04 janeiro 2025

O QUE É APOLOGÉTICA?

(Comentário do 2° tópico da Lição 01: Quando as heresias ameaçam a unidade da Igreja).

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, analisaremos a segunda parte da leitura bíblica em classe, que é o texto de 1Pe 3.15,16). Tomando como base o versículo 15, onde o apóstolo Pedro fala da necessidade de estarmos “preparados para responder" (Gr. Apologia) a qualquer um que pedir a razão da nossa esperança”, apresentaremos o conceito de Apologética. Na sequência, veremos a que tipo de defesa o apóstolo Pedro se refere no versículo 16. Por último, responderemos à pergunta: Por que devemos combater as heresias? 

1. Definição (1 Pe 3.15). O comentarista, além de ser um especialista em grego, dedica-se à apologética há mais de 30 anos. Portanto, tem autoridade para explicar o que é apologética e o fez com mestria. Conforme ele nos explicou, a palavra apologética deriva do grego “apologia”, que significa uma defesa em resposta a um questionamento, ou uma réplica. No texto de 1Pe 3.15, Pedro que falou que devemos estar preparados para “responder” a qualquer um que pedir a razão da nossa esperança. O termo grego traduzido por “responder” é “apologia”, que significa fazer a defesa ou explicar uma tese, após um questionamento.

Infelizmente, há cristãos que pensam que não devemos nos preocupar com a defesa da nossa fé, pois devemos “apenas evangelizar”. Entretanto, isso é um grande equívoco, pois para evangelizar é preciso fazer apologética ou explicar a razão da nossa esperança para as pessoas que pretendemos evangelizar. Nas ruas, escolas, no trabalho, na família, etc. encontramos vários questionamentos a respeito da nossa fé e, se não estivermos preparados, passaremos vergonha. É importante lembrar que esta defesa da nossa fé deve ser feita com mansidão, visando a conversão da pessoa e não debates acalorados e infrutíferos. 

A Igreja Cristã nasceu apologética. No dia de Pentecostes, quando a Igreja foi inaugurada, os discípulos foram cheios do Espírito Santo e estavam falando em línguas e profetizando. A multidão se admirou, porque os cristãos falavam das maravilhas de Deus em idiomas que eles não conheciam. De repente, alguns começaram a zombar e a acusá-los de embriaguez. Pedro, então, levantou-se e fez um discurso apologético, em resposta àquele questionamento. Posteriormente, Estevão também fez o mesmo, perante o Sumo Sacerdote. Da mesma forma, Paulo fez vários discursos dessa natureza. Alguns deles estão registrados no Livro de Atos. 

2. A que defesa Pedro se refere? (v.16). A palavra grega apologia, como vimos acima, significa uma defesa em resposta a uma acusação ou questionamento. Mas não é apenas isso. Se fosse assim, se ninguém nos acusasse, não precisaríamos fazer a defesa ou a explicação da nossa fé para as pessoas. Pedro falou que devemos estar preparados para fazer a defesa da nossa fé, para qualquer pessoa. 

O Senhor Jesus também falou para os seus discípulos ensinarem todas as nações a guardarem tudo o que Ele havia mandado. Ora, como iriam fazer isso, se não fosse explicando a doutrina cristã para as pessoas? A defesa a que Pedro se refere, portanto, é uma explicação racional e lógica do nosso credo. Todo cristão precisa estar pronto para falar de Jesus e responder aos questionamentos que lhe fizerem sobre a fé cristã. Para isso, precisa estudar a Palavra de Deus e conhecê-la profundamente. 

O comentarista citou o caso de Paulo que teve a oportunidade de fazer a defesa das acusações que pesavam contra ele, perante os governadores Festo e Herodes Agripa. Ele fez um eloquente discurso, contando como conheceu a Cristo e explicou porque pregava o Evangelho. Festo ficou tão impressionado que disse: “Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar.” (At 26.24). Agripa, por sua vez, disse: “Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!” (At 26.28). Isso é fazer a defesa da fé cristã com ousadia. 

3. Por que devemos combater as heresias? (3.16).  Eu penso que este ponto se encaixaria melhor no próximo tópico, pois é nele que apresentaremos o conceito de heresia. Mas, como o comentarista tratou deste assunto aqui, vamos lá. O comentarista nos apresenta duas razões, pelas quais devemos combater as heresias:

a) Para defesa própria. Inevitavelmente, o cristão irá se deparar com falsos ensinos e questionamentos a respeito da sua fé. Por isso, ele precisa conhecer profundamente a Palavra de Deus para não ser enganado por causa da ignorância. Jesus disse certa vez: “Errais não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. (Mt 22.29). Deus falou também através do profeta Oséias: “O meu povo destruído porque lhe faltou o conhecimento”. (Os 4.6). Estes dois versículos nos mostram que a falta de conhecimento da Palavra de Deus nos deixa vulneráveis perante os falsos ensinos e pode nos levar ao erro e até à destruição espiritual. Por outro lado, precisamos conhecer aquilo que os falsos mestres ensinam para refutá-los da forma correta. Não há como refutar aquilo que não se conhece. 

b) Para ajudar os outros na compreensão da própria fé. Precisamos combater as heresias também para ajudar outras pessoas, principalmente novos convertidos e crentes inexperientes a se defenderem dos falsos mestres. Não podemos ficar de braços cruzados, assistindo de camarote os lobos destruírem o rebanho do Senhor. Esta responsabilidade cabe primeiramente aos pastores e professores. Mas isso não exclui os demais cristãos. Todos nós precisamos ajudar uns aos outros a compreender as doutrinas bíblicas. Como professor, eu já fui solicitado várias vezes por membros da Igreja, para tirar dúvidas sobre a Bíblia, ou sobre falsos ensinos, mesmo não sendo o pastor da Igreja. Pesa sobre todos nós esta responsabilidade. 


REFERÊNCIAS:

SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 
Revista Ensinador Cristão. Ed. 100, p. 36. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025. 
Comentário Bíblico Farol. Vol. 10. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2006, p.233.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.178.

03 janeiro 2025

AS AMEAÇAS DOS LOBOS VORAZES

(Comentário do 1° tópico da Lição 01: Quando as heresias ameaçam a unidade da Igreja)

Ev. WELIANO PIRES

Neste primeiro tópico falaremos a respeito das ameaças dos falsos mestres, a quem o apóstolo Paulo chamou de “lobos vorazes”. Usaremos como base a primeira parte da leitura bíblica em classe, que é o texto de Atos 20.28-30. Destacaremos três pontos do discurso de Paulo aos líderes da Igreja de Éfeso, pouco tempo antes da sua prisão no Templo em Jerusalém: Os cuidados pastorais (V. 28), depois da minha partida (v. 29) e a origem dos falsos mestres (v.30).

1. Os cuidados pastorais (At 20.28). No capítulo 20 do livro de Atos, a partir do versículo 15, temos a informação de que Paulo chegou a Mileto e desejava chegar a Jerusalém, antes do Pentecostes. Por causa disso, ele decidiu não passar por Éfeso, para não gastar tempo na região da Ásia Menor, onde ele havia plantado muitas Igrejas. De Mileto, o apóstolo mandou chamar os líderes da Igreja de Éfeso, a quem Lucas se refere como “anciãos” (Gr. presbyteros) e “bispos” (Gr. episkopos), para uma reunião de obreiros: "E de Mileto mandou a Éfeso, a chamar os anciãos da igreja." (At 20.17). 

No Novo Testamento, as palavras bispo, presbítero e pastor são equivalentes. São usadas para se referir aos líderes das Igrejas. O apóstolo Pedro, que era um dos doze apóstolos, se identificou como sendo um “presbítero” (1Pe 5.1). Da mesma forma, o apóstolo João em sua segunda Epístola se identifica como “o ancião” (Gr. presbyteros) (2Jo 1). O presbitério da Igreja Primitiva formava uma espécie de conselho ou assembléia que deliberava junto com os apóstolos, sobre assuntos doutrinários, éticos e administrativos da Igreja. (At 15.2,6,9-11; At 16.4). Eles faziam o papel exercido hoje pelos pastores e evangelistas nas convenções, no caso das Assembleias de Deus. 

Seja qual for a nomenclatura que se usa (presbítero, bispo, ancião ou pastor), ou a forma de governo eclesiástico, as funções principais do pastor da Igreja são: alimentar, guiar e proteger a Igreja que está sob a sua responsabilidade. Os pastores devem providenciar o alimento espiritual saudável, que é a Palavra de Deus, para a Igreja. Devem valorizar os cultos de ensino, escolas dominicais, cursos de discipulado, cursos teológicos e escolas bíblicas de obreiros. Somente assim, teremos uma Igreja sadia e preparada para enfrentar os lobos devoradores. Devem também guiar as ovelhas do Senhor pelo caminho correto e protegê-las das ameaças dos falsos mestres, principalmente, aqueles que estão em nosso meio e tem acesso fácil ao rebanho. 

2. “Depois da minha partida” (v.29). No versículo 29, Paulo falou: “Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão aos rebanhos”. O apóstolo Paulo não era apenas um missionário transcultural que plantava Igrejas. Ele era também um mestre das Escrituras, que se preocupava em doutrinar a Igreja do Senhor. Durante a sua vida, ele enfrentou muitas oposições dos falsos apóstolos nas Igrejas e refutou muitas heresias, como podemos notar nas Epístolas aos Gálatas e aos Colossenses. 

Paulo sabia que a qualquer momento poderia ser preso e condenado à morte, por causa do Evangelho. Por isso, ele se preocupava com o surgimento de falsos mestres, que são devoradores do rebanho. Entretanto, como explicou o comentarista, quando Paulo diz “após a minha partida”, ele não se refere apenas ao fim da sua vida e sim, de forma profética, aos períodos seguintes da Igreja. De fato, muitas heresias surgiram no seio da Igreja Cristã, após a morte dos apóstolos e dos pais da Igreja, como veremos nas próximas lições. 

O ensino sistemático da Palavra de Deus na Igreja e o cuidado do pastor em preservar a Igreja das ações dos lobos são indispensáveis, para evitar que Igreja local seja enganada e destruída. Mas, isso serve apenas para preparar a Igreja para identificar os falsos mestres, enfrentá-los e não cair nos seus engodos. Não é suficiente para evitar que eles apareçam, pois, tanto Jesus como os seus apóstolos profetizaram que surgiriam falsos mestres e falsos profetas em nosso meio e enganariam a muitos (Mt 24.4; 2Pe 2.1-3; Jd 17-19).

3. A origem dos falsos mestres (v.30). Na continuação deste discurso de Paulo, no versículo 30, ele falou: “E que de entre vós mesmos se levantem homens que falem coisas perversas, para atraírem os discípulos após si”. Podemos identificar duas coisas importantes nesta fala do apóstolo Paulo: 

a) Eles surgirão em nosso meio. Claro que há muitos hereges em religiões não cristãs e devemos também refutar os seus ensinos perante a Igreja. Mas, precisamos estar alertas quanto aos falsos mestres que aparecem em nosso meio. Estes são muito mais perigosos, pois eles têm livre acesso ao rebanho e estão por toda parte. Pode ser um pastor, um pregador itinerante e até um professor da Escola Dominical. É preciso ter muita cautela antes de entregar o microfone da Igreja para alguém pregar, prestar atenção nas aulas da Escola Dominical e ter cuidado com cultos e campanhas nos lares, sem a presença da liderança da Igreja. Eu mesmo já tive que corrigir erros doutrinários de professores em aula da Escola Dominical, quando era superintendente. Como pastor, também tive que corrigir erros que foram pregados por pregadores de congresso. Não tenho nenhum constrangimento, quanto a isso, pois é obrigação dos pastores e superintendentes fazerem isso a fim de proteger a Igreja.

2) Eles falam coisas perversas para atrair os discípulos para si. Os falsos mestres distorcem a Bíblia e não procuram fazer discípulos para Cristo. O interesse deles é buscar seguidores para si, ter fama e enriquecer. Estes lobos são eloquentes, escrevem bem e tem aparência de piedade. Mas são presunçosos e se colocam acima das Escrituras e dos apóstolos. Quando a Bíblia contraria os seus falsos ensinos, eles querem desacreditar a Bíblia, ou adequar a mensagem bíblica às suas heresias. Tomemos muito cuidado com pregadores e ensinadores que desacreditam as narrativas da Bíblia e dizem que “não é bem assim”. São lobos devoradores, vestidos em pele de ovelhas. Neste sentido, a apologética é muito importante, para orientar a Igreja, como veremos no próximo tópico. 

REFERÊNCIAS:

SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam Com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 
Revista Ensinador Cristão. Ed. 100, p. 36. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025. 
Comentário Bíblico Farol. Vol. 10. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2006, p.233.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.1785


02 janeiro 2025

INTRODUÇÃO LIÇÃO 1: QUANDO AS HERESIAS AMEAÇAM A UNIDADE DA IGREJA


Ev. WELIANO PIRES

Nesta primeira lição, como é de costume nas Lições Bíblicas da CPAD, temos uma lição introdutória aos assuntos que serão expandidos durante o trimestre. Esta lição traz os alertas dos apóstolos Paulo e Pedro, de forma profética, a respeito dos falsos mestres que surgiriam no seio da Igreja Cristã. Tanto Pedro como Paulo não se referiam aos ensinos das religiões não cristãs e sim, aos ensinos perniciosos propagados por falsos mestres ou “lobos vorazes”, expressão usada por Paulo, que agiria dentro da própria comunidade cristã. O comentarista apresenta nesta primeira lição as definições dos termos apologética, seita e heresia. 

Neste primeiro tópico falaremos a respeito das ameaças dos falsos mestres, a quem o apóstolo Paulo chamou de “lobos vorazes”. Usaremos como base a primeira parte da leitura bíblica em classe, que é o texto de Atos 20.28-30. Destacaremos três pontos do discurso de Paulo aos líderes da Igreja de Éfeso, pouco tempo antes da sua prisão no Templo em Jerusalém: Os cuidados pastorais (V. 28), depois da minha partida (v. 29) e a origem dos falsos mestres (v.30).

No segundo tópico, analisaremos a segunda  parte da leitura bíblica em classe, que é o texto de 1Pe 3.15,16). Tomando como base o versículo 15, onde o apóstolo Pedro fala da necessidade de estarmos “preparados para responder (Gr. Apologia) a qualquer um que pedir a razão da nossa esperança”, apresentaremos o conceito de Apologética. Na sequência, veremos a que tipo de defesa o apóstolo Pedro se refere no versículo 16. Por último, responderemos à pergunta: Por que devemos combater as heresias?. 

No terceiro tópico, com base na terceira parte da leitura bíblica em classe, o comentarista nos apresenta o conceito bíblico de heresias. Inicialmente, falaremos dos significados das palavras seitas e heresias no texto bíblico e na atualidade. Na sequência, falarem do termo grego hairesis no Novo Testamento. Por, discorreremos sobre o significado da expressão “heresias de perdição”, usada pelo apóstolo Pedro em 2 Pedro 2.1. 


REFERÊNCIAS:

SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam Com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 
Revista Ensinador Cristão. Ed. 100, p. 36. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025. 
Comentário Bíblico Farol. Vol. 10. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2006, p.233.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.1785

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01 janeiro 2025

LIÇÕES BÍBLICAS / 1º TRIMESTRE DE 2025

Título: Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência.

Comentarista: Pr. Esequias Soares da Silva. Pastor presidente da Assembléia de Deus, Ministério do Belém, em Jundiaí/SP; graduado em hebraico pela Universidade de São Paulo e mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; professor de Hebraico, Grego e Apologia Cristã; comentarista de Lições Bíblicas há vários anos; autor de diversos livros, entre eles: O Ministério Profético na Bíblia, Manual de Apologética Cristã e Visão Panorâmica do Antigo Testamento, todos publicados pela CPAD; Presidente da Comissão de Apologética Cristã da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil); Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Bíblica do Brasil; Foi o Presidente da Comissão Especial que elaborou a Declaração de Fé das Assembléias de Deus no Brasil em 2016. 

INTRODUÇÃO

Neste primeiro trimestre de 2025, o nosso tema será apologética cristã. Diferente de outros trimestres, quando estudamos este tema enfatizando os ensinos dos grupos heterodoxos como Catolicismo Romano, Testemunhas de Jeová, Islamismo, Espiritismo, Mormonismo, Seitas Orientais, etc., neste trimestre estudaremos as seitas e heresias que ameaçaram a Igreja Cristã nos primeiros séculos da sua existência e foram combatidas pelos apologistas. 

Estes falsos ensinos ressurgem na atualidade não apenas do lado externo da Igreja, através de grupos heterodoxos, mas também no seio da Igreja através dos falsos ensinos propagados por falsos obreiros do nosso meio, principalmente na internet. Neste aspecto o perigo é maior para a Igreja, pois muitos cristãos incautos aceitam como doutrina bíblica, estes ensinos perniciosos que são antigos e reaparecem de forma sutil, com roupagem nova.   

Ao longo destas treze lições, reafirmaremos os principais pontos doutrinários que foram ameaçados nos primórdios da Igreja como a divindade de Cristo, a humanidade de Cristo, a Santíssima Trindade, as naturezas humana e divina de Cristo, a pessoa do Espírito Santo, a corrupção geral do ser humano, entre outros. Simultaneamente, apontaremos os falsos ensinos contras estas doutrinas bíblicas no passado e no contexto atual e as respectivas respostas bíblicas. 

RESUMO DAS LIÇÕES 

Lição 1: Quando as heresias ameaçam a unidade da Igreja

Nesta primeira lição faremos uma abordagem introdutória do tema do trimestre. A lição está baseada em três textos bíblicos: 

1. Atos 20.28-31: O apóstolo Paulo faz um alerta aos anciãos da Igreja de Éfeso a respeito dos lobos vorazes, que surgiram após  a sua partida; 

2. 1 Pedro 3.15,16: O apóstolo Pedro fala da necessidade de estarmos preparados para responder (fazer a defesa da nossa fé) com mansidão a qualquer um que pedir a razão da nossa esperança. Com base neste texto, o comentarista apresenta-nos o conceito de apologética;

3. 2 Pedro 2.1-3: O apóstolo Pedro alerta a Igreja a respeito do surgimento de falsos mestres no seio da Igreja, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, negando o Senhor que os resgatou. Baseando-se neste alerta de Pedro, o comentarista apresenta-nos o conceito de seitas e heresias, à luz do Novo Testamento. 

Lição 2: Somos cristãos

Nesta lição veremos os alertas dos apóstolos no primeiro século para preservar a Igreja dos judaizantes, que insistiam no ensino de que os gentios convertidos à fé cristã precisavam guardar os rituais da Lei Mosaica, como a circuncisão, guarda do sábado e abstinência de certos tipos de alimentos. Falaremos das tendências judaizantes daquela época e o perigo desta tendência judaizante nos dias atuais, pois certos grupos que se dizem evangélicos querem introduzir no meio da Igreja costumes e práticas judaicas.   

Lição 3: A encarnação do Verbo

Nesta lição estudaremos a doutrina bíblica da humanidade de Jesus, denominada “Encarnação do Verbo”. Apresentaremos as heresias que negavam a corporeidade de Cristo, difundidas pelo Docetismo e pelo Gnosticismo. Veremos também as afirmações dos apóstolos sobre a humanidade de Jesus. Por fim, veremos como estas heresias se apresentam na atualidade com novas roupagens, negando o nascimento virginal de Jesus e a sua crucificação. 

Lição 4: Deus é Trino

Nesta lição estudaremos a doutrina bíblica da Santíssima Trindade. Embora não houvesse a formulação teológica desta doutrina nos tempos da Igreja Primitiva e a palavra Trindade não apareça nas páginas da Bíblia, podemos perceber claramente que os apóstolos criam em um Deus Triúno. Veremos a revelação bíblica a respeito da Santíssima Trindade, no Antigo e no Novo Testamento. Na sequência, falaremos das heresias antigas contra a doutrina da Trindade. Por último, falaremos dos movimentos unicistas da atualidade que pregam contra a  Trindade, especialmente o Grupo Voz da Verdade, cujas músicas são cantadas por muitas pessoas em nossas Igrejas, apesar dos alertas do Conselho de Doutrina da Convenção Geral.  

Lição 5: Jesus é Deus

Nesta lição falaremos a respeito da Divindade do Senhor Jesus, que nos foi revelada no Antigo e no Novo Testamento. No prólogo do Evangelho segundo João, falando sobre Jesus, João foi enfático ao afirmar que “o Verbo era Deus”. Além disso, em vários textos bíblicos os atributos exclusivos de Deus são atribuídos ao Senhor Jesus. Veremos as principais heresias que negavam a divindade de Cristo nos primeiros séculos da Igreja: o Ebionismo, o Monarquismo dinâmico e o Arianismo. Por fim, falaremos das implicações destas heresias na atualidade defendidas pelas Testemunhas de Jeová, pelos panteístas monistas e por outros grupos como o Islamismo e as religiões reencarnacionistas. 

Lição 6: O Filho é igual ao Pai

Esta lição é uma continuidade do tema estudado na lição anterior. Com base no texto de João 10.30, onde Jesus disse: “Eu e o Pai somos um”, falaremos a respeito da igualdade entre o Pai e o Filho. Mostraremos a fundamentação bíblica para a doutrina da relação do Filho com o Pai e o seu significado teológico. Falaremos também da heresia do subordinacionismo, que ensinava que o Filho era subordinado ao Pai e o Espírito Santo subordinado ao Filho. Por último, mostraremos como o subordinacionismo se apresenta atualmente, no contexto islâmico e nas Testemunhas de Jeová. 

Lição 7: As naturezas humana e divina de Jesus

Nesta lição estudaremos a doutrina bíblica das duas naturezas de Cristo: humana e divina. Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, plenamente humano e plenamente divino. Este conceito teológico é chamado de União Hipostática. Veremos o ensino bíblico a respeito da dupla natureza de Jesus, exemplificado nas expressões “da descendência de Davi segundo a carne”, “declarado Filho de Deus em poder” e no hino Cristológico de Filipenses 2.5,6.  Falaremos também das heresias contra a dupla natureza de Cristo: o Nestorianismo e o Monofisismo, que foram refutados no Concílio de Calcedônia. Por último, veremos o perigo destas heresias na atualidade, que tem roupagens novas através das tradições siro-monofisita ou joacobista, o kenoticismo e a mariolatria. 

Lição 8: Jesus viveu a experiência humana

Nesta lição estudaremos a vida humana de Jesus. Ele não viveu como um monge, isolado da sociedade, mas teve uma vida social e religiosa, interagindo com as pessoas. Analisaremos a experiência humana de Jesus, através dos debates com os religiosos, os aspectos sociais e religiosos e as características naturais de um ser humano que ele possuía. Na sequência, falaremos das heresias do Apolinarismo e do Monotelismo, que negavam a humanidade de Jesus, e a reação da Igreja contra essas heresias. Por último, veremos como estas heresias se manifestam na atualidade através do Movimento Nova Era e outros grupos esotéricos e ocultistas. 

Lição 9: Quem é o Espírito Santo

Nesta lição estudaremos sobre a identidade e deidade do Espírito Santo. Faremos uma exegese da expressão “Outro Consolador”, usada por Jesus, quando prometeu aos seus discípulos que enviaria o Espírito Santo para que ficasse para sempre com eles. Falaremos também da deidade do Espírito Santo, mostrando inúmeras referências bíblicas que comprovam que Ele é Deus. Veremos ainda os atributos divinos do Espírito Santo e as suas obras mencionadas na Bíblia. Por fim, apresentaremos as heresias antigas sobre a pessoa do Espírito Santo: os arianistas, tropicianos e pneumatropicianos; e como estas heresias se apresentam na atualidade, através das Testemunhas de Jeová e no Islamismo. 

Lição 10: O pecado corrompeu a Natureza Humana

Nesta lição estudaremos sobre a realidade do pecado, que corrompeu a natureza humana. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, mas o pecado do primeiro casal distorceu esta imagem e interrompeu a relação entre o homem e o seu Criador. Apresentaremos nesta lição, a doutrina bíblica do pecado, mostrando a origem, consequências e extensão do pecado. Na sequência, falaremos da heresia do Pelagianismo, que surgiu no Século IV da Era Cristã e negava a universalidade do pecado, ensinando que o pecado de Adão atingiu apenas a ele próprio. Por último, falaremos dos pensamentos pelagianistas da atualidade, que se manifestam nas religiões reencarnacionistas, Ciência Cristã e Mormonismo. 

Lição 11: A Salvação não é obra humana

Nesta lição veremos o ensino bíblico a respeito da Salvação. A Bíblia deixa claro que a salvação é um ato da Graça divina, obtido pelos méritos de Cristo e não por obras ou méritos humanos. Todos os seres humanos, sem exceção, encontravam-se mortos espiritualmente em seus delitos e pecados. Somente pela Graça de Deus, mediante a fé em Cristo, poderiam ser salvos. Veremos ainda nesta lição, alguns ensinos antigos inadequados a respeito da salvação, como os reencarnacionistas, os galacionistas ou legalistas judaizantes e os gnósticos. Por fim, apresentaremos três ensinos inadequados sobre a salvação na atualidade: o Islamismo, as Testemunhas de Jeová e o Mormonismo. 

Lição 12: A Igreja tem uma natureza organizacional

Nesta lição estudaremos sobre a natureza organizacional da Igreja. A Igreja tem duas dimensões: espiritualmente, a Igreja é um organismo vivo, mas é também uma organização, com CNPJ e forma de governo. Veremos que o apóstolo Paulo colocou Tito como pastor da Ilha de Creta, para que ele organizasse as coisas por lá e estabelecesse presbíteros em cada cidade. A lição nos apresenta a institucionalidade da Igreja no Novo Testamento. Isto fica bastante evidente na instituição dos diáconos, locais e horários de cultos, serviço social, realização de concílio para discutir questões doutrinárias, etc. Por último, falaremos da necessidade de organização da Igreja nos dias atuais. O Movimento Pentecostal surgiu em um contexto de contestação da Igreja como organização. Mas pouco tempo depois, alguns viram a necessidade de se organizar para evitar o crescimento desordenado. 

Lição 13: Perseverando na fé em Cristo

Nesta última lição, falaremos da necessidade de perseverar na fé que uma vez nos foi dada. Ao longo deste trimestre, falamos dos principais enganos e desvios doutrinários que ameaçam a verdadeira identidade da Igreja de Cristo e apresentamos as respostas bíblicas contra estes falsos ensinos. Veremos nesta lição que é necessário perseverar na fé, diante dos ataques dos falsos mestres, atentando principalmente para os alertas das cartas pastorais. Devemos seguir a recomendação de Paulo a Timóteo para aprender, ser inteirado e saber as Sagradas Letras, divinamente inspiradas por Deus. Devemos ter as Escrituras como o nosso único manual de fé e prática. 

CONCLUSÃO 

O estudo destas lições certamente nos preparará para a defesa da fé que professamos, tanto para nos prevenirmos pessoalmente dos enganos dos falsos mestres, como para defender a Igreja de Cristo destes enganos e alcançar os adeptos de grupos heterodoxos para Cristo. 

Bons estudos! 

Ev. WELIANO PIRES 
AD BELÉM / SÃO CARLOS-SP 

28 dezembro 2024

DEUS NÃO MENTE NEM SE ARREPENDE

(Comentário do 2° tópico da Lição 13:  As promessas de Deus são infalíveis)

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, veremos que Deus não mente, nem se arrepende. Inicialmente, veremos o caso de Balaão, que recebeu a incumbência de Balaque para amaldiçoar Israel. Mas, quando começou a falar, disse que Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa (Nm 23.19). Em seguida, com base em Gênesis 6, falaremos da polêmica questão levantada por ateus: Deus se arrependeu? Por último explicaremos esta aparente contradição, pois em Números 23.19 diz que “Deus não se arrepende”, mas em Gênesis 6 e em outros textos diz que Deus se arrependeu. 
1. Deus não mente nem se arrepende. O povo de Israel peregrinava pelo deserto e se aproximava da terra prometida. Durante o percurso, já haviam vencido vários inimigos e acamparam-se nas campinas de Moabe, próximo a Jericó. Balaque, rei de Moabe, se apavorou junto com o seu povo e fez aliança com os midianitas contra Israel. Na tentativa de enfraquecer o povo de Israel, Balaque contratou Balaão, um profeta iníquo, que era de Petor, na Mesopotâmia, na região do Rio Eufrates, para amaldiçoar Israel. 

Ao ouvir a proposta dos mensageiros de Balaque para que amaldiçoasse o povo de Israel, Balaão pediu um prazo para consultar a Deus. Em resposta, Deus lhe disse que ele não fosse amaldiçoar o povo, pois aquele povo era bendito. Pela manhã, Balaão mandou a resposta a Balaque, dizendo que Deus o havia proibido de amaldiçoar Israel. Inconformado, Balaque aumentou a recompensa e Balaão foi consultar a Deus de novo. Deus, então, ordenou que ele fosse, mas que falasse apenas o que Deus lhe mandasse. 

No caminho, o anjo do Senhor se opôs a Balaão, mas ele não o via. A sua jumenta viu o anjo e tentou se desviar dele, até que finalmente se deitou e foi espancada por Balaão. Deus, então, usou a boca da jumenta para repreender Balaão. O anjo o advertiu de que se a jumenta não tivesse se desviado, ele teria sido morto e novamente o alertou de que ele deveria falar somente o que Deus lhe mandasse. 

Balaão encontrou-se com Balaque e este  fez-lhe um banquete. Em seguida levou-o a um monte para que pudesse avistar todo o povo de Israel e amaldiçoar. Mas Deus colocou as suas palavras na boca de Balaão e ele proferiu uma parábola. Entre outras coisas, Balaão falou: “Como poderei amaldiçoar o que Deus não amaldiçoa?” (Nm 23.8). 

Balaque o levou a um lugar mais alto, para que ele pudesse ver melhor o povo e o amaldiçoar. Foi aí, que Balaão proferiu a seguinte sentença sobre Deus, que é absolutamente verdadeira: “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. Porventura, diria Ele e não o faria? Ou falaria e não confirmaria?” (Nm 22.19).

Embora Balaão fosse um profeta ímpio, que amou o prêmio da injustiça para amaldiçoar o povo de Deus, as palavras que ele falou foram dadas por Deus e são verdadeiras. Deus é o Deus da Verdade e não pode mentir jamais, nem se arrepender, no sentido de mudar de ideia em relação ao que Ele falou. Quando Deus fala, Ele tem compromisso com a Sua Palavra, para fazer cumpri-la, como vimos no tópico anterior. Deus havia feito promessas incondicionais a Abraão, Isaque e Jacó, de dar a terra de Canaã aos seus descendentes e nada poderia fazê-lo voltar atrás e descumprir a suas promessas. 

2. Deus se arrependeu? Conforme vimos acima, Balaão disse, acertadamente, que Deus não se arrepende. Por outro lado, nos dias de Noé, o pecado havia se multiplicado de forma assustadora e Deus resolveu mandar o dilúvio. Antes de Deus anunciar o dilúvio a Noé, o capítulo 6 de Gênesis nos versículos 5 e 6 nos informa que Deus viu que a maldade humana havia se multiplicado e “se arrependeu de haver feito o homem e pesou-lhe em seu coração”. 

No Livro de Jonas também, encontramos a informação de que Deus se arrependeu do mal (destruição) que havia anunciado contra Nínive e não o fez, após o arrependimento daquele povo, depois de ouvirem a profecia de Jonas contra eles. (Jn 3.10). Aliás, este era o temor de Jonas ao ser convocado por Deus para ir a Nínive, que o fez fugir para Társis.  Deus o forçou a ir no ventre de um grande peixe. Depois da conversão dos ninivitas, Jonas reclamou com Deus e confessou que não queria ir, porque sabia que Deus é compassivo, longânimo, misericordioso e que “se arrepende do mal”. (Jn 4.2). 

Diante destas duas afirmações conflitantes, é inevitável a pergunta: Afinal, Deus se arrepende, como está escrito nos Livros de Gênesis, Jonas e em outras partes do Antigo Testamento, ou não se arrepende, como está escrito no Livro de Números, na profecia de Balaão? Não podemos fugir desta questão, pois os ateus e os críticos da Bíblia usam estes textos para dizer que há contradições na Bíblia. 

3. Uma aparente contradição. Existem duas palavras hebraicas que foram traduzidas por arrependimento: Shubh e Nãham. Shubh significa arrependimento em relação ao pecado ou erro cometido. É quando alguém pratica algo errado, muda de atitude e passa a agir corretamente. Nãham, por sua vez, é um lamento ou mudança de atitude, devido à alteração nas circunstâncias ou à mudança de atitude de outra pessoa. 

Quando os escritores bíblicos mencionaram que Deus se arrependeu, usaram o termo nãham e não shubh. Isto porque Deus não se arrepende de algo que Ele fez, porque Ele é perfeito em tudo o que faz e fala. Deus não muda e não falha, portanto, não pode se arrepender. Entretanto, Deus se entristece por causa de atitudes erradas do ser humano e, por ser justo, muda de atitude por causa da mudança do ser humano. Se o ser humano escolher pecar e se rebelar contra Deus, a atitude de Deus para com este será de punição. Entretanto, se ele ouvir os apelos de Deus e se arrepender, Deus age com misericórdia e compaixão. 

O comentarista mencionou um recurso literário muito usado na Bíblia, que é chamado de antropopatismo, que significa atribuir  sentimentos humanos a seres não humanos para tentar entender as suas ações. Há ainda outro recurso chamado de antropomorfismo, que é a atribuição de formas humanas a Deus, para tentar explicar as suas ações. Por exemplo, a mão de Deus, os pés de Deus, os olhos de Deus, etc. Em muitos casos a Bíblia usa estes recursos em relação a Deus. Muitos teólogos entendem que este é o caso da expressão “Deus se arrependeu”. 

A versão Nova Almeida Atualizada (NAA) traduz arrependeu-se nestes textos por “ficar triste” (Gn 6.6); “lamento” (1 Sm 15.11). De fato, estas expressões se adapta melhor a Deus do que arrependimento, embora a palavra arrependimento também tenha mais de um significado, entre eles lamentar-se e entristecer-se. O “arrependimento” de Deus é sempre uma reação à mudança de atitude do ser humano e nunca uma mudança dos seus atos porque havia algo errado, ou por causa de surpresas. Sendo Deus perfeito e onisciente, isso não acontece com Ele. 

27 dezembro 2024

DEUS É INFALÍVEL

(Comentário do 1º tópico da Lição 13:  As Promessas de Deus são infalíveis) 

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, veremos que Deus é infalível. Explicaremos do ponto de vista bíblico, a infalibilidade de Deus. A Bíblia nos revela que Deus é absoluto, infalível e imutável. Na sequência, falaremos de uma promessa infalível mencionada em 2 Pedro 3 que é a promessa da segunda vinda de Jesus. Pedro explica que o fato de Jesus ainda não ter voltado, não significa que a sua promessa não se cumprirá, mas que Ele é longânimo e não deseja que as pessoas se percam. Por último, falaremos da infalibilidade da Palavra de Deus. Se Deus é infalível, a Sua Palavra também é. Jesus disse que passarão os Céus e a terra, mas a Sua Palavra não há de passar (Mt 24.35). 



1. A infalibilidade de Deus. O nosso Deus possui atributos exclusivos, que nenhum outro ser os possui, chamados de atributos incomunicáveis, que são: onipotência, onipresença, onisciência, autoexistência, unicidade, eternidade, infinitude, soberania e imutabilidade. No segundo tópico da primeira lição deste trimestre, quando falamos dos fundamentos das promessas de Deus, vimos que um destes fundamentos é que Deus é infalível. Deus é imutável em sua natureza e caráter, sendo assim, Ele não pode falhar jamais. 

Quando dizemos que Deus é imutável em sua natureza e caráter, significa dizer que Ele nunca foi diferente do que é hoje e nunca o será. Deus é absolutamente Santo e isento de qualquer mácula em seu caráter. Ele sempre foi assim e sempre será. Estes atributos exclusivos da natureza e do caráter de Deus são inalteráveis, pois Ele é imutável. 

Deus é perfeito em todos os aspectos, tanto no Ser como no seu agir. Ele não possui nenhum desvio de caráter e não age com indecência, maldade ou impureza. Dessa forma, Ele não pode falhar jamais, estaria negando a Si mesmo. Quando Deus exige santidade do seu povo, Ele coloca-se como modelo: “Santos sereis, porque Eu o SENHOR Vosso Deus, sou santo.” (Lv 19.2). Jesus também disse aos seus discípulos: “Sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”. (Mt 5.48). Evidentemente, nunca alcançaremos o nível de santidade e perfeição de Deus. 

2. Uma promessa infalível. As promessas de Deus também não podem falhar, pois se falhassem, seria a negação da imutabilidade de Deus. Quando Deus promete que fará alguma coisa, Ele está colocando o Seu próprio Nome como garantia, pois Ele é infalível e imutável. Há inúmeras promessas de Deus que já se cumpriram fielmente e outras que certamente irão se cumprir. No caso das promessas incondicionais, que são aquelas que não dependem de condições ou circunstâncias para se cumprirem, elas se cumprirão, independente das ações do ser humano. A garantia do cumprimento destas promessas é o próprio Deus. 

O comentarista citou uma destas promessas que são infalíveis, que é a promessa da vinda de Jesus. Esta promessa foi mencionada pelo apóstolo Pedro, no capítulo 3 da sua segunda Epístola. Os escarnecedores zombavam da promessa da vinda de Jesus, alegando que os pais deles ouviram tal promessa e morreram sem ver o seu cumprimento. 

Pedro explicou que a suposta demora no cumprimento desta promessa não significa que Deus havia falhado no cumprimento dela ou que estava demorando. Ocorre que Deus é longânimo e misericordioso e não deseja que os pecadores se percam. Em outras palavras, Deus estava dando oportunidades para que os pecadores se arrependessem dos seus pecados para não perecerem. 

Entretanto, ninguém se engane achando que Deus irá aguardar eternamente que todos os pecadores se arrependam, até porque isso nunca irá acontecer. Os ímpios irão de mal a pior, afastando-se de Deus e cometendo toda sorte de maldade. A promessa de Deus continua de pé e em breve irá se cumprir. O Senhor descerá do Céu com alarido e com a voz do arcanjo. Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, os que estiverem vivos serão transformados e juntos subiremos a encontrar o Senhor nos ares para estarmos para sempre com Ele. Aleluia! 

3. A Palavra infalível de Deus. A Bíblia Sagrada é a inerrante, infalível e perfeita Palavra de Deus. Isto significa que ela é totalmente isenta de erros. Mas ela é também infalível, pois as suas palavras se cumprem integralmente. As profecias bíblicas vem se cumprindo com riqueza de detalhes ao longo dos séculos e continuará se cumprindo, pois o seu autor é o Espírito Santo, que não pode falhar. 



A infalibilidade das Escrituras é reivindicada pela própria Bíblia. O profeta Jeremias teve a visão de uma vara de amendoeira e o Senhor lhe perguntou o que ele estava vendo. Jeremias respondeu que via uma vara de amendoeira e o Senhor lhe respondeu: “Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir”. (Jr 1.11,12). Há uma relação muito próxima entre as palavras hebraicas traduzidas por amendoeira e velar. As palavras hebraicas shaqad (amêndoa) e shaqed (velar, vigiar) têm a mesma raiz e são muito parecidas na escrita e na pronúncia. Assim, o Senhor usa um jogo de palavras, para explicar a Jeremias que Ele mantém total vigilância para que as suas palavras se cumpram. 



O Senhor Jesus reafirmou a infalibilidade da Palavra de Deus quando disse: “Passarão o Céu e a terra, mas as minhas Palavras não hão de passar”. (Mt 24.35). No Sermão do Monte, Jesus falou que nada se omitirá da Lei até que tudo se cumpra. Para isso, ele usou a seguinte expressão: “...Nem um jota ou um til se omitirá da lei.” (Mt 5.18). Nas línguas hebraica e grega não existem o jota nem o til. No hebraico tem o "Yod" e no grego o "Iota''. O Yod é a menor letra do alfabeto hebraico. Já a palavra traduzida por "til" significa "pequeno chifre" e é uma referência a um sinal que há no final de outra letra hebraica, que parecia um pequeno chifre de carneiro. Isto significa que a Palavra de Deus não tem erro algum e é totalmente digna de confiança.

24 dezembro 2024

FELIZ NATAL, MEUS AMIGOS E IRMÃOS EM CRISTO!


Conheça a verdadeira história do nascimento de Jesus! 

Em Israel, na Cidade de Nazaré 
Uma virgem estava desposada 
Com um jovem chamado José 
Na prática ainda não era casada. 
 
Certo dia, a virgem foi visitada 
Por um anjo chamado Gabriel 
Que lhe disse: Salve agraciada! 
Terás um Filho chamado Emanuel 
 
Aquela virgem chamada Maria
Espantou-se com a informação 
E pensou como isso aconteceria 
Pois nunca tivera uma relação  
 
O anjo Gabriel lhe respondeu
– O Espírito Santo sobre ti virá
E darás à luz o Filho de Deus 
Para Deus, impossível não há.  

José quando soube da gravidez
Quis deixá-la sem ninguém saber 
O anjo apareceu mais uma vez 
E disse o que ele deveria fazer  

José, Filho de Davi! Disse Gabriel 
A tua mulher, um filho dará à luz
Será o Messias prometido a Israel
O qual será chamado de Jesus 

O casal veio de Nazaré à Judéia 
Pois era preciso o alistamento
Cumpriu a profecia de Miquéias:
Em Belém será o seu nascimento  

Havia muita gente na cidade
Chegaram os momentos finais 
Não encontraram hospitalidade 
E foram a um abrigo de animais  

Pastores no campo trabalhavam
Quando um anjo lhes apareceu
Muito atemorizados eles ficaram
A glória de Deus resplandeceu 

O anjo, então, a notícia lhes deu 
Que em Belém havia nascido 
O Cristo, o Santo Filho de Deus 
O Salvador que fora prometido  

Os magos viram algo diferente
Vieram do Oriente a Jerusalém 
Foram informados por esta gente
Que o Cristo nasceria em Belém  
Herodes tentou matar a criança 
E cometeu grande atrocidade 
Promovendo covarde matança 
De recém-nascidos na cidade 
Deus sabe tudo e se antecipou 
Mandou fugirem para o Egito
José obedeceu e por lá ficou
Até à morte do tirano maldito 
Quando tinha oito dias de nascido
Jesus foi apresentado ao Senhor 
Simeão já havia envelhecido 
E aguardava a vinda do Salvador  
O velho Simeão foi orientado 
Que aquele menino apresentado
Era o Bendito e Eterno Redentor 
Por uma revelação do Senhor  
Tomando o menino, disse Simeão:
– Despede agora teu servo, Senhor
Meus olhos viram a tua Salvação 
O prometido e amado Redentor. 

Ana, a profetisa, que já era idosa
E servia Deus desde a mocidade
Também proferiu palavras ditosas
Sobre Ele por toda aquela cidade
 
Não sabemos o dia exatamente 
Que o nascimento tenha ocorrido 
Não foi em Dezembro certamente
Mas este foi o dia estabelecido 
 
Neste dia foi convencionado
Para ser o dia o Natal de Jesus 
Portanto deve ser celebrado
Aquele que é a Verdade e a Luz. 
 
Ev. Weliano Pires
Assembleia de Deus 
Ministério do Belém 
São Carlos, SP 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 13: AS PROMESSAS DE DEUS SÃO INFALÍVEIS

Ev. WELIANO PIRES 

Nesta última lição, como conclusão do tema estudado neste trimestre, estudaremos a infalibilidade das promessas de Deus. O nosso Deus possui atributos exclusivos, que nenhum outro ser os possui, chamados de atributos incomunicáveis, que são: onipotência, onipresença, onisciência, autoexistência, unicidade, eternidade, infinitude, soberania e imutabilidade. Nesta lição destacaremos a imutabilidade de Deus. Sendo Deus imutável em sua natureza e caráter, Ele não pode falhar jamais. Portanto, as suas promessas também jamais falharão. 
No primeiro tópico, veremos que Deus é infalível. Explicaremos do ponto de vista bíblico, a infalibilidade de Deus. A Bíblia nos revela que Deus é absoluto, infalível e imutável. Na sequência, falaremos de uma promessa infalível mencionada em 2 Pedro 3 que é a promessa da segunda vinda de Jesus. Pedro explica que o fato de Jesus ainda não ter voltado, não significa que a sua promessa não se cumprirá, mas que Ele é longânimo e não deseja que as pessoas se percam. Por último, falaremos da infalibilidade da Palavra de Deus. Se Deus é infalível, a Sua Palavra também é. Jesus disse que passarão os Céus e a terra, mas a Sua Palavra não há de passar (Mt 24.35). 
No segundo tópico, veremos que Deus não mente, nem se arrepende. Inicialmente, veremos o caso de Balaão, que recebeu a incumbência de Balaque para amaldiçoar Israel. Mas, quando começou a falar, disse que Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa (Nm 23.19). Em seguida, com base em Gênesis 6, falaremos da polêmica questão levantada por ateus: Deus se arrependeu? Por último explicaremos esta aparente contradição, pois em Números 23.19 diz que “Deus não se arrepende”, mas em Gênesis 6 e em outros textos diz que Deus se arrependeu. Trata-se de um antropopatismo, que é a atribuição de sentimentos humanos a Deus, para que a mensagem seja melhor compreendida. O “arrependimento” de Deus não é em relação ao fato de ter criado o ser humano, mas em relação à rebeldia da humanidade. 
No terceiro tópico, falaremos das infalíveis promessas de Deus. Ao criar o ser humano, Deus sabia que este iria desobedecê-lo e já tinha um Plano glorioso de salvação, por meio de Jesus Cristo. Na sequência, falaremos da promessa da vida eterna. Nós não fomos criados para morrer e sim para viver eternamente na presença de Deus. Por isso, na vinda de Jesus receberemos um corpo incorruptível e eterno. Por último, falaremos da esperança forjada na promessa infalível de Deus. A humanidade tem buscado ao longo dos séculos, maior expectativa de vida. Mas a velhice e a morte são inevitáveis. Por isso, a nossa esperança está fundamentada na promessa infalível de Deus, de redenção do nosso corpo, quando veremos ao Senhor face a face. Aleluia! 

REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO : CPAD, 1ª Ed. 2024.  
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 42
RHODES, Ron. O Livro Completo das Promessas Bíblicas. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.13.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.269,841

21 dezembro 2024

O QUE IDENTIFICA A VIDA ABUNDANTE

(Comentário do 3º tópico da Lição 12: A promessa de vida abundante)

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, veremos o que identifica a vida abundante. Em primeiro lugar está a alegria do Senhor, que faz parte da identidade daqueles que se relacionam com Deus. Em segundo lugar, a vida abundante é caracterizada pela gratidão a Deus por tudo. Quem tem a vida abundante, tem a virtude da gratidão e não vive murmurando e reclamando de tudo. Por último, quem tem vida abundante tem vida no Espírito e vida de oração. Quem vive no Espírito vence as obras da carne, pois tem o Fruto do Espírito em sua vida. 
1. A alegria do Senhor. Uma das principais virtudes encontradas na vida de alguém que experimentou a vida abundante concedida por Jesus é a alegria. Deus é a fonte da verdadeira alegria e, portanto, quem se relaciona com Ele vive alegre. A alegria é uma das virtudes do Fruto do Espírito Santo. Por isso, um crente cheio do Espírito Santo é cheio da alegria indizível que vem de Deus. Quem está cheio da presença de Deus extravasa alegria por onde passa. 
Evidentemente, isto não significa que o crente não tenha também momentos de tristeza, ou que viva sorrindo mesmo quando alguém da sua família morre. A alegria do crente não consiste nas circunstâncias mas no Senhor. Escrevendo aos Filipenses, o apóstolo Paulo disse: “Alegrem-se sempre no Senhor; outra vez vos digo: Alegrem-se!” (Fp 4.4 NAA). Da mesma forma,   em suas últimas instruções aos Tessalonicenses na sua primeira Epístola, ele disse: “Regozijai-vos sempre” (1 Ts 5.16). A alegria do crente é fruto da presença de Deus em sua vida, independente da situação em que ele vive. 
O profeta Habacuque estava angustiado e cheio de questionamentos, quando teve uma visão de que o seu povo seria levado cativo para a Babilônia. Após ouvir a resposta de Deus, ele fez uma oração e declarou que, ainda que todas as suas fontes de renda como a figueira, a oliveira, o trigo, as ovelhas e as vacas falhassem, todavia, ele se alegraria no Senhor e exultaria no Deus da sua salvação. (Hc 3.17.18). 

2. Gratidão por tudo. Outra virtude que demonstra que o crente experimentou a vida abundante é a gratidão a Deus por tudo. No mesmo texto aos Tessalonicenses, onde Paulo recomenda aos crentes para regozijar-se sempre, ele diz: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. (1 Ts 5.18). A gratidão a Deus por tudo o que Ele nos deu é obrigação de todo crente, pois tudo o que somos e temos devemos a Ele. 
A gratidão é o antídoto contra a murmuração. Uma pessoa grata a Deus jamais terá motivo para murmurar, pois em vez fazer isso, sempre agradece a Deus por tudo, inclusive pelas lutas e dificuldades. Sim, quem tem a vida abundante sabe que todas as coisas cooperam juntas para o bem daqueles que amam a Deus e há sempre um propósito de Deus para a sua vida. 
José, o filho de Jacó que foi vendido por seus irmãos, entendeu que a ida dele para o Egito era plano de Deus para salvar o povo da fome. Evidentemente, no momento em que ele foi vendido como escravo ainda adolescente, ele não sabia e sofreu muito. Após a morte do seu pai, os seus irmãos preocupados e com medo dele se vingar, foram ao seu encontro pedir perdão pelo que fizeram. Mas ele disse: “Vós, na verdade, intentastes fazer mal contra mim, mas Deus transformou em bem, como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50.20). Da mesma forma, o apóstolo Paulo via os seus sofrimentos como contribuição para o avanço da pregação do Evangelho. 

3. Vida no Espírito, vida de oração. A vida abundante só será possível para aqueles que andam no Espírito, pois somente assim será possível vencer a natureza pecaminosa que existe em nós (Gl 5.16). Se a pessoa não anda no Espírito, inevitavelmente, será vencido pela natureza carnal e se entregará às obras da carne (Gl 5.19-21). Paulo disse que aqueles que estão na carne não podem agradar a Deus (Rm 8.8). Por nossos próprios esforços, jamais conseguiríamos vencer a natureza carnal. Somente através da ação do Espírito em nosso interior, seremos inclinados a agradar a Deus. 
Quando recebemos a Cristo como Senhor e Salvador, Ele nos dá o Espírito Santo para morar em nosso ser. O Espírito opera em nós o milagre do novo nascimento ou regeneração, conforme vimos em lições anteriores. Entretanto, o Espírito Santo não é uma força impessoal que permanece automaticamente em nós. Ele é uma pessoa que ama, intercede, se entristece e se relaciona conosco. Se não houver o cultivo deste relacionamento com o Espírito Santo, mediante a oração, meditação na Palavra de Deus é envolvimento nas coisas de Deus, Ele pode se entristecer e até sair da nossa vida. Se ocorrer a blasfêmia, Ele sairá para sempre e não haverá perdão. Quem vive no Espírito cultiva uma vida de oração, pois tem prazer em falar com Deus. 

19 dezembro 2024

A VIDA ABUNDANTE

(Comentário do 2º tópico da Lição 12: A promessa de vida abundante)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos da vida abundante. Inicialmente veremos o conceito de vida abundante, que preenche todas as partes do ser humano: espírito, alma e corpo. Na sequência, com base no episódio da conversão do carcereiro de Filipos, veremos que a vida abundante também influencia a nossa família: “...tu e a tua casa” (At 16.31). Por último, falaremos de diversas bênçãos provenientes da vida abundante, como a paz com com Deus, a tranquilidade nas decisões, a prática do amor, a unidade cristã, a esperança e a paciência.


1. O conceito de vida abundante. No texto de João 10.10, depois de falar que o ladrão veio matar, roubar e destruir, Jesus se contrapôs aos objetivos do ladrão e disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. Temos aqui duas palavras-chave neste texto, que são fundamentais para compreendermos o que Jesus quis dizer: vida (Gr. Zoe) e em abundância (Gr. Perisson).

A palavra grega zoe, traduzida por vida neste texto, deu origem à palavra portuguesa Zoologia, que é o ramo da Biologia que estuda os animais. Segundo a Concordância Bíblica de Stong “a palavra Zoe, no Novo Testamento, se refere à vida em seu sentido mais pleno, abrangendo as dimensões físicas e espirituais. É frequentemente usada para descrever a vida eterna que é concedida por meio da fé em Jesus Cristo. Esta vida não é meramente uma existência sem fim, mas uma qualidade de vida que é abundante e gratificante, caracterizada por um relacionamento com Deus.” A segunda palavra é perisson, traduzida por “em abundância” ou “abundante”. Perisson significa muito, além da medida, acima do que era esperado. 

A vida que Jesus promete em abundância é a vida verdadeira, como vimos no tópico anterior. Esta vida só é possível a partir do relacionamento com Deus. Aqueles que não tem Deus não tem esta vida, mesmo que biologicamente estejam vivos. Jesus disse: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” (Jo 3.36). Paulo também falou: “para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro”. (Fp 1.21). Portanto, a vida abundante prometida por Jesus é a vida eterna, que começa aqui quando iniciamos a vida com Cristo e se cumprirá em sua plenitude na eternidade. 


2. A vida abundante também influencia a família. A vida abundante prometida por Jesus, naturalmente influencia e repercute em nossa família. O comentarista citou aqui o caso do carcereiro de Filipos, que após perceber que um terremoto abrira as portas da prisão, imaginando que todos os presos haviam fugido e que ele seria punido com a pena de morte, quis tirar a própria vida. Paulo gritou do interior da cela para que não fizesse aquilo, pois ninguém havia fugido. Ainda tremendo, o carcereiro perguntou a Paulo e Silas, o que ele deveria fazer para ser salvo. Isso demonstra que, provavelmente, ele já teria ouvido alguma coisa sobre o Evangelho, mas agora tinha visto a demonstração do Poder de Deus. Paulo, então respondeu: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa”. (At 16.31). 

Em outros episódios podemos ver também que a salvação veio a todos da família, após a conversão do patriarca da família, como no caso de Zaqueu (Lucas 19.1-10); o oficial de Cafarnaum (Jo 5.53); Lídia (At 16. 15); e outros que após a conversão foram batizados todos da sua casa. OEm todos estes casos, inegavelmente, a influência dos pais foi determinante para a conversão de toda a família, principalmente, porque na sociedade daquela época os pais exerciam autoridade total sobre seus filhos, inclusive podendo puni-los severamente, caso desobedecessem as suas ordens. 

É importante esclarecer, no entanto, que apesar da vida abundante na vida dos pais exercer influência na família, isto não significa salvação por aliança familiar, ou por batismo sacramental, como ensina o catolicismo romano. Isto é antibíblico, pois a salvação é individual e intransferível. Também não é uma promessa de que os nossos filhos serão salvos, como muitos crentes pensam. Os filhos dos crentes para serem salvos terão que crer em Jesus também, pois a salvação dos pais não irá salvá-los. 


3. Diversas bênçãos provenientes da vida abundante. A vida abundante prometida por Jesus, não é algo que vem automaticamente como muitos imaginam, mas é o resultado de um relacionamento pessoal com Cristo que é a fonte desta vida. Os valores desta vida abundante não são medidos pelos padrões terrenos, mas são valores eternos e divinos. Esta vida também não está relacionada às circunstâncias em que o crente vive, ao seu patrimônio ou à sua importância na sociedade. É possível alguém ser rico e poderoso e não ter uma vida abundante, ou ser pobre e sem expressão neste mundo e tê-la. 

Apesar de não estar relacionada às coisas desta vida, a vida abundante traz consigo muitas bênçãos. O comentarista citou algumas destas bênçãos neste tópico:

a. Paz (Jo 14.27; Rm 5.1). Na lição 8, estudamos sobre a promessa de paz e vimos que o Senhor Jesus é o Príncipe da Paz. Somente Jesus pode dar a paz verdadeira e proporcionar ao ser humano a paz com Deus, mediante o seu sacrifício na cruz. 

b. Amor (Jo 13.34,35). A principal característica de um discípulo de Jesus é o amor, pois Ele disse: “Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Quem experimenta a vida abundante concedida por Jesus, ama a Deus, aos irmãos e até aos inimigos. 

c. União (Sl 133; Gl 5.13-15). A unidade também é outra característica dos verdadeiros discípulos de Jesus, pois Ele orou ao Pai para que os seus discípulos “fossem um, como Ele é um com o Pai”. (Jo 17.21). Evidentemente, Ele não estava falando que Ele e Pai são a mesma pessoa, como dizem os unicistas, mas estava se referindo à união plena e perfeita que existe na Santíssima Trindade.

d. Esperança. A esperança é uma das três virtudes teologais, ou seja, que provém de Deus, junto com a fé e o amor. Não pode haver esperança fora de Jesus, pois Ele é a razão da nossa esperança. Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, correrão e não se cansarão (Is 40.31). 

e. Paciência (Lc 21.19; Rm 5.4). A paciência é devolvida mediante as tribulações que atravessamos. O crente que tem vida abundante é paciente e não se desespera, pois a sua confiança está em Deus.  

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