23 junho 2022

JESUS: A NOSSA VERDADEIRA IDENTIDADE


(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 13)


Cristo é a nossa verdadeira identidade. Ele é o nosso maior exemplo como pregador. Entretanto, Jesus não é apenas um mestre, filósofo ou pregador humano, como pensam os esotéricos, espíritas e até pessoas sem religião. Jesus é o Unigênito Filho de Deus que veio nos salvar da condenação eterna. A sua mensagem tem autoridade, porque provém do próprio Deus. Jesus é a nossa identidade do ponto de vista escatológico, pois um dia teremos um corpo glorificado como Ele. Mas, aqui neste mundo também somos chamados a sermos imitadores de Cristo, vivendo uma vida piedosa. 


1- Jesus, nosso maior pregador. Religiões como o Espiritismo e a LBV gostam de falar dos ensinos de Jesus no Sermão do Monte, atentando apenas para o aspecto pacífico dele e o altruísmo pregador por Jesus. Outros que não são cristãos, ou não tem religião também vêem Jesus como um humanista, iluminado, que pregava e amor ao próximo e, supostamente, não pregava regras e moralismo. Entretanto, isso não é verdade. 

Mesmo no Sermão do Monte, Jesus não pregou apenas a paz e o amor ao próximo. Ele pregou contra o divórcio, ensinou a orar e a jejuar, falou sobre o perjúrio, a ansiedade pelo comer e beber,  os dois caminhos, os dois alicerces, os dois tesouros, os falsos profetas, etc. Em outras partes do Evangelho também, Jesus falou sobre o arrependimento, o Espírito Santo, a destruição de Jerusalém, a ressurreição, a sua segunda vinda, a grande tribulação, o inferno, o céu, etc. Além disso, não podemos separar os ensinos de Jesus, do restante do Novo Testamento e até do Antigo Testamento. Tem coisas que Jesus não falou durante o seu ministério terreno, mas falou no Apocalipse. Outras, o Espírito Santo usou os apóstolos para ensinar nas Epístolas.  

Jesus não foi apenas um pregador ou mestre humano, que trouxe uma via filosofia de vida e ensinou a paz entre os povos e o amor ao próximo. Os evangelistas nos apresentam Jesus como o Filho Unigênito de Deus, que veio a este mundo para morrer pelos pecadores e convidá-los ao arrependimento, para viver uma nova vida (Mt 4.17; Mc 1.15; Jo 3.3). O ministério terreno de Jesus se desenvolveu de três formas: pregação, ensino e curas. 

Através do ensino, Jesus transmitia o conhecimento divino com o objetivo de tirar as pessoas da teoria e conduzi-las à prática daquilo que foi ensinado. O seu método de ensino era excelente e tem sido elogiado por especialistas em educação. Jesus ensinava usando parábolas, metáforas e perguntas método de perguntas retóricas. Além disso, Ele mostrava-se interessado no aprendizado de todos e o seu exemplo de vida atraía as multidões. 

Como pregador (Gr kerússo), Jesus era um arauto, que proclamava com autoridade a mensagem de salvação aos perdidos. Um pregador naquela época era um arauto que proclamava uma mensagem oficial que devia ser escutada e obedecida. Os arautos percorriam as cidades transmitindo as mensagens do governo ao povo. Nós também recebemos a incumbência de Jesus de continuar pregando a sua mensagem ao mundo (Mt 27.19,20; Mc 16.15). 

As curas e milagres realizados por Jesus tinham o objetivo de devolver a integridade física a algumas pessoas, por compaixão que Ele sentia pelo sofrimento das pessoas. Mas não apenas isso. Ele curava e realizava milagres como forma de autenticar a sua mensagem, provando que Ele era realmente o Messias prometido a Israel. Quando João Batista enviou discípulos a Jesus a fim de saber se Ele era, o Messias prometido ou se deveriam esperar outro, Jesus respondeu: "Ide e anunciai a João o que tendes visto e ouvido: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-se o evangelho. E bem-aventurado aquele que em mim se não escandalizar." (Lc 7.22,23).


2- A autoridade do ensino de Cristo. Mateus registrou que após a conclusão do Sermão do Monte, a multidão ficou admirada com os ensinos de Jesus, porque Ele ensinava com autoridade e não como os escribas e fariseus: "E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se maravilhou da sua doutrina; Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas. (Mt 7.28,29). A palavra traduzida por “maravilhada”, no grego  é "ekplesso". e significa extasiado, maravilhado, em pânico, admirado, perplexo. Não há como expressar no português o que aquelas pessoas sentiram, após ouvir este maravilhoso discurso do Mestre divino. Mas é certo que ficaram fora de si.

Mateus nos mostra que, a razão dessa perplexidade da multidão era motivada pelo fato de Jesus ensinar com autoridade e não como os escribas." A palavra grega traduzida por autoridade é "exousía", que significa poder de escolher, liberdade para fazer algo sem necessidade de permissão de outro. Após a ressurreição, Jesus afirmou: É-me dada toda autoridade (exousía) no Céu e na Terra. (Mt 28.18). Sendo o Deus Filho, Jesus é Onipotente e não depende da autorização de ninguém para agir. Entretanto, quando Ele se fez homem, Ele subjugou-se a si mesmo durante os 33 anos em que viveu sobre a terra e escolheu não exercitar a sua autoridade do mesmo modo como fazia antes: Ele falou para o leproso que não dissesse a ninguém que fora curado (Mt 8.4); Ele não pediu ao Pai que enviasse legiões de anjos para livrá-lo dos soldados (Mt 26.53).  Em alguns casos, Ele se retirou do meio da multidão para não ser morto. 

O ensino de Jesus causou grande impacto porque não era como o dos escribas e fariseus, que provinha de tradições, interpretações e opiniões tendenciosas e hipócritas. O ensino de Jesus era divino e tocava no profundo do coração humano. Era revestido da autoridade do Pai (Jo 7.16; Lc 15.1; Jo 3.4, 4.29). Os ouvintes de Jesus percebiam que havia sinceridade, verdade e amor nas palavras dele. Os escribas manipulavam a Lei, conforme as suas conveniências, para alcançar objetivos espúrios. 

Jesus ensinava com simplicidade, sem o intuito de demonstrar erudição. Mesmo sendo onisciente e conhecendo todas as coisas, Jesus não complicava os seus ensinos. Ele falava de forma que todos o entendiam, desde os pescadores até os mestres da Lei. Jesus não buscava popularidade ou aplausos. Ele falava a verdade de forma amorosa, simples e objetiva. 


3- Jesus como nossa identidade.  A palavra identidade tem origem no latim “identitas”. Segundo a definição do dicionário Michaelis, “é uma série de características próprias de uma pessoa ou coisa por meio das quais podemos distingui-las. É também o estado de semelhança absoluta e completa entre dois elementos com as mesmas características principais.” No Sermão do Monte, Jesus disse que devemos “ser perfeitos como o Pai”. Isto significa que devemos “nos identificar com Ele”. A palavra “perfeito” [Gr téleios] não significa ser isento de falhas e de erros. Significa algo que foi finalizado e não precisa de mais nada para estar completo. Quando nos identificamos com Cristo por meio de sua morte e após os seus ensinos que sempre apontam para o Pai, expressaremos as características do Pai, que são as bem-aventuranças. 

No sentido escatológico, o apóstolo João disse que “nós veremos Jesus como Ele é e seremos semelhantes a Ele, quando Ele se manifestar.” (1 Jo 3.2). O que significa ver Jesus como Ele é? A palavra traduzida por “ver” neste texto  vai muito além de enxergar. Significa perceber, reconhecer, ou avaliar. Só podemos “ver” alguém, no sentido de saber como realmente esta pessoa, realmente é, se convivermos com ela. O cristão, portanto, só verá Jesus como Ele é, se viver como Filho de Deus agora, sendo sal da terra e luz do mundo. Fomos chamados a entrar pela porta estreita e percorrer o caminho apertado, fazendo a vontade do Pai. Somos filhos de Deus no presente e já desfrutamos das bênçãos da Salvação. Somente nos identificando com Cristo agora, seremos semelhantes a Ele no futuro, quando teremos também a glorificação do nosso corpo.  


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pág. 253-255.

HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Mateus. 1 Ed 2001. Editora Cultura Cristã. pág. 718-721; 1323-1324.

ROBERTSON, T. Comentário Mateus & Marcos, à Luz do Novo Testamento Grego. Editora CPAD. pág. 335-336.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2ª Impressão: 2010. Vol. 2. pág. 777.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.62


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Pb. Weliano Pires


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