29 junho 2022

A IGREJA SOB ATAQUE

(Comentário do 1º tópico da Lição 1)

A Igreja de Cristo está sob constantes ataques de todos os lados. São pensamentos e teorias contrárias aos valores cristãos expostos nas Escrituras Sagradas. Nestes dias que antecedem a Volta de Cristo, a Igreja do Senhor precisa estar em constante alerta contra os ataques sutis de Satanás contra ela. 


1- A sutileza do ataque. Nos primórdios da Igreja, o inimigo tentou vencê-la por meio da perseguição, tortura e morte dos cristãos. Nestes últimos dias, no entanto, o inimigo tem agido de forma diferente, atacando de forma sutil e disfarçada. Os ataques do inimigo contra a Igreja do Senhor nestes últimos dias são sutis e perspicazes. Muitos relativizam a Bíblia, tentando desconstruí-la a fim de normalizar pecados e modismos que afrontam e contrariam o propósito de Deus para a para a sua Igreja. Para isso, um inimigo conta com um forte aliado que é a falta de conhecimento bíblico de muitos crentes, inclusive lideranças da Igreja. 


Se o inimigo viesse até nós com chifres, olhos de fogo, cauda gigante, soltando fogo pelas narinas e com um garfo de três dentes na mão, seria facilmente reconhecido e não expulso em Nome de Jesus! Mas, como vimos na penúltima lição do trimestre passado, os falsos mestres vêm até nós vestidos de ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.

 

Diferente do que muitos imaginam, o diabo prefere agir no anonimato ou nos bastidores. A característica principal das suas ações é a sutileza. Sutileza é a qualidade de uma pessoa ou de algo, que o torna delicado, meigo, suave. É a habilidade e perspicácia para disfarçar e enganar sem ser percebido. O apóstolo Paulo chama de “astutas ciladas”. (Ef 6.11). 


Um dos alvos principais dos ataques sutis do inimigo é a família. O inimigo tem mobilizado governos, universidades, artistas, para destruir as bases familiares, pois ele sabe que a família é a base da sociedade e da própria Igreja. De todas as formas tentam ridicularizar a família e, por outro lado, normalizar e enaltecer práticas sexuais que Deus abomina. 


2- O alerta para o povo de Deus. Um fato notório nas Escrituras é que Deus sempre alertou o seu povo, sobre os perigos iminentes, principalmente, os juízos de Deus. Deus avisou a Noé que iria enviar o dilúvio; avisou a Abraão que iria destruir Sodoma e Gomorra; avisou até a ímpios como Faraó, Acabe, Nabucodonosor, Belsazar e os ninivitas, de que caso não se arrependessem, os juízos de Deus viriam sobre eles. 


No Novo Testamento também o Espírito Santo avisou muitas vezes aos apóstolos sobre enganos e sutilezas que ocorreriam no futuro. O texto base para o estudo desta lição é “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônio.” (1 Tm 4.1). Neste texto o apóstolo Paulo alerta a Timóteo, que o Espírito Santo "afirma expressamente". Esta expressão no grego é "lego", que significa "falar", e "retos", que significa "expressamente", "explicitamente". Não era um profecia com enigmas a serem interpretados, mas um aviso direto, sem deixar nenhuma dúvida. 


Não sabemos se Paulo estava se referindo às profecias do Antigo Testamento ou se ele teve uma revelação direta do Espírito Santo, de que no final dos tempos viriam tempos trabalhosos em que surgiriam falsos mestres, que iriam ensinar heresias no meio da Igreja. Paulo já havia alertado os bispos de Éfeso a esse respeito, na sua despedida antes da sua prisão em Jerusalém. 


O apóstolo Pedro também alertou a Igreja, no capítulo dois da sua segunda Epístola, sobre o surgimento dos falsos mestres entre eles. Pedro disse: "surgirão entre vós, falsos mestres", ou seja, seria um perigo interno. Alertou também que estes falsos mestres iriam introduzir encobertamente heresias de perdição, teriam uma vida dissoluta, negariam ao Senhor e fariam negócio da Igreja. É um alerta sobre as sutilezas de Satanás, pois as heresias seriam introduzidas "encobertamente" ou "dissimuladamente".  A primeira Epístola de João e a Epístola de Judas também alertam a Igreja sobre os falsos mestres no meio deles. 


3- A Igreja na reta final. Conforme vimos acima, o Espírito Santo alertou a Igreja sobre o surgimento destes ataques sutis do inimigo à Igreja de Cristo. Mas, quando aconteceriam estes ataques? O apóstolo Paulo usou a expressão grega "eschatos kairós", traduzida por últimos dias. "Eschatos" significa último e "kairós" indica um período particular, caracterizado por determinados eventos. Os últimos tempos, ou últimos dias como aparece em outras partes da Bíblia, não se refere apenas a um período escatológico do fim. É uma referência ao período da era cristã, que vai desde a ressurreição de Jesus até a sua segunda vinda.  Pedro citou a profecia de Joel, sobre o derramamento do Espírito como parte dos eventos dos “últimos dias" (At 2.17). 


Muitas profecias para o futuro, apresentam também o seu cumprimento em parte no presente. Este foi o caso do abominável da desolação, profetizado por Daniel. Esta profecia se cumpriu em parte com Antíoco IV Epifânio, mas o seu cumprimento total será na grande tribulação, quando o Falso Profeta entrará no lugar santo de terceiro templo e exigirá adoração como se fosse Deus. Este é o caso desta profecia de Paulo. Ele já estava vivenciando os ataques sutis do inimigo, através de falsos mestres infiltrados na Igreja. Mas profetizou que nos tempos finais da Igreja seriam caracterizados pela apostasia e multiplicação do engano. 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pág. 318.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo: O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pág. 98.

RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. Editora CPAD. 1ª edição: 2013. pág. 40-41.

PENN-LEWIS, Jessie. Guerra contra os Santos: a obra clássica sobre batalha espiritual, tomo 1, versão integral. Editora dos Clássicos, Edição 2001. pág. 41-43.


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Pb. Weliano Pires

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