12 janeiro 2023

O AVIVAMENTO NAS EPÍSTOLAS E NO APOCALIPSE


(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 03: O avivamento no Novo Testamento)


No terceiro e último tópico falaremos sobre o avivamento nas Epístolas e no Apocalipse. Primeiro falaremos a respeito do avivamento nas 13 Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo. Foi ele quem ensinou em detalhes sobre os dons espirituais, ministeriais e de serviço. (1 Co 12-14; Ef 4.11; Rm 12.3-8). Falou também do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22) e outros temas relacionados ao Espírito Santo. Veremos também sobre o avivamento nas Epístolas Gerais que são: Tiago, Hebreus, 1 e 2 Pedro, as 3 Epístolas de João e a Epístola de Judas. Por último, veremos o avivamento no Livro do Apocalipse, que é o último Livro da Bíblia e tem um caráter profético e escatológico. 


1. NAS EPÍSTOLAS DE PAULO. Antes da sua conversão, Saulo foi um ferrenho perseguidor dos cristãos. Mas, ele teve um encontro pessoal com Jesus, no caminho de Damasco e, a partir desse momento, Saulo tornou-se cristão, foi batizado e cheio do Espírito Santo. Depois recolheu-se ao deserto da Arábia por alguns anos e teve revelações profundas do Senhor Jesus e tornou-se o apóstolo dos gentios. 


O apóstolo Paulo foi, sem dúvida nenhuma, o maior doutrinador da Igreja Cristã. Foi o personagem mais importante da história do Cristianismo, depois de Jesus Cristo. Escreveu treze dos vinte e sete livros do Novo Testamento, empreendeu três viagens missionárias pelo mundo conhecido da sua época, plantando Igrejas, discipulando e formando  novos obreiros. Paulo foi o responsável por sistematizar as principais doutrinas cristãs e expandir o Cristianismo para além das fronteiras da Palestina. 


Nas treze epístolas que escreveu, Paulo ensinou sobre as doutrinas do pecado, da salvação, de Cristo, do Espírito Santo, da Igreja, sobre o arrebatamento da Igreja, ressurreição de Jesus e dos mortos, etc. Mas, Paulo não deixou apenas um legado doutrinário. Ele deixou-nos também um legado apologético, que é a defesa da fé, contra seitas e heresias. 


Talvez por ter sido o apóstolo que mais escreveu livros do Novo Testamento, Paulo foi também o que mais falou sobre a obra do Espírito Santo, principalmente na 1 Epístola aos Coríntios, onde ele dedicou dois capítulos para falar dos dons espirituais (1 Co 12,14). Na Epístola aos Gálatas ele falou sobre o viver no Espírito e listou nove virtudes que compõem o Fruto do Espírito Santo (Gl 5.16-18;22). Na Epístola aos Efésios, Paulo recomendou que os crentes não se embriagassem com vinho em que há contenda, mas, se enchessem do Espírito (Ef 5.18). Na conclusão da primeira Epístola aos Tessalonicenses, Paulo recomendou aos irmãos que não extinguissem o Espírito e não desprezassem as profecias (1 Ts 5.19,20).


As Epístolas Paulinas se dividem em quatro grupos, de acordo com os assunto predominantes em cada uma delas: 


  1. Epístolas escatológicas: 1 e 2 Tessalonicenses. São chamadas de escatológicas, pois dão ênfase à Doutrina últimas coisas.

  2. Epístolas soteriológicas: Romanos, 1 e 2 Coríntios e Gálatas. São epístolas que falam bastante sobre a Doutrina da Salvação. 

  3. Epístolas da prisão: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. São as epístolas que foram escritas pelo apóstolo Paulo na prisão. 

  4. Epístolas pastorais: 1 e 2 Timóteo e Tito (embora a carta de 2 Timóteo também tenha sido escrita por Paulo na prisão). São epístolas escritas por Paulo a jovens pastores Timóteo e Tito. 


As Epístolas Paulinas não estão em ordem cronológica em nossas Bíblias. Elas foram agrupadas, seguindo o seguinte critério: primeiro as que foram destinadas a Igrejas, depois as que foram destinadas a indivíduos, de acordo com extensão, começando pelas maiores. Das epístolas destinadas a Igrejas, Romanos é a mais extensa e 2 Tessalonicenses a mais curta. Das que foram destinadas a indivíduos, 1 Timóteo é a maior e Filemom, a menor. Estão agrupadas nesta ordem: Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemom. 


2. NAS EPÍSTOLAS GERAIS (OU UNIVERSAIS). As chamadas Epístolas Gerais ou Universais são as que foram escritas para serem lidas em todas as Igrejas e que não tinham um destinatário específico. Foram escritas como instruções apostólicas para várias Igrejas. Destas, apenas a Epístola aos Hebreus é de autoria desconhecida. 


Neste grupo estão um total de oito Epístolas, agrupadas nesta ordem: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, 3 João e Judas. O critério da organização é o mesmo das Epístolas Paulinas, ou seja, de acordo com a extensão,  começando pelas maiores. A Epístola aos Hebreus é considerada por muitos como Epístola Paulina. Em algumas traduções antigas do Novo Testamento, chegou a ser colocado título de "Carta de Paulo aos Hebreus". Mas, por falta de elementos no texto da Epístola que justificassem a autoria Paulina, como por exemplo a identificação, logo no prefácio, que acontece em todas as suas Epístolas, a maioria dos teólogos afirmam que a autoria de Hebreus é desconhecida. 


Estas Epístolas não tratam de avivamento no sentido de manifestação dos dons espirituais. Porém, discorrem sobre temas importantes da teologia e da vida cristã, como a santidade, o amor, a fé acompanhada de boas obras, a supremacia de Cristo em relação à Antiga Aliança, a Vinda do Senhor, o perigo da apostasia e os alerta contras os falsos mestres. 


3. NO APOCALIPSE. O Apocalipse é o último livro da Bíblia e o único livro profético do Novo Testamento. O seu título em grego é “apokalypsis”, que é uma combinação de “apo” (da parte de) e "kalipto" (encobrir). Significa, portanto, “revelação de algo que estava encoberto”. É exatamente isso que o livro traz: as revelações especiais de Jesus Cristo sobre as coisas futuras, que em breve irão acontecer. Muitas delas já se cumpriram, outras estão se cumprindo e outras se cumprirão após o arrebatamento da Igreja.  


O autor do livro do Apocalipse é identificado no prefácio do livro: “João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono”. (Ap 1.4). O propósito do livro também está revelado no primeiro capítulo: “...para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo.” (Ap 1.1). A data da redação é entre 90 e 96 d.C. no final do governo do imperador Domiciano, que governou entre 80 e 96 d.C.


No contexto em que foi escrito o Apocalipse, os cristãos sofriam os horrores da perseguição cruel e insana do Imperador Domiciano. Este imperador era um megalomaníaco, que se considerava um deus. Em sua insanidade e soberba, Domiciano decretou o culto ao imperador, levando-o a consequências terríveis, fazendo disso uma prova de lealdade ao império. O apóstolo João, filho de Zebedeu, apóstolo de Jesus, que era considerado o discípulo a quem Jesus amava, foi exilado na Ilha de Patmos e lá, recebeu a revelação do Cristo ressurreto e glorificado. O Senhor lhe mandou escrever sete cartas às Igrejas da Ásia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.

 

Os destinatários originais do livro são as sete Igrejas da Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Filadélfia, Laodiceia e Sardes (Ap 1.11). Mas, não é apenas para eles. Os assuntos tratados no Livro do Apocalipse envolvem a Igreja em todas as épocas. O Apocalipse fala do governo do Anticristo e dos horrores da Grande Tribulação; da batalha entre Cristo e os exércitos do Anticristo; do reino Milenial de Cristo; do juízo final; e a eternidade. 


O Apocalipse encerra o cânon do Novo Testamento, e revela a vitória final do Reino de Deus. Embora boa parte do Livro fale a respeito de catástrofes que ocorrerão no período da Grande Tribulação, traz também a paz e harmonia que haverá no Milênio, que será o período em que haverá pleno avivamento em toda a terra, onde Jesus reinará por Mil anos com a Igreja glorificada. O livro finaliza com o estado de glorificação eterna dos salvos na Nova Jerusalém.  


REFERÊNCIAS: 


RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.   

BROADUS, David Hale. Introdução ao estudo do Novo Testamento. Editora JUERP.

BRUCE, Frederick F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. Editora Vida. pág. 1518.

BERKFORT, Louis. Introdução ao Novo Testamento. Editora CPAD. 1 Ed 2014. pág. 116-117.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. 11 ed. 2013. pág. 408.

COHEN, Armando Chaves. Estudos Sobre o Apocalipse: Um comentário versículo por versículo. Editora CPAD. 8 Ed. 2008. pág. 7;9.

HORTON, Stanley. M. Série Comentário Bíblico Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. Editora CPAD. 7 Impressão 2011.


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Ev. Weliano Pires

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