário:
Postar um comentário