26 março 2025

RESUMO DO 1º TRIMESTRE DE 2025 LIÇÕES BÍBLICAS / ADULTOS

TÍTULO: Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência.

COMENTARISTA: Pr. Esequias Soares da Silva. 

Presidente da Assembléia de Deus, Ministério do Belém, em Jundiaí/SP; graduado em hebraico pela Universidade de São Paulo e mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; professor de Hebraico, Grego e Apologia Cristã; comentarista de Lições Bíblicas há vários anos; autor de diversos livros, entre eles: O Ministério Profético na Bíblia, Manual de Apologética Cristã e Visão Panorâmica do Antigo Testamento, todos publicados pela CPAD; Presidente da Comissão de Apologética Cristã da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil); Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Bíblica do Brasil; Foi o Presidente da Comissão Especial que elaborou a Declaração de Fé das Assembléias de Deus no Brasil em 2016.

INTRODUÇÃO

Neste primeiro trimestre de 2025, estudamos o tema apologética cristã. Estudamos treze lições sobre as heresias que ameaçaram a Igreja Cristã nos primeiros séculos da sua existência e foram combatidas pelos apologistas. Estes falsos ensinos ressurgem na atualidade, como roupagem nova e, muitas vezes, de forma dissimulada. 

Estas heresias surgem atualmente não apenas do lado externo da Igreja, através de grupos heterodoxos, mas também no seio da Igreja através dos falsos ensinos propagados por falsos obreiros do nosso meio, principalmente na internet. Neste aspecto, o perigo é maior para a Igreja, pois muitos cristãos incautos aceitam tais ensinos como se fossem doutrina bíblica.

O Pr. Esequias Soares adotou um padrão muito interessante neste trimestre: Primeiro apresentou uma doutrina bíblica, depois as heresias do passado contra esta doutrina e por último, mostrou como esta heresia se apresenta na atualidade.  

Ao longo destas treze lições, reafirmamos os principais pontos doutrinários que foram ameaçados nos primórdios da Igreja como a divindade de Cristo, a humanidade de Cristo, a Santíssima Trindade, as naturezas humana e divina de Cristo, a pessoa do Espírito Santo, a corrupção geral do ser humano, entre outros. Simultaneamente, apontamos os falsos ensinos contras estas doutrinas bíblicas no passado e no contexto atual, apresentando as respectivas respostas bíblicas.

RESUMO DAS LIÇÕES 

LIÇÃO 1: QUANDO AS HERESIAS AMEAÇAM A UNIDADE DA IGREJA

Nesta primeira lição, tivemos uma lição introdutória aos assuntos que foram expandidos durante o trimestre. Vimos os alertas dos apóstolos Paulo e Pedro, de forma profética, a respeito dos falsos mestres que surgiriam no seio da Igreja Cristã. Tanto Pedro como Paulo não se referiam aos ensinos das religiões não cristãs e sim, aos ensinos perniciosos propagados por falsos mestres ou “lobos vorazes”, expressão usada por Paulo, que agiria dentro da própria comunidade cristã. A lição nos apresentou as definições dos termos apologética, seita e heresia. 

No primeiro tópico, falamos a respeito das ameaças dos falsos mestres, a quem o apóstolo Paulo chamou de “lobos vorazes”. Tendo como base o texto de Atos 20.28-30. Destacamos três pontos do discurso de Paulo aos líderes da Igreja de Éfeso, pouco tempo antes da sua prisão no Templo em Jerusalém: Os cuidados pastorais (V.28), depois da minha partida (v.29) e a origem dos falsos mestres (v.30).

No segundo tópico, analisamos o texto de 1 Pedro 3.15,16. Tomando como base o versículo 15, onde o apóstolo Pedro fala da necessidade de estarmos “preparados para responder (Gr. Apologia) a qualquer um que pedir a razão da nossa esperança”, estudamos o conceito de Apologética. Na sequência, vimos a que tipo de defesa o apóstolo Pedro se refere no versículo 16. Por último, responderemos à pergunta: Por que devemos combater as heresias?. 

No terceiro tópico, o comentarista nos apresentou o conceito bíblico de heresias. Inicialmente, falamos dos significados das palavras seitas e heresias no texto bíblico e também na atualidade. Na sequência, falamos do termo grego hairesis no Novo Testamento. Por, discorremos sobre o significado da expressão “heresias de perdição”, usada pelo apóstolo Pedro em 2 Pedro 2.1.

LIÇÃO 2: SOMOS CRISTÃOS

Nesta lição vimos os alertas dos apóstolos no primeiro século para preservar a Igreja dos judaizantes, que insistiam no ensino de que os gentios convertidos à fé cristã precisavam guardar os rituais da Lei Mosaica, como a circuncisão, a guarda do sábado e a abstinência de certos tipos de alimentos. Vimos também como esta tendência se manifesta atualmente em alguns grupos que se dizem cristãos, mas querem “costurar o véu do templo” e voltar à Antiga Aliança. 

No primeiro tópico, falamos da prevenção do apóstolo Paulo contra a tendência judaizante. Falamos da subida de Paulo a Jerusalém por orientação divina, catorze anos após a sua conversão, onde ele se reuniu com os apóstolos. Na sequência, falamos do objetivo desta reunião que, provavelmente, teve ligação com a profecia de Ágabo sobre a fome e não deve ser confundida com o primeiro concílio da Igreja de Jerusalém. Por último, falamos do caso de Tito, que os judaizantes queria que ele fosse circuncidado, mas Paulo não aceitou, pois ele não era judeu. 

No segundo tópico, falamos das tendências judaizantes no início da Igreja Cristã. Falamos do espanto do apóstolo Paulo diante da mudança rápida dos crentes da Galácia para o evangelho judaizante. Na sequência, vimos quem eram judaizantes daquela época e as suas características. Por último, falamos do clima de tensão de Paulo e Barnabé contra os judaizantes, que entraram na reunião sem serem convidados e os pressionaram perante os demais apóstolos.

No terceiro tópico, falamos da tendência judaizante nos dias atuais. Vimos que o Evangelho é um só e que as expressões “Evangelho da circuncisão” e “Evangelho da incircuncisão”, usadas por Paulo, são meramente formas de apresentação, pois a mensagem é a mesma. Na sequência, falamos do perigo da tendência judaizante que além de ameaçar a liberdade cristã, pode reduzir o Cristianismo a uma mera seita judaica. Por último, falamos das práticas judaizantes da atualidade. Certos grupos que se dizem evangélicos querem introduzir no meio da Igreja costumes e práticas judaicas, como a guarda do sábado, observância de leis dietéticas e usos de elementos da cultura judaica. 

LIÇÃO 3: A ENCARNAÇÃO DO VERBO

Nesta lição, estudamos a doutrina bíblica da humanidade de Jesus, denominada de “Encarnação do Verbo”. Durante o ministério terreno de Jesus, os seus discípulos tinham dúvidas sobre a sua identidade. Pensavam que Ele fosse um profeta levantado por Deus, para libertar Israel do domínio estrangeiro. Mas, nunca tiveram dúvidas sobre a sua humanidade, pois conviveram com Ele por três anos. Somente após a sua ressurreição e assunção aos céus, eles compreenderam que realmente Ele era o Filho de Deus.

No primeiro tópico, apresentamos as heresias que negavam a corporeidade de Cristo nos primórdios da Igreja. Falamos da mais antiga delas, que era chamada de Docetismo, palavra derivada do grego dokeo, que significa ter aparência. Os docetas ensinavam muitas coisas contrárias às Escrituras e negavam que Jesus tivesse um corpo físico. Neste tópico, vimos também alguns detalhes descritos no Evangelho segundo Lucas, que comprovam a humanidade de Jesus. Por fim, vimos o que os principais docetas diziam sobre Jesus, entre eles, Cerinto, Saturnino e Marcião. Apresentamos também textos bíblicos que contestam estas heresias.  

No segundo tópico, vimos as afirmações dos apóstolos sobre a humanidade de Jesus. Falamos do significado da expressão “o que era desde o princípio”, usada por João, para afirmar a eternidade de Jesus, e a expressão “o Verbo de fez carne e habitou entre nós” que afirma que Jesus se humanizou e foi visto pelas pessoas. Na sequência, falamos da reafirmação apostólica da humanidade de Jesus, expressa no Credo apostólico, que diz: “Padeceu sob Pôncio Pilatos”. Por fim, falamos da crença herética de Cerinto, que negava o nascimento virginal de Cristo e a sua humanidade. Esta heresia foi refutada principalmente pelo apóstolo João em seus escritos. 

No terceiro tópico, vimos como estas heresias se apresentam na atualidade. Falamos das heresias dos Mórmons e Igreja da Unificação que, segundo o comentarista, negam o nascimento virginal de Jesus e são a versão moderna da heresia de Cerinto. O Mormonismo e a Igreja da Unificação tem muitas heresias de perdição, porém, em seus escritos oficiais não negam o nascimento virginal de Cristo. Na sequência, falamos das heresias modernas que negam a crucificação e ressurreição de Jesus, propagadas pelo Islamismo. Por fim, falamos da confirmação histórica da morte de Jesus por historiadores que não eram cristãos, como Flávio Josefo e Tácito. 

LIÇÃO 4: DEUS É TRINO

Nesta lição estudamos a doutrina bíblica da Santíssima Trindade e tratamos de três heresias principais contra esta doutrina que são: o Unicismo, o Unitarismo e o Triteísmo. As duas primeiras receberam vários nomes, de acordo com os seus propagadores e as suas variações. Nesta lição abordamos o Unicismo e o Unitarismo, que são heresias que se manifestam na atualidade com roupagens novas. 

No primeiro tópico, vimos como a Bíblia apresenta a Trindade. Inicialmente, vimos que não há nenhuma incompatibilidade entre a doutrina da Trindade e o monoteísmo judaico-cristão. Na sequência, falamos das evidências da Trindade nos textos do Antigo Testamento. Por último, falamos da revelação da doutrina da Trindade nos textos do Novo Testamento e nos credos da Igreja Cristã. 

No segundo tópico, falamos das duas heresias antigas contra a doutrina da Trindade que são o Unicismo e o Unitarismo. Vimos o que é o Unicismo, como ele era conhecido nos primeiros séculos da Igreja e quais foram os principais heresiarcas deste movimento. O comentarista não falou a respeito da heresia do Unitarismo, pois ele será tratado na próxima lição. Por último, apresentamos as contestações bíblicas a estas heresias. 

No terceiro tópico, falamos dos movimentos unicistas da atualidade que pregam contra a  Trindade. Inicialmente, falamos do problema de grupos que se autodenominam evangélicos pentecostais, mas que ensinam o Unicismo de forma sutil e se infiltram em nosso meio, como o Grupo Voz da Verdade e a Igreja Tabernáculo da fé. Na sequência, fizemos uma reflexão bíblica sobre pessoas que se converteram ouvindo músicas de grupos unicistas e outras que dizem sentir-se bem ao ouvi-las. Por último, falamos da posição oficial da nossa Igreja sobre o Unicismo, apresentando o que diz a nossa Declaração de fé e o manifesto oficial da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil sobre o assunto. 

LIÇÃO 5: JESUS É DEUS 

Nesta lição falamos a respeito da divindade do Senhor Jesus, que nos foi revelada no Antigo e no Novo Testamento. No Antigo Testamento, mais de setecentos anos antes de Cristo nascer, o profeta Isaías profetizou que Ele seria chamado “Emanuel”, que traduzido é “Deus conosco”, “Deus forte”, e “Pai da Eternidade”. O apóstolo João foi enfático ao afirmar que “o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Além disso, em vários textos bíblicos os atributos exclusivos de Deus são atribuídos ao Senhor Jesus, uma prova inequívoca de que Ele é Deus.

Os primeiros a negar que Jesus é Deus foram os ebionitas, que diziam que Ele era apenas um homem bom, mas não era divino. Depois vieram os monarquistas dinâmicos, também chamados de adocionistas, que diziam que Jesus era um homem comum, filho de José e Maria, que foi adotado por Deus no batismo e recebeu poderes divinos. Por fim, em 318 d.C. surgiu o Arianismo, que ensinava que Jesus foi a primeira criatura de Deus e houve um tempo em que Ele não existia. 

No primeiro tópico, estudamos a doutrina bíblica da divindade do Senhor Jesus. Analisamos vários textos bíblicos que mostram claramente que Jesus é Deus como João 1.1; Jo 20.28; Fp 2.6; Cl 2.2; Tt 2.13; 2 Pe 1.1 e 1 Jo 5.20). Diante de tantos textos que afirmam que Jesus é Deus, não há como negar esta verdade, sem negar ou deturpar as Escrituras. Na sequência, vimos que os atributos absolutos ou exclusivos de Deus são atribuídos a Cristo, em vários textos bíblicos, o que prova que Jesus é Deus. 

No segundo tópico, falamos da principal heresia que negava a divindade de Cristo nos primeiros séculos da Igreja, que era chamada de Arianismo. Trouxemos informações históricas sobre o presbítero Ário de Alexandria, que abalou os fundamentos da Igreja com esta heresia e tinha muitos seguidores. Na sequência falamos das explicações de Ário e seus seguidores para negar a divindade de Cristo. Por fim, mostramos as explicações bíblicas para as controvérsias do Arianismo. 

No terceiro tópico, falamos das implicações do Arianismo na atualidade. Falaremos das adulterações do texto bíblico feitas na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, versão usada somente pelas Testemunhas de Jeová, com um objetivo de adequar a Bíblia às suas heresias. Na sequência, falamos de alguns movimentos religiosos orientais que são panteístas e também negam a divindade de Cristo. Por último, falamos de outros grupos religiosos da atualidade que também negam a divindade de Cristo, especialmente o Islamismo e as religiões reencarnacionistas.

LIÇÃO 6: O FILHO É IGUAL COM O PAI

Esta lição é uma continuidade do tema estudado na lição anterior. A Bíblia nos mostra que Ele é igual ao Pai e ao Espírito Santo. Com base no texto de João 10.30, onde Jesus disse: “Eu e o Pai somos um”, falamos da igualdade entre o Pai e o Filho. Durante o ministério terreno de Jesus, várias vezes os judeus tentaram apedrejá-lo, quando Ele dizia que era Filho de Deus, o que eles consideravam ser uma blasfêmia, pois entendiam, que isso significa ser igual a Deus. Nos primeiros séculos da Igreja Cristã, surgiu uma heresia chamada subordinacionismo, que embora cresse na divindade de Jesus, ensinava que Ele é um deus secundário, subordinado ao Pai.

No primeiro tópico, falamos da doutrina bíblica da relação do Filho de Deus com o Pai. Vimos o conceito de filho no pensamento judaico, com os exemplos de filho do homem, filhos dos profetas, filhos de Belial, etc. Na sequência, falamos do significado teológico de “ser filho” na Bíblia, que não significa necessariamente filiação biológica, mas, igualdade de natureza e de substância. Por último, vimos o significado da expressão “o Filho de Deus”, em relação a Jesus, que é o tema predominante no Evangelho segundo João. 

No segundo tópico, falamos da heresia do subordinacionismo, que ensinava que o Filho era subordinado ao Pai e o Espírito Santo era subordinado ao Filho. Segundo o comentarista, esta heresia teve a sua origem em Orígenes, que viveu entre os anos 185 e 254 d.C. Entretanto, vários especialistas dizem que Orígenes não defendia isso, mas os seus opositores o acusavam desta heresia. Falamos também do subordinacionismo no período pré-niceno, ou seja, antes do Concílio de Nicéia, em 325 d.C., que condenou o Arianismo. Por fim, falamos dos métodos usados pelos subordinacionistas, que usavam textos que se referiam à humanidade de Jesus, isoladamente, para negar a igualdade entre Jesus e o Pai.

No terceiro tópico, vimos como o subordinacionismo se apresenta atualmente. Falamos desta heresia no contexto islâmico, que negam que Jesus é o Filho de Deus, pois consideram isso uma blasfêmia. Os muçulmanos reduzem Jesus a um mero profeta, inferior a Muhammad. Na sequência, vimos como esta heresia se apresenta através das Testemunhas de Jeová, que ensinam que Jeová é o Deus Todo-poderoso e Jesus, que é um deus menor, apenas poderoso.  

LIÇÃO 7: AS NATUREZAS HUMANA E DIVINA DE JESUS

Nesta lição estudamos a doutrina bíblica das duas naturezas de Cristo: a humana e a divina. Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, plenamente humano e plenamente divino. Ele não deixou de ser Deus ao tomar a forma humana e não deixou de ser homem depois que ressuscitou. Seguindo o modelo adotado neste trimestre, vimos as heresias antigas contra essa doutrina e como elas se manifestam na atualidade. 

No primeiro tópico, vimos o ensino bíblico a respeito da dupla natureza de Jesus. Vimos o significado da expressão “da descendência de Davi segundo a carne”, usada pelo apóstolo Paulo em Romanos 1.3. Na sequência falamos da expressão “declarado Filho de Deus em poder”, usada também por Paulo em Romanos 1.4. Por último, falamos da mensagem do antigo hino Cristológico que está em Filipenses 2.5,6.  

No segundo tópico, falamos das heresias contra o ensino bíblico da dupla natureza de Cristo. Primeiro vimos quem foi Nestório. Na sequência falamos da heresia do Nestorianismo, que defendia que as duas naturezas de Cristo são, na verdade, duas pessoas: uma divina e uma humana. Falamos também da heresia chamada Monofisismo, defendida por Êutico ou Eutiques. Por último, falamos das resoluções do Concílio de Calcedônia que condenou estas heresias. 

No terceiro tópico, vimos o perigo destas heresias na atualidade. Falamos do monofisismo atual, que tem roupagens novas através das tradições siro-monofisita ou joacobista. Na sequência, falamos da heresia do kenoticismo, que vem da palavra grega kenoō, que significa “esvaziar”. Por último, falamos da Mariolatria, que se desenvolveu no Catolicismo Romano.

LIÇÃO 8: JESUS VIVEU A EXPERIÊNCIA HUMANA

Nesta lição, estudamos os aspectos da experiência humana do Filho de Deus, que veio a este mundo, tomou a forma humana e viveu por 33 anos na terra de Israel. Ele não viveu como um monge, isolado da sociedade, mas teve uma vida social e religiosa, interagindo com as pessoas. 

No primeiro tópico, falamos da experiência humana no ministério de Jesus. Falamos dos debates com as autoridades religiosas de Israel: Fariseus, saduceus e os herodianos, que eram os seus principais opositores e buscavam meios de apanhá-lo em alguma falha para o condenarem à morte. Na sequência, falamos da vida social e religiosa de Jesus, através da escolha dos discípulos, do seu relacionamento com parentes e amigos e da sua interação com pessoas de diversas classes sociais. Por último, falamos das características naturais de um ser humano que Jesus possuía. 

No segundo tópico, falamos das heresias que negavam a humanidade plena de Jesus. Falaremos da heresia do Apolinarismo, defendida por Apolinário, que viveu entre 310 e 392 d.C. e foi bispo de Laodicéia. Apolinário admitia que Jesus teve um corpo humano, mas negava que Ele teve um espírito humano. Na sequência falamos da reação da Igreja a esta heresia, através do Concílio da Calcedônia em 451 d.C. Por último, falamos do Monotelismo, uma heresia propagada pelo patriarca Sérgio de Constantinopla, que ensinava que Jesus tinha apenas uma vontade que era a divina. Este ensino foi considerado heresia no Terceiro Concílio de Constantinopla em 681 d.C. 

No terceiro tópico, vimos como estas heresias se apresentam nos dias atuais. Respondemos neste tópico à pergunta: Quais países Jesus visitou quando esteve entre nós? Isto porque o Movimento Nova Era e outros grupos esotéricos e ocultistas têm crenças bizarras sobre a vida humana de Jesus, alegando que Ele esteve em vários países que nunca foram mencionados na Bíblia. Na sequência vimos que Jesus era visto como alguém da comunidade de Israel e não como um estrangeiro. Os seus familiares, a sua maneira de viver e os seus ensinos pertencem à cultura judaica. 

LIÇÃO 9: QUEM É O ESPÍRITO SANTO

Nesta lição estudamos outra matéria muito importante da Teologia Sistemática, chamada de Pneumatologia, que deriva de dois termos gregos “pneuma” (espírito) e “logia” (estudo ou doutrina). A Pneumatologia ou Pneumagiologia, portanto, estuda a identidade, os atributos e a obra do Espírito Santo. 

Quem é o Espírito Santo? Ele é uma pessoa, ou uma força impessoal? O Espírito Santo é Deus? Ele possui atributos divinos? Quais são as heresias antigas e atuais sobre o Espírito Santo? Ao longo desta lição respondemos a estas questões e conhecemos um pouco mais sobre a Pessoa e Obra do Espírito Santo.

No primeiro tópico, falamos do Espírito Santo como o Consolador prometido por Jesus. Fizemos uma exegese da expressão “Outro Consolador”, usada por Jesus, quando prometeu aos seus discípulos que enviaria o Espírito Santo para que ficasse para sempre com eles. Na sequência abordamos o significado do termo grego Parakletos, usado por Jesus em João 16.7. Por fim, falamos do uso do termo Parakletos em outras partes do Novo Testamento. 

No segundo tópico, falamos da deidade, atributos e obras do Espírito Santo. Vimos as inúmeras referências bíblicas que comprovam que o Espírito Santo é Deus. Vimos ainda os atributos divinos do Espírito Santo revelados na Bíblia que comprovam a sua divindade. Por último, falamos das suas obras mencionadas na Bíblia, que também evidencia que Ele é igual ao Pai, porém Ele não é o Pai, como ensinam os unicistas.

No terceiro tópico, apresentamos as heresias antigas e novas sobre a pessoa do Espírito Santo. Falamos das heresias dos arianistas, tropicianos e pneumatropicianos, que foram heresias que surgiram no Oriente sobre o Espírito Santo. Seguindo o padrão das lições deste trimestre, vimos como estas heresias se apresentam na atualidade, através das Testemunhas de Jeová e no Islamismo. 

LIÇÃO 10: O PECADO CORROMPEU A NATUREZA HUMANA

Nesta lição estudamos sobre a Hamartiologia que é o estudo da doutrina do pecado. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, perfeito e sem mácula em sua natureza, mas o pecado do primeiro casal distorceu esta imagem e interrompeu a relação entre o homem e o seu Criador. Esta doutrina bíblica foi contestada no passado pelo Pelagianismo e continua sendo negada por várias religiões da atualidade. Outras, não negam o pecado, mas ensinam que o ser humano pode livrar-se dele por obras ou esforços humanos, como veremos na próxima lição. 

No primeiro tópico, estudamos a doutrina bíblica do pecado e sua extensão.  Inicialmente falamos do autor do pecado que é a antiga serpente, identificada em Apocalipse, como o diabo e Satanás (Ap 12.9). Na sequência, falamos da expressão “foram abertos os olhos de ambos” (Gn 3.7), referindo-se ao primeiro casal que desobedeceu a Deus e perceberam a sua nudez. Falamos também da principal consequência da Queda do primeiro casal, que foi a transmissão da natureza pecaminosa a todo o gênero humano. Por fim, falamos da extensão do pecado, que corrompeu o ser humano em sua totalidade: espírito, alma e corpo. 

No segundo tópico, falamos da heresia que nega o advento do pecado. Discorremos sobre o Pelagianismo, uma heresia que surgiu no Século IV da Era Cristã e negava a universalidade do pecado, ensinando que o pecado de Adão atingiu apenas a ele próprio. Mostramos também a refutação bíblica a esta heresia. Por último, falamos da morte de Jesus em favor dos pecadores, mostrando a heresia do Islamismo que rejeita o necessidade do sacrifício de Cristo pelos pecados da humanidade. 

No terceiro tópico, falamos do perigo desta heresia para a vida do crente e da Igreja. Vimos os pensamentos pelagianistas da atualidade, que se manifestam nas religiões reencarnacionistas, na chamada Ciência Cristã e no Mormonismo. Por último, falamos do perigo da falta de conhecimento bíblico, que torna as pessoas vulneráveis diante de falsos ensinos que lhes parecem corretos, mas conduzem à perdição.

LIÇÃO 11: A SALVAÇÃO NÃO É OBRA HUMANA

Nesta lição vimos o ensino bíblico a respeito da Salvação. Esta doutrina é chamada de Soteriologia, palavra derivada de dois termos gregos: “soteria” (Salvação) e “logia” (estudo). Após a Queda da raça humana, todos os seres humanos nascem corrompidos pelo pecado e necessitam da Salvação. Uma das maiores discussões entre as religiões que não negam o advento do pecado é sobre o processo da salvação. 

No primeiro tópico, falamos da Salvação sob a Graça de Deus. Falamos da descrição do estado espiritual humano, com base nas expressões usadas pelo apóstolo Paulo em Efésios 2.1-3, para se referir à dura realidade do pecado. Na sequência, falamos da expressão “mortos em ofensas e pecados”, usada pelo apóstolo Paulo em Efésios 2.1,5, para se referir ao estado de queda espiritual do ser humano. Por último, fizemos uma exegese do texto de Efésios 2.8-10, que fala da Salvação como um dom de Deus, obtida pela Graça, mediante a fé.

No segundo tópico, falamos de algumas soteriologias inadequadas da antiguidade. A primeira delas é a doutrina da reencarnação, tão antiga quanto a humanidade, que originou-se no Hinduísmo e está presente em vários grupos religiosos. Na sequência, falamos dos galacionistas que é outro nome dado aos legalistas judaizantes opositores do apóstolo Paulo na província da Galácia. Por último falamos dos gnósticos, que tinham uma visão dualista do universo, o maniqueismo.

No terceiro tópico, falaremos das soteriologias inadequadas atuais. A primeira delas é o Islamismo, segundo o qual, se as boas ações de uma pessoa superarem as más, esta irá para o paraíso. Na sequência, falamos da soteriologia das Testemunhas de Jeová, a qual ensina, entre outras coisas, que a salvação não está em Cristo, mas na organização delas. Por último, falamos do confuso ensino do Mormonismo sobre a salvação. Eles creem numa salvação geral, na qual os não mórmons são castigados e depois liberados para a salvação; e numa perspectiva individual, em que a salvação é obtida pela fé em Jesus e pela obediência às leis e às ordenanças.

LIÇÃO 12: A IGREJA TEM UMA NATUREZA ORGANIZACIONAL

Nesta lição estudamos parte de uma matéria da teologia sistemática, chamada Eclesiologia, que é o estudo da Doutrina da Igreja. A Igreja de Cristo neste mundo tem duas dimensões: Ela é o corpo de Cristo, formada pelo conjunto de salvos de todos os lugares e épocas; mas ela é também uma organização humana, que se organiza como Igreja local e tem as suas instalações, regras e lideranças. 

No primeiro tópico, falamos de Tito e as Igrejas da Ilha de Creta. Apresentamos algumas informações biográficas de Tito, que era um filho na fé do apóstolo Paulo e seu companheiro fiel no ministério. Vimos que o apóstolo Paulo colocou Tito como pastor da Ilha de Creta, para que ele organizasse as coisas por lá e estabelecesse presbíteros em cada cidade. Por fim, falamos da Igreja de Creta e dos principais problemas existentes ali, razão pela qual o apóstolo Paulo deixou Tito lá. 

No segundo tópico, falamos da institucionalidade da Igreja no Novo Testamento. Primeiro analisaremos o teor das instruções paulinas a Tito para a Igreja de Creta. Na sequência, falamos do aspecto institucional da Igreja. Por último, falamos da organização da Igreja  Primitiva. No Novo Testamento há várias evidências de que a Igreja era organizada e não tinha nada de anarquia como ensina o movimento dos desigrejados. 

No terceiro tópico, falamos da necessidade de organização da Igreja nos dias atuais. Inicialmente falamos da Igreja como organismo e como organização, mostrando que um não exclui o outro. Na sequência falamos da experiência do Movimento Pentecostal que surgiu em um contexto de contestação da Igreja como organização, mas, pouco tempo depois, alguns viram a necessidade de se organizar para evitar o crescimento desordenado. Por último, falamos da necessidade que a Igreja tem de se organizar, para cumprir a sua missão, tomando como exemplo a história da Assembléia de Deus no Brasil.

LIÇÃO 13: PERSEVERANDO NA FÉ EM CRISTO

Nesta última lição, como conclusão do trimestre, falamos da necessidade de perseverança nas doutrinas bíblicas que abraçamos. É muito importante esclarecer que o verdadeiro Cristianismo tem a Bíblia como único manual de doutrina e prática. Não podemos jamais basear a nossa fé em escritos humanos, profecias e revelações, fora das Escrituras. Quando falamos em perseverança, no contexto desta lição, nos referimos à persistência em seguir a Bíblia Sagrada, como autoridade suprema para a nossa vida cristã. 

No primeiro tópico, vimos que é preciso perseverar diante das heresias. Inicialmente, falamos dos falsos mestres mencionados por Paulo nas duas Epístolas a Timóteo, que eram os gnósticos e os judaizantes. Na sequência, falamos da experiência do apóstolo Paulo nas perseguições, vindas dos judeus e dos falsos irmãos. Falamos também do significado do verbo “querer” usado por Paulo, quando disse: “todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2Tm 3.12). Por último, falamos das características dos enganadores, mencionados por Paulo em 2 Timóteo 2.13.

No segundo tópico, falamos da recomendação de Paulo a Timóteo para permanecer naquilo que aprendeu: aprendendo, sendo inteirado e sabendo. Inicialmente, respondemos à pergunta: De quem Timóteo aprendeu as Sagradas Letras? O comentarista apresentou uma boa exegese do pronome relativo, “de quem”, usado pelo apóstolo Paulo. Na sequência, falamos da recomendação para que Timóteo permaneça firme nas Sagradas Letras, lembrando-se de quem foram os seus instrutores. Por fim, vimos que a Bíblia é divinamente inspirada e apresentaremos o significado da inspiração divina das Escrituras.

No terceiro tópico, falamos da importância de termos a Bíblia como fundamento. Falamos da autoridade dos apóstolos do Novo Testamento, considerando que os seus escritos são colocados no mesmo nível das Escrituras do Antigo Testamento. Na sequência, falamos da abrangência do termo “Escrituras” na Bíblia, que não se limita ao Antigo Testamento. Por último, falamos da Bíblia como o manual de Deus, a qual é “proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”, qualquer pessoa, para toda boa obra.

CONCLUSÃO 

O estudo destas lições certamente nos agregou bastante conhecimento para a defesa da fé que professamos, tanto para nos prevenirmos pessoalmente dos enganos dos falsos mestres, como para defender a Igreja de Cristo destes enganos e alcançar os adeptos de grupos heterodoxos para Cristo. 

Deus os abençoe e até o próximo trimestre!

Ev. WELIANO PIRES 

AD-BELÉM/SÃO CARLOS-SP

24 março 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 13: PERSEVERANDO NA FÉ EM CRISTO

Ev. WELIANO PIRES

Com a ajuda do Espírito Santo, chegamos ao final de mais um trimestre de estudos bíblicos, em nossa Escola Bíblica Dominical. O tema deste trimestre foi Apologética Cristã, ou defesa da fé. Ao longo deste trimestre, em cada lição, apresentamos uma doutrina bíblica e os fundamentos bíblicos para esta doutrina. Na sequência apresentamos as heresias do passado contra cada uma destas doutrinas e as respectivas respostas bíblicas contra estes falsos ensinos. Por fim, apresentamos as formas em que estes enganos se manifestam na atualidade, com novas roupagens. 


Nesta última lição, como conclusão do trimestre, falaremos da necessidade de perseverança nas doutrinas bíblicas que abraçamos. É muito importante esclarecer que o verdadeiro Cristianismo tem a Bíblia como único manual de doutrina e prática. Não podemos jamais basear a nossa fé em escritos humanos, ou em profecias e revelações, fora das Escrituras. Quando falamos em perseverança, no contexto desta lição, nos referimos à persistência em seguir a Bíblia Sagrada, como autoridade suprema para a nossa vida cristã. 


No primeiro tópico, veremos que é preciso perseverar diante das heresias. Inicialmente, falaremos dos falsos mestres mencionados por Paulo nas duas Epístolas a Timóteo, que eram os gnósticos e os judaizantes. Na sequência, falaremos da experiência do apóstolo Paulo nas perseguições, vindas dos judeus e dos falsos irmãos. Falaremos também do significado do verbo “querer” usado por Paulo, quando disse: “todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2Tm 3.12). Por último, falaremos das características dos enganadores, mencionados por Paulo em 2 Timóteo 2.13.


No segundo tópico, falaremos da recomendação de Paulo a Timóteo para permanecer naquilo que aprendeu: aprendendo, sendo inteirado e sabendo. Inicialmente, responderemos à pergunta: De quem Timóteo aprendeu as Sagradas Letras? O comentarista apresenta uma boa exegese do pronome relativo, “de quem”, usado pelo apóstolo Paulo. Na sequência, falaremos da recomendação para que Timóteo permaneça firme nas Sagradas Letras, lembrando-se de quem foram os seus instrutores. Por fim, veremos que a Bíblia é divinamente inspirada e apresentaremos o significado da inspiração divina das Escrituras.


No terceiro tópico, falaremos da importância de termos a Bíblia como fundamento. Falaremos da autoridade dos apóstolos do Novo Testamento, considerando que os seus escritos são colocados no mesmo nível das Escrituras do Antigo Testamento. Na sequência, falaremos da abrangência do termo “Escrituras” na Bíblia, que não se limita ao Antigo Testamento. Por último, falaremos da Bíblia como o manual de Deus, a qual é “proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”, qualquer pessoa, para toda boa obra. 


REFERÊNCIAS: 

SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 100, 2025, p. 42.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2013, pp.1715.
Bíblia de Estudo Apologia Cristã. 1ª Edição. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2017, p.1930

PERSEVERANDO NA FÉ EM CRISTO


(Subsídio da Revista Ensinador Cristão /CPAD 

A Bíblia Sagrada é o nosso único manual e regra de fé e prática. É por meio dela que ajustamos a nossa conduta de acordo com a vontade de Deus. Ao longo da história, muitas religiões têm se apropriado indevidamente da Bíblia para fundamentar suas ideias erradas, bem como suas heresias. Só existe uma forma de refutar essa adulteração da verdade, a saber, mostrando apologeticamente que estes grupos estão interpretando de forma equivocada as Sagradas Escrituras.


A heresia, como bem sabemos, é fruto da escolha pelo erro. Diga-se de passagem, muitos erros interpretativos da Bíblia são o resultado de interpretações particulares que conduziram à formação de seitas. A Palavra de Deus, entretanto, não é de particular interpretação, como afirma o apóstolo Pedro. A profecia foi produzida a partir de homens santos que falaram inspirados pelo Espírito Santo (2Pe 1.20, 21). A Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global (CPAD) discorre que “o que Pedro afirma nesses trechos sobre a origem e a autoridade da profecia (que vieram de Deus) registrada na Bíblia Sagrada é verdadeiro a respeito de todas as coisas que constam em sua Palavra escrita: ‘homens santos [da parte] de Deus falaram [e escreveram à medida que eram] inspirados pelo Espírito Santo’. Os crentes devem manter uma visão forte e intransigente das Escrituras Sagradas em termos de inspiração (isto é, não devem abrir mão do fato de elas terem sido dadas diretamente por Deus através de pessoas guiadas pelo Espírito Santo, e segundo a escolha de Deus) e autoridade (isto é, ela é completamente confiável, está apoiada por evidências sólidas e por uma autoridade estabelecida). [...] Sem uma forte visão da Sagrada Escritura, as pessoas não reconhecem a plena autoridade e o ensino da Bíblia. Como resultado, a sua fé será fraca e a Bíblia será substituída pela experiência religiosa subjetiva (isto é, estará sempre mudando, com base na pessoa ou na situação) ou pela razão humana, que é crítica e falha (2.1-3).” (2022, p.2367).


Tendo como verdade que as Escrituras Sagradas fornecem o “Norte” para que tenhamos uma vida espiritual conforme a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.1,2), faz-se necessário defender a sua autoridade em matéria de fé e prática. Os crentes observam os ensinamentos sagrados não como um livro de filosofia, e sim como a ética que norteia o seu estilo de vida e o testemunho cristão. Por essa razão, devemos observá-la continuamente para preservar na fé.

22 março 2025

A QUESTÃO ATUAL

(Comentário do 3º tópico da Lição 12: A Igreja tem uma natureza organizacional). 

Ev. WELIANO PIRES 

No terceiro tópico, falaremos da necessidade de organização da Igreja nos dias atuais. Inicialmente falaremos da Igreja como organismo e como organização, mostrando que um não exclui o outro. Na sequência falaremos da experiência do Movimento Pentecostal, que surgiu em um contexto de contestação da Igreja como organização, mas, pouco tempo depois, alguns viram a necessidade de se organizar para evitar o crescimento desordenado. Por último, falaremos da necessidade que a Igreja tem de se organizar, para cumprir a sua missão, tomando como exemplo a história da Assembléia de Deus. 

1. Organismo e organização. Este subtópico ficou um pouco desconexo no início. Isso vem acontecendo bastante neste trimestre, provavelmente, no momento de resumir o que está no livro de apoio, para o texto da revista. O texto diz: “A ideia é de que a igreja deve se restringir a um local onde as pessoas se reúnem para adorar a Deus, estudar a Palavra, pregar o evangelho, orar e celebrar as ordenanças eclesiásticas.” De qual idéia ele está falando? Não ficou muito claro, pelo menos para mim, pelo texto da revista, o que o comentarista quis dizer aqui. É possível que ele esteja falando da ideia da Igreja como organização. 

Conforme falamos no tópico anterior, embora a Igreja não existisse como pessoa jurídica no primeiro século, pois isso ainda não existia, ela trazia características de uma organização. Havia lideranças, reuniões de obreiros, concílio de pastores para debater questões doutrinárias, arrecadação de ofertas, diáconos, missionários, cartas de recomendação, disciplina, envio de obreiros, etc. Não é possível realizar tudo isso, se não houver uma organização com funções estabelecidas, mesmo não sendo uma organização registrada oficialmente. 

A institucionalização da Igreja não foi algo que aconteceu de uma vez, como muitos imaginam. Aos poucos, conforme as mudanças ocorriam na sociedade, surgia a necessidade da Igreja também se organizar para atender às demandas dos seus membros e se adequar às transformações da sociedade. Nos primeiros anos após o Pentecostes, os cristãos frequentavam o templo judaico e as sinagogas. Com as perseguições dos judeus, passaram a se reunir apenas nas casas. Tudo o que havia de liderança eram os apóstolos, mas estes se dedicavam apenas à oração e ao ensino da Palavra. 

Com o crescimento vertiginoso do números de cristãos, foram surgindo outros problemas e necessidades de resolvê-los, como no caso das viúvas dos gentios, que foram deixadas de lado e houve murmuração. Deste problema, surgiu a necessidade da Igreja instituir os diáconos (At 6.1-4). Depois, com as viagens missionárias de Barnabé e Paulo, as novas Igrejas implantadas tinham outros formatos de liderança como os bispos e presbíteros (At 14.23). Em Atos 15, vemos a necessidade da Igreja realizar um concílio para discutir questões doutrinárias, que contou com a participação dos apóstolos e anciãos (presbíteros). 

Com a conversão do imperador Constantino, cessaram as perseguições e o Cristianismo se tornou a religião oficial do império. A partir daí, muitas mudanças ocorreram na Igreja, de acordo com as necessidades e as mudanças ocorridas no mundo. A Igreja de Roma reivindicou para si a primazia e acabaram criando a figura do Papa. A Igreja romana acabou se misturando ao estado e se tornou poderosa. Isso trouxe o desvirtuamento do papel da Igreja e houve muitos abusos de autoridade. 

Claro que sempre houve cristãos que se posicionaram contra, mas foram perseguidos e até mortos. Isso perdurou por muitos séculos, até o período da Reforma Protestante. Depois da Reforma, os reformadores adotaram o seu próprio modelo de instituição, de acordo com o seu entendimento da Bíblia. Mas ainda trouxeram muita coisa do Catolicismo neste aspecto. Os reformadores se dividiram entre si, quanto à forma batismal, o significado da Ceia do Senhor e a forma de governo eclesiástico. Por isso, surgiram muitas denominações, conforme o entendimento de cada líder nestas questões. 

A organização da Igreja como vimos até aqui é indispensável, pois nada desorganizado funciona. É preciso haver liderança, unidade doutrinária, planejamento de ações, distribuição de atividades, arrecadação e administração dos recursos, etc. Sem isso, nenhum movimento se sustenta. Atualmente, a organização de uma Igreja não é apenas uma questão opcional. A própria legislação brasileira exige que uma Igreja tenha CNPJ e alvará de funcionamento. Para isso, precisa ter o seu estatuto e os responsáveis pela administração da Igreja. 

2. A experiência pentecostal. A Reforma Protestante se espalhou por vários países e, com isso, surgiram as chamadas Igrejas Protestantes, que romperam com o Catolicismo Romano. Os anos foram passando e as Igrejas Protestantes, como eram lideradas por homens falíveis, enquanto organização, também tinham os seus problemas institucionais. Surgiram, então, vários movimentos dentro delas, como o Puritanismo, o Movimento da Santidade ou Movimento Holiness, entre outros. Neste contexto, havia um clima de descontentamento e contestação às denominações. O Movimento Pentecostal surgiu neste contexto. 

Charles Fox Parham (1873–1929), pastor metodista e pregador americano, considerado um dos principais pioneiros do pentecostalismo moderno, tinha uma posição antidenominacionalista. Em 1895, ele rompeu com a Igreja Metodista e iniciou um movimento de estudos bíblicos, chamado Missão da Fé Apostólica (Apostolic Faith Mission). Um dos seus alunos, William Seymour, iniciou o Movimento Pentecostal da Rua Azuza, em Los Angeles e partir daí, vários missionários saíram pelo mundo pregando a mensagem pentecostal. Os primeiros missionários pentecostais também não viam com bons olhos a Igreja como uma instituição. 

3. É necessário organizar. No final de 1910, dois jovens suecos que viviam nos Estados Unidos, que eram ligados à Igreja Batista dos Estados Unidos, aderiram ao Movimento Pentecostal e vieram ao Brasil como missionários independentes, sem serem enviados pela Igreja. Inicialmente, procuraram a Igreja Batista de Belém/PA e foram congregar lá. Entretanto, a sua fé na atualidade dos dons espirituais incomodou a liderança da Igreja e eles foram expulsos com outros 19 irmãos, que concordaram com a pregação deles. 

A partir desta expulsão, começaram a realizar cultos na casa da irmã Celina de Albuquerque, que foi a primeira brasileira a receber o batismo no Espírito Santo. O novo trabalho iniciado recebeu o nome de Missão da Fé Apostólica, o mesmo nome do Movimento Pentecostal dos Estados Unidos. 

O avanço do Movimento Pentecostal nos Estados Unidos com o sentimento antidenominacionista de Charles Fox Parham e de outros pentecostais, trouxe vários problemas ao Movimento, entre eles o Unicismo. Por conta disso, os pentecostais entenderam que era o momento de rever este modelo e realizaram o Concílio das Assembléias de Deus nos Estados Unidos, que resultou na primeira declaração de fé, em 1917. 

No Brasil, os missionários seguiram a mesma linha e em 1918, adotaram o nome Assembléia de Deus, seguindo o modelo americano. A chama pentecostal se espalhou pelo Brasil a partir do Pará, chegou ao Nordeste e alcançou as outras regiões do Brasil. Neste período, a liderança da Igreja permaneceu com os missionários suecos. Mas havia um movimento de pastores brasileiros que desejavam que houvesse maior participação dos obreiros nacionais. A partir daí, em 1930, foi criada a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil e a liderança da Igreja foi passada aos pastores brasileiros. 


REFERÊNCIAS:
SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 100, 2025, p. 42.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2013, pp.1718,1719, 1720, 1721.
GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.


20 março 2025

A INSTITUCIONALIDADE BÍBLICA DA IGREJA

(Comentário do 2º tópico da Lição 12: A Igreja tem uma natureza organizacional)

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, falaremos da institucionalidade da Igreja no Novo Testamento. Primeiro analisaremos o teor das instruções paulinas a Tito para a Igreja de Creta. Na sequência, falaremos do aspecto institucional da Igreja. Por último, falaremos da organização da Igreja  Primitiva. No Novo Testamento há várias evidências de que a Igreja era organizada e não tinha nada de anarquia como ensina o movimento dos desigrejados.

1. A instrução paulina. A pequena Epístola de Paulo a Tito possui apenas três capítulos e foi escrita, provavelmente, entre a primeira e a segunda epístola a Timóteo, entre os anos 63 e 66 d.C. Esta Epístola escrita pelo veterano apóstolo dos gentios a um jovem pastor, por quem ele tinha muita afinidade, vai muito além da orientação para a estruturação ministerial nas igrejas da Ilha de Creta, conforme colocou o comentarista. 


A prática de estabelecer presbíteros nas cidades já era rotineira em todas as igrejas estabelecidas por Paulo e sua equipe missionária. Podemos constatar isso, por exemplo, no texto de Atos 14.23: “E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido”. Paulo relembra a Tito, a razão de tê-lo deixado em Creta, que era colocar as coisas em ordem. Para isso, Tito deveria estabelecer presbíteros em cada cidade. 


O apóstolo colocou para Tito os critérios e as qualificações para a escolha desses presbíteros, que são praticamente os mesmos que falou para Timóteo: Ser irrepreensível, marido de uma mulher, ter filhos fiéis, não soberbo, não iracundo, não dado ao vinho, não espancador, nem cobiçoso de torpe ganância. Tais exigências reforçam a importância deste ministério e a necessidade da liderança das igrejas fazer uma análise rigorosa no perfil dos candidatos ao presbitério. 


Não sabemos ao certo quando surgiu o presbitério na Igreja Primitiva. Mas, ele estava presente nas Igrejas de Jerusalém, Antioquia, Listra e Icônio, nos relatos de Atos dos apóstolos e participava das discussões e decisões da liderança da Igreja junto com os apóstolos. O presbitério da Igreja Primitiva formava uma espécie de conselho ou assembléia que deliberava junto com os apóstolos, sobre assuntos doutrinários, éticos e administrativos da Igreja. (At 15.2,6,9-11; At 16.4). Eles faziam o papel exercido hoje pelos pastores e evangelistas nas convenções, no caso das Assembléias de Deus.


No capítulo 2, Paulo prescreve a Tito, exortações para várias classes de pessoas: homens e mulheres idosos, mulheres novas e jovens, servos e senhores. Em seguida, ele recomenda que Tito seja o exemplo, nas boas obras, na linguagem e na doutrina. Não basta ao pastor trazer orientações à igreja que ele lidera, o povo precisa ver nele o exemplo. A filosofia que diz: “faça o que eu digo, mas não o que eu faço” não funciona na Igreja, pois ela é o retrato da hipocrisia. 


Ainda no capítulo 2, o apóstolo falou sobre a Graça de Deus, que se manifestou e trouxe salvação a todos. Tito precisava ensinar à Igreja a Doutrina da Salvação, que é fruto da Graça de Deus e não vem de obras ou méritos humanos, como ensinavam os judaizantes. Entretanto esta graça não pode ser usada como justificativa para permanecer no pecado. Na continuidade deste texto, ele disse que “devemos renunciar à impiedade e às concupiscências mundanas, e viver neste presente século sóbria, justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo”. 


No capítulo 3, o apóstolo traz várias exortações a Tito: Sujeição às autoridades; ser bom cidadão e cumpridor dos seus deveres; não entrar em questões loucas e evitar os hereges, após a repreensão. Por fim, envia saudações dos irmãos que estão com ele e se despede. Apesar de pequena, a Epístola a Tito discorre sobre temas variados, trazendo exortações importantes ao jovem pastor. 


É muito importante que a liderança de um ministério tenha o cuidado de preparar os obreiros mais novos, dando-lhes as orientações de como proceder em seu campo de trabalho. Além de dar as orientações, é importante fiscalizar para ver se elas são realmente cumpridas. Os obreiros, por sua vez, devem obedecer à liderança da Igreja, pois quem não obedece, não merece ser obedecido e é um péssimo exemplo para a igreja. Eu já conheci obreiros que cobravam obediência da congregação a ele, mas não obedeciam às determinações da Igreja Sede. 


2. Igreja como instituição. Em sua dimensão universal e invisível, a Igreja é formada por todos os cristãos regenerados que estão em todos os lugares e por aqueles que já estão também na glória (Hb 12.23), não se limitando somente à dimensão terrena. Neste aspecto, ela é um organismo vivo e não uma organização. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios, comparou a Igreja ao corpo humano e disse, metaforicamente, que a Igreja é o corpo de Cristo. “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também… Ora, vós sois o Corpo de Cristo e seus membros em particular.” (1 Co 12.1,27).


A Igreja fundada por Jesus é um organismo vivo e, nesse sentido, ela é formada por todos os salvos que nasceram de novo, é liderada por Ele e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18). Como um organismo, a Igreja de Jesus é única e não precisa de CNPJ, endereço, estatuto, líderes humanos, ou espaço físico. Ela é formada por todos os salvos de qualquer denominação, lugar ou época. Como organismo, a Igreja é representada como o corpo de Cristo, sendo Ele próprio a cabeça (I Co 12.27; Ef 4.12).


3. Organização. Organização, no contexto em que estamos falando aqui, é a forma como um sistema se organiza, para alcançar os atingir os seus objetivos e cumprir a sua missão. Em toda organização há vários setores e funções, que são diferentes e há uma estrutura administrativa para planejar, distribuir as atividades e controlar os recursos. 


Em dimensão local, a Igreja está relacionada ao local ou ao espaço geográfico. Neste aspecto, ela pode ser vista e sentida. Neste aspecto, a Igreja é uma organização que existe como pessoa jurídica, em um determinado local. É dirigida por homens e tem as suas particularidades, costumes e normas. A Igreja, mesmo sendo um organismo, precisa se organizar para cumprir a sua missão neste mundo. 


Na atualidade, há um movimento nocivo que tem crescido assustadoramente, que é o movimento dos desigrejados. Os adeptos deste movimento se dizem cristãos, mas não estão ligados a nenhuma Igreja. Procuram desqualificar a Igreja local e negam a sua necessidade. Os desigrejados são contrários à Igreja como organização, alegando que a Igreja Primitiva se reunia nas casas e não era institucionalizada.


De fato, a Igreja nos primeiros séculos não possuía templos, porque vivia sob intensa perseguição tanto dos judeus quanto do Império romano. Também não era uma pessoa jurídica, porque naquela época não existiam instituições formais como hoje. Entretanto, isso não significa que não era uma organização. A Igreja tinha a sua liderança formada por apóstolos, profetas, evangelistas, presbíteros, diáconos, pastores e mestres (Ef 4.11; At 6.1-6; At 14.23; At 20.28; Hb 13.17). Tinha o seu código doutrinário (At 2.42-47) e disciplinar (1 Pe 3.5,6; 2 Ts 3.6).


No Novo Testamento, podemos perceber claramente, que a Igreja era também uma organização, formada por pessoas diferentes, que formavam uma comunidade local para adorar a Deus e pregar o Evangelho. A Igreja Primitiva começou em Jerusalém, sob a liderança dos apóstolos. Os mais proeminentes entre eles, eram Pedro e João (At 8.14; Gl 2.7). Depois, Tiago, o irmão do Senhor, exerceu papel importante na liderança da Igreja em Jerusalém, dirigindo, inclusive, o primeiro concílio da Igreja (At 15. 13).


Nas Igrejas fundadas por Paulo também havia lideranças estabelecidas. Em todas estas comunidades havia presbíteros e diáconos. Havia também a doutrina dos apóstolos (At 2.42-47); autoridades na Igreja para julgar as causas entre os irmãos (I Co 6.5); Presbíteros que lideravam as Igrejas locais (I Ts 5.12; I Tm 5.17; Tt 1.5). O mesmo acontecia nas Igrejas da Ásia, onde cada uma tinha o seu líder, que recebeu a respectiva carta do Senhor Jesus, através de João. 


Evidentemente, a organização da Igreja dos tempos bíblicos era diferente do que é hoje, como todas as organizações sociais o são. Naquela época, não existia democracia ou estado de direito. O mundo em que os apóstolos viviam era dominado pelo império romano que era extremamente hostil ao Cristianismo. Os cristãos foram duramente perseguidos pelos romanos. Muitos cristãos foram crucificados, decapitados, jogados às feras famintas e queimados vivos. Não dá para imaginar, que em um ambiente assim, seria possível os cristãos terem templos para se reunir. 


REFERÊNCIAS:


SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 100, 2025, p. 42.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2013, pp.1718,1719, 1720, 1721.

GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.


TITO E AS IGREJAS NA ILHA DE CRETA

(Comentário do 1º tópico da Lição 12: A Igreja tem uma natureza organizacional)

Ev. WELIANO PIRES
 

No primeiro tópico, falaremos de Tito e as Igrejas da Ilha de Creta. Apresentaremos algumas informações biográficas de Tito, que era um filho na fé do apóstolo Paulo e seu companheiro fiel no ministério. Veremos que o apóstolo Paulo colocou Tito como pastor da Ilha de Creta, para que ele organizasse as coisas por lá e estabelecesse presbíteros em cada cidade. Por fim, falaremos da Igreja de Creta e dos principais problemas existentes ali, razão pela qual o apóstolo Paulo deixou Tito lá. 

1. Tito (v.4). Temos pouquíssimas informações biográficas sobre Tito no Novo Testamento. Sabemos que ele foi filho na fé e um  dos mais fiéis companheiros de ministério do apóstolo Paulo. Entretanto, diferente de outros companheiros como Barnabé, Silas, Apolo e Timóteo, Tito sequer é mencionado no Livro de Atos dos Apóstolos, onde estão os relatos das viagens missionárias de Paulo. 

As informações que temos sobre Tito estão nas Epístolas do apóstolo Paulo. Tito é mencionado nas epístolas de 2 Coríntios, Gálatas, 2 Timóteo e Tito. Sabemos que ele era gentio, pois ele viajou com Paulo para Jerusalém e participou de uma reunião de obreiros para discutir a questão dos judaizantes. No capítulo 2, da Epístola aos Gálatas, Paulo descreve esta reunião e diz que Tito sendo grego (gentio) não foi constrangido a ser circuncidado. 

Tito também era um obreiro de extrema confiança do apóstolo Paulo. Podemos chegar a esta conclusão a partir do texto de 2 Coríntios 8.8-10, que nos informa que ele foi encarregado de supervisionar as arrecadações de ofertas para os necessitados. Tito tinha habilidade como líder cristão para resolver conflitos e organizar a Igreja. Por isso, foi designado pelo apóstolo Paulo para missões importantes em Corinto, Creta e Dalmácia, nas duas primeiras, em situações muito difíceis. 

Paulo tinha um carinho especial por Tito e sempre fazia elogios a ele em suas cartas, referindo-se a ele como meu companheiro e cooperador (2 Co 8.23); meu verdadeiro filho segundo a fé (Tt 1.4); meu irmão Tito (2 Co 2.13); e foi consolado com a chegada de Tito (2Co 6.7). Felizes são os pastores que podem contar com um obreiro com o perfil de Tito. Obreiro fiel, dedicado à obra de Deus e conciliador. 

2. O pastor de Creta (v.5). Tito foi constituído pastor na Ilha de Creta pelo apóstolo Paulo, com objetivos específicos: “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros”. (Tt 1.5). Nada sabemos sobre as circunstâncias em que a Igreja foi estabelecida em Creta, pois não temos relatos sobre isso no Livro de Atos, nem nas Epístolas Paulinas. Entretanto, pela preocupação e conhecimento de Paulo sobre a situação da Igreja, podemos deduzir que ele foi o fundador desta Igreja, ou pelo menos teve participação no início dela. 

Paulo era um missionário visionário, que recebeu do Senhor uma estratégia excelente para o estabelecimento de Igrejas. Primeiro, ele passava pregando o Evangelho. Quando um bom número de pessoas se convertiam, ele deixava um obreiro da sua confiança para discipular os novos crentes e seguia para novos campos. Na volta da viagem missionária, ele passava por estas Igrejas dando instruções mais aprofundadas. Dependendo dos problemas que houvessem, ele demorava um pouco mais, ou enviava cartas. 

O apóstolo teve conhecimento da desordem que existia nas Igrejas da Ilha de Creta e designou um pastor com o perfil ideal para organizar as coisas por lá. Tito, embora fosse ainda jovem como Timóteo, era um obreiro experiente e tinha habilidade para resolver conflitos. Timóteo parecia ser mais brando e, pelas recomendações do apóstolo Paulo a ele, para ninguém desprezar a sua mocidade, é possível que alguns estivessem fazendo isso. Tito parecia ter personalidade mais forte e ser mais incisivo na liderança. 

A missão de Tito, tanto em Creta como em Corinto, era delicada, pois nestas Igrejas havia muita desordem. Deus levanta obreiros com características diferentes para as mais diversas Igrejas. Ele chamou uns para plantar Igrejas, outros para organizar os trabalhos no início e outros para dar continuidade aos trabalhos já organizados. Cabe à liderança da Igreja orar a Deus e identificar as características de cada obreiro e designá-los para os trabalhos que estiverem de acordo com o seu perfil. Há obreiros que são excelentes para desbravar campos missionários e iniciar Igrejas. Mas se o ministério deixá-lo lá por muito, o trabalho iniciado cresce desordenado ou acaba. 

3. Creta. A Ilha de Creta está localizada no sudoeste da Grécia e é a quarta maior ilha do Mediterrâneo, com cerca de 8.200 km² de extensão territorial. Na época do apóstolo Paulo, havia na Ilha de Creta mais de cem cidades e muitos portos. Este território foi anexado ao Império Romano em 67 d.C. 

O povo cretense não tinha uma boa fama. Havia muita violência, imoralidade e sincretismo religioso na região. Um dos poetas de Creta descreveu os cretenses como “mentirosos, bestas ruins e ventres preguiçosos” (Tt 1.12). Parece que mesmo após a conversão ao Evangelho, os crentes da Ilha de Creta continuavam com estes comportamentos incompatíveis com a vida cristã. Havia ali judaizantes, mercenários e outros que causavam divisões na Igreja. 

Seria praticamente impossível para Tito, resolver pessoalmente todos estes problemas, em uma Ilha com mais de cem cidades. Por isso, a primeira providência que ele deveria adotar, seria estabelecer presbíteros de cidade em cidade. Estes presbíteros ficariam responsáveis pela liderança de cada Igreja local, para ensinar a Palavra de Deus e corrigir os desvios doutrinários e morais. Paulo colocou uma série de requisitos para os candidatos ao presbitério: Deveriam ser irrepreensíveis, monogâmicos, ter filhos de bom testemunho, moderados, não soberbos, não dados ao vinho, não gananciosos, santos, hospitaleiros e manter a fiel palavra. O líder de uma congregação não pode ser qualquer um, pois ele é o exemplo para os fiéis em tudo e precisa está apto para ensinar a Igreja. 

Tito recebeu a missão de supervisionar este corpo de presbíteros e juntos deveriam combater os falsos mestres judaizantes, mostrando à Igreja que o Evangelho de Cristo não é uma seita do Judaísmo, conforme vimos na lição 2. Por outro lado, Tito e o presbitério tinham a Incumbência de ensinar a Palavra de Deus ao povo cretense para corrigir os desvios morais, impregnados naquela cultura. 

18 março 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: A IGREJA TEM UMA NATUREZA ORGANIZACIONAL


Ev. WELIANO PIRES

Nesta lição estudaremos parte de uma matéria da teologia sistemática, chamada Eclesiologia, que é o estudo da Doutrina da Igreja. No primeiro de trimestre de 2024 estudamos um trimestre inteiro sobre este assunto, com o tema: O Corpo de Cristo: Origem, natureza e vocação da Igreja no mundo. Discorremos na ocasião sobre vários assuntos relacionados à Igreja: a sua origem, natureza, imagens bíblicas da Igreja, missão da Igreja, ministério, ordenanças, liturgia, etc. 

Em uma destas lições estudamos sobre a Igreja como organismo e organização. Nesta lição, o Pr. José Gonçalves comentou que “não há organismo, sem organização”. A Igreja de Cristo neste mundo tem duas dimensões: Ela é o corpo de Cristo, formada pelo conjunto de salvos de todos os lugares e épocas; mas ela é também uma organização humana, que se organiza como Igreja local e tem as suas instalações, regras e lideranças. 

É preciso haver equilíbrio entre estas duas dimensões para evitar dois extremos: o antidenominacionismo,  que despreza e combate a organização, achando que ela é desnecessária; e o institucionalismo, que supervaloriza a organização, dando-lhe uma importância que ela não possui e construindo templos suntuosos, com o objetivo de demonstrar força.

No primeiro tópico, falaremos de Tito e as Igrejas da Ilha de Creta. Apresentaremos algumas informações biográficas de Tito, que era um filho na fé do apóstolo Paulo e seu companheiro fiel no ministério. Veremos que o apóstolo Paulo colocou Tito como pastor da Ilha de Creta, para que ele organizasse as coisas por lá e estabelecesse presbíteros em cada cidade. Por fim, falaremos da Igreja de Creta e dos principais problemas existentes ali, razão pela qual o apóstolo Paulo deixou Tito lá. 

No segundo tópico, falaremos da institucionalidade da Igreja no Novo Testamento. Primeiro analisaremos o teor das instruções paulinas a Tito para a Igreja de Creta. Na sequência, falaremos do aspecto institucional da Igreja. Por último, falaremos da organização da Igreja  Primitiva. No Novo Testamento há várias evidências de que a Igreja era organizada e não tinha nada de anarquia como ensina o movimento dos desigrejados. 

No terceiro tópico, falaremos da necessidade de organização da Igreja nos dias atuais. Inicialmente falaremos da Igreja como organismo e como organização, mostrando que um não exclui o outro. Na sequência falaremos da experiência do Movimento Pentecostal que surgiu em um contexto de contestação da Igreja como organização, mas, pouco tempo depois, alguns viram a necessidade de se organizar para evitar o crescimento desordenado. Por último, falaremos da necessidade que a Igreja tem de se organizar, para cumprir a sua missão, tomando como exemplo a história da Assembléia de Deus no Brasil.

REFERÊNCIAS:

SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 100, 2025, p. 42.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2013, pp.1718,1719, 1720, 1721.
GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

17 março 2025

A IGREJA TEM UMA NATUREZA ORGANIZACIONAL


SUBSÍDIO DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO / CPAD

A Igreja de Cristo é um organismo vivo com propósito espiritual neste mundo, mas que requer organização. Há grupos que argumentam que a igreja não deve se institucionalizar, pois isso retira dela sua identidade espiritual. Entretanto, essa é uma afirmação equivocada. Jesus ensinou Seus discípulos acerca da necessidade de organização para pregação do Evangelho. Foi assim quando os enviou de dois em dois ou mesmo quando ordenou que a multidão se assentasse sobre a relva antes de operar a multiplicação de pães e peixes (Mt 10; 14.13-21). Com o surgimento da igreja, não fazia sentido que os discípulos pregassem o Evangelho sem organização. Naquele contexto, os irmãos se reuniam nas casas e em cada lugar havia líderes responsáveis pela instrução da Palavra de Deus às congregações.

A formalidade institucional sempre existiu, mesmo que de forma menos robusta como é notório atualmente. Stanley M. Horton, na obra Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal (CPAD), discorre sobre os três tipos de governo eclesiásticos: “A forma episcopal de governo eclesiástico é normalmente considerada a mais antiga. O próprio título é derivado da palavra grega episkopos, que significa ‘supervisor’. A tradução mais frequente desse termo é ‘bispo’ ou ‘superintendente’. Os que apoiam essa forma de constituição eclesiástica acreditam que Cristo, como Cabeça da Igreja, tenha confiado o controle de sua Igreja na terra a uma ordem de oficiais chamados bispos, que seriam sucessores dos apóstolos. [...] A forma presbiteriana de constituição eclesiástica deriva seu nome do cargo e funções bíblicos do presbuteros (‘presbítero’ ou ‘ancião’). Este sistema de governo tem um controle menos centralizado que o modelo episcopal: confia na liderança de representação. [...] A terceira forma de governo eclesiástico é o sistema congregacional. Conforme sugere o nome, seu enfoque de autoridade recai sobre o corpo local de crentes. Entre os três tipos principais de constituição eclesiástica, é o sistema congregacional que mais controle coloca nas mãos dos leigos e mais se aproxima da pura democracia” (1996, pp.558-560).

Deus é organizado e estabeleceu a disciplina, a prudência e a organização desde o princípio da Sua criação. Foi assim no Jardim do Éden (Gn 1 — 2), na saída dos hebreus do Egito (Êx 14), na peregrinação e entrada dos hebreus na Terra Santa (Dt 31), bem como na organização do Reino de Israel (1Sm 8). Logo, era apropriado que na organização da Igreja Primitiva esses mesmos princípios fossem aplicados. Importa que a igreja atual preserve o mesmo compromisso com a organização para a realização de um trabalho com excelência.

16 março 2025

Meu fiel amigo Jesus


Jesus, meu fiel amigo 

Meu Senhor e meu Rei

Sempre está comigo 

Em paz descansarei


Se vierem tempestades 

Ele manda acalmar

E nas adversidades

Ele me fará triunfar


Sigo peregrinando

Em direção ao meu lar

Sua vinda esperando 

Para com Ele morar 


Weliano Pires 

CONCLUSÃO DO 2º TRIMESTRE DE 2025

Imagem: CPAD  Graças a Deus chegamos ao final de mais um trimestre de estudos em nossa Escola Bíblica Dominical. A cada trimestre que estuda...